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Efeito do treinamento físico nas variáveis antropométricas e imunológicas em uma paciente oncológica diagnosticada com câncer de mama

Efecto del entrenamiento físico en las variables antropométricas e inmunológicas
en una paciente oncológica diagnosticada con cáncer de mama

 

*Graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES

**Docente do Departamento de Educação Física e do Desporto da Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES

***Laboratório do Exercício da Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES

****Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Ciências da Saúde

da Universidade Estadual de Montes Claros, UNIMONTES
(Brasil)

Viviane de Brito Matos*

Suyara Ferreira Antunes*

Claudiana Donato Bauman**

Wellington Danilo Soares** ****

Mariana Rocha Alves*

Luciana Mendes Oliveira**

Vinícius Dias Rodrigues** *** ****

viniciuslabex@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O câncer é citado como um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. E é atualmente uma das patologias que mais atinge e amedronta a população, sendo a segunda maior causa de morte no Brasil, EUA e Europa. A prática de diferentes tipos de exercícios físicos promove reduções consideráveis nas taxas de mortalidade dos indivíduos. Isso provoca uma reação às ações dos carcinógenos, em função do aumento da eficácia do sistema imunológico, no que diz respeito a linfócitos e células “natural-killer”, reduzindo assim a quantidade disponível para a absorção pelos possíveis tumores e oferecendo maior resistência às metástases. Diante do exposto, este estudo teve como objetivo verificar o efeito do treinamento físico nas variáveis antropométricas e imunológicas, em uma paciente oncológica. A pesquisa em questão é um estudo de caso constituído por uma paciente oncológica do Projeto Presente da cidade de Montes Claros. A paciente foi submetida a uma avaliação física e exames clínicos laboratoriais. Esta avaliação analisou o índice de massa corporal (IMC) e composição corporal (CC) e sistema imunológico analisando os níveis de leucócitos e linfócitos. A Paciente foi encaminhado para um programa de treinamento físico de 36 sessões, e depois do treinamento foi realizado outra avaliação física e novos exames clínicos.. Em relação à massa corporal obteve-se um pequeno aumento de 1,2kg. Passando de 95,30 kg para 96,50kg após o treino, já em relação ao IMC não houve diferença significativa, permanecendo o resultado com o mesmo valor depois do treinamento que é de 37,5 kg/m2. De acordo com os dados da circunferência da cintura e do quadril obteve um pequeno aumento e a relação cintura-quadril permaneceu com mesmo valor. Os leucócitos pôde-se notar um pequeno aumento do que antes no pré-treino era de 7.150 mcl passando no pós-treino para 7.300 mcl, tendo um aumento de 150mcl. Já os linfócitos pode-se observar um aumento significativo em reação aos linfócitos, no qual no Pré-treino era de 1.430 mcl passando no pós-treino para 4.380, sendo uma diferença de 2.950 mcl. Sendo assim pode-se observar que o treinamento trouxe resultados satisfatórios para o indivíduo. Este único caso foi estudado para alcançar uma maior compreensão sobre outros casos similares, para a conclusão do curso de Educação Física e futuros artigos científicos a fim de enriquecer a literatura com maiores informações.

          Unitermos: Câncer. Treinamento físico. IMC. RCQ. Lecócitos. Linfócitos.

 

Recepção: 27/09/2014 - Aceitação: 07/01/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 201, Febrero de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    De acordo com o INCA (2007), o câncer é citado como um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. E é atualmente uma das patologias que mais atinge e amedronta a população, sendo a segunda maior causa de morte no Brasil, EUA e Europa.

    Para Bacurau, Costa Rosa (1997) através do exercício físico preconiza-se que o organismo aproveite melhor a energia e os extratos metabólicos. E, ainda, registram que a prática de diferentes tipos de exercícios físicos promove reduções consideráveis nas taxas de mortalidade dos indivíduos. Isso provoca uma reação às ações dos carcinógenos, em função do aumento da eficácia do sistema imunológico, no que diz respeito a linfócitos e células “natural-killer”, reduzindo assim a quantidade disponível para a absorção pelos possíveis tumores e oferecendo maior resistência às metástases.

    Segundo Prado (2001); Mota e Pimenta (2002) os exercícios físicos contribuem tanto para a manutenção da força muscular, quanto para uma mínima redução desta principalmente em indivíduos hospitalizados. Ainda neste contexto, Pedroso, Araújo e Stevanato (2005), afirmam que é durante o tratamento que a atividade parece ter maior importância, atuando no auxílio à atenuação da fadiga crônica e da caquexia, aumentando a eficiência metabólica energética do corpo, reduzindo assim a ação dos carcinógenos.

    Exercícios físicos intensos e de curta duração elevam o número total de leucócitos no sangue numa relação diretamente proporcional à intensidade do exercício (BENONI et al., 1995; HOST et al., 1995). O número de linfócitos começa a diminuir cinco minutos após o término do exercício, provavelmente devido ao efeito persistente do cortisol liberado durante o mesmo, diferentemente da adrenalina que decresce logo após o fim do exercício físico (HOST et al., 1995). De acordo com Backer (2008), o treinamento resistido mostra-se com grande potencial para a atenuação e o combate dos efeitos colaterais da patologia, tais como perda de massa muscular, redução da densidade mineral óssea e fadiga. Para Santarém (1999); Flecker e Kraemer (2006) o treinamento resistido é uma ótima estratégia de intervenção para manutenção e promoção da saúde e qualidade de vida, por ser seguro, adequável e muito eficiente. Corroborando com isso Johnston (2008) afirma que o treinamento resistido é, atualmente, a estratégia mais conhecida para combater a sarcopenia e estimular a hipertrofia e a força muscular.

    Diante do exposto, este estudo teve como objetivo verificar o efeito do treinamento físico nas variáveis imunológicas e antropométricas em uma paciente oncológica diagnosticada com câncer de mama.

Metodologia

    A pesquisa em questão é um estudo de caso dos efeitos do treinamento físico nas variáveis imunológicas e antropométricas em uma paciente oncológico. Este único caso foi estudado para alcançar uma maior compreensão sobre outros casos similares.

    O presente estudo foi constituído por um paciente oncológico do Projeto Presente da cidade de Montes Claros. A paciente em questão tem idade de 55 anos, casada, em tratamento do câncer de mama, participante do grupo “presente” no SESC que realiza exercício físico 2 (duas) vezes por semana, além de realizar fisioterapia 3 vezes por semana. A paciente tem VO2 máx. igual a 38 ml/kg/min, IMC igual a 37,5 kg/m2 e RCQ igual a 0,77. Alem disso, ela faz uso do medicamento conhecido como Tamoxifeno.

    A participante foi instruída a não realizar, durante o estudo, alteração de seus hábitos diários, automedicação e manter o estado de sono e vigília regular.

    Os procedimentos referentes a analise laboratorial foram realizados no Laboratório Santo Clara na cidade de Montes Claros- MG. Já a coleta de sangue e avaliação física, para caracterização do estudo, foi realizada o programa de treinamento físico no Laboratório do Exercício da Unimontes. As variáveis Intervenientes: Alimentação, Medicamentação e período de descanso (sono),variáveis Independentes: Treinamento físico e variáveis Dependentes: Leucócitos totais, Linfócitos totais, RCQ e IMC.

    Os instrumentos e procedimentos propostos no estudo foram submetidos e aprovados na avaliação pelo processo 2908 do Comitê de Ética da Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.

    Para identificar o IMC, foi necessário avaliar a massa e estatura corporal. A massa corporal foi registrada em quilogramas, sendo identificada por meio da balança FILIZOLA digital, com capacidade para 150 kg e resolução de 0,1 kg. A paciente posicionar-se-á no centro da plataforma da balança em frente ao monitor, mantendo-se estático até o registro da massa corporal.

    A estatura corporal foi identificada por meio do estadiômetro da balança FILIZOLA com resolução de 0,1 cm. Com a cabeça orientada no plano de Frankfurt formando um ângulo reto com estadiômetro, o corpo em posição ereta e os calcanhares unidos, O avaliado realizou uma inspiração máxima, ficando em apnéia por aproximadamente 3 segundos, no momento em que registramos a estatura corporal.

    Foi utilizada uma fita métrica MABIS, de fabricação japonesa, com precisão de 0,1 cm. O mensurador exercerá uma pressão uma pressão firme com a fita sobre os segmentos corporais, tentando não comprimir os tecidos moles. As medidas foram repetidas três vezes em cada local. Foi considerada a média como valor da medida ou dois valores coincidentes. Os perímetros e o cálculo da RCQ foram mensurados de acordo com a descrição de Marins e Giannichi (2003):

    O treino proposto foi um treino aeróbico realizado em uma esteira Moviment LX 160. A zona alvo de trabalho do individuo foi a zona aeróbica de 60-75% do VO2 máx. A paciente realizou 3 (três) sessões de treino por semana até totalizar 36 treinos. Cada sessão de treino durava 50 (cinqüenta) minutos.

    O treinamento proposto acima foi prescrito após ser realizado o teste de VO2 máx. de uma milha proposto pelo The Rockport Walking Institute (1990).

    Para a coleta sanguínea foi utilizado uma seringa (para fazer a punção venosa), um garrote, álcool (para assepsia) e dois tubos para a coleta do sangue. Sendo que, um tubo terá uma gota de anticoagulante EDTA, no qual este foi coletado a 3 ml de sangue para análise do hemograma. Já no outro tubo, foram coletados 5 ml de sangue para análise do cortisol. O técnico de análises clínicas realizará o garrote no braço direito e fará a assepsia do local no qual em seguida foi feita a punção venosa com uma seringa. Dessa forma, foi coletado o sangue da paciente.

    Foi realizada a coleta de sangue para análise dos níveis de leucócitos, linfócitos antes de iniciar o treinamento físico e após 48 horas da 36º sessão de treino. A coleta sanguínea foi realizada no período matutino, sendo este, correspondente ao horário do treinamento da paciente.

    No dia em que foram realizadas as coletas, a paciente foi orientada para manter os procedimentos da vida diária: alimentação, medicamentação e período de descanso.

    Os instrumentos e procedimentos propostos no estudo foram submetidos para avaliação e aprovação do Comitê de Ética da Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.

    Antes do início da pesquisa, a voluntária foi convidada a assinar um Termo de Consentimento Livre e esclarecido, o qual conteve todas as informações sobre os procedimentos adotados no estudo, tais como sua importância, a descrição dos tratamentos, a posterior utilização dos dados coletados para fins de publicação científica e a garantia do anonimato. Esta foi incluída neste programa de treinamento após o parecer positivo pelo processo 2908 do Comitê de Ética da Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES e consentimento médico (atestado médico) expedido pelo profissional da Oncologia do Hospital da Santa Casa da cidade de Montes Claros. Assim, foi assinado e testemunhado o seu consentimento livre e esclarecido.

Apresentação e discussão dos dados

    Neste capítulo serão relatados e descritos os dados das variáveis dependentes pré-teste e pós-teste do treinamento físico realizado com uma paciente oncológica. Serão relacionadas abaixo as tabelas com os resultados do pré-teste e pós-teste das variáveis antropológicas e imunológicas. Os resultados obtidos nas avaliações e exames realizados nos períodos pré e pós-treino são apresentados nas Tabelas 1, 2, 3 e 4.

    A tabela 01 apresenta o efeito do treinamento físico proposto na variável do IMC.

Tabela 01. Efeito do treinamento físico na variável Índice de Massa Corporal

    O treinamento físico pode provocar grandes modificações na composição corporal, sendo um importante fator na regulação e na manutenção da massa corporal (BAILEY, MALINA e MIRWALD, 1986). Quando os efeitos anabólicos do treinamento físico influenciam no aumento da massa magra, reduz relativamente à gordura corporal (BAILEY, MIRWAL, 1988). De acordo com a análise da tabela e com os dados coletados pode-se perceber que em relação à massa corporal obteve-se um pequeno aumento de 1,2kg. Passando de 95,30 kg para 96,50kg após o treino. Observou também que em relação ao IMC não houve diferença significativa, permanecendo o resultado com o mesmo valor depois do treinamento que é de 37,5 kg/m2. O aumento da massa corporal pode ser devido a uma alimentação inadequada durante o treinamento o que pode ter influenciado no resultado pós-teste. De acordo com a literatura, outros estudos mostram que um programa regular de exercício físico de intensidade leve a moderada ajuda no tratamento e manutenção da saúde de indivíduos diabéticos e hipertensos, juntamente com uma dieta adequada no qual irá ajudar na perda de peso, melhorando a auto-estima, proporcionando uma melhora na qualidade de vida (KRINSKI et al, 2006). Em estudos relacionados com homens obesos, o grupo que realizava exercício apresentou perda de massa corporal relacionada à significativa diminuição na massa gorda e não na massa isenta de gordura (Pavlou et al, 1985).

    Oliveira Filho e Shirom (2001) em seu estudo com praticantes regulares de exercício físico, dizem que após 2 meses de exercício regular houve uma redução de 2.8 % e 2.6% no percentual de gordura de homens e mulheres respectivamente, ou seja, uma diferença de –1% a cada mês, levando-nos a supor que este valor seja um referencial sobre a capacidade do organismo metabolizar a gordura excedente através do exercício regular e moderado.

    Wilmore & Costill (2001) diz que o IMC, está altamente relacionado com a composição corporal e afirmam que somente com uma freqüência de 3 a 4 dias serão benéficos para a perda de massa corporal. Ainda ressalta que grande parte dos estudos não foi ainda capaz de demonstrar alterações consideráveis na composição e massa corporal com o treinamento físico.

    A tabela 02 apresenta o efeito do treinamento físico proposto na variável do RCQ.

Tabela 02. Efeito do treinamento físico na variável Relação Cintura-Quadril

    A tabela acima relata os dados correspondentes à circunferência da cintura e quadril e da relação cintura-quadril e de acordo com os dados pode-se analisar que circunferência da cintura que era de 94,50 cm no pré- treino passou para 96,00 cm pós-treino, havendo um aumento de 1,5 cm no resultado. A circunferência do quadril teve um aumento de 2 cm passando de 123,00 cm para 125,00 cm. Já a relação cintura-quadril permaneceu com o mesmo resultado que é 0,77 cm considerado moderado dentro dos padrões normais de acordo com o Applied Body Composition Assessment, 1996. É importante ressaltar que o aumento da circunferência da cintura e do quadril não influenciou no aumento da relação cintura-quadril, o mesmo se manteve com igual resultado, sendo considerado proporcional esse aumento. Em estudos realizados com praticantes regulares de atividade física, com 2 meses de treinamento pode-se observar que não houve aumento significativo para as dobras cutâneas subescapular, supra-ilíacas e abdominais, assim como para o perímetro de quadril (cm) e quantidade de gordura absoluta (OLIVEIRA FILHO, SHIROM, 2001).

    Segundo o estudo de Rodrigues et al (2010) realizado com portador de HIV/AIDS as mudanças antropométricas foram positivas, o IMC continuou dentro dos limites de normalidade, o %G diminui e a RCQ distanciou do limite de risco coronariano depois de um treinamento resistido.

    No estudo de Domingues Filho, ribeiro e Pereira (2008) que analisou as medidas antropométricas em mulheres depois de 16 semanas de treinamento físico concluíram que na comparação intra e entre grupos não se observou diferença significativa para a reação cintura-quadril quando comparado às médias das diferenças dos valores pré e pós-treinamento de 16 semanas dentro do mesmo grupo para 3 sessões de treinamentos semanais e de duas sessões de treinamentos semanais.

    Matsudo (2002) diz que uma das formas para prever se o indivíduo pode desenvolver alguma doença coronariana é a utilização da relação cintura-quadril (RCQ), que é fortemente associada à gordura visceral e parece ser um índice aceitável de gordura intra-abdominal, e também está associada a um risco de doenças como diabetes e hipertensão.

    A tabela 03 apresenta o efeito do treinamento físico proposto nos níveis de leucócitos.

Tabela 03. Efeito do treinamento físico nos níveis de leucócitos

    Os leucócitos, também conhecido como glóbulos brancos, são responsáveis pela defesa do organismo contra agentes patogênicos, e os que estão presentes no sangue periférico são: neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos (DACIE & LEWIS, 1995). 

    Para Risoy et al (2007) a variação total na quantidade de leucócitos é determinada por reações fisiológicas, como a execução de exercícios físicos que podem reduzir ou elevar a quantidade de leucócitos, dependendo da intensidade e duração da atividade

    Analisando os valores da tabela acima pode-se notar um pequeno aumento do número de leucócitos que antes no pré-treino era de 7.150 mm3 passando no pós-treino para 7.300 mm3, tendo um aumento de 150 mm3. Isso demostra que o processo de treinamento teve uma intensidade moderada não aumentando consideravelmente o número de leucócitos, mas se enquadrando num parâmetro considerado normal. E interessante resaltar que o processo

    Segundo Natalie et al (2003) diz que no que se refere ao exercício de alta intensidade e curta duração, a quantidade de leucócitos no sangue tende a aumentar numa relação diretamente proporcional à intensidade da atividade.

    Em um estudo de caso realizado por Rodrigues (2007), em que abordava um paciente com HIV/AIDS, sexo masculino, 43 anos, solteiro, natural de Montes Claros- MG que foi encaminhado para um programa de treinamento resistido de 36 sessões, onde foram realizados exames laboratoriais das variáveis dependentes pré e pós- treino da 13º, 25º e 36º sessões e também 48 horas após a 36º sessão. Ocorreu um aumento dos níveis de leucócitos. Nas sessões: 2.300 mm3 leucócitos (13º sessão), 400 mm3 leucócitos (25º sessão) e 700 mm3 leucócitos (36º sessão) Além disso, ocorreu aumento dessas variáveis na ultima coleta: 800 mm3 leucócitos. Sendo assim o programa de treinamento resistido realizado pelo paciente produziu respostas positivas, no qual houve um aumento o número de leucócitos no paciente.

    Em estudo realizado com 20 ratos machos adultos e diabéticos que praticaram exercício físico os resultados obtidos no experimento, observou-se que houve aumento significativo

    Parham e Ávila (2006) dizem que a possível causa do aumento do número de leucócitos é a leucocitose em que acontece o aumento do fluxo sanguíneo, no qual ocorre um deslocamento dos leucócitos fixos nas paredes dos vasos sanguíneos.

    Santos, Candeias e Magalhães (s.d) relatam que o processo de instabilidade imunológica é de caráter transitório, o que corresponde à adequação fisiológica do treinamento do paciente.

    A tabela 04 apresenta o efeito do treinamento físico proposto nos níveis de linfócitos.

Tabela 04. Efeito do treinamento físico nos níveis de linfócitos

    Analisando os dados da tabela 04 pode-se observar um aumento significativo em reação aos linfócitos, no qual no Pré-treino era de 1.430 mm3 passando no pós-treino para 4.380 mm3, sendo uma diferença de 2.950 mm3. Comparando com o estudo de Rodrigues (1997) mostra que num treinamento com um portador do vírus HIV nas sessões a resposta dos linfócitos Totais foram de 2.169 mm3 linfócitos (13º sessão), 18 mm3 linfócitos (25º sessão), 739 mm3 linfócitos (36º sessão). Além disso, ocorreu aumento dessa variável na ultima coleta de 426 mm3 linfócitos. Isso pode ter ocorrido devido a um aumento das outras células que compõe os glóbulos brancos.

    Broadbent e Gass (2006) dizem que os linfócitos frente ao exercício apresentam uma variabilidade que depende principalmente da intensidade e duração do estímulo no qual o indivíduo é submetido.

    Nieman e cols.(2005) analisaram o efeito da caminhada de 30 minutos na resposta imune em mulheres adaptadas a caminhada, tendo verificado que a caminhada foi associada com aumentos padrões, porém temporários na contagem de células, sendo que os linfócitos circulantes contribuíram com 40% na elevação total. 

    Em um estudo realizado para verificar os efeitos de cinco sessões consecutivas de exercício (natação) sobre o número de leucócitos totais, linfócitos e a concentração de citosinas circulantes realizados em ratos, pode-se observar um aumento no número de linfócitos circulantes nos grupos exercitados em relação ao controle. Adicionalmente foi detectado menor número de linfócitos circulantes no grupo 5 Sessões com intensidade Moderada em relação ao grupo 5 Sessões com intensidade Leve. A maior intensidade imposta aos animais do grupo 5sessoes com intensidade moderada exerceu influência na contagem de linfócitos circulantes, reduzindo o número deste subtipo celular.

    Os resultados obtidos no experimento indicam que o protocolo de treinamento físico moderado não foi suficiente para uma resposta positiva em relação às variáveis antropológicas do estudo, mas em relação à variável imunológica observou-se um resultado satisfatório.

Conclusão

    No presente estudo, em relação à resposta crônica do treinamento físico na paciente, foi observado que este processo promoveu respostas saudáveis no sistema imunológico. Pois, os níveis de leucócitos e os linfócitos aumentaram consideravelmente. Esse aumento é de suprema importância para o organismo uma vez que melhora o sistema imunológico, ajudando a prevenir o acometimento de outras doenças. É importante ressaltar que o acompanhamento dessas variáveis é de suma importância, pois os níveis de leucócitos e os linfócitos podem ser utilizados com um indicador da síndrome do supertreinamento.

    Com relação às variáveis antropométricas, foi observado um aumento da mesma ao final do processo de treinamento proposto, podendo esse aumento ser devido à utilização do Tamoxifeno pela paciente, uma vez que esse medicamento colabora para um aumento de gordura corporal na região central. Além disso, esse aumento pode ser devido a uma alimentação inadequada, pois não ouve um acompanhamento assíduo dos hábitos alimentares influenciando nos resultados das variáveis IMC e RCQ.

    É importante ressaltar que além de o treinamento físico influenciar nas medidas antropométricas e nos níveis de leucócitos e linfócitos, ele também é de suprema importância para o bem estar e qualidade de vida de paciente com esse tipo de patologia, uma vez que proporciona melhor disposição e melhores condições psicológicas para o enfrentamento da doença como também para uma reabilitação após o tratamento.

    Por tudo isso, se torna importante a realização de mais estudos para elucidar as dúvidas advindas dessa pesquisa. Pois ainda existe falta de trabalhos relacionado ao treinamento físico, variáveis antropológicas e imunológicas relacionadas à pacientes acometidos por esse tipo de patologia.

Referências

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