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A influência da enfermagem na realização de

educação popular em saúde: revisão integrativa

La influencia de la enfermería en la realización de la educación popular en salud: una revisión integradora

 

*Acadêmica de Enfermagem da Faculdade Estácio FAL de Alagoas. Maceió, Alagoas

**Enfermeira. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Alagoas. 

Docente da Escola de Enfermagem e Farmácia da Universidade Federal de Alagoas (ESENFAR/UFAL)

***Médico. Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, Maceió, Alagoas

****Enfermeira. Mestranda no Programa de Pós Graduação em Enfermagem na Universidade Federal de Alagoas. 

Docente da Faculdade Estácio de Alagoas

(Brasil)

Mônica Ferreira Machado*

Amuzza Aylla Pereira dos Santos**

Francisco Carlos Lins da Silva***

Elaine Kristhine Rocha Monteiro****

amuzza1@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Objetivo: Analisar as publicações com enfoque em Educação Popular em Saúde disponíveis em periódicos indexados na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), no período de 2007 a 2012. Metodologia: Revisão integrativa, descritiva com abordagem quantitativa. Utilizou-se o banco de dados LILACS, SCIELO e os descritores: educação em saúde, promoção da saúde, e enfermagem em saúde comunitária. Os critérios para a seleção dos artigos foram: estar relacionados com a educação em saúde; ter como autores profissionais da saúde; e ter sido publicado entre os anos de 2007 a 2012. Foram selecionados 09 artigos. Resultados: Evidenciamos um maior número de estudos publicados no ano de 2010 a 2012, produzidos por enfermeiros e acadêmicos multidisciplinares, na língua portuguesa. Conclusão: A enfermagem tem que persistir em busca de transformação social a partir da Educação Popular em Saúde, incentivando e criando meios favoráveis para seu acontecimento. Deve-se valorizar mais a pluralidade de saberes e incentivar a educação como processo de autoformação da sociedade, através da criação de Políticas Públicas voltadas a essa temática.

          Unitermos: Educação em saúde. Promoção da saúde. Enfermagem em saúde comunitária.

 

Recepção: 17/11/2014 - Aceitação: 03/02/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 201, Febrero de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O Brasil é um país que há muito tempo vem sofrendo com sua forma de lidar com a saúde. Isso se constata desde a colonização e persiste através de uma sociedade em que ainda existe uma certa exploração e desigualdade para com os pobres, mulheres, crianças e idosos, principalmente quando se trata de sujeitos pertencentes a uma classe menos favorecida. Porém, atualmente a Educação Popular em Saúde apresenta-se como portadora de uma inter-relação entre a participação social e o teórico/ metodológico, a fim de transformar as tradicionais práticas de Educação em Saúde, contribuindo assim para uma superação das realidades encontradas e resultando em uma melhor qualidade de vida a todos (STRECK, 2007).

    Segundo o Ministério da Saúde, em seu Caderno de Educação Popular em Saúde (2007) afirma-se a educação em saúde como prática na qual existe a participação ativa da comunidade, que proporciona formação, educação sanitária e aperfeiçoa as atitudes indispensáveis para a vida.

    É sabido também que melhorias na qualidade de vida de comunidades podem organizar-se através de ações que objetivam a manutenção da saúde, a prestação de assistência de enfermagem, vivenciando experiência de um trabalho interdisciplinar em uma equipe de saúde coletiva (OLIVEIRA et al, 2007).

    Para American Nurse Association (2007) apud Rubens (2008), a Enfermagem é a proteção, promoção e otimização da saúde e capacidades, prevenção das doenças e danos, alívio do sofrimento através do diagnóstico e tratamento da resposta humana, além de defender o cuidar dos indivíduos, famílias, comunidades e populações em geral.

    Promover a Educação Popular em Saúde é uma estratégia positiva para contribuir com a construção do Sistema Único da Saúde. Sendo assim, compreende-se a Educação Popular, como uma concepção de educação, realizada por meio de processos contínuos e permanentes de formação, que possui a intencionalidade de transformar a realidade a partir do protagonismo dos sujeitos através de diferentes formas de comunicação, principalmente o diálogo.

    Portanto, é nesse sentido que a enfermagem contribui para a Educação Popular em Saúde, através de atividades que envolvam a promoção e prevenção da saúde, a fim de reduzir o processo de adoecimento de comunidades.

    Para David (2010) apud Bonetti (2011), discutir educação popular em saúde não somente como campo de saber e fazer em saúde em constituição no Brasil, mas como política integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), requer reflexões a respeito de questões que emergem no processo de institucionalização de uma política, ao evidenciar distintos atores, concepções, táticas e estratégias que, a despeito da diversidade, convergem no sentido de enfrentar os determinantes das condições de saúde, ou seja, transformar as condições de vida.

    Segundo Stotz (2004) apud Bonetti (2011), a Educação Popular surgiu por meio de movimentos populares, intelectuais, profissionais da saúde e militantes comprometidos com transformações nas condições de vida e saúde da população. Sua base teve início com Paulo Freire em 1964 através do Programa Nacional de Alfabetização no qual pregava práticas de libertação e emancipação, além de problematizar questões de saúde, tendo como animadores: estudantes, professores universitários (participantes de projetos de extensões universitárias) e lideranças populares.

    A Educação Popular acontecia na informalidade. Nos encontros, os saberes e fazeres da cultura popular eram afirmados através das cartilhas e manuais incentivando assim uma luta e participação consciente por uma melhoria nas condições de vida e saúde, através da troca de saberes, resultando também em uma transformação nas relações de subordinação e opressão, em favor da autonomia.

    Dessa forma Bonetti (2011) compreende a educação popular em saúde como um movimento que se expressa nas práticas de cuidado, na produção de conhecimentos compartilhados e na constituição de sujeitos que se tornam atores políticos no campo da saúde, colocando assim a educação popular em saúde como estratégia indispensável aos projetos de transformação da sociedade. E de certa forma, a Enfermagem encontra-se participante, em especial, através de projetos de extensão universitária.

    Diante do exposto o objetivo do estudo foi analisar as publicações com enfoque em Educação Popular em Saúde disponíveis em periódicos indexados na Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), no período de 2007 a 2012.

Método

    Optou-se pela revisão integrativa, pela abordagem frente às definições de conceitos, revisão de teorias e evidencias e análise de problemas metodológicos. Estudo sistemático, explícito e passível de reprodução, servindo para nortear o desenvolvimento de futuras investigações científicas.

    Foi utilizada uma estratégia de busca criteriosa contemplando rigoroso critério de inclusão e exclusão da qualidade da literatura selecionada.

    O presente estudo objetiva ainda a investigação de publicações com enfoque Educação Popular em Saúde levantadas a partir da BVS. A busca do material foi realizada no período de agosto/2012 a setembro/2012, em consulta direta ao site da BVS, do acervo LILACS, Scielo, utilizando-se como descritores: Educação em Saúde. Promoção da Saúde. Enfermagem em Saúde Comunitária.

    A seleção do material ocorreu a partir dos seguintes critérios de inclusão: 1- estudos que abordassem o tema “Educação em Saúde”, “Promoção da Saúde”, e “Enfermagem em Saúde Comunitária”, 2- no período dos anos de 2007 a 2012; 3- Disponíveis nos idiomas português e /ou espanhol; e 4- disponibilidade de consulta do artigo na íntegra e/ou resumo.

    A procura resultou em 289 artigos, porém selecionou-se 09 artigos, disponibilizados em sua totalidade por atender/contemplar os objetivos do estudo. Os dados obtidos foram organizados e apresentados em quadros, utilizando-se freqüências absolutas e relativas. Selecionamos apenas as literaturas pertinentes ao estudo respeitando-se a autoria destes.

Resultados

    Observou-se que dos 09 artigos selecionados uns foram encontrados em periódicos de Enfermagem e outros em periódicos de outras áreas. Porém todos contemplando a Educação Popular em Saúde. Para análise das informações foi realizada a organização do conteúdo encontrado quanto ao periódico, ano, país, título, autoria, tipo de estudo, objetivos, resultados e conclusão entre os artigos publicados, como mostra o quadro abaixo.

Quadro. Artigos científicos selecionados para amostra relativa aos anos de 2007 a 2012

Periódico

Ano/país

Titulo

Autoria

Tipo de estudo

Objetivos

Resultados

Conclusão

Texto Contexto Enfermagem

 

2007/Brasil

1. O Modelo explicativo popular e profissional das mensagens de cartazes utilizados nas campanhas de saúde.

Vânia Lúcia Bezerra Oliveira, Fátima L. P. Landim, Patrícia M. Collares, Rafael B. Mesquita, Zélia Maria de Souza A. Santos.

 

Abordagem etnográfica

Conhecer o modelo explicativo popular e o do profissional de saúde acerca das mensagens propagadas por um cartaz em campanha do Ministério da Saúde.

Como resultados, obtiveram-se modelos explicativos popular e profissional divergentes no tocante à compreensão da mensagem,

às reações/emoções despertadas, às motivações para agir em função do autocuidado e aos elementos

dificultadores da compreensão da mensagem veiculada pelo cartaz.

Concluiu-se pela necessidade de

participação do receptor final na elaboração do conteúdo e da arte dos cartazes utilizados nas campanhas

de saúde, assumindo, assim, esse receptor dimensões do processo comunicacional, que serão determinadas

pelos fatores culturais, econômicos e sociais, dentre outros.

Educação e Pesquisa

 

2008 / Brasil

2. José Martí e a Educação Popular: um retorno às fontes.

Danilo R. Streck

Histórico

Discutir como fonte histórica a educação popular na América Latina.

Confirmou-se a Educação popular como a educação do povo.

Este estudo com certeza não faz justiça à amplitude e à densidade do pensamento de José Martí. É antes de tudo um exercício de apropriação mais sistemática de uma das fontes de nosso passado.

Cad. Cedes

 

2009 / Brasil

3. Educação Popular, saúde, equidade e justiça social.

Miguel G. Arroyo

 

Teórico, Reflexivo.

Discutir os vínculos entre educação popular e saúde, equidade e justiça social.

Confirmou-se sofrimentos coletivos do passado e do presente, tanto por quem a realiza (enfermeiros e demais profissionais da saúde engajados nessa luta) como a comunidade.

A área da

Saúde terá que pensar em formar profissionais com saberes mais focados, mais firmativos para a saúde popular (inclusive enfermeiros).

Rev. Bras. Enfermagem

 

2010 / Brasil

4. Mudanças na formação e no trabalho de enfermagem: uma perspectiva da educação popular e de saúde.

Helena Maria. S. Leal David, Sonia Acioli.

 

Teórico, Reflexivo.

Discutir a relação entre os pressupostos da educação popular e saúde e o trabalho e a formação em enfermagem.

Mudança no desenvolvimento curricular. Dos cursos de enfermagem.

Conclui-se da importância de contribuir para os debates sobre a formação e o trabalho de

Enfermagem, na perspectiva de uma prática profissional

comprometida com um projeto social mais amplo de mudança.

Cad. Saúde Pública

 

2011 / Brasil

5. Compreendendo a Educação Popular em Saúde: um estudo na literatura Brasileira.

Luciano Bezerra Gomes, Emerson Elias Merhy.

 

Qualitativo, Exploratório, Analítico

Discutir o processo histórico que a educação popular em saúde foi construída por vários movimentos sociais.

Educação popular em saúde como fruto da atuação de

diversos movimentos sociais.

Concluiu-se que a Educação Popular em

Saúde como movimento e prática social que se organiza na construção de um projeto político para a saúde na perspectiva

das classes populares; e como tema de reinvindicação,

enquanto política específica a ser integrada no SUS por parte dos coletivos que se organizam em torno da educação

popular em saúde.

Revista APS

 

2011 / Brasil

6. Educação Popular em Saúde como Política do Sistema único de Saúde.

Osvaldo Peralta Bonetti, José Ivo dos Santos Pedrosa, Theresa C. de A. Siqueira.

 

Revisão bibliográfica e Documental.

Discutir educação Popular em Saúde como política integrante do SUS.

Como resultado identificou-se avanços e desafios na institucionalização da Educação Popular como Política Pública de saúde.

Concluiu-se que a educação Popular encontra-se organicamente vinculada ao movimento de forças políticas e culturais empenhadas na melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Ciênc. Saúde Coletiva

 

2011 / Brasil

7. Educação em Saúde: Percepção dos enfermeiros da Atenção básica em Uberaba (MG).

Diana Patrícia Patino Cervera, Bibiane Dias M. Parreira, Bethania F. Goulart.

Descritivo e Qualitativo.

Conhecer a percepção de enfermeiros, vinculados à Estratégia Saúde da Família, sobre a educação em saúde, em Uberaba (MG).

Foi possível identificar que no cotidiano, os sujeitos (enfermeiros) apresentam uma perspectiva de educação em saúde ampla.

Enfermeiros com novo olhar sobre a educação em saúde, pautado em relações dialógicas e na valorização do saber popular.

Rev. Bras. De Educação Médica.

 

2012 / Brasil

8. Experiência Educativa com Grupos de Atenção à Criança em Mariana- MG

Fellype Rodrigues de Freitas Lopes, Adriana Maria de Figueiredo, Ana Luiza l. Costa, Gustavo F. do nascimento, Lucas L. A. Silva, Renato G. de Souza nascimento.

 

Descritivo, Exploratório, Qualitativo.

Melhorar a interatividade entre profissionais (1 nutricionista, 1 enfermeira, 1 médico e 2 técnicas de enfermagem) e população por meio de estratégias participativas e lúdicas envolvendo grupos de mães.

Como resultados:

Os profissionais envolvidos (1 nutricionista, 1 enfermeira, 1 médico e 2 técnicas de enfermagem) se mostraram receptivos ao uso de novas metodologias educativas no trabalho com aqueles grupos operativos.

Os participantes demonstraram interesse e interação nos encontros. As crianças se mostraram satisfeitas

em ter um passatempo enquanto aguardavam a avaliação nutricional. O processo proporcionou reflexão

crítica e construção de conhecimento entre os monitores e professores.

Concluiu-se que a aproximação entre

profissionais de saúde e população, historicamente pautada pela dicotomia entre o saber técnico e o saber

popular, é beneficiada por ações que permitem a criação de espaços de diálogo, como os que foram desen-

volvidos no grupo com o suporte da metodologia da educação popular.

Rev. Bras. Enfermagem.

 

2012 / Brasil

9. A enfermagem brasileira e a democratização da Saúde: notas sobre a Política Nacional de Educação Popular em Saúde.

Helena Maria S. leal David, Osvaldo Peralta Bonetti, Maria R. F. da Silva.

 

Teórico, reflexivo.

Discutir a participação da enfermagem na mudança das práticas educativas e nos espaços de representação política e de formulação de Políticas Públicas.

É preciso reconhecer que a enfermagem ainda não conseguiu garantir a efetiva participação dos grupos que integram as classes populares e os demais grupos historicamente excluídos.

Não há o momento certo ou adequado de se fazer Educação Popular voltada para a saúde. Precisa-se de um caminhar coletivo em processo de enfrentamento resultando em transformações das práticas de saúde.

    Constatou-se no geral que a região Sudeste (Minas Gerais e Rio de Janeiro) foi a região que mais publicou artigos sobre a temática com 66,6%, seguidos da região Nordeste (Ceará e Paraíba) com 22,2%. A região Centro-Oeste (Brasília) e a região Sul (Rio Grande do Sul) apresentaram uma publicação equivalente à 11,1% do total das amostras.

    O periódico que mais prevaleceu foi a Revista Brasileira de Enfermagem 22,2%, seguido das demais que totalizaram 11,11% dos periódicos: Revista APS, Revista Brasileira de Educação Médica, Ciência e Saúde Coletiva, Texto e Contexto, Educação e Pesquisa, Caderno Cedes.

    Foram encontrados 25 autores/co- autores, dos quais 36% são doutores, 36% são acadêmicos; 20% são mestres, 4% possui o pós- doutorado, e 4% possui especialização.

    Em se tratando da Enfermagem, 32% das autoras e coautoras são enfermeiras (62% são doutoras, 25% são mestres, e 12,5% são especialistas). Analisando os artigos foi observado que muitas enfermeiras possuíam mais de uma titulação.

Discussão

    A educação em saúde classifica-se como uma das intervenções potencialmente decisivas na promoção da saúde, pois se faz a partir da análise, problematização e proposição da própria equipe e comunidade, que se constituem como sujeitos do processo (CERVERA, 2011).

    No Brasil, apesar de escasso ainda temos profissionais da Enfermagem comprometidos com Educação em Saúde, porém muitas vezes, as experiências de educação popular em saúde são desenvolvidas apenas por iniciativa desses profissionais através de projetos de extensão universitária (por professores de instituições de ensino superior e acadêmicos), sem que houvesse uma política específica de indução por parte dos gestores municipais, chegando mesmo a ocorrer resistências por parte destes. Existem ainda os espaços livres, democráticos onde ocorrem trocas e práticas de saberes nos eventos acadêmicos da enfermagem (Tendas de Educação Popular em Saúde).

    A educação popular em saúde problematizava as questões de saúde, tendo como animadores os participantes dos projetos de extensão universitária (estudantes e professores universitários) e lideranças populares. (...) Hoje a educação popular em saúde na enfermagem ganha visibilidade em eventos acadêmicos. Apresentam-se em mesas redondas, conferências, teses, experiências, argumentos e justificativas, além de produzirem acontecimentos como as Tendas de Educação Popular em Saúde. (BONETTI, 2011. p. 398, 404)

    A tentativa de incorporar a educação popular à atenção à saúde tem enfrentado tanto o poder político como o econômico dominante, hegemônicos na lógica de funcionamento dos serviços de saúde, como a injusta distribuição de recursos por parte do Estado, que na maioria das vezes não privilegia os setores sociais. (GOMES, 2011).

    Analisando os artigos verificou-se que se as três esferas do governo juntamente aos trabalhadores no serviço de saúde valorizassem mais a Educação Popular teria-se um avanço nas ações de Educação Popular em Saúde. Outro ponto a se pensar é que a Educação Popular realiza-se por acadêmicos e Professores Universitários durante o período de graduação, ou seja, na base da informalidade. Precisa-se que a Educação Popular seja mais valorizada, espera-se que hajam mais políticas públicas voltadas a essa temática.

Considerações finais

    Durante a análise dos artigos, percebeu-se que apesar de escasso, existem pesquisas em Educação Popular realizadas por enfermeiros, porém não se pode acomodar-se com a situação. Os enfermeiros precisam produzir mais artigos científicos e valorizar mais a Educação Popular em Saúde, que na maioria das vezes é realizada por professores universitários e acadêmicos, ou seja, fica limitada ao universo acadêmico / muros da universidade.

    Deve-se valorizar mais a pluralidade de saberes e incentivar a educação como processo de autoformação da sociedade através da criação de políticas públicas voltadas para essa temática.

    Outro ponto seria uma maior participação social e participação governamental, afinal, a promoção da saúde depende da participação coletiva e de estratégias que envolvam micropolíticas locais, sem perder de vista a necessidade de se manter em rede. E é isso que a enfermagem quer e pretende: trazer melhoria na qualidade de vida através da Educação Popular em Saúde dialógica e humana, havendo assim troca de saberes e conhecimentos, além de transformação social, contribuindo assim para a prática da autonomia do ser e do diálogo.

Referências

  • ARROYO, Miguel G. Educação popular, saúde, equidade e justiça social. Cad. CEDES; pp. 401-416, set.-dez. 2009.

  • BONETTI, Osvaldo Peralta; PEDROSA, José Ivo dos Santos; SIQUEIRA, Theresa Cristina de Albuquerque. Educação popular em saúde como política do sistema único de saúde. Rev. APS; pág. 397- 407, out.-dez. 2011.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Humanização do atendimento. Formação profissional em saúde. Gestão do trabalho. Caderno Humaniza SUS – (Série B. Textos Básicos de Saúde) 242 p. vol.01, 2010 – (Série B. Textos Básicos de Saúde) Saúde Pública.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Caderno de educação popular e saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. - Brasília: Ministério da Saúde, 2007. (Série B. Textos Básicos de Saúde) Educação Popular em Saúde.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Atenção à saúde. 2. Ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

  • CERVERA, Diana Patrícia Patino; Parreira, Bibiane Dias Miranda; Goulart, Bethania Ferreira. Educação em saúde: percepção dos enfermeiros da atenção básica em Uberaba (MG)/ Health education: perception of primary health care nurses in Uberaba, Minas Gerais State. Rev. Bras. Enfermagem, Brasília, pág. 179-185. jan-fev, 2012.

  • DAVID, Helena Maria Scherlowski Leal; ACIOLI, Sonia. Mudanças na formação e no trabalho de enfermagem: uma perspectiva da educação popular e de saúde. Rev Bras Enferm; pág 127-131, jan.-fev. 2010. [acessado em 19/11/2012].

  • DAVID, Helena Maria Scherlowski Leal; BONETTI, Osvaldo Peralta; SILVA, Maria Rocineide Ferreira da. A Enfermagem brasileira e a democratização da saúde: notas sobre a Política Nacional de Educação Popular em Saúde. Rev Bras Enferm; pp. 179-185, jan.-fev. 2012.

  • FIGUEREDO, Nébia Maria Almeida; TONINI, Teresa. SUS e PSF para Enfermagem - Práticas para o cuidado em Saúde Coletiva - São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2007.

  • GOMES, Luciano Bezerra; MERHY, Emerson Elias. Compreendendo a educação popular em saúde: um estudo na literatura brasileira. Cad Saude Publica; pág 7-18, jan. 2011.

  • LOPES, Fellype Rodrigues Freitas; FIGUEIREDO, Adriana Maria de; COSTA, Ana Luiza Leite; NASCIMENTO, Gustavo Ferreira do; SILVA, Lucas Leandro Araújo; NASCIMENTO, Renato Gomes de Souza. Experiência educativa com grupos de atenção à criança em Mariana-MG. Rev. bras. educ. méd; pág 178-182, jan.-mar. 2012.

  • OLIVEIRA, V.L.B. et al. Modelo explicativo popular e profissional das mensagens de cartazes utilizados nas campanhas de saúde. Texto Contexto Enferm., vol.16, n.2, p.727-739. 2007.

  • STRECK D.R. José Marti e a educação popular: um retorno às fontes. Educ. Pesquisa. São Paulo, vol.34, n.1, p.11-25. abr. 2008.

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