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Relação do estado nutricional com riscos cardiovascular de idosos

Relación de estado nutricional con riesgo cardiovascular de personas mayores

The relation of nutritional status with cardiovascular risks of elderly

 

*Acadêmicos. Curso de Educação Física

Faculdade Assis Gurgacz

**Professora Doutora Orientadora

Curso de Educação Física. Faculdade Assis Gurgacz

(Brasil)

Leonardo Trevisol Possamai*

Ktstler da Silva de Carli*

Vanosseia Piran*

Débora Bourscheid Dorst**

leonardotrevisol@outlook.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do estudo foi abordar o estado nutricional de idosos e sua relação com doenças cardiovasculares. Para o cumprimento do objetivo utilizou-se a técnica bibliográfica com fontes em artigos científicos e livros. Para tanto o estudo foi norteado inicialmente na compreensão do estado nutricional e o envelhecimento e posteriormente buscaram-se na literatura informações possíveis de relacionar o estado nutricional o Envelhecimento e doenças Cardiovasculares. Contudo considera-se que o estado nutricional encontra-se diretamente associado a doenças cardiopatas, porém fazendo uso de uma alimentação adequada e prática regular de exercícios físicos, a probabilidade de aumento de sua vulnerabilidade de futuramente ser vitimada com tais patologias diminui consideravelmente.

          Unitermos: Longevidade. Exercício. Qualidade de vida.

 

Abstract

          The aim of the study was to address the nutritional status of the elderly and its relationship with cardiovascular disease. To achieve the objective, we used the technique of bibliographic sources in scientific articles and books. Therefore the study was guided initially in understanding the nutritional status and aging and later sought in literature information possible to relate the state nutritional Aging and Cardiovascular diseases. However it is considered that the nutritional status is directly associated with cardiac disease, but making use of proper nutrition and regular physical exercises, the probability to increase their vulnerability to future fall victim to such conditions decreases considerably.

          Keywords: Longevity. Exercise. Quality of life.

Recepção: 26/08/2014 - Aceitação: 30/11/2014

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 201, Febrero de 2015. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O envelhecer “é um processo normal que acontece a todas as pessoas; porém, associado a este processo estão às sucessivas perdas em função do declínio do ritmo biológico e essas perdas terão uma relação diretamente na forma de se alimentar deste idoso” (VALENTIN, 2012). A velhice é a última fase da vida do ser humano, ou seja, a terceira idade.

    Conforme a Organização Mundial da Saúde, uma pessoa passa a ser considerado idoso a partir dos 65 anos de idade e em países já desenvolvidos considera-se aos 60 anos. As pessoas da melhor idade por terem o seu organismo responsável pela regeneração de mecanismos limitados, estão submetidas a maior risco com uma ausência cada vez maior de suplementos funcionais, produzindo um curso de deterioração dos sistemas com o liminar dos dias (PEREIRA, 2009).

    Muitos são os conceitos sobre envelhecimento entre eles pode-se dizer que o “envelhecimento é um processo multifatorial resultante da combinação de diferentes elementos, dentre eles o estilo de vida”. Assim tal processo engloba aspectos cronológicos psíquicos, funcionais, culturais, sociais e biológicos, relacionado com a morte de células somáticas e a não substituição das mesmas, acarretando prevalência de enfermidades agudas e crônicas (VALENTIN, 2012)

    Segundo a Associação Americana de Saúde Pública, a qualidade nutricional é estabelecida como a “situação de saúde de um cidadão influenciada pela ingestão e utilização de nutrientes pela relação de referencias obtida por meio de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos”. Desta forma, o estado nutricional é observado a partir de muitos parâmetros, que podem ser utilizados e avaliados de maneira isolada ou associada. Para o idoso, a resolução do seu estado nutricional deve analisar, entre outros, uma complexa rede de elementos, onde é possível citar o retraimento social, a solidão, as doenças crônicas, as incapacidades e as mudanças fisiológicas próprias do andamento de envelhecimento (YAMATTO, 2007).

    É imprescindível explorar as mudanças corpóreas normais que acontecem no decorrer do andamento do envelhecimento, basicamente nos países em desenvolvimento, onde o público de idosos exibem um envelhecimento funcional prévio. As modificações biológicas próprias deste método incluem a constante perca da massa corporal magra e de líquidos corpóreos, a expansão do tamanho de tecido gorduroso, a redução no funcionamento de vários órgãos (como rins, fígado, pulmões) e, assim tendo uma grande diminuição de músculos esqueléticos. Todas essas características comprovam a busca de ação e descrição nutricionais que visam o avanço da qualidade de vida desse grupo etário (YAMATTO, 2007).

    Sendo assim este artigo teve como objetivo abordar o estado nutricional de idosos e sua relação com doenças cardiovasculares. Para o cumprimento do objetivo utilizou-se a técnica bibliográfica com fontes em artigos científicos e livros. Para tanto o estudo foi norteado inicialmente na compreensão do estado nutricional e o envelhecimento e posteriormente buscaram-se na literatura informações possíveis de relacionar o estado mutricional o envelhecimento e doenças cardiovasculares.

2.     Desenvolvimento

2.1.     Estado nutricional e envelhecimento

    A análise nutricional do idoso é parte complementar da Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) por ser um instrumento delicado de detecção dos elementos de risco agregados à desnutrição. De tal forma torna-se significativo o crescimento de métodos que aplicam quesitos mais simples e rápidos que possibilitam salientar alguns sintomas cautelosos do estado nutricional e apontam os intermédios que podem ser praticado pelos especialistas da área da saúde (YAMATTO, 2007).

    Portanto a má alimentação atinge a terceira idade em estados nutricionais extremos que vai da obesidade a desnutrição. A desnutrição ganha uma atenção especial por fatores de um grande acréscimo com a associação de mortalidade. As pessoas com mais de 65 anos passam por modificações que tem uma grande possibilidade de evoluir a desnutrição. Por tanto, os motivos de perda de peso provável desnutrição em indivíduos da terceira idade seriam o aparecimento de doenças altamente perigosas como o câncer, doenças digestivas, mudanças cognitivas e depressivas, impedimento para ingerir, aparecimento de dificuldade de deglutição e mudança no paladar (YAMATTO, 2007).

    Outro grande problema está no morar sozinho, isso se relaciona a uma má alimentação diária, muitas vezes ingerindo uma quantidade e qualidade inferior de nutrientes necessárias para a manutenção de um corpo sadio. Por esses motivos o preparo da alimentação passa por uma grande perca da capacidade funcional e assim, gerar grandes problemas que alteram a escolha de alimentos, como doenças dentários e/ou bucais, seqüelas no organismo por conseqüências de medicamentos e outras infecções causadas por problemas de saúde. (YAMATTO, 2007)

    A hospitalização traz jus um cuidado especial como estado de cuidado associada à desnutrição. Conforme informações nacionais, a prevalência de desnutrição neste episódio é de 53% e está coligado ao avanço da mortalidade, maior período de internamento, desfecho contrário da internação, readmissões, maior susceptibilidade às contaminações e à diminuição da funcionalidade (YAMATTO, 2007).

    A rotina alimentar do idoso é determinada, não somente por precedências ou alterações fisiológicas, mas também por pontos de relação social como solidão, isolamento social, condição socioeconômico e falta de apetite. Esses fatores levam com que os idosos percam o interesse de cuidados consigo, fazendo com que se alimente de maneira errada em termos de quantidade e qualidade (VITOLO, 2008).

    Algumas pesquisas apontam que o envelhecimento natural não é a única causa da xerostomia, e sim o uso de medicamentos e algumas doenças crônicas são fatores primordiais para o surgimento desta patologia. Já é sabido que a sensibilidade para sabores e odores diminui com a idade, alterando a ingestão alimentar. Isso ocorre devido à redução do número e das funções das papilas gustativas na língua, acarretando a perda do prazer de preparar e variar os alimentos consumidos pela pessoa idosa (VITOLO, 2008).

    Uma das causas de desnutrição dos idosos são os fatores da má alimentação. A má nutrição que ocorre no idoso pode ser causada por mudanças fisiológicas do envelhecimento, às situações socioeconômicas, às doenças e à influência mútua entre nutrientes e medicamentos. Isso acarreta em uma nutrição pobre e resulta na situação geral do idoso, e assim consequentemente em sérios comprometimentos do estado geral do idoso (MARCHINI; FERRIOLLI; MORIGUTI, 1998).

    No momento em que se tem intervenção nutricional, é que se decide o uso de nutrientes, tendo-se em vista o tratamento de doenças. Por esse motivo, recomenda-se que os idosos tenham por objetivos iniciar uma quantidade mínima de nutrientes que por si é a apropriada para a maioria das pessoas em seu espaço habitual, sem traumas ou doenças (MARCHINI; FERRIOLLI; MORIGUTI, 1998).

    O índice de massa corpórea (IMC) é uma das referências antropométricos mais usadas na assimilação de indivíduos em risco nutricional e este são avaliados pelo peso em quilos dividido pelo quadrado da altura em metros. Apresentada com intenção de avaliar a massa corporal em relação à altura. A massa corporal expressa à dimensão da massa ou o volume corporal que incide na soma da massa orgânica e inorgânica existente nas células, tecidos de sustentação, órgão, músculos, ossos, gordura, água, vísceras, etc (SAMPAIO, 2004).

    O balanceamento da distribuição da gordura corporal é identificado através da circunferência da cintura (CC) e ou razão cintura/quadril (RCQ). Estas duas variáveis permitem estabelecer cuidados para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (TINOCOA ET al., 2006). A medida da circunferência da cintura tem sido proposta como um dos melhores preditores antropométricos de gordura visceral. Uma das principais limitações desses dois indicadores de distribuição de gordura corporal é a ausência de pontos de corte exclusivos para a população idosa (SAMPAIO, 2004).

    Portanto, a avaliação do estado nutricional do idoso colabora para a ampliação de melhora na qualidade de vida equilibrada, pois com a assistência da avaliação nutricional é provável identificar precocemente indivíduos em risco nutricional, e estabelecer medidas de intervenção (MACIEL, 2002).

2.2.     Estado nutricional, envelhecimento e doenças cardiovasculares

    O avanço das Doenças Cardiovasculares nos últimos anos acarretou em uma procura pelos fatores de risco pautados ao seu acréscimo. Embora a idade e a genética apresentem ampla estimação nesta evolução, uma boa parte dos outros fatores de risco podem estar relacionados com o estilo de vida (RIQUE; SOARES; MEIRELLES, 2002).

    Diversos estudos epidemiológicos têm fornecido uma visão sobre os fatores de risco envolvidos na etiologia da doença cardiovascular. Entre os fatores de risco considerados de maior importância destacam-se a hipertensão arterial, as dislipidemias, a obesidade, o diabetes melito, e alguns hábitos relacionados ao estilo de vida, como dieta rica em calorias, gorduras saturadas, colesterol e sal, consumo de bebida alcoólica, tabagismo e sedentarismo (CERVATO, et al., 1997).

    Sendo assim podemos analisar que pessoas idosas com uma vida regada de atividades físicas diariamente têm um estado nutricional mais rico em nutrientes para que assim possa se estabelecer uma saúde mais privilegiada, com menores riscos de adquirir uma doença crônica como as doenças cardiovasculares.

    A organização Mundial da Saúde (OMS) oferece uma integração de prevenção e controle, em indiferentes idades, a partir da diminuição dos elementos de hipertensão arterial, inatividade física, uso de álcool, tabagismo, hipercolesterolêmica, dieta inadequada e obesidade (PEREIRA; BARRETO; PASSOS, 2009). A ausência destes fatores é decorrente da deterioração fisiológica inegável do corpo humano, acarretando também em um maior risco nutricional (PEREIRA; BARRETO; PASSOS, 2009). A saúde e qualidade de vida da população da terceira idade, e a pratica de exercício físico regular amplia a capacidade cardiovascular sendo um complemento da alimentação equilibrada.

    Devido a alguns processos auxiliarem no fortalecimento do organismo do ser humano, a prática regular de exercício físico estabelece um fortalecimento e aumento evidente da imunidade do idoso perante doenças cardiovasculares. Nessa fase é habitual ocorrerem distúrbios cardiovasculares, tais que afetam o sistema circulatório resultando em enfarte do miocárdio, angina no peito, arritmia cardíaca, aterosclerose, insuficiência cardíaca congestiva e outros. Estas doenças afetam também as artérias, onde a principal característica desta doença é o acúmulo de placas e gorduras nas tais ao longo dos anos, impedindo assim a transição do sangue oxigenado para todos os órgãos do corpo (ZASLAVSKY; GUS, 2002).

    Na terceira idade, o sistema cardiovascular do ser humano passa por um grande nùmero de alterações como declínio da distencibilidade da aorta e das grandes artérias, prejudicando a condução cardíaca e a diminuição na função barorreceptora.

    A mortalidade e a obesidade morbida estão relacionadas com doenças cardiopatas, onde em média causam 80% das mortes tanto em mulheres quanto em homens, as doenças cardíacas mais comuns na terceira idade são: insuficiência cardíaca congestiva, doença coronariana, cardiomiopatia hipertrófica, doença valvar, estenose aórtica, valvopatia mitral, arritmias supraventriculares e ventriculares, hipertensão arterial sistêmica (ZASLAVSKY; GUS, 2002).

    A incidência de cardiopatia, na idade de 70 anos, chega á 9% no sexo feminino e 15% no sexo masculino. Com a descrição médica, a doença coronariana aumenta para 20% tanto no homem quanto na mulher. No Brasil, em 1997 as pessoas idosas entre 65 a 95 anos, obtiveram uma primazia geral de elementos de risco de 93%, sendo dominante o sedentarismo nas mulheres e com perfil de aumento com a idade, 74% hipertensão arterial sistêmica, 53% dislipidemias, 33% obesidade, 30% diabetes mellitus, 13% tabagismo, 6% preponderância de três ou mais fatores de risco, mais repetido na mulher do que no homem (ZASLAVSKY; GUS, 2002).

    No Brasil, as doenças cardiovasculares (DCV) exibem aproximadamente 30% de óbitos. Ainda que a seriedade das DCV e do acréscimo de sua incidência com a evolução da idade, a maior parte dessas doenças poderiam ser evitadas. É legalizado que a massa de pessoa conhecidas como idosas, não é idêntica, e as diversidades interindividuais tendem a ampliar com avanço da idade. Com o envelhecimento percebe-se o aumento das maiores responsáveis pela obesidade mórbida e mortalidade no idoso em todas as localidades do universo (ZASLAVSKY; GUS, 2002).

3.     Considerações finais

    Conclui-se que a avaliação do estado nutricional do idoso coopera para a amplificação da melhoria na qualidade de vida, pois com o acompanhamento da avaliação física e nutricional é presumível constatar prematuramente a pessoa em risco cardiovascular, e estabelecer atitudes de interferência para obter equilíbrio em sua saúde.

Referências

  • CERVATO, A. M.; MAZZILLI, R. N.; MARTINS, I. S. Dieta habitual e fatores de risco para doenças cardiovasculares. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 227-235, 1997.

  • MACIEL, A. Avaliação multidisciplinar do paciente geriátrico. Rio de Janeiro: Revinter, 2002.

  • MARCHINI, J. S.; FERRIOLLI, E.; MORIGUTI, J. C. Suporte nutricional no paciente idoso: definição, diagnóstico, avaliação e intervenção. Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: Nutrição Clínica 31: 54-61, jan./mar. 1998.

  • PEREIRA, J. C.; BARRETO, S, M.; PASSOS, V. M. A. Perfil de risco cardiovascular e auto avaliação da saúde no Brasil: estudo de base populacional. Ver. Panam Salud Publica. 2009;25(6):491–8.

  • RIQUE, A. B. R.; SOARES, E. de A.; MEIRELLES, C. de M. Nutrição e exercício na prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Revista Brasileira de Medicina e Esporte. Rio de Janeiro, v. 8, n. 6, 2002.

  • SAMPAIO, L. R. Avaliação nutricional e envelhecimento. Rev. de Nutrição, v. 17, n.4, p.507-14 , 2004.

  • TINOCOA, A. L. A.; BRITOB, L. F.; SANT’ANNA, M. S. L.; ABREUD, W. C.; MELLOC, A. C.; SILVAF, M. M. S.; FRANCESCHINIG, S. C. C.; PAREIRA, C. A. S. Sobrepeso e obesidade medidos pelo índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC) e relação cintura/quadril (RCQ), de idosos de um município da Zona da Mata Mineira. Rev Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 9, n. 2, 2006.

  • VALENTIM, A. A. F. Nutrição no Envelhecer, São Paulo: Atheneu, 2012.

  • VITOLO, M. R. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Ed. Rubio, 2008, Rio de Janeiro.

  • YAMATTO, T. H. Avaliação Nutricional. In: Toniolo Neto J, Pintarelli VL, Yamatto TH. A Beira do Leito: Geriatria e Gerontologia na prática Hospitalar. Barueri: Manole; 2007. p 23.

  • ZASLAVSKY, C.; GUS, I. I. Doença Cardíaca e Comorbidades, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Arq. Bras. Cardiol. vol.79 no. 6 São Paulo Dec. 2002.

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