Análise biomecânica do gesto esportivo pernada do nado de crawl Análisis biomecánico del gesto deportivo patada de nado de crol |
|||
*Discentes do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira **Orientador. Docente do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira (Brasil) |
Alessandro Almeida Machado* Laio Zitti* Karla Cristina do Prado Pimenta* Nuriah Alves de Oliveira* Vanderson Santos* Prof. Ademir Schmidt** |
|
|
Resumo O presente artigo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre a pernada do crawl, gesto esportivo importante para um bom desempenho na natação. Esta analise visa entender a maneira para melhorar o desempenho na atividade esportiva em questão. Unitermos: Natação. Crawl. Pernada.
Recepção: 15/09/2014 - Aceitação: 28/11/2014
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 201, Febrero de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
1 / 1
1. Introdução
O presente estudo analisa biomecanicamente a pernada de Crawl. Este movimento é um importante componente do nado de Crawl. Identificam-se as articulações, músculos envolvidos no movimento e limitadores do movimento, bem como as suas fases e funções na técnica do gesto esportivo.
O objetivo do presente trabalho é analisar o gesto esportivo da pernada de Crawl do ponto de vista da Biomecânica. Esta análise visa proporcionar recursos pedagógicos que possam contribuir com o ensino da técnica e melhora da performance esportiva.
2. Referencial teórico
A pernada de crawl é parte importante do nado e desempenha funções de propulsão e estabilização. É realizada pelo nadador em posição de decúbito ventral. As articulações envolvidas são joelho, quadril e tornozelo. Os movimentos de pernas (esquerda e direita) de crawl são realizados, alternadamente, com trajetórias descendente e ascendente. A trajetória descendente da pernada inicia-se com o calcanhar de um dos pés alinhado com a superfície da água, momento em que ocorrerá uma pequena flexão da coxa sobre o tronco (quadril) e da perna sobre a coxa (joelho), fazendo com que haja um pequeno abaixamento do joelho para uma posterior extensão forte da perna. Os pés deverão estar com flexão plantar, procurando aproveitar bem a pressão realizada pelo dorso do pé e pela perna. Este movimento deverá fazer com que os pés pressionem a água até uma profundidade média de 30 cm abaixo da superfície. (Massaud e Corrêa, 2003: 85)
Os movimentos de flexão e extensão de quadril, flexão e extensão de joelho e flexão plantar do tornozelo da pernada de crawl são realizados em plano sagital e eixo frontal.
A articulação do joelho é classificada como diartrose, sinovial, monoaxial, dobradiça. Os ossos envolvidos nesta articulação são: fêmur, tíbia, fíbula e patela. Nesta articulação ocorrem os movimentos de flexão (movimento em que o calcanhar é puxado em direção a nádega) e extensão (retificação do joelho a partir da posição flexionada). Ambos os movimentos em plano sagital e eixo frontal. Os músculos agonistas do movimento de flexão do joelho são: bíceps femoral; semitendinoso; semimembranoso e os antagonistas são: quadríceps femoral, reto femoral, vasto intermediário, vasto interno e vasto externo. O ângulo de flexão do joelho é de aproximadamente 30º em relação à posição anatômica. A alavanca envolvida na flexão e extensão do joelho é de 3ª classe – interpotente. Os limitadores do movimento de flexão do joelho são determinados pela técnica correta uma vez que é possível realizar flexões acima do ângulo de 30º (até aproximadamente 140º), entretanto não indicadas para o movimento de pernada do nado de crawl, pois perderia eficiência.
A Articulação do quadril, também utilizada no movimento analisado, é classificada como diartrose, sinovial, triaxial, esferóide. Os ossos envolvidos são: fêmur e osso do quadril (ílio, ísquio e púbis). Nesta articulação ocorrem os movimentos (na pernada de crawl) de flexão e extensão. Ambos os movimentos ocorrem no plano sagital e no eixo frontal. Os músculos agonistas da flexão do quadril são: grande psoas e ilíaco e os antagonistas são: grande glúteo, semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral. O ângulo de flexão deste movimento deve girar em torno de 30º para a correta execução da pernada. A alavanca envolvida é a de 3ª classe – interpotente. O limitador do movimento é definido pela própria técnica da pernada uma vez que o movimento de flexão do quadril pode ser realizado em ângulos bem maiores do que os de 30º (aproximadamente de 140º).
A terceira articulação envolvida no movimento de pernada de crawl é a do tornozelo, classificada como diartrose, sinovial, monoaxial, dobradiça. Os ossos envolvidos são: tíbia, fíbula e tálus. O movimento realizado por esta articulação na pernada analisada é o de flexão plantar. Esta flexão acontece no plano sagital e no eixo frontal. Os músculos agonistas da flexão plantar são: gastrocnêmio e sóleo e o antagonista é o tibial anterior. Vale o seguinte comentário sobre a flexão plantar na pernada de crawl e sobre os músculos envolvidos: O pé trabalha de forma mais “solta”. Coxas e pernas são responsáveis por quase toda a força da pernada e o pé trabalha em extensão de forma solta e descontraída. É importante conseguir uma boa flexibilidade do tornozelo. Por trabalhar desta forma, a musculatura antagonista e agonista do tornozelo e muito pouco exigida. O ângulo correto deste movimento é de até 45º. A alavanca envolvida é a de 2ª classe – inter-resistente. Os limitadores deste movimento são as estruturas de ligamento (ligamento talocalcâneo posterior, calcaneofibular, colateral medial [deltóideo]) e ossos (processo posterior do tálus).
3. Metodologia
Na pesquisa bibliográfica foram consultadas várias literaturas relativas ao assunto em estudo, artigos publicados na internet e que possibilitaram que este trabalho tomasse forma para ser fundamentado. Segundo MARCONI e LAKATOS (1992), a pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. Ela pode ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica.
Conclusão
Segundo Cabral, Cristianini e Souza, "a função principal da pernada é estabilizadora, neutralizadora e aerodinamizadora do corpo".
Segundo Massaud e Corrêa, “a pernada de Crawl é constituída de movimentos ascendente e descendente, o qual se inicia com o calcanhar de um dos pés alinhado com a superfície da água, flexão da coxa sobre e tronco, e da perna sobre a coxa, e pequeno abaixamento do joelho para extensão posterior forte da perna. Ocorrerá, então, uma flexão plantar que pressionará a água até cerca de 30 cm abaixo da superfície. O conhecimento da técnica do movimento permite uma estruturação mais específica do trabalho pedagógico e poderá melhorar o desempenho esportivo.”
Pernada é importante fundamento do nado de crawl e torna-se necessário o ensino correto das técnicas de execução. Necessário também a prática nas aulas de natação de forma a auxiliar e corrigir o aluno com o objetivo de promover a realização do movimento de forma eficiente.
Referências bibliográficas
CABRAL, Fernando; CRISTIANINI, Sanderson; SOUZA, Wagner. Natação 1000 exercícios. Rio de Janeiro: Sprint, 2009
HINES, Emmet. Natação para condicionamento físico. São Paulo: Manole, 2009.
Massaud, Marcelo Garcia; Corrêa, Célia Regina. Natação na idade escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.
McLeod, Ian. Anatomia da Natação. Barueri-SP: Manole, 2010.
Netter, F.h. Atlas interativo de anatomia humana. São Paulo: Elsiver, 2004.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista
Digital · Año 19 · N° 2015 | Buenos Aires,
Febrero de 2015 |