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A influência da mídia na questão pedagógica da Educação Física

La influencia de los medios de comunicación en la cuestión pedagógica de la Educación Física

 

*Acadêmica da 8ª fase do Curso de Educação Física

Licenciatura da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC - Concluinte em 2014

**Professor Mestre na Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC

(Brasil)

Beatriz Goulart Francisco*

bia_belde@hotmail.com

Luís Afonso dos Santos**

las@unesc.net

 

 

 

 

Resumo

          A pesquisa tem como objetivo identificar a influência da mídia nas aulas de Educação Física, no município de Criciúma, nas Escolas: E.E.B. João Frassetto, e E.M.I.F. Marcilio Dias de San Thiago. Busca também verificar como os professores utilizam a mídia em aula, se trabalham com a mesma e como trabalham. Assim, identificar a influência da mídia no conteúdo de Educação Física, e como os professores lidam com essa realidade. Para compreender melhor esse assunto, foi desenvolvida uma pesquisa de campo, com aplicação de questionário para analisar a realidade dos professores nas escolas indicadas. Pudemos assim perceber que muitos professores não tiveram contato na graduação, pós-graduação ou na formação continuada com o assunto Educação Física e mídia, fazendo com que os mesmos não trabalhem esta temática nas aulas. Há utilização de instrumentos midiáticos como materiais didáticos para demonstrar gestos, identificar técnicas ou buscar informações. Nota-se a ausência de uma discussão crítica sobre a produção, difusão e interesses da mídia e sua relação com os esportes, inclusive entre os professores que afirmaram trabalhar em concepções críticas da educação física.

          Unitermos: Educação Física. Mídia. Educação.

 

Recepção: 14/12/2014 - Aceitação: 26/01/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 201, Febrero de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A seguinte pesquisa foi realizada para mostrar a influência da mídia nos jovens, uma vez que, segundo Guareschi (2005) a mídia influi poderosamente nas escolas, nas famílias e em todas as instâncias da sociedade. É perceptível a interferência dos meios de comunicação de massa na sociedade moderna. Esta realidade pode influenciar na escolha dos conteúdos nas aulas de Educação Física, uma vez que os meios midiáticos valorizam muitos esportes como futebol e vôlei ao mesmo tempo que ignoram determinadas modalidades esportivas e outros componentes da cultura corporal. Assim optamos em investigar a influência da mídia na questão pedagógica da Educação Física.

    Para um melhor direcionamento da investigação temos o seguinte problema de pesquisa: Como os professores de Educação Física da E.M.E.I.E.F. Marcilio Dias San Thiago e E.E.B. João Frassetto trabalham a mídia no contexto escolar?

    Para conseguirmos uma melhor compreensão da questão levantada tivemos como base as questões norteadoras a seguir:

  • Como os professores lidam com a influência da mídia?

  • Quais concepções pedagógicas são utilizadas para trabalhar as questões da mídia na Educação Física?

  • Que tipos de mídia são utilizadas em aula?.

    Realizando a seguinte pesquisa temos como objetivo geral:

  • Verificar como os Professores de Educação Física dessas escolas trabalham o contexto mídia em suas aulas. Assim tendo como objetivos específicos:

  • Descrever como os professores lidam com a influência da mídia,

  • Identificar as concepções pedagógicas que são utilizadas para trabalhar as questões da mídia na Educação Física,

  • Analisar que tipos de mídia são utilizados em aula,

  • Identificar a influência da mídia nas aulas de Educação Física,

    Percebe-se que a mídia pode ser um recurso para o professor, como pode ser um problema se o mesmo trabalhar negando ou ignorando a influência da mesma na realidade escolar, na compreensão sobre a cultura de movimento e sobre a visão de mundo dos alunos. Dessa forma, a presente pesquisa busca elaborar uma aproximação entre a visão de esporte difundida pela mídia e a realidade escolar a partir das atuações pedagógicas dos professores de educação física.

Metodologia

    Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico sobre a temática abordada. Posteriormente, foi realizada uma pesquisa de campo com os professores de Educação Física das escolas João Frassetto e Marcílio Dias, pois são duas escolas situadas em bairros próxima sendo uma estadual e outra da rede municipal. O instrumento para a coleta de dados foi um questionário para os cinco professores de Educação Física da escola João Frassetto, e para os três professores da escola Marcílio Dias, onde trabalham no período matutino e vespertino, totalizando 100% dos docentes de Educação Física destas escolas.

    Posteriormente, foram feitas a análise quantitativa e qualitativa dos resultados. Verificamos a freqüência de cada resposta indicando os percentuais de cada uma. Em seguida, buscamos uma compreensão das opções feitas pelos entrevistados com base no referencial teórico escolhido para o trabalho utilizando dos dados quantitativos para subsidiar a qualificação das análises.

Resultados e discussões

    Em um total de 08 professores entrevistados, 05 eram do sexo feminino e 03 do sexo masculino. Todos com pós-graduação em nível de especialização. 05 (62,5%) professores estão em início da carreira docente. Ou seja, menos de 05 anos. Segundo Souza (2009, p.36) “aproximadamente os primeiros cinco anos marcam o início na carreira, considerando que é bastante complexo precisar quando o professor deixa de ser ‘iniciante’, pois o predicativo iniciante refere-se a uma categoria transitória e situacional.”

    Quando questionados sobre quais as concepções pedagógicas da Educação Física eram trabalhadas, metade dos entrevistados afirma trabalhar com as concepções críticas da educação física (crítico-superadora e crítico-emancipatória). Os demais mostram uma desinformação sobre a questão, pois afirmam trabalhar com as concepções libertadora/histórico-cultural (não são da Educação Física), tendência lúdica (que não existe na Educação Física).

    Todo educador deve ter definido o seu projeto político-pedagógico. Essa definição orienta a sua prática no nível da sala de aula: a relação que estabelece com os seus alunos, o conteúdo que seleciona para ensinar e como o trata científica e metodologicamente, bem como os valores e a lógica que desenvolve nos alunos (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 15).

    Importante também que o docente tenha uma visão crítica da realidade, fazendo a leitura da sociedade a partir de uma sociedade de classes, definida pela questão econômica. A classe trabalhadora possui interesses diferentes da classe formada pela elite econômica. Coletivo de Autores (1992, p.24) diz: Ainda com relação a essa classe, seus interesses históricos correspondem à sua necessidade de garantir o poder para manter a posição privilegiada que ocupa na sociedade e a qualidade de vida construída e conquistada a partir desse privilégio.

    Com relação ao tema central da pesquisa, 50% (04) dos entrevistados afirmam que tiveram uma disciplina na graduação ou na pós-graduação relacionando educação física, esporte e mídia. Da mesma forma que 50% (alguns desses 50% só tiveram a disciplina na graduação) dos docentes afirmam não terem participado de nenhum curso que abordasse estas temáticas. Segundo Guareschi (2005) entre as importantes transformações ocorridas nas últimas décadas do século XX, figura em lugar de destaque a aceleração incomparável do fluxo de informação, da transmissão de formas simbólicas e de conteúdos cognitivos e emocionais. Viver com o impacto desse fluxo acelerado de informações e, principalmente, dar-lhes significado, interpretando-as, integrando-as em sua visão de mundo, é tarefa indispensável dos sujeitos modernos. Professores de educação física não podem ficar ausentes desta discussão e ignorar a influência da mídia sobre os alunos com relação aos esportes e à cultura de movimento por ela difundida.

    Apenas um dos entrevistados declarou não utilizar recursos midiáticos em aula. Os demais afirmaram utilizar tanto recursos da mídia impressa (revistas e jornais) quanto da mídia eletrônica (TV, DVD, Computador, etc.). O uso de recursos midiáticos como instrumento didático não significa que tenhamos uma abordagem crítica com relação à mídia. É possível utilizar estes instrumentos para reproduzir os valores dominantes na sociedade e reforçar as desigualdades sociais em nossa realidade. Ferrez (1998) analisa que o descompasso da escola em relação ao avanço dos meios de comunicação se deve ao atraso da primeira e as dificuldades que os profissionais apresentam em se desligarem dos métodos tradicionais e promoverem mudanças em suas práticas cotidianas. Nesse sentido, chama atenção para o fato de que:

    O professor que reluta em usar maneiras mais sintonizadas com as mudanças contemporâneas, o faz porque vive em uma instituição que se auto protege, alegando, muitas vezes motivos de ordem cultural não percebendo, portanto, as contradições que sua atitude encerra. (FERREZ, 1998, p. 10).

    Quando questionados sobre a importância da relação Educação Física, esporte e mídia nas aulas de Educação Física, 05 (62,5%) dos entrevistados disseram achar importante esta discussão em aula. Justificam esta opinião abordando a importância de formarmos alunos críticos, na preocupação de discutir as diferenças entre o esporte da mídia e o esporte da escola ao mesmo tempo em que mostram conhecimento de que a mídia apresenta uma realidade fictícia que interfere na subjetividade humana. Conforme Bracht (1992) a Educação Física Escolar colabora com a sua parte para a construção do conceito dominante do esporte, senão para atender as exigências de sistema, talvez então para atender as próprias, buscando no fenômeno esportivo a sua legitimidade pedagógica”.

    Estas opiniões aparecem nas seguintes falas dos professores:

  • Professor 1: “A mídia faz parte do dia a dia do aluno, se quero alunos críticos, preciso proporcionar isso a eles”. Segundo Fantin (2008, p.6) “[...] a mídia-educação não pode deixar de pensar a relação de crianças e jovens com as tecnologias justamente pela possibilidade de refletir sobre os riscos e possibilidades desta relação.” Indicando a possibilidade dos jovens terem uma visão distorcida da realidade, ao mesmo tempo em que invoca a responsabilidade do professor de discutir e esclarecer esta complexa relação.

  • Professor 7: “Para os alunos compreenderem qual a relação de igualdade e diferença que existe entre os atletas e esportes de alto rendimento com os mesmos nas escolas.” O esporte foi introduzido na instituição escolar onde o professor era apenas um técnico e o aluno um suposto atleta, onde apenas fazia algo mecanizado e não tinha uma aprendizagem de saberes. O objetivo prioritário era o desenvolvimento de aptidão física e performances motoras. Segundo Soares (1992), a influência do esporte no sistema escolar educacional é tão forte que não é o esporte na escola, mais sim o esporte da escola.

  • Professor 4: “Muitas vezes o que a mídia vende não é a realidade.”

  • E professor 5: “Hoje os meios de comunicação influenciam em tudo, até na hora da compra, do lazer, da atividade física.” Fantin (2008, p.6) “[...] e as pessoas não são apenas destinatários de informações, mas produtoras e autoras de conteúdo disponíveis aos outros usuários. E isso precisa ser discutido e problematizado pela educação.” Pois a realidade que é passada para o aluno, pode prejudicá-lo por não ser real, e isso afeta a vida social e familiar.

    Por outro lado, 03 (37,5%) dos entrevistados afirmam não achar importante a relação Educação Física, esporte e mídia (um apenas não teve a disciplina sobre mídia/educação, os outros dois tiveram). Um dos professores afirma que sua clientela não tem relação com esta temática. Esta opinião mostra seu distanciamento da realidade vivenciada pelos alunos já que atualmente a utilização de meios midiáticos faz parte do cotidiano. Kenski (1995, p. 131) diz que “a penetração da televisão é uma característica atual da civilização e precisa ser compreendida como realidade com a qual se tem que conviver [...]” O professor de Educação Física não deve ignorar a mídia, e sim estimular os alunos a ter reflexões críticas sobre a mesma. Cabe ao professor trazer novos conhecimentos e modalidades que a mídia não valoriza, pois os alunos estão rodeados de informações fornecidas pela mídia. É fundamental o esclarecimento sobre os interesses econômicos e ideológicos defendidos pelas mensagens midiáticas. Pois além de privar os alunos de terem conhecimento sobre as relações existentes entre as aulas de educação física, o esporte e a mídia podemos perceber que ele trata os alunos como clientes, e não como alunos, que estão querendo aprender novos saberes, segundo Fantin (2008, p.8) “Considerando que os meios de comunicação são importante fonte de informação, educação e entretenimento, eles exigem uma atenção informada e crítica que deve ser desenvolvida nas escolas, nas pesquisas e no público em geral”. Podemos ver o autor falar o contrário do professor, afinal é tão importante ser debatida e ensinada, que deveria ser no público em geral e não apenas para as crianças e adolescentes, que o mesmo quando diz que sua clientela não precisa ter relação com está temática, está numa realidade inexistente, pois como diz o autor, e necessário não só ensinar mídia nas escolas, como fora delas, alertar a sociedade a verdadeira face da mídia, e não apenas o que nos é mostrado.

    Outra resposta negativa é justificada afirmando que a professora trabalha com séries inicias, sendo assim estes assuntos são desnecessários. Este argumento nos mostra também o desconhecimento da professora com relação aos temas indicados. Conforme Fantin (2008, p.8/9):

    As atuações de centros de pesquisas vinculados aos cursos de formação de mídia-educadores de diversas universidades e a atuação de associações têm contribuído para reconfigurar a inserção da mídia-educação na escola através de projetos de experimentação que insere no currículo escolar a Educação para as Mídias na escolas primárias articulada com o último ano da escola infantil.

    Isto nos mostra a importância, de que a mídia/educação, seja ensinada mais cedo, e com o passar dos anos seja aprofundada. Atualmente, a televisão demonstra tratar as crianças como pequenos consumidores direcionando programas para esta faixa etária.

    E um terceiro professor não respondeu a pergunta. Os mesmos professores que optaram pelo não da pergunta acima, apenas um não teve esta disciplina em sua graduação ou pós-graduação, os outros dois, tiveram disciplina sobre a mesma.

    Ao serem abordados sobre a utilização de notícias esportivas para trabalhar com os alunos, 50% (04) dos docentes afirmam fazer esta prática. Entretanto, as respostas indicam uma utilização para memorização de jogos ou regras e para atualizações do mundo esportivo. A utilização das informações desta maneira pouco contribui para formar um aluno crítico diante da realidade. Os recursos midiáticos são utilizados para reforçar uma realidade já existente, onde a competição e a busca da vitória são uma prioridade constante. Muitas vezes os profissionais que trabalham com o ensino, negligenciam a forte influência que a mídia pode exercer no educando por, pois os esportes se tornaram um espetáculo. Então o docente tem que dar um tratamento a esses conteúdos, ensinando o aluno a criticamente relacionar os conteúdos com a sua realidade. Daí a impossibilidade de vir a tornar-se um professor crítico se, mecanicamente memorizador, é muito mais um repetidor cadenciado de frases e de idéias inertes do que um ser desafiador (FREIRE 1996).

    Da pergunta referida as respostas anteriores tinha opções, alguns escolheram a opção “às vezes” repete-se as mesmas falas dos professores que afirmam utilizarem notícias esportivas. Utilizam-nas para “assimilar” técnicas, movimentos e gestos. Ou para verem na prática modalidades que vêem na teoria. Da mesma forma que os anteriores utilizam as notícias esportivas para reforçarem uma realidade estabelecida.

  • Professora “quando estou trabalhando uma modalidade especifica, trago vídeo sobre os mesmo para fazer relação e também recortes de revistas para assimilar o esporte”, aqui há uma contradição da mesma quando diz trabalhar dentro da proposta crítico-superadora, porém diz que utiliza de recurso midiático apenas para assimilar, e não para trabalhar de forma crítica.

  • Dos professores que dizem sim ou às vezes quatro apenas são de corrente crítica.

    Com relação ao questionamento “Quando ocorrem jogos olímpicos ou copa do mundo, você trabalha conteúdos com estas temáticas?”, 87,5% (07) dos entrevistados afirmam que sim. E um (12,5%) respondeu que não. Apenas um dos entrevistados sugere uma abordagem crítica do esporte da mídia nas aulas, afirma “nós vivemos num mundo globalizado não tem como separar as coisas, acho muito importante usar o enfoque que a mídia faz, para mostrar os dois lados do esporte”.

    Os demais afirmam utilizar a mídia durante estes eventos esportivos para atualização, mostrar esportes, etc. “É a grande oportunidade que tenho pra que eles visualizem na prática”. Podemos verificar que inclusive os professores que tiveram contato com esta temática em sua formação inicial tendem a buscar recursos midiáticos de uma forma utilitarista apenas. Não buscando uma abordagem crítica com relação à mídia e ao esporte por ela produzido e divulgado.

    Os dados coletados indicam que 75% (06) dos entrevistados afirmam haver influência da mídia nas aulas de Educação Física. Seja na imitação de ídolos esportivos seja na reprodução dos esportes da mídia na escola.

  • Professor 7: “no futebol principalmente os alunos querem imitar seus ídolos e muitas vezes acham que o importante é sempre jogar com regras pré estabelecidas.”,

  • Professor 4: “os alunos imitam atletas que estão em alta na mídia.”;

  • Professor 1: “as principais, são o futebol, voleibol e o basquetebol, dependendo do enfoque que é o que eles querem praticar”, aqui percebemos, que eles escolhem o que querem praticar com a influência da mídia, interferindo na aula.

    Considerando-se as respostas anteriores percebe-se que boa parte dos professores percebe esta influência, mas limitam-se à aproveitá-la para reproduzir os esportes dominantes. Usam deste vínculo para aprimoramento da técnica e gestos, e para atualização e verificação de regras. Dois dos entrevistados (25%) acreditam que a mídia não influencia nas aulas.

    Sobre a interferência da mídia na escolha dos conteúdos nas aulas de Educação Física, 75% (06) das respostas afirmam haver esta relação, uma vez que a mídia bombardeia de informações sobre determinados esportes. Entre as respostas apenas uma delas indica que mesmo com este apelo midiático sobre determinados esportes e forma de praticá-los o professor busca outros conteúdos relacionados à Educação Física. Os demais parecem ceder às reivindicações dos alunos para uma prática que envolva os esportes escolhidos pela mídia. Dois dos entrevistados (25%) acreditam que a mídia não influencia na escolha dos conteúdos. Apenas um e o mesmo que respondeu que não na pergunta anterior.

    Sobre a questão “Você associa a mídia com conteúdo da Educação Física ?”, 05 (62,5%) dos docentes afirmam fazer esta relação, um deles não teve a disciplina em sua graduação, ou, pós-graduação. Da mesma forma que nas questões anteriores, esta relação parece estar limitada à reprodução dos esportes hegemônicos na mídia.

  • Professor 8: “assistindo as reportagens, e realizando debate entre os alunos”,

  • Professor 7: “com os eventos esportivos que acontecem no Brasil e no Mundo”,

  • Professor 6: “através do calendário esportivo, com o calendário escolar, fazendo um projeto”,

  • Professor 4 e Professor 5, não responderam. 03(37,5%) afirmam não fazerem esta relação. Um trabalha dentro da proposta crítico-superadora e ainda fez a seguinte fala: “penso que a mídia deixa a desejar quando só apresenta um lado do esporte. É como se naquele momento não existisse mais nenhum esporte no planeta, E também não faz as relações que o esporte tem ou não com a saúde e a vida do aluno”,

  • Professor 2 e 3 responderam que não.

Conclusão

    A presente investigação foi elaborada para percebermos a influência da mídia na pedagogia da Educação Física a partir da opinião de professores, tendo como base para a pesquisa de campo duas escolas próximas.

    O questionário realizado expôs como os Professores de Educação Física trabalham e percebem a influência da mídia em suas aulas, a utilização da mídia, a produção dos esportes midiatizados e sua relação com a realidade, e a busca em formar alunos críticos. Assim percebemos que metade dos entrevistados não teve disciplina sobre mídia/educação física/esporte, de onde podemos inferir que este desconhecimento levou-os a não trabalhar em suas aulas esta temática.

    Alguns professores dizem trabalhar com a mídia, porém percebemos a pouca informação que têm, pois apenas a utilizam como instrumento didático e não como produtora de valores, comportamentos e princípios ideológicos.

    Em alguns professores com mais tempo de carreira, foi possível perceber que alguns tinham um entendimento sobre o conteúdo mídia/educação, mesmo que não tenha tido na sua formação. E que percebem a influência da mídia mas a utilizam apenas como forma de memorização ou correção de gestos, não discutem a mesma, para trabalhar a diferença entre o esporte da mídia, e o esporte da escola.

    As mídias utilizadas são, vídeos, internet, dentre outras que possa mostrar formas, e gestos técnicos, para a memorização dos mesmos, para compreender melhor a prática ao realizá-la.

    Percebe-se que mesmo os professores de concepção crítica da Educação Física também tem grande dificuldade de trabalhar mídia/educação. E alguns professores dizem trabalhar em concepções de Educação, que não são da Educação Física, e trabalham também em concepções que não existe.

    Os professores perceberam a influência da mídia na escolha do conteúdo que os alunos querem aprender, como também na vestimenta, cabelo, que são mais percebíveis por causas de ídolos do esporte.

    Assim percebe-se que mesmo com conteúdo mídia/educação na graduação e pós-graduação a dificuldade dos mesmos trabalharem esse assunto, e algo visível, pois se submetem as vezes as vontades dos alunos, e esquecem que essa vontade que é influenciada pela mídia, pode se torna uma aula produtiva, com debates, e tornando alunos mais críticos.

    Para um auxilio aos professores que tiveram e os que não tiveram em sua formação mídia/educação, poderiam ter cursos, ou palestra, para compreender melhor a importância de trabalha com a mídia em suas aulas, e não apenas contra ela, que se souberem relacionar ela ao seu conteúdo, ou trazer a mídia como conteúdo, pode ensinar alunos críticos, a terem uma visão diferente sobre a mídia/esporte.

Referências

  • A televisão possibilitando novos olhares no fazer pedagógico. (http://monografias.brasilescola.com/pedagogia/a-televisao-possibilitando-novos-olhares-no-fazer-.htm/) Acesso em 10 de nov. 14.

  • BETTI, M. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Movimento 1991.

  • BIZ, Osvaldo e GUARESCHI, Pedrinho. Mídia e Democracia. 39ª ed. Porto Alegre: P.G/O.B, 2005

  • BRACHT, V. Educação Física e Aprendizagem Social. Porto Alegre: Magister, 1992.

  • FERREZ, Joan. Pedagogia dos Meios Audiovisuais e Pedagogia com os Meios Audiovisuais. (in) SANCHO, Juana M. Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre. Artmed. 1998.

  • FREIRE, J.B. Dimensões do corpo e da alma, In: DANTAS, E.H.M. (Org.). Pensando o Corpo Movimento. Rio de Janeiro: Shape, 1994, p. 31-45.

  • FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa. São Paulo; Paz e Terra, 1996.

  • GONÇALVES, M.A.S. Sentir, Pensar, Agir: corporeidade e educação. Campinas: Papirus, 1994.

  • KENSKI, U.M. O impacto da mídia e das novas tecnologias de comunicação na educação física. Revista Motriz, Rio Claro, n2, v1, p.129-133, 1995.

  • SILVEIRA, J. A Educação Física Escolar nas Escolas Públicas e os Seus Conteúdos: uma análise sobe a postura dos educadores acerca de seu campo de trabalho. Disponível em: http://www.confef.org.br/arquivos/artigos.docHYPERLINK "http://www.confef.org.br/arquivos/artigos.doc.26". Acesso em 26 de fev. 06.

  • SOARES, C.L. et al. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.

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