Benefícios da fisioterapia no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária de esforço Beneficios de la terapia física para fortalecer los músculos del suelo pélvico en mujeres con incontinencia urinaria de esfuerzo Benefits of physical therapy in strengthening of pelvic floor muscles in women with urinary incontinence |
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*Acadêmica do Curso de Fisioterapia do Instituto Superior de Teologia Aplicada **Mestre em Saúde Pública, docente do Curso de Fisioterapia do Instituto Superior de Teologia Aplicada (Brasil) |
Vanessa Caliman* Jorgiana de Oliveira Mangueira** |
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Resumo Esta revisão teve como objetivo analisar os benefícios da fisioterapia no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária de esforço. As buscas foram realizadas nos portais do LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO. Para a seleção dos artigos foram levados em consideração os seguintes critérios de inclusão: artigos em Português, publicados no período de 2006 a 2013, artigos relacionados ao objetivo deste estudo, disponíveis em texto completo, artigos originais, provenientes de pesquisa de campo com mulheres. Foram excluídos artigos de revisão, resumos, estudos em língua estrangeira e que não atenderam aos objetivos da pesquisa. Os estudos analisados mostraram que a fisioterapia e seus recursos têm um papel importantíssimo no que diz respeito ao fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico e seus benefícios no tratamento da (IUE), dando assim uma melhor qualidade de vida para essas mulheres, além de lhes proporcionar uma vida sexual mais satisfatória. Apesar dos estudos estarem se ampliando nessa área, pode-se observar que ainda tem que ser bastante divulgado, pois muitas mulheres chegam a apresentar tais patologias em decorrência do pouco conhecimento sobre seu corpo e da importância que tem o fortalecimento dos (MAP), para a melhor qualidade de vida delas próprias. Unitermos: Reabilitação. Assoalho pélvico. Mulheres. Incontinência urinária de esforço. Prolapso. Dor crônica pélvica.
Recepção: 04/06/2014 - Aceitação: 15/09/2014
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 200, Enero de 2015. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
De acordo com Assis et al. (2013) os músculos do assoalho pélvico (MAP) tem como principal função a sustentação dos órgãos pélvicos e também de manter as funções fisiológicas de armazenamento e eliminação dos produtos de excreção da bexiga e do reto. O levantador do ânus é o músculo mais importante do assoalho pélvico, sendo inervado pelo nervo pudendo e composto por fibras estriadas dos tipos I e II1. O risco de ocorrer um mau funcionamento da musculatura do assoalho pélvico como incontinência urinária, incontinência fecal e prolapsos genitais são bem maiores quando os MAP perdem sua integridade.
Para Rett et al. (2007) o tratamento da IUE pode ser tanto cirúrgico como conservador, no Brasil muitas mulheres ainda optam pelo tratamento cirúrgico. No entanto, como o tratamento cirúrgico tem procedimentos muito invasivos que podem ocasionar complicações, além de ter um custo elevado, muitas mulheres tem contraindicação a esse tipo de tratamento sendo mais viáveis optar pelo tratamento conservador. Tendo em vista o tipo de (IU) a fisioterapia vem tendo um papel fundamental para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico dando assim uma melhor qualidade de vida a essas pacientes.
De acordo com Rodrigues et al. (2001) a conservação das estruturas pélvicas em sua posição anatômica normal depende de como o diafragma pélvico está funcionando. Este é composto por um músculo, representado pelo músculo levantador do ânus, e outro conjuntivo, representado pela fáscia endopélvica. Na mulher o componente muscular participa ativamente da oclusão do hiato urogenital, o que lhe oferece uma importante função no mecanismo de estabilidade das estruturas pélvica.
Segundo Resende et al. (2010) acredita-se que se houver o fortalecimento do assoalho pélvico diminui em muito as chances de desenvolvimento do prolapso genital que depois de adquirido, pode levar a sintomas como sensação de peso na vagina, dor abdominal, inguinal e lombar. Esses sintomas tendem a se manifestar em maior intensidade dependendo do grau do prolapso, que se classifica em estádios de 0 a 4. O principal tratamento nos dias atuais é a cirurgia nos casos mais graves, contudo, a fisioterapia vem tendo um importante papel na reabilitação, pós-cirúrgica, como também no fortalecimento das musculaturas afetadas evitando assim o processo cirúrgico.
De acordo com Knorst et al. (2012) a fisioterapia e seus recursos como a eletroestimulação endovaginal, tem um papel muito importante na recuperação da musculatura do assoalho pélvico. Os exercícios são indicados antes de qualquer processo cirúrgico por ser menos invasiva e proporcionar um resultado satisfatório para a paciente lhe oferecendo assim uma melhor qualidade de vida e tornando as pacientes conscientes da ação realizada pela musculatura perineal, sendo recomendada principalmente para mulheres com função muscular menor ou igual a três na escala de Oxford ou de Ortiz (0-5), até que a contração ativa seja realizada.
Segundo Moreno (2009) a fisioterapia na ginecologia é uma subespecialidade da fisioterapia que trata e previne clinicamente, por meio de recursos e técnicas fisioterapêuticas, as disfunções da musculatura do assoalho pélvico. Sendo que com o avanço da aplicação das técnicas fisioterapêuticas permitiu acreditar que a recuperação do assoalho pélvico é uma realidade capaz de reestabelecer várias funções da musculatura pélvica dando assim uma melhor qualidade de vida as mulheres que procuram atendimento.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a fim de deduzir generalizações sobre questões substantivas, a partir de estudos diretamente relacionados sobre benefícios da fisioterapia no fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária de esforço. Tais revisões incluem exame das pesquisas para discutir hipóteses, sugestões para novas questões teóricas e identificação de uma pesquisa necessária.
Segundo Mendes, Silveira, Galvão (2008) a revisão integrativa é um método de exame específico que resume literaturas empíricas ou teóricas para fornecer uma compreensão mais abrangente de um fenômeno particular. Assim, tem o potencial de apresentar o estado da ciência, contribuir para o desenvolvimento da teoria, e tem aplicabilidade direta à prática e à política.
O Presente estudo visa elencar estudos que descrevam o tratamento da fisioterapia no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, as principais técnicas utilizadas, assim como os aparelhos que ajudam nesse fortalecimento a melhora na qualidade de vida dessas pacientes e também como essas mulheres poderiam trabalhar a musculatura em suas próprias casas. As buscas foram realizadas nos portais do LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SciELO, utilizando-se os apenas descritores, na língua portuguesa: “reabilitação”, “assoalho pélvico”, “fortalecimento”, “mulheres”, “incontinência urinária de esforço”, “prolapso” e “dor crônica pélvica”.
Para a seleção dos artigos foram levados em consideração os seguintes critérios de inclusão: artigos em Português, publicados no período de 2006 a 2013, artigos que estejam relacionados ao objetivo deste estudo, disponíveis em texto completo, artigos originais, provenientes de pesquisa de campo com mulheres. Serão excluídos artigos de revisão, resumos, estudos em língua estrangeira e que não atenderam aos objetivos da pesquisa. A análise dos artigos selecionados será realizada de maneira qualitativa.
Resultados e discussão
A partir do estudo dos textos selecionados, sete são apresentados no Quadro1, sendo todos resultados da pesquisa e provenientes de artigos originais.
Em relação ao ano de publicação, um foi publicado em 2006, um em 2007, um em 2011, três em 2012 e um em 2013, demonstrando que houve um espaço entre as publicações dos anos estudados. Quanto aos tipos de estudos, foram classificados em: Estudo piloto prospectivo randomizado; Ensaio clínico não controlado; Ensaio clínico aberto; Estudo quantitativo; Estudo de intervenção; Estudo quantitativo comparativo. Todas as pesquisas adotaram a abordagem quantitativa conforme o critério de inclusão.
Quadro 01. Artigos selecionados segundo autores, ano de publicação, título, tipo de estudo e objetivo.
Autor |
Ano |
Título |
Tipo de estudo |
Objetivo do artigo |
Fátima Faní Fitz, Ana Paula Magalhães Resende, Liliana Stüpp, Thaís Fonseca Costa, Marair Gracio Ferreira Sartori, Manoel João Batista Castello Girão, Rodrigo Aquino Castro. |
2012 |
Efeitos da adição do biofeedback ao treinamento dos músculos do assoalho pélvico para tratamento da incontinência urinária de esforço. |
Estudo piloto prospectivo, randomizado |
Verificar o efeito da adição do biofeedback (BF) ao treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) para o tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE). |
Mariana Tirolli Rett, José Antonio Simões, Viviane Herrmann, Maria Salete Costa Gurgel, Sirlei Siani Morais. |
2007 |
Qualidade de vida em mulheres após tratamento da incontinência urinária de esforço com fisioterapia. |
Ensaio clínico não controlado |
Comparar a qualidade de vida (QV) antes e após tratamento fisioterápico de mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). |
Thaís Rocha Assis, Ana Claudia Antonio Maranhão Sá, Waldemar Naves do Amaral, Elicéia Marcia Batista, Cibelle Kayenne Martins Roberto Formiga, Délio Marques Conde |
2013 |
Efeitos de um programa de exercícios para o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico de multíparas |
Ensaio clínico aberto |
Investigar o efeito de um programa individualizado e supervisionado de exercícios para os músculos do assoalho pélvico (MAP) no pós-parto de multíparas e verificar a correlação entre dois métodos de medida de força dos MAP. |
Matheus LM, Mazzari CF, Mesquita RA e Oliveira J. |
2006 |
Influência dos exercícios pirenéias e dos cones vaginais, Associados à correção postural, no tratamento da Incontinência urinária feminina |
Estudo quantitativo |
Verificar a influência dos exercícios pirenéias e dos cones vaginais, em associação aos exercícios posturais corretivos para a normalização estática da pelve, no tratamento da incontinência urinária feminina. |
Fátima Faní Fitz, Thaís Fonseca Costa, Deborah Mari Yamamoto, Ana Paula Magalhães Resende, Liliana Stüpp, Marair Gracio Ferreira Sartori, Manoel João Batista Castello Girão, Rodrigo Aquino Castro |
2012 |
Impacto do treinamento dos músculos do assoalho pélvico na qualidade de vida em mulheres com incontinência urinária |
Estudo quantitativo |
Avaliar o impacto do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) na qualidade de Vida (QV) em mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). |
Jaqueline Ramos de Oliveira, Rosamaria Rodrigues Garcia |
2011 |
Cinesioterapia no tratamento da Incontinência Urinária em mulheres idosas |
Estudo de intervenção. |
Verificar o efeito da cinesioterapia sobre a perda de urina diária, alívio dos sinais e sintomas, e verificar o impacto da cinesioterapia na qualidade de vida das idosas com incontinência urinária |
Mara R. Knort, Karilena Cavazzoto, Magali Henrique, Thais L. Resende. |
2012 |
Intervenções fisioterapêuticas em mulheres com incontinência urinária associada ao prolapso de órgão pélvico. |
Estudo quantitativo comparativo. |
Avaliar o efeito da presença de prolapso pélvico no resultado de tratamento fisioterapêutico de mulheres com IU. |
Ao analisar os artigos estudados entre esse período de 2006 á 2013 ficou evidente que o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico é de real importância para o tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE), dando assim uma melhor qualidade de vida para essas pacientes, mas devemos ressaltar o pouco conhecimento dessa área da fisioterapia entre a maioria das mulheres em nosso País.
Benefícios da fisioterapia no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico entre as mulheres com (IUE)
O estudo de Fitz (2012a), que foi realizado no Ambulatório de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM e tem como objetivo, verificar o efeito da adição do biofeedback (BF) ao treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) para o tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE). Nesse estudo foram avaliadas 40 mulheres, dessas 37 atenderam aos critérios e foram randomizadas em Grupo Controle, três desistiram do tratamento sendo que duas optaram pelo tratamento cirúrgico. Na amostra foram analisadas 32 pacientes, sendo 16 no Grupo BF e 16 no Grupo Controle, onde se utilizou recursos como o Biofeedback e o treinamento da musculatura do assoalho pélvico sendo realizados em 12 sessões, com tempo de duração de 30 á 40 minutos cada sessão. Os principais efeitos observados foram: melhora da função dos MAP; redução dos sintomas urinários e melhora da qualidade de vida.
Concordando com o estudo acima, Glisoi & Girelli (2011) concluem que o treinamento da (MAP) associado ao Biofeedback não é eficaz somente no tratamento da (IU) como também na qualidade de vida das pacientes lhes proporcionando uma maior autoestima.
O estudo de Rett et al. (2007) realizado no Serviço de Fisioterapia do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) que teve como objetivo comparar a qualidade de vida (QV) antes e após tratamento fisioterápico de mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). A população estudada foi de 26 mulheres com queixa clínica predominantemente de IUE, sendo a mesma da amostra. Foram realizadas 12 sessões com cada paciente no período de outubro de 2003 a junho de 2004, tendo como principais recursos a cinesioterapia do assoalho pélvico e o biofeedback. Os efeitos encontrados com esses recursos foi a diminuição dos sintomas urinários, particularmente da freqüência urinária, noctúria, urgência miccional e perdas urinárias aos esforços.
Em acordo com o estudo acima Korelo et al.(2011) afirma que o fortalecimento da (MAP) é de suma importância para o melhor funcionamento das estruturas e órgãos pélvicos, principalmente associados aos exercícios abdominais e ao biofeedback.
O estudo de Assis et al. (2013) realizado na Maternidade Pública Edgar Carneiro de Souza e em duas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Jataí, Goiás, que teve como objetivo investigar o efeito de um programa individualizado e supervisionado de exercícios para os músculos do assoalho pélvico (MAP) no pós-parto de multíparas e verificar a correlação entre dois métodos de medida de força dos MAP. A população estudada foi de 40 puérperas convidadas a participar do estudo. Dessas, 16 foram excluídas por não comparecerem ao retorno à unidade básica de saúde e no decorrer do estudo, uma participante retirou o consentimento, sendo assim a amostra se realizou com 23 participantes distribuídas em dois grupos: Grupo Intervenção (GI), Grupo Controle (GC), que foram submetidos a orientações e a sessões de Alongamentos, Biofeedback verbal, Exercícios de fortalecimento dos (MAP) e Exercícios resistidos num período de oito semanas entre janeiro e julho de 2011, tendo como beneficio um aumento significativo da força dos MAP, e melhor qualidade de vida.
Concordando com o estudo acima Silva Filho (2013) evidência que o treinamento da (MAP) associado ao biofeedback e a outros recursos conservador, ainda é o melhor tratamento para mulheres que precisam fortalecer a (MAP), pois é evidente o amento de força das estruturas pélvicas dando assim uma melhor qualidade de vida para essas pacientes.
No estudo de Matheus et al (2006), realizado no Departamento de Ciências Exatas e Naturais, Centro Universitário de Araraquara em São Paulo teve como objetivo, verificar a influência dos exercícios pirenéias e dos cones vaginais, em associação aos exercícios posturais corretivos para a normalização estática da pelve, no tratamento da incontinência urinária feminina. Tendo como população estudada 12 mulheres com idade média de 52,3 ± 9,7 e índice de massa corpórea (IMC) de 23,7 ± 4,7; sendo a mesma da amostra. Esse estudo teve como principais recursos os exercícios de fortalecimento voluntário dos (MAP) e os cones vaginais, o protocolo de tratamento constou de 10 sessões fisioterapêuticas, realizadas duas vezes na semana, que teve como efeito positivo uma diminuição estatisticamente significativa da perda urinária, ganho de contração muscular do assoalho pélvico e diminuição significativa da sensação de umidade.
Em acordo com o estudo acima Silva & Oliva (2011), afirmam que os exercícios de Kergel para o fortalecimento da (MAP) associados aos cones vaginais tiveram uma diminuição significativa na perda de urina e nos sintomas da (IU), dando uma melhor qualidade de vida a paciente em estudo.
O estudo de Fitz (2012b), realizado no Departamento de Ginecologia, Seção de Uroginecologia e Cirurgia Vaginal, Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo, teve como objetivo avaliar o impacto do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) na qualidade de vida (QV) em mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). Teve como população estudada incluídas 40 mulheres no estudo, dessas, duas pacientes não tinham disponibilidade de ir ao ambulatório, sendo a amostra realizada por 36 mulheres, sendo que o tratamento se deu num período de abril de 2009 a maio de 2010 três vezes na semana num período de três meses cada paciente. Utilizou-se de recursos como Exercícios de fortalecimentos da (MAP) e Cinesioterapia, que teve como principais benefícios a diminuição significativa das médias dos escores dos domínios e melhora na qualidade de vida dessas mulheres.
Concordando com o estudo acima Sousa et al. (2011) afirmam que a cinesioterapia ajudou no fortalecimento da (MAP) além de melhorar a qualidade de vida das mulheres pós-menopáusicas com queixa clínica de incontinência urinária de esforço ou mista.
No estudo de Oliveira & Garcia (2011), realizado Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia “José Ermírio de Moraes” SP, que teve como objetivo verificar o efeito da cinesioterapia sobre a perda de urina diária, alívio dos sinais e sintomas, e verificar o impacto da cinesioterapia na qualidade de vida das idosas com incontinência urinária. A população estudada foi de 25 idosas sendo que 14 idosas foram excluídas por não preencherem os quesitos da pesquisa, tendo como população de amostra 11 idosas entre 65 e 83 anos. Os recursos utilizados foram a cinesioterapia, cones vaginais, eletroestimulação e biofeedback, sendo realizado o atendimento em grupo, com sessões semanais composto de exercícios para a musculatura do assoalho pélvico, por um período de três meses. Tendo como resultado uma redução na média de freqüência de micções noturnas e de esforço e melhora na qualidade de vida dessas idosas.
Em acordo com o estudo acima Knort et al (2013) conclui em estudo que a cinesioterapia associada à eletroestimulação é eficaz não só para a melhora ou cessação da perda urinária, como também para a melhora da QV.
O estudo realizado por Knorst et al. (2012) no setor de Fisioterapia do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (HSL-PUCRS), Porto Alegre, RS, teve como objetivo comparar a qualidade de vida (QV) antes e após tratamento fisioterápico de mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). A população estudada foi de 48 mulheres entre 35 e 78 anos sendo a mesma da amostra, onde foi utilizados recursos como a cinesioterapia e a eletroterapia, sendo que o tempo de tratamento variava de acordo com a paciente, num máximo de 15 sessões por paciente. Os principais benefícios desse estudo foi uma melhora significativa das pacientes, tanto de prolapso quanto de (IU).
Concordando com o estudo acima Resende et al. (2010) conclui que a cinesioterapia e os exercícios pirenéias melhoram os sintomas relacionados ao prolapso de órgãos pélvicos femininos, bem como a força muscular do assoalho pélvico e, conseqüentemente, a qualidade de vida.
Em todos os estudos ficou claro que a fisioterapia tem um papel fundamental no que se diz respeito ao fortalecimento dos (MAP) e junto com seus recursos como a cinesioterapia, o biofeedback, a eletroestimulação e os cones vaginais, vem tendo uma melhora significativa nos sintomas da (IUE), na qualidade de vida, como também na vida sexual.
Conclusão
Atualmente, a fisioterapia tem disponibilizado recursos para o tratamento da incontinência urinária de esforço, com a finalidade de fortalecer a (MAP), comprovando a sua eficácia dando assim garantia de tratamento. Tendo em vista que os recursos mais utilizados são a cinesioterapia, o biofeedback, os cones vaginais e a eletroestimulação intravaginal. Visto que a (IUE) é uma doença que pode se manifestar sozinha ou associada a outros fatores como, por exemplo, a idade, a falta de fortalecimento da (MAP) é um dos principais fatores de risco para essa patologia, mas devemos ressaltar que as mulheres que apresentam mais facilidade para desenvolver o prolapso dos órgãos pélvicos merecem atenção especial, pois é um fator de risco para a (IUE). Com o fortalecimento das (MAP) através da fisioterapia pode-se evitar e até regredir os sintomas da (IUE), além de melhorar significativamente a qualidade de vida, a sexualidade, os hábitos urinários e intestinais.
Apesar dos estudos estarem se ampliando nessa área, pode-se observar que ainda tem que ser bastante divulgado, pois muitas mulheres chegam á apresentar tais patologias em decorrência do pouco conhecimento sobre seu corpo e da importância que tem o fortalecimento dos (MAP), para a melhor qualidade de vida delas próprias.
Referências
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FITZ, Fátima Faní et al. Efeito da adição do biofeedback ao treinamento dos músculos do assoalho pélvico para tratamento da incontinência urinária de esforço. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., Rio de Janeiro, v. 34, n. 11, nov. 2012.
GLISOI, Soraia Fernandes das Neves; GIRELLI, Paola. Importância da fisioterapia na conscientização e aprendizagem da contração da musculatura do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária. Rev. Bras. Clin Med. São Paulo, 2011, nov-dez; 9(6): 408-13.
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KNORST, Mara R. et al. Intervenção fisioterapêutica em mulheres com incontinência urinária associada ao prolapso de órgão pélvico. Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 16, n. 2, Apr. 2012.
KNORST, Mara Regina et al. Avaliação da qualidade de vida antes e depois de tratamento fisioterapêutico para incontinência urinária. Fisioter. Pesqui., São Paulo, v. 20, n. 3, set. 2013.
MATHEUS, LM et al. Influência dos exercícios pirenéias e dos cones vaginais, associados à correção postural, no tratamento da incontinência urinária feminina. Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 10, n. 4, dez. 2006.
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SILVA, Andréa Marcella Nascimento; OLIVA, Leandra Monteiro de Paiva. Exercícios de Kergel associados ao uso de cones vaginais no tratamento da incontinência urinária: estudo de caso. Scientia Medica, Porto Alegre; vol. 21, número 4, p.173-176.
SOUSA, Juliana Gonçalves de et al. Avaliação da força muscular do assoalho pélvico em idosas com incontinência urinária. Fisioter. mov. (Impr.), Curitiba, v. 24, n. 1, mar. 2011.
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