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A influência das atividades na função cognitiva em idosas

La influencia de las actividades en la función cognitiva en personas mayores

 

*Acadêmicas de Fisioterapia

**Fisioterapeuta

(Brasil)

Veronica Jocasta Casarotto*

Caliandra Letiere Coelho Dias*

Clarice Zuquetto Viana*

Marília Gomes*

Aline Martinelli Piccinini**

veronica_casarotto@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Os seres humanos envelhecem e conseqüentemente seu corpo desgasta, assim como a memória dos idosos fica mais lenta, em questões de recordação. Como causa de amnésia pode-se destacar o stress, a depressão e o Alzheimer. Objetivo: avaliar e comparar a função cognitiva de idosas integrantes de atividades em grupo de duas comunidades do Município de Santa Maria/RS. Metodologia: Foi realizado um estudo, onde participaram dezesseis voluntárias todas do sexo feminino, com média de idade de 60 anos. Estas foram divididas em dois grupos, B e U e como instrumento de pesquisa foi utilizado o MEEM. Resultados: As participantes foram numeradas de 1 a 8 nos dois grupos e logo depois de aplicado o MEEM. Onde o grupo B atingiu maior pontuação. Conclusão: Percebe-se que os mecanismos da memória são melhores compreendidos conforme o número de pesquisas sobre o assunto aumenta.

          Unitermos: Memória. Mini Exame do Estado Mental. Atividades grupal.

 

Recepção: 14/09/2014 - Aceitação: 10/12/2014

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 200, Enero de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Ao passar do tempo os seres humanos vão envelhecendo e, conseqüentemente seu corpo físico vai desgastando, assim como também a saúde mental passa por estas transformações.

    Goldstein (1995) observa que a maioria da população idosa queixa-se de problemas em armazenar simples informações como esquecer nomes de pessoas conhecidas ou de resgatá-las, o que acaba por danificar seu desempenho e colocam em risco sua saúde e segurança afetando negativamente seu cotidiano. Essas alterações decorrentes da velhice causam prejuízos significativos aos idosos, levando muito ao auto abandono, perda da auto-estima, isolamento do convívio com a sociedade e até mesmo do ambiente familiar. Entretanto, alguns idosos conseguem fazer uso de diferentes estratégias para lidar com esses eventos decorrentes da vida.

    A memória em idosos fica mais lenta, mais incerta e mais vulnerável, em questões de recordação. O desempenho dos idosos é em geral significativamente pior, quando eles se queixam do funcionamento da memória, normalmente referem-se a dificuldades que têm a ver com a recordação de nomes, palavras e assuntos no âmbito de um encontro ou de uma conversa, moradas e telefones de amigos, datas de aniversários, local onde deixaram previamente um objeto que se revela difícil de encontrar, de comprar um de entre vários artigos que tinham intenção de adquirir, do local onde inicialmente conheceram uma pessoa cujo rosto lhes parece familiar quando a encontram inesperadamente na rua, do enredo de uma história, teatro ou filme (PINTO, 1999).

    Dentre as patologias da memória, Soares (2006) relata várias causas de amnésia (falta de memória) a qual podemos destacar o stress, a depressão, demências mais graves como mal de Alzheimer, mal de Parkinson, dependência crônica e grave de álcool, cocaína e de outras drogas, lesões vasculares, traumatismo craniano e a exposição a metais pesados por longo tempo.

    Neste sentido, Who (2002) acredita ser de suma importância, a promoção do envelhecimento ativo, caracterizado pela experiência positiva de longevidade com preservação de capacidades e do potencial de desenvolvimento do indivíduo, que a garantia de condições de vida e de políticas sociais. A promoção da saúde para idosos supõe uma abordagem crítica da prevenção e da educação em saúde. Logo, as atividades grupais em comunidades para este público específico tende a promover prevenir e reabilitar a falta de memória.

    O estudo teve o objetivo de avaliar e comparar a função cognitiva de idosas integrantes de atividades em grupo de duas comunidades do Município de Santa Maria/RS.

Metodologia

    O estudo se caracteriza como uma pesquisa descritiva, sem grupo controle, que foi realizada pelos estudantes, na disciplina de Fisioterapia e a Promoção da Saúde II, do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano da Cidade de Santa Maria/RS.

    Os sujeitos do estudo fizeram parte de dois grupos com oito idosas em cada grupo: Grupo B e Grupo U totalizando dezesseis idosas. Ambos são exclusivamente do gênero feminino, aposentadas a partir de 60 anos de idade. Os locais onde estas idosas se encontravam uma vez por semana para a realização das atividades ficam no entorno das Unidades Básicas de Saúde, localizadas no bairro da Urlândia ou da Binato.

    Foi utilizado como critérios de inclusão os integrantes participantes do grupo de atividades física adstritas nas UBS citadas anteriormente, além de ser alfabetizada; do gênero feminino.

    Em cada grupo foi explicado o estudo, posteriormente foi realizada a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), cientes do mesmo e concordando os integrantes assinaram antes de iniciar a pesquisa, após foi aplicado Mini-exame do Estado Mental (MEEM). Os dados foram comparados entre os dois grupos e depois confrontados com os estudos já existentes encontrados na literatura Brasileira e Internacional.

    Como instrumento da pesquisa para coleta de dados foi utilizada a Avaliação Cognitiva (MEEM) de Folstein (1975), sendo o instrumento validado para a população brasileira, e o mais utilizado mundialmente. Este fornece informações sobre diferentes parâmetros cognitivos, contendo questões agrupadas em sete categorias, cada uma delas planejada com o objetivo de avaliar "funções" cognitivas especificas como a orientação temporal, espacial, registro de três palavras, atenção e calculo, recordação das três palavras, linguagem e capacidade construtiva visual. O escore do MEEM pode variar de um mínimo de 0 pontos, o qual indica o maior grau de comprometimento cognitivo dos indivíduos, até um total máximo de 30 pontos, o qual, por sua vez, corresponde à melhor capacidade cognitiva.

Resultados

    Os sujeitos do estudo tinham uma média de idade de 67 anos, com nível de escolaridade o Ensino Fundamental Completo. Sendo estas mulheres ativas e participativas de várias atividades grupais, além das atividades da fisioterapia que são realizadas uma vez na semana com temas específicos escolhidos em grupo e após apresentado e discutidos, e atividades física.

    As participantes foram numeradas de 1 a 8, na qual a pontuação atingida pelas participantes durante a avaliação da memória através do MEEM, no bairro Binato (B) ficou em uma média de 25, nas quais 3 delas atingiram esta pontuação, 3 com uma média de 28 pontos e uma ficou com pontuação de 16.

    A menor pontuação no MEEM foi da participante Nº 3 com 16 pontos, duas participantes a Nº 1 e 2 tiveram a mesma pontuação 25 pontos, já a maior foi à participante Nº 8 com a pontuação máxima que são 30 pontos.

    Já no bairro Urlândia (U) a pontuação das participantes ficou em uma média de 24 a 25 pontos. Sendo esse o bairro onde a pontuação foi mais dessemelhante, variando de 19 a 30 pontos.

    A menor pontuação no MEEM foi da participante Nº 3 com 19 pontos, já a maior foi da participante Nº 5 com a pontuação máxima que de 30 pontos.

Discussão

    A maioria da amostra estudada encontra-se aposentada, moram nestas comunidades carentes, e participam do Grupo B e U há bastante tempo. O estado civil e doenças não foram formalmente controlados, contudo percebeu-se que as sujeitas controlam suas doenças com uso de medicamentos.

    Verificou-se nos resultados que o Grupo B possui a menor pontuação que é 16 pontos em relação ao outro grupo, somente o Grupo B possui duas participantes com a mesma pontuação, já com a melhor pontuação os dois Grupos B e U conseguiram atingir que são 30 pontos, mas mesmo a menor pontuação sendo do grupo B, o mesmo consegue ter sua média melhor em relação ao Grupo U.

    Segundo Chaves e Izquierdo (1992), estudos feitos no Rio Grande do Sul avaliaram a capacidade de detectar demência de testes cognitivos em diferentes combinações, o ponto de corte utilizado foi de 24, sendo parecido com o Grupo U, mas neste estudo não falava de quantos participantes realizaram o mesmo. Já estudos no Rio de Janeiro, para Lourenço e Veras, (2006) foi avaliada o Mini-Exame do Estado Mental em 303 idosos (≥65 anos) em um ambulatório geral, submetidos à avaliação geriátrica, o ponto de corte 24/25, sendo este estudo parecido com o do Grupo U, mas com diferenças que foram mais idosos avaliados e eles se encontravam em ambulatórios.

    Na Suécia, segundo Aeversson e Skoog (2000) os idosos tinham entre 85 e 88 anos, sua amostra era (n = 494) e seu ponto de corte era entre 24/25, novamente o estudo aproximou do Grupo U, mas com a diferença do número da amostra e da idade. Mesmo estes estudos aproximando-se mais do Grupo U, também não deixa de ser proveniente para o Grupo B.

    Algumas dificuldades quanto à aplicação, problema principal na subtração serial de 7, escrever uma “frase” (significado de frase): pessoas de nível educacional baixo não sabem o significado exato de uma frase, e não costumam esclarecer, ou seja as frases não tem sentido e no desenho também elas sentiram dificuldades.

Conclusão

    Percebemos que os mecanismos da memória serão melhores compreendidos com o processo de envelhecimento cerebral, quando o desenvolvimento e o funcionamento foram mais estudados.

    Neste estudo, tentou-se fornecer alguns resultados para verificar a memória de dois grupos de mulheres em comunidades carentes mediante comparação do MEEM nos mesmos.

    O Grupo B obteve a melhor media que foi de 25 pontos em relação ao Grupo U, mas o segundo teve mais literaturas disponíveis, condizendo com seu resultado de 24/25 pontos. Porém este estudo contemplou somente o resultado final de cada integrante de seu grupo, poderia confrontar os dados de cada questão, como a orientação temporal, orientação espacial, registro de três palavras, atenção de calculo, recordação das três palavras, linguagem e capacidade construtiva visual. Além disso, o número da amostra pode ser mais significativo num posterior estudo.

    Faltaram algumas variáveis a serem exploradas e aprofundadas, a importância de se considerar a queixa da memória, sua relação com o contexto sócio-familiar e social do indivíduo e as possibilidades de minimizar os efeitos psicossociais do déficit cognitivo. Por fim a perda de memória é um assunto muito importante para o grupo escolhido (os idosos), que precisam sempre de pesquisas atualizadas para poder melhorar assim a sua qualidade de vida.

Referências

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