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Análise cinesiológica do forehand no tênis de campo ao rebater 

os três tipos de efeito: topspin, slice e flat. Um estudo de caso

Análisis biomecánico del golpe de derecha en tenis de campo de tenis para
devolver los tres tipos de efectos: topspin, slice y plano. Un estudio de caso

 

Faculdade de Educação Física

PUC, Campinas
(Brasil)

Carlos Alberto Ferreira Junior*
Mateus Henrique Moreira da Costa*
Candida Luiza Tonizza de Carvalho*
Maria Tereza Krahenbul Leitão*

carlosaferreira10@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Com a evolução do tênis, o jogo se tornou muito rápido, exigindo do atleta uma execução correta de todos os golpes, principalmente do forehand, que vem sofrendo alterações. Atualmente ainda existe uma carência no aprofundamento da análise de situações reais do jogo, como a influência do efeito na rebatida do adversário, em que não há dados literários referentes a esta abordagem. O objetivo é realizar um estudo cinesiológico, com ênfase nas necessidades de ajustes corporais e as mudanças técnicas necessárias nas cinco fases do movimento forehand ao rebater os três tipos de efeito: topspin, slice e flat, proporcionando melhorias na realização dos movimentos, para aperfeiçoar o rendimento e desempenho do atleta. A amostra foi composta por uma atleta de tênis de campo, de 17 anos, em fase de treinamento e competição a nível nacional. Como resultado, verificamos o desempenho e eficiência da atleta em cada fase do movimento e de acordo com o efeito rebatido pelo adversário. Verificamos que o tênis por ser um esporte de agilidade e coordenação foi necessários ajustes para adequar tecnicamente e corporalmente para rebater o forehand em cada tipo de efeito. Concluímos que este estudo será de grande valia servindo de base para análise e correções em futuros jogadores, contribuindo para elaboração de programas de treinamento e aperfeiçoamento da técnica e por conseqüência a melhoria do desempenho.

          Unitermos: Forehand. Alto rendimento. Cinesiologia.

 

Abstract

          With the evolution of tennis, the game became very fast, requiring athlete’s proper execution of all strikes, especially the forehand, which has been changing. Currently there is a lack of depth analysis of real game situations, as the influence of the rebound effect of the opponent, a matter without literary data. The objective is a kinesiological study, with emphasis on the needs of bodily adjustments and the necessary technical changes on the five phases of the forehand movement on rebound of three effects types: topspin, slice and flat, providing improvements in performance of movements, enhancing the athlete efficiency and performance. The sample was a woman tennis player, 17 years, undergoing training and competition at national level. As a result, we registered the athlete performance and efficiency in each phase of movement and the effect according the adversary rebound. We note that tennis, being a sport of agility and coordination, make necessary adjustments to adapt technically and bodily to rebut the forehand in each type of effect. We conclude this study will be of great value as basis for analysis and corrections on future players, contributing to the development of technical training and development programs and to improve performance as well.

          Keywords: Forehand. High performance. Kinesiology.

 

Recepção: 01/11/2014 - Aceitação: 29/12/2014

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 200, Enero de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    De acordo com Vilela (2011) a cinesiologia é considerada uma disciplina multidisciplinar, envolvendo conhecimentos da área de anatomia e fisiologia, aplicando-os ao movimento humano. Importante não somente para a área da saúde e para a qualidade de vida, mas também fundamental para o mundo dos esportes, visto que uma boa técnica na execução de um gesto locomotor colabora para que o movimento seja realizado com economia de energia e no menor tempo possível, caracterizando um movimento com elevada eficiência.

    A pesquisa científica na área do esporte aprofundou-se nas últimas duas décadas. O tênis não tem sido exceção, pois possui um número muito grande de praticantes em todo o mundo, vem ganhando popularidade na mídia e existem muitos torneios não só amadores, mas também profissionais (GROPPEL, 1986). Com a melhora do rendimento de atletas, tanto na parte física, como na parte técnica, e a partir de estudos cinesiológicos e biomecânicos, pode-se afirmar que a técnica de movimento forehand, é fundamental para o jogador que deseja ter um alto rendimento (LUZ, 2008).

    Menga (1986), explica que o forehand é o golpe feito do mesmo lado do corpo no qual se segura à raquete. Adicionalmente, Braga Neto (2008) considera que pode haver uma incoerência no caso do tenista ser canhoto, já que o golpe de direita é executado no lado esquerdo do seu corpo.

    Braga Neto (2008) diz que, com a evolução do tênis, o jogo se tornou muito rápido, exigindo do atleta uma execução correta de todos os golpes, principalmente do forehand, que vem sofrendo alterações, como a evolução dos equipamentos, bolas, preparo físico além do aumento na velocidade da bola.

    O forehand é o principal golpe no tênis, fundamento essencial para jogadores de fundo de quadra. Usado em 70% das vezes, em relação a outros golpes, tanto para definições do ponto, ou para trocas longas de bola (NUNES, 2010).

    Sadzeck (2001) cita os golpes de fundo de quadra, como base para um jogador de tênis, tendo maneiras diferentes de rebater a bola, com uma variação de velocidades e efeitos. Segundo Braga Neto (2008), o efeito de topspin no forehand aumenta a pressão exercida sobre a parte de cima da bola, fazendo com que esta caia mais rapidamente, obtendo-se uma maior regularidade, e após tocar a quadra pela rotação gerada no contato entre as cordas da raquete e a porção superior da bola, este efeito dificultará a resposta do adversário; o underspin ou slice pode ser utilizado tanto para a quebra no ritmo de trocas de bolas intensas, como para a defesa de bolas que estão distantes do corpo, e a transição do fundo da quadra para a rede, ou seja, da defesa para o ataque, e a rotação é gerada por meio do contato entre as cordas da raquete e a porção inferior da bola. O efeito flat é usado para bolas mais planas e rápidas em que há uma rotação mínima e normalmente utilizada para bolas de definições.

    Apesar do grande avanço na área científica do tênis, ainda há uma carência no aprofundamento da análise de situações reais do jogo, como a influência do efeito rebatido pelo adversário, em que não há dados literários referentes a esta abordagem. Nosso artigo demonstrará na seqüência a importância da análise cinesiológica do forehand aplicado a situações reais de jogo no tênis de campo, e analisará as necessidades dos ajustes corporais, e as mudanças técnicas de acordo com o efeito rebatido pelo oponente.

Metodologia

Amostra

    A amostra foi composta por uma atleta de tênis de campo do sexo feminino pertencente à equipe de treinamento do Clube Mogiano de Mogi Mirim, que possui 17 anos de idade, com experiência de 7 anos de experiência no esporte. A atleta se encontra em fase de treinamento competitivo, para competições de nível nacional, e assinou um termo de consentimento contendo os objetivos do estudo.

Material

    Foram utilizados nessa pesquisa: A quadra de tênis do tipo saibro, com marcações oficiais, além de uma filmadora digital modelo Samsung Smart Câmera NX2000 BR. A coleta de dados foi realizada através da filmagem em plano sagital, há uma distância de 7m do centro da quadra, que foi posicionada do lado direito da atleta, devido ao fato da atleta ser destra. Posteriormente as imagens foram transformadas em fotos utilizando o software Kinovea v.0.8.15, que permite a transformação do vídeo em fotos seqüenciais, com mesmo tamanho e qualidade. Para as análises das imagens, utilizamos o Visualizador de fotos do Windows, criado pela Microsoft Corporation.

Procedimentos técnicos de análise

    No presente artigo foram analisadas cinco fases do movimento do forehand, citadas por Ishizaki (2008) sendo elas: fase preparatória; fase de aceleração; fase de contato entre bola e raquete; fase de terminação ou follow-through; fase de recuperação; e adicionamos a fase do split step no estudo, devido a sua importância para o desenvolvimento de um golpe eficiente de forehand. A diferença deste artigo será na análise técnica real da atleta, utilizando os tipos de efeitos que podem ser rebatidos pelo adversário.

    Dividir o golpe escolhido em várias fases é importante para que se identifique o erro na técnica do atleta, impedindo que o técnico fique confuso ao observar muitos movimentos da técnica escolhida ao mesmo tempo. Assim, podemos dizer que uma fase, é um grupo conectado de movimentos que parecem independentes e que ao executar o movimento completo o atleta fará a junção de todos os fragmentos (CARR, 1998).

    Todas as situações do jogo de tênis exigem uma mudança rápida de direção, e para que esta mudança seja mais eficiente, o split step é a primeira fase, em que um pequeno salto em que os dois antepés tocam o chão ao mesmo tempo, e permite que o atleta possa se movimentar rapidamente para qualquer lado, em direção à bola rebatida pelo adversário.

    A segunda fase compreende o movimento executado para preparar a raquete para a ação principal do golpe. Também atua com a intenção de ativar a musculatura em um estado de tensão ótima para gerar uma contração eficiente e rápida. Normalmente na fase preparatória do forehand a raquete vai a sentido oposto ao da que se deseja golpear a bola. Em um Forehand Square Stance (FSS), os membros inferiores são posicionados perpendicularmente à rede, já em um Forehand Open Stance (FOS) os membros inferiores são posicionados paralelamente à rede. O braço esquerdo (para tenistas destros) é posicionado a frente do corpo com uma adução horizontal para que mantenha o equilíbrio, o peso do corpo deve estar concentrado no pé direito (para tenistas destros) e a cabeça da raquete é posicionada acima da altura da cabeça para ajudar na fase da aceleração (GRABB, 2003; DE MORA, 2002).

    Na terceira fase, a aceleração da raquete tem uma correlação com a fase de terminação, que no artigo será a quinta fase citada. Aos técnicos pedirem pros atletas para que façam à terminação, eles querem garantir que a aceleração da raquete permaneça na intensidade e direção correta, que se mal executada e com uma amplitude inadequada, haverá uma desaceleração precipitada da raquete, o que pode aumentar a margem de erro. Tem a característica pela ação da raquete a ser conduzida a frente do eixo corporal para ir de encontro à bola. Nesta fase tanto para o Forehand Open Stance, quanto para o Forehand Square Stance, o braço esquerdo é posicionado a frente do corpo para que facilite a rotação do tronco, a cabeça da raquete começa a descer à altura dos ombros (GRABB, 2003; DE MORA, 2002).

    Na quarta fase a raquete tem o ponto de contato com a bola, e a posição da face da raquete no momento que entra em contato com a bola determina a direção da bola. Para Brown (1999), o peso do corpo deve ser transferido para frente e para o membro inferior esquerdo, realizando o contato quando o “quique” da bola estiver em seu ponto máximo de subida, sendo adequado rebater próximo à altura da cintura e dos ombros. Se acontecido o contato acima da altura adequada, o tenista pode perder o contato de um ou até dos dois pés com o solo.

    A quinta fase, considera-se terminação, que é a partir do momento que a bola perde o contato da raquete. Ela é importante, pois garante a trajetória e a aceleração adequada da raquete durante o golpe. Com uma rotação medial do ombro, este termina do lado oposto em que o contato foi realizado e a mão esquerda passa a conduzir a raquete para a posição inicial. Brown (1999) cita que a terminação é como uma continuação do golpe, fazendo o movimento para fora (para aumentar o efeito), para frente (aumentar profundidade) e para o alto (para aumentar a altura da bola), apontando o cabo da raquete para o alvo.

    Na sexta e última fase, o tenista após golpear a bola, deve retornar à posição de base, porém, se a bola for muito distante da linha de base, o jogador deverá fazer o primeiro passo cruzado para que haja uma recuperação ainda mais rápida para a próxima rebatida. Com isso é feita a transferência do peso para o pé esquerdo (para tenistas destros), e o tronco estará voltado à rede.

Resultados e discussão

Split Step

Figura 1. Split Step ao receber uma bola com efeito Topspin do adversário (A); Split Step ao receber

 uma bola Slice do adversário (B); Split Step ao receber uma bola com o efeito Flat do adversário (C)

    No movimento do Split Step analisado, em todos os efeitos rebatidos pelo adversário (Topspin, Slice, Flat), a atleta apresentou o mesmo posicionamento adequado, onde o pequeno salto foi realizado, devendo apoiar-se nos ante pés, assim, seu peso já começou a ser deslocado para facilitar a movimentação atrás da bola, e atingir a posição adequada para começar a realizar a próxima fase.

Fase de Preparação ou Backswing

Figura 2. Preparação ou Backswing para rebater uma bola com efeito Topspin do adversário (A); Preparação ou Backswing 

para rebater uma bola Slice do adversário (B); Preparação ou Backswing para rebater uma bola com o efeito Flat do adversário (C)

    Na figura 2.A, analisamos a atleta, posicionando os membros inferiores tendo a atitude de um Forehand Semi Open Stance (FSOS), que é o meio termo da posição de membros inferiores feita entre as técnicas de Forehand Open Stance, e o Forehand Square Stance. O peso do corpo está concentrado no pé direito e a cabeça da raquete está posicionada acima da altura da cabeça, o que ajudará na fase da aceleração.

    Na figura 2.B, pela bola estar indo em direção a jogadora com um efeito Slice, a bola está em uma altura baixa, e a jogadora necessitou realizar uma adaptação de seu corpo para que possa rebater a bola entre a altura do ombro e da cintura sem perder o equilíbrio, e para isso posicionou seus membros inferiores perpendicularmente a rede, caracterizando um Forehand Square Stance (FSS), com isso facilitando uma flexão adequada dos joelhos, e uma flexão do tronco para ajudar na estabilidade e ter o contato com a bola em uma altura adequada.

    Na figura 2.C por ser uma bola flat, e não possuir tanto efeito ou peso para desestabilizar o jogador, a atleta pôde calcular melhor a distância da bola, posicionar seu corpo e fazer com que o seu membro inferior direito recebesse o peso do corpo, o que terá grande influência na transferência de peso para o membro inferior esquerdo na fase do contato da bola com a raquete. Analisamos também a flexão plantar do pé esquerdo.

    Em todas as imagens desta fase, apesar do braço esquerdo não estar em uma adução horizontal, e sim com uma abdução de braço devido à posição do tronco, e com o antebraço estendido, verificamos que não houve alterações em seu equilíbrio, ou as fases seguintes foram prejudicadas, pela posição de seu braço.

Fase de Aceleração

Figura 3. Fase de aceleração para rebater uma bola com efeito Topspin do adversário (A); Fase de aceleração para 

rebater uma bola Slice do adversário (B); Fase de aceleração para rebater uma bola com o efeito Flat do adversário (C)

    Na figura 3.A analisamos a atleta, posicionando os membros inferiores e tendo a atitude de um Forehand Semi Open Stance (FSOS). Iniciou-se a condução da raquete em direção à bola. Com o joelho direito flexionado e o esquerdo estendido, a atleta deverá iniciar a extensão do joelho direito, que terá o peso transferido para o membro inferior esquerdo.

    Na figura 3.B vimos que a atleta se posicionou com os membros inferiores, tendo o aspecto de realizar um Forehand Square Stance (FSS), e apresentou a fase executada com a raquete na altura dos ombros, tendo a ação de ir ao contato a bola. Apesar dos dois joelhos estarem flexionados, o peso que está no membro inferior direito deverá passar a se estender, transferindo o peso para o membro inferior esquerdo.

    Na figura 3.C percebemos a atleta posicionando os membros inferiores em um Forehand Open Stance (FOS), e apresentou a raquete na altura dos ombros, indicando a ação de ir ao encontro da bola. A flexão do joelho direito permitirá que ao decorrer da cadeia cinética do movimento, o peso seja transferido para o membro inferior esquerdo. Além de verificarmos que há uma abertura da base de sustentação menor do que comparada com outras imagens.

    Em todas as imagens analisadas desta fase, o braço esquerdo está sendo conduzido mais à frente do corpo para facilitar a rotação do tronco para o lado esquerdo, o que ajudará na transferência de peso para o momento do contato entre a bola e a raquete, e em uma terminação adequada.

Fase de Contato

Figura 4. Ponto de contato para rebater uma bola com efeito Topspin do adversário (A); Ponto de contato para 

rebater uma bola Slice do adversário (B); Ponto de contato para rebater uma bola com o efeito Flat do adversário (C)

    Na figura 4.A por se tratar de uma bola com efeito topspin, que caracteriza uma bola com peso e que tem características de empurrar o jogador para o fundo da quadra, a atleta realizou a fase inadequadamente, em que a altura do ponto de contato está acima do ideal e isso afetou a perda de contato do membro inferior esquerdo em relação ao solo. Isso é prejudicial à cadeia cinética do movimento, visto que ao perder o contato do membro inferior com o solo, se tem um deslocamento do centro de massa, afetando as fases seguintes, devido ao desequilíbrio corporal que ocorrerá. Esta falha poderia ter sido evitada se a atleta antecipasse a visualização do “quique” da bola, podendo estimar a altura máxima da bola, e com isso posicionar seu corpo de forma adequada para a realização da técnica sem que o corpo desequilibre, e o membro inferior não perca o contato com o chão, não afetando esta e as próximas fases.

    Na imagem 4.B a atleta mostra um ponto de contato entre o ombro e a cintura, e a transferência de peso está praticamente toda no membro inferior esquerdo. Para essa técnica de posicionamento de membros inferiores, a rotação do tronco é limitada, e para a compensação da aceleração que haveria se não houvesse essa limitação, o membro superior direita realizará um movimento com uma maior aceleração para haver a compensação.

    Na imagem 4.C apesar da bola rebatida ser flat e não ter um efeito que irá desestabilizar seu corpo, a atleta não conseguiu ter um ponto de contato adequado, deixando ele bem no limite da altura dos ombros, o que afetou a perda de contato do membro inferior esquerdo, com o solo, o que poderá afetar no controle da bola e na transferência de peso para a mesma.

Fase de terminação ou Follow-Through

Figura 5. Terminação para rebater uma bola com efeito Topspin do adversário (A); Terminação para rebater 

uma bola Slice do adversário (B); Terminação para rebater uma bola com o efeito Flat do adversário (C)

    Na imagem 5.A a atleta passa a desacelerar a raquete após o contato com a bola, fazendo uma rotação medial do ombro, terminando do lado oposto em que o contato foi realizado e a mão esquerda passa a conduzir a raquete para a posição inicial, mas pelo desequilíbrio que houve na fase do ponto de contato da bola com a raquete, a terminação foi totalmente desequilibrada, e o peso não está no membro inferior esquerdo, o que vai ser necessário um maior tempo para recuperação para o centro da quadra, havendo um gasto maior de energia, o que faz diferença no final de um jogo de 3 sets.

    Na figura 5.B a atleta está desacelerando a raquete após o contato com a bola, realizando uma rotação medial do ombro, e está terminando do lado oposto em que o contato foi realizado e a mão esquerda passará a conduzir a raquete para frente do corpo, preparando a raquete para a próxima rebatida. Por ter realizado uma terminação adequada neste tipo de bola, e o peso terem sido transferidos para o membro inferior esquerdo, a atleta não precisará ter um alto gasto energético para se recuperar para a próxima bola.

    Na figura 5.C percebemos uma terminação adequada onde o peso está no membro inferior esquerdo, e tendo uma desaceleração da raquete do lado oposto em que o contato foi realizado, realizando a rotação medial do ombro. A mão passará a conduzir a raquete para a posição inicial para um novo ciclo de uma rebatida. Apesar de na fase do ponto de contato da raquete com a bola a atleta ter perdido o contato do membro inferior esquerdo com o solo, ainda assim ela conseguiu jogar seu peso para frente, estabilizando o seu corpo para na fase de recuperação não ser prejudicada.

Fase de Recuperação

Figura 6. Fase de recuperação ao rebater uma bola com efeito Topspin do adversário (A); Fase de recuperação ao 

rebater uma bola Slice do adversário (B); Fase de recuperação ao rebater uma bola com o efeito Flat do adversário (C)

    Na figura 6.A a atleta por ter prejudicado toda a sua cadeia cinética do movimento nas fases anteriores, fez com que a mesma tenha que ter um deslocamento maior para frente para retornar ao ponto adequado da quadra e tomar a próxima tomada de decisão.

    Já na figura 6.B por ter entrado na quadra para rebater a bola que encurtou, a atleta está jogando o peso do seu corpo para trás para retornar a linha de base o mais rápido possível e se preparar para um próximo ciclo de movimentos.

    E na figura 6.C, ela não necessitou realizar um deslocamento de grande intensidade, devido que toda a cadeia cinética de seu movimento para este tipo de bola, não teve um desequilíbrio tão grande e com isso favoreceu a uma recuperação mais rápida e com menos gasto energético para o ponto adequado da quadra, e depois recomeçar todo o planejamento da próxima jogada.

Conclusão

    Conclui-se que o forehand no tênis de campo, sendo um esporte situacional em que o tempo de raciocínio, agilidade e coordenação faz a diferença, evidenciou que um ajuste corporal e técnico foi necessário para se rebater cada tipo de efeito, de acordo com as decisões da atleta. Isso fará toda a diferença para o jogador que quer atingir um nível técnico eficiente, e fazer com que este estudo tenha sua importância servindo de base para correções em atletas, e servir de padrão para futuros jogadores. Devido a reproduzirmos os efeitos possíveis (topspin, slice e flat) dentro de um jogo de tênis, a atleta foi exposta a situações reais de jogo, e após a análise das imagens, podemos verificar as falhas técnicas da jogadora, além de analisar as falhas que ocorrem em situações reais de jogos da atleta, podendo assim, melhorar seu desempenho e rendimento técnico e tático.

Referências

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  • VILELA JUNIOR, G.B., HAUSER, M.W., DAGNONE FILHO, D., OLIVEIRA, A.L. Cinesiologia. Ponta Grossa - PR: Editora UEPG. 2011.

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