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A estimulação psicomotora na reabilitação de 

adultos com deficiência visual adquirida: relato de caso

La estimulación psicomotora en la rehabilitación de adultos con discapacidad visual adquirida: relato de caso

 

*Pós-graduanda do programa de especialização em esportes e atividades físicas inclusivas

para pessoas com deficiência, pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

Docente da Rede Municipal de Ipatinga – MG

**Mestre em Ciências Biológicas - Bioquímica Estrutural e Fisiológica, Especialista em Docência

do Ensino Superior, Especialista em Tutoria, Graduada em Educação Física e Orientadora

de especialização da UFJF, Docente da Rede Municipal de Ipatinga – MG

Prof. Christian Pereira Rodrigues*

christian.libras@yahoo.com.br

Prof. Ms. Wanda Maria de Faria**

fariamwanda@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A conquista da autonomia pela pessoa com deficiência visual envolve, também, superação dos impactos e dos prejuízos decorrentes da limitação visual, comprometendo sua qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi identificar níveis de desempenho ocupacional de um adulto com deficiência visual adquirida. Para a coleta de dados foram utilizados dois questionários. O primeiro permitiu obter os dados de identificação e perfil sócio demográfico. O segundo, o Medidas Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM), foi para mensurar a autopercepção do sujeito em relação ao seu desempenho ocupacional. Os dados foram analisados através dos questionários, sendo apresentados em forma de gráficos e tabela. No pré-teste verificou-se que o participante apresentava um alto nível de insatisfação e baixo desempenho ocupacional. Já no pós- teste, após a intervenção com a estimulação psicomotora, os resultados mostraram que quanto melhor era o aspecto emocional, melhor também a influência positiva refletida nos aspectos físicos, funcionais e sociais do participante. Portanto, o desempenho ocupacional pode ser trabalhado com estimulação psicomotora com o apoio e ajuda familiar na reabilitação de pessoas com deficiência visual. Os resultados deixa claro que a estimulação psicomotora proveniente do meio familiar pode promover uma melhora significativa no desempenho ocupacional e na satisfação do participante.

          Unitermos: Estimulação psicomotora. Reabilitação. Deficiência visual adquirida.

 

Recepção: 17/11/2014 - Aceitação: 28/12/2014

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 200, Enero de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    De acordo com a Organização Mundial de Saúde – (OMS) em 2011 estima-se que a deficiência visual acomete 285 milhões de pessoas no mundo, sendo que, 39 milhões seriam cegas e 246 milhões possuiriam baixa visão. Ainda segundo a (OMS) 2011, nos países em desenvolvimento vivem cerca de 90% dos deficientes visuais do mundo e 80% destas deficiências visuais poderiam ser evitadas ou curadas.

    Para Laplane & Batista (2008), a deficiência visual abrange a partir das pequenas alterações na acuidade visual até a ausência de percepção de luz, e pontua que a baixa visão e a cegueira acarretam complicações mais sérias para a vida das pessoas com deficiência visual e para as suas famílias. De acordo com a 10ª revisão o da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – (CID-10) define como baixa visão, a pessoa que tiver sua acuidade visual com correção óptica para erros de refração no olho de melhor visão entre 20/70 (0,3) e 20/400 (0,05), ou se seu campo visual é menor que 20º no olho de melhor visão, também com a melhor correção óptica para erros de refração (categorias 1 e 2 da graduação de deficiência visual) e com cegueira quando esses valores estiverem abaixo de 0,05 ou se seu campo visual for menor que 10º (categorias 3,4 e 5 da graduação de deficiência visual) no olho de melhor visão (BECKER, 2012).

    Segundo Haddad (2010), em 2002 o Conselho Internacional de Oftalmologia ressalta que o termo cegueira deve ser adotado em casos de perda total da visão, onde não há percepção de nenhuma luminosidade e para condições nas quais o indivíduo utilize de forma predominante recursos de substituição do sentido da visão.

    Bredariol (2010) destaca que a deficiência visual pode ser congênita ou adquirida. A deficiência visual é congênita quando a perda da visão ocorre desde o período do nascimento. Diz-se adquirida quando a perda da visão ocorre a partir dos primeiros anos de vida. Neste último caso, as pessoas são capazes de recordar das experiências visuais anteriores à perda de visão, carregam com si uma memória visual.

    Para Gil (2000), a cegueira adquirida trata-se de uma experiência traumática para a pessoa e para os familiares, acarretando outras perdas: emocionais; das habilidades básicas (mobilidade, execução das atividades diárias); da atividade profissional; da comunicação; e da personalidade como um todo.

    A Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual, Lamara (2011) ressalta que as pessoas com deficiência visual utilizam de outros sentidos para sua aprendizagem e desenvolvimento, estes mesmos sentidos assimilam os estímulos externos que serão integrados ao cérebro, possibilitando a percepção, análise e compreensão do ambiente e boa adaptação a ele.

    Segundo Veitzman (2000), a qualidade de vida do deficiente visual sofre um déficit devido às doenças oculares crônicas permanentes e irreversível. A deficiência visual abrange uma situação de diminuição da visão, mesmo após tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de lentes convencionais.

    Menescal (2001) nos revela que a estimulação essencial, a psicomotricidade, a educação física e a orientação e mobilidade, são áreas que abrangem o desenvolvimento cognitivo, sócio, afetivo e sensorial. A partir do conhecimento, o controle e o domínio do próprio corpo, podemos utilizá-lo como instrumento básico, o movimento como meio, potencializando a liberação da criatividade e da auto expressão.

    Santos et al. (2007), afirma que a visão é fundamental no desenvolvimento motor, pois através dela o indivíduo estabelece contato com a realidade externa e fornece estímulos que auxiliam na orientação e no controle da ação corporal. A diminuição severa ou perda da visão coloca o indivíduo em uma séria situação de risco: a falta de estímulos pode acarretar déficits em funções nas quais o deficiente visual, a priori, não possui nenhum tipo de comprometimento, destacando a importância do acompanhamento precoce nessa condição.

    Montilha (1997) destaca que a perda da visão na idade adulta representa-se uma primeira fase de trauma, seguida de pesar e privações. Para autora a aceitação e conhecimento da própria deficiência auxiliam no processo de reabilitação. Já para Arruda (2001), a reabilitação é definida como desenvolvimento de uma pessoa até o mais completo potencial físico, psicológico, social, profissional, referente com o seu comprometimento fisiológico ou anatômico e limitações ambientais. Santos (2005) defende que os sentimentos de autoestima e interação estão relacionados com autonomia, levando a uma melhor participação e a um maior reconhecimento dos demais cidadãos.

    De acordo com Becker (2012), a reabilitação visual tem por objetivo alcançar o potencial máximo visual residual do indivíduo, potencializando de forma adaptada, sua autonomia e independência na habilitação ou reabilitação em atividades básicas de vida diária, nas produtivas e também nas de lazer, proporcionando segurança e confiança na utilização integrada de seus sentidos remanescentes. Diante de um cenário de alta incidência de casos de pessoas com deficiência visual, percebe-se a importância de ações de prevenção, de detecção precoce e de reabilitação visual.

    O direcionamento desta pesquisa se dá no resgate da funcionalidade, da independência, na melhora da qualidade de vida de um adulto, através de exercícios de coordenação motora, lateralidade, orientação espaço-temporal, equilíbrio, esquema corporal, itens que caracterizam os fundamentos da Psicomotricidade, promovendo a reabilitação. Considerando as singularidades de cada pessoa, faz-se necessário reconhecer tanto as particularidades pessoais como as condições ambientais e acima de tudo assegurar o direito à diferença na participação igualitária diante da sociedade (SOARES, 2012).

    Nesta perspectiva, o objetivo deste estudo é avaliar o desempenho ocupacional e de qualidade de vida de um adulto com deficiência visual adquirida, aplicando um programa de estimulação psicomotora. A partir da sua execução, o deficiente visual terá maiores oportunidades de desenvolver-se adequadamente e alcançar sua independência e autonomia. Pretende-se que o desenvolvimento dessas atividades de forma mais integrada motive e auxilie na realização de tarefas do dia-a-dia, promovendo e facilitando a sua reabilitação, a igualdade de oportunidades de acessos a serviços, educação, trabalho, lazer e cultura (DALTRO, 2004).

Procedimentos e métodos

    O estudo constituiu-se em um estudo de caso, apresentado de forma descritiva com abordagem qualitativa. A amostra foi composta por um adulto do sexo masculino, com idade cronológica de 34 anos, residente na cidade de Coronel Fabriciano – MG.

    Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos aplicados por entrevista pela própria pesquisadora. Primeiramente foi realizado o contato com o deficiente visual, para apresentação da pesquisa. A partir da autorização do mesmo, foi assinado um termo de consentimento livre e esclarecido resguardando-o a não exposição de sua identidade bem como relatando o objetivo e a importância de sua respectiva participação. Após esta etapa, foi aplicado um questionário em forma de entrevista, que permite obter os dados de identificação e perfil sócio-demográfico. O segundo foi o Medidas Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) (LAW et al 2000), que mensura a auto percepção do sujeito em relação ao seu desempenho de autonomia. Após a aplicação do questionário, deu-se o primeiro atendimento, através de exercícios de mobilidade, orientação espaço-temporal, equilíbrio, itens que caracterizam os fundamentos da Psicomotricidade e atividades de vida diária, relações do deficiente visual com o seu próprio corpo, com o espaço, o tempo, o objeto e o outro. A partir da observação desse primeiro momento da estimulação, traçou-se a periodização específica da amostra.

    O tratamento dos dados se deu através de análise dos questionários de forma descritiva, analisando a anamnese do participante por meio de questionário aplicado por entrevista, a auto percepção do desempenho ocupacional por meio da aplicação da Canadian Occupational Performance Measure – (COPM).

Relato de caso

    Participante, W.P.R. 34 anos, do sexo masculino, residente em Coronel Fabriciano/MG, com diagnóstico de deficiência visual adquirida no olho direito aos 3 anos de idade e vítima de trauma (pedrada) no olho esquerdo, em 5 março de 2014.

    No relato histórico do participante, a deficiência visual iniciou aos 3 anos de idade, com olhos vermelhos, sendo feito acompanhamento, com colírio tampão no olho esquerdo no Hospital Marcio Cunha, por sete anos. Aos dez anos de idade o quadro se repetiu novamente, foi marcada uma nova consulta no Hospital Marcio Cunha, que ao examinar observou que o quadro clínico era grave e aconselhou a mãe do paciente a procurar o serviço social da Usiminas, local onde o pai do paciente trabalhava, para que fosse agendada uma consulta no Hospital Ilton Rocha, em Belo Horizonte/MG. No mesmo hospital o paciente foi atendido, sendo detectada uma infecção no olho direito se desenvolvendo para uma úlcera com leucoma. O tratamento foi feito a base da pomada Epitazem, aplicada 2 vezes ao dia durante 4 dias e pelo colírio Lacril, pingando 1 gota, 4 vezes ao dia. Durante 3 meses o paciente retornava ao hospital, uma vez por semana, sendo prolongado o retorno para 15 dias com a melhora do quadro da infecção e confirmado a perda da córnea e necessidade de um transplante. No momento o pai do paciente foi orientado e inscreveu seu filho na fila de espera do banco de córnea, relatando aguardar até os dias atuais sem nenhum retorno.

    No dia 05 de março de 2014, o participante estava abordo do trem de passageiro, locomotiva 1151, vagão classe econômica da Companhia Vale do Rio Doce, com destino Aricanga a Mário de Carvalho, quando foi alvejado por uma pedra, lançada por duas crianças que estavam no interior da linha férrea da companhia, aproximadamente no km 318,5. Os primeiros atendimentos foram dados no pronto socorro do hospital municipal de Governador Valadares com diagnóstico do médico de corte na pele do olho esquerdo, seguido de perfuração e provável fratura do nariz, sendo a vítima encaminhada para o Hospital São Geraldo de Belo Horizonte, onde foi realizada uma sutura córnea escleral e aplicação do antibiótico profilaxia, permanecendo internado.

    O participante recebeu alta no dia 15 de março, com boa evolução do quadro clínico, mas encontra-se em tratamento desde o dia 05 de março de 2014, pelo Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) data em que ocorreu o trauma do olho esquerdo, encaminhado para transplante de córnea, após a apresentação e avaliação dos médicos dos exames ECG (eletrocardiograma), Ultrassonografia do olho, risco cirúrgico.

Exames de Ultrassonografia

    No hospital das Clínicas em Belo Horizonte/MG apresentou diagnóstico de trauma perfuro contuso no olho esquerdo, com laceração córnea escleral, com hérnia de íris e aparente lesão do cristalino e leucoma prévio no olho direito referente à infecção aos 3 anos de idade. Hoje se encontra afastado de suas funções de trabalho por invalidez pelo INSS.

    Após o trauma ocorrido e conforme o relato histórico do participante houve aumento no peso em 13 quilos, sonolência no período da tarde e perdas de sono noturno, dor de cabeça constante, ansiedade, nervosismo, dores no corpo e sentimento depressivo. De acordo com Ribeiro et al (2004), a perda visual desencadeia diversas alterações emocionais e psicológicas, caracterizadas pela desordem de ajustamento e depressão. Estas alterações geralmente são acompanhadas por incapacidades para as atividades do dia a dia.

    Observou-se também como a pessoa e sua família estão vivenciando a deficiência visual do ponto de vista emocional e como está a inclusão social desta pessoa. Após o processo de avaliação foi definida o atendimento de acordo com as necessidades verificadas na avaliação. Winnicott (2005) afirma que para os indivíduos em que, as relações familiares oportunizaram a criação de um bom ambiente interno, na maioria dos casos, a atuação social desses indivíduos é mais dinâmica, e condizente com os diversos papéis desempenhados.

    Partindo da afirmação de Winnicott (2005), o apoio familiar e o ambiente interno ajudam na estimulação desses indivíduos. Sendo assim, a estimulação foi iniciada no dia 19 de junho de 2014. Foi realizada a avaliação inicial, composta por: anamnese e o questionário Medidas Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM), que mensura a auto percepção do sujeito em relação ao seu desempenho de autonomia (SUMSION, 2003).

    Durante o processo de estimulação o participante realizava todas as manhãs, caminhada com duração de 40 minutos seguidos de 10 minutos de alongamento. Após a caminhada eram realizadas atividades de orientação e mobilidade, segurança física, atividade de vida diária e equilíbrio. Segundo Monteiro e Silva (2010), a atividade física é de suma importância para o desenvolvimento motor e psicológico de cada indivíduo, pois através dela há uma melhora na qualidade de vida de seus praticantes, prevenindo contra as doenças crônico-degenerativas e auxiliando no combate ao sedentarismo, que é considerado fator de risco para as doenças cardiovasculares.

Resultados e discussão

    Para a mensuração das atividades cotidianas que o participante apresenta dificuldades em realizar e para a mensuração do desempenho ocupacional dos mesmos, foi aplicada a COPM.

    As atividades de difícil realização mencionadas pelo entrevistado foram organizadas em tabelas conforme a classificação de ocupações do MCDO, que possui três categorias principais: autocuidado, produtividade e lazer. Cada categoria possui suas subcategorias que são respectivamente: Autocuidado - cuidado pessoal (escolher roupas, higiene e alimentação); mobilidade funcional (mobilidade fora e dentro de casa e localização de objetos) e independência fora de casa (usar o transporte, fazer compras e finanças); Produtividade – trabalho remunerado (manter o emprego), tarefas domésticas (preparar a refeição, limpeza, realizar pequenos reparos); Lazer - recreação tranquila (jogos de computador, sites de entretenimento e leitura); recreação ativa (esportes passeios e viagens); socialização (visitas, telefonemas e escrever).

Gráfico 1. Atividades de autocuidado que são consideradas pelo paciente de difícil realização

*Autocuidado: cuidado pessoal (escolher roupas, higiene e alimentação); mobilidade funcional (mobilidade fora e dentro 

de casa e localização de objetos) e independência fora de casa (usar o transporte, fazer compras e finanças)

    O gráfico 1 apresenta as atividades mencionadas como difíceis de realização referentes ao autocuidado e seu grau de importância. As atividades com maior grau de importância foi a mobilidade funcional e a independência fora de casa. Seguida dos cuidados pessoais.

    Segundo Montilha (1997), em sua pesquisa com deficientes visuais, a mobilidade foi citada como principal causa de limitação e dificuldades. Para um adulto a perda da visão, significa mais que andar, significa a liberdade de ir de um lugar para outro, quer seja no espaço de uma sala, no local de trabalho ou onde se vive, quer sejam em áreas locais ou extensas.

Gráfico 2. Atividades de produtividade que são consideradas pelo paciente de difícil realização

*Produtividade: trabalho remunerado (manter o emprego), tarefas domésticas (preparar a refeição, limpeza, realizar pequenos reparos)

    O gráfico 2 apresenta as atividades mencionadas como difíceis de realização referentes à produtividade e seu grau de importância. A atividade com maior grau de importância foi o trabalho, seguida das tarefas domesticas.

    Aciem et al (2013) relatam em sua pesquisa que atividade profissional foi ressaltada por 10 (dez) sujeitos como uma forma significativa do ser humano ser útil, pleno e satisfeito na vida e que a mesma instiga atitudes autônomas e independentes.

Gráfico 3. Atividades de lazer que são consideradas pelo paciente de difícil realização

*Lazer - recreação tranquila (jogos de computador, sites de entretenimento e leitura); 

recreação ativa (esportes passeios e viagens); socialização (visitas, telefonemas e escrever)

    O gráfico 3 apresenta as atividades mencionadas como difíceis de realização referentes ao lazer e seu grau de importância. As atividades com maior grau de importância foi a socialização e a recreação ativa, seguida da recreação tranquila.

    Segundo Silva et al (2009), a visão é um sentido de grande importância, integrando todos os tipos de relações formadas através da visão com o meio social. Santos (2004) explica que a perda da visão compromete as relações pessoais, pois fogem do padrão que a sociedade estabeleceu como normal.

Tabela 1. Dados referentes à avaliação inicial e a reavaliação dos 

problemas em relação ao desempenho e satisfação do paciente

    Na tabela acima mostra os resultados sobre a avaliação inicial e a reavaliação do participante após um mês de reabilitação através de atividades psicomotoras e atividades da vida diária. A pontuação da avaliação foi dada em média de 1 a 10. Na avaliação inicial em relação ao desempenho, o participante obteve uma média de 3,6; já em relação sua satisfação obteve uma média de 1. Quando foi realizada a reavaliação do paciente após a intervenção com atividades psicomotoras e atividades de vida diária observou-se um grande avanço, onde o seu desempenho teve uma média de 7,6 quando comparada com o desempenho inicial. A satisfação também teve um grande êxito com uma média de 8,4 quando comparada a satisfação inicial.

    A mudança da avaliação inicial e da reavaliação após a intervenção em ralação ao desempenho foi uma média de 4 pontos. Já a mudança da avaliação inicial e da reavaliação da satisfação do paciente obteve uma diferença na média de 7,4 pontos.

    Castro et al. (2004) relataram resultados positivos no seu estudo sobre aspectos da orientação espacial de participantes com Deficientes Visuais, com evolução após uma intervenção psicomotora. Os resultados encontrados enfatizam as melhorias obtidas, através da estimulação psicomotora em prol da orientação e mobilidade do participante e a mudança atitudinal do mesmo, principalmente no que diz respeito à busca de autonomia e independência.

Considerações finais

    Diante dos resultados o participante destaca que o auto cuidado, a produtividade e o lazer, são pontos essenciais para sua autonomia e independência. Mostrando, portanto que a estimulação psicomotora e as atividades diárias desenvolvidas com o participante com apoio familiar pode ser de suma importância para o desenvolvimento e a melhoria do mesmo em todos os quesitos apresentados.

    O ganho significativo quanto ao desempenho e a satisfação estão evidenciados pelo internalização da autoestima, ou seja, quanto melhor era a avaliação de aspectos emocionais, melhor era a auto percepção relacionada ao desempenho e a satisfação nas atividades.

    O estudo apresenta que a estimulação psicomotora pode ser realizada fora de centros de reabilitação com auxilio de familiares e amigos desde que acompanhado por profissionais habilitados, bem como adaptações de materiais e atividades direcionadas a realidade do dia-a-dia do participante, permitindo uma maior proximidade e dedicação, alcançando níveis significativos de satisfação e desempenho.

Referências

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