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A influência da tecnologia na educação
e socialização de crianças contemporâneas

La influencia de la tecnología en la educación y la socialización de la niñez contemporánea

The influence of technology in education and socialization of contemporary children

 

*Acadêmicas do curso de graduação em psicologia da Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI

**Professor do Centro de Pesquisa da Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI

Laboratório do Exercício da Unimontes – LABEX

Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde da Unimontes – PPGCS

(Brasil)

Cariza Maria Alves Borges*

Joyce Angélica Pereira Rocha*

Vinicius Dias Rodrigues**

viniciuslabex@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho tem como objetivo discutir como a tecnologia tem influenciado – seja de forma positiva ou negativa – na vida escolar e social de crianças contemporâneas. Ao considerarmos que quem deu início às tecnologias foi a própria engenhosidade humana, faz-se necessário compreender também, qual o sentido e significado que o homem atribui a elas e como isso afeta na construção de saberes e valores da infância. Afinal, ser criança atualmente é o mesmo que ser criança em tempos passados? O que mudou? Lidar com tantas mudanças, com tantos aparelhos eletrônicos fabricados em série – que disputam, a todo o momento, espaço com brinquedos e brincadeiras tradicionais, é um desafio que não nos permite deixá-lo de lado, e que exige reflexão e cuidado sobre as práticas daqueles que são responsáveis por educar e socializar crianças, em especial, educadores e escola.

          Unitermos: Tecnologia. Tecnologia e educação. Tecnologia e socialização. Infância.

 

Abstract

          This paper aims to discuss how technology has impacted - either positively or negatively - in school and social life of contemporary children. When we consider that whoever started the technology was human ingenuity itself, it is necessary to also understand what the meaning and significance that man assigns to them and how it affects the construction of knowledge and values ​​of childhood. After all, being a kid is now the same as being a child in times past? What has changed? Dealing with so many changes, so many electronic devices manufactured in series - that dispute, at any time, with space toys and traditional games, is a challenge that does not allow us to leave it aside, and which requires thought and care on practices of those who are responsible for educating and socializing children, especially educators and school.

          Keywords: Technology. Technology and education. Technology and socialization. Childhood.

 

Recepção: 01/11/2014 - Aceitação: 30/11/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    As tecnologias são tão antigas quanto à espécie humana e, como discorre Kenski (2007) o que deu origem a elas foi a engenhosidade do ser humano: o uso do raciocínio faz com que o homem esteja sempre em processo de inovação.

    De acordo com Rosini (2003) podemos concluir que a tecnologia é representada por um conjunto de características do sistema técnico no cenário onde ela atua. Portanto, é possível defini-la como sendo qualquer insumo de produto criado ou inovado, que tenha seu devido mercado, representado pelas necessidades de utilização do meio em que está inserido.

    Em seu conceito de cibercultura, Lemos (2003) discorre que podemos entendê-la como uma forma sociocultural que surge da relação entre a sociedade, sua cultura e as tecnologias cada vez mais inovadoras.

    Segundo Rosado (2006) o avanço tecnológico transforma cada vez mais a vida de crianças e adolescentes, que se relacionam intimamente com as mídias digitais e com a era da informação. Ainda de acordo com a autora, este processo é refletido na forma como as crianças e adolescentes aprendem a se comunicar e a praticar algo de suma importância na infância e na adolescência: o ato de jogar. Para ela, bolas e bonecas disputam atualmente a atenção dos infanto-juvenis com os jogos eletrônicos e com a tecnologia em geral.

    Rosado (2006) discorre ainda que o jogo se faz presente na vida humana desde os primórdios e está, na contemporaneidade, sendo ressignificado pela tecnologia. Desta forma, as crianças e adolescentes são fisgados e atraídos por esses elementos tecnológicos, e produzem, a cada dia, novas formas de brincar e de lidar com o lúdico.

    Com tantas discussões acerca da presença da tecnologia na vida de todos, em especial, na vida de crianças e adolescentes, Bona (2010) levanta um questionamento: em um mundo tão cheio de novidades tecnológicas, a infância contemporânea é a mesma das infâncias passadas?

    Considerando a idéia de Bona (2010), o conceito, no senso comum, sobre os valores, atitudes e crenças sobre o que é ser criança, não deve se restringir a apenas uma perspectiva. É importante, segundo a autora, buscar a compreensão de como a própria criança se sente e como a mesma é vista e considerada pelos adultos.

    Contudo, Meira (2003) discorre que os brinquedos evocam as formações do social, e revelam com suas configurações as características da cultura em que se inscreve. Ainda de acordo com a autora, “a infância contemporânea apresenta traços que nos remetem a pensar acerca do que se encontra apagado no brincar, hoje” (MEIRA, 2003, p. 75).

    Meira (2003) afirma ainda que a memória do brincar na contemporaneidade encontra-se apagada pelo excesso de estímulos incessantes, de forma absurdamente rápida. Um brinquedo é substituto de um antigo, que será substituído por um novo, e essa obsolescência programada deixa de lado a singularidade da criança, já que seus brinquedos são fabricados em série, geralmente sem história e sentido.

    A criança contemporânea é vítima da publicidade, que desfila nos intervalos da televisão uma série interminável de brinquedos que se tornam verdadeiros objetos de desejo para as crianças e, segundo Meira (2003), isso promete a elas o acesso a um gozo sem fim. “Este excesso de estímulos acaba por gerar uma fragilização que se revela no próprio tecido do brincar, que passa a compor-se de minúsculas cenas, rápidas e velozes” (MEIRA, 2003, p. 76).

    Em outras palavras, Meira (2003) discorre que suspender o tempo e brincar é um desafio que as crianças têm de enfrentar frente à avassaladora rede de aparelhos tecnológicos que anestesiam seus movimentos corporais, sua socialização e seus pensamentos.

    Poderíamos, segundo afirma a autora supracitada, considerar os vídeo-games como vias de passagens do brincar ao jogo: “um adolescente que joga com games, escolhe entre estes histórias e personagens que tenham relação com seus desejos e fantasias” (MEIRA, 2003, p. 84).

    Como exemplo disso, a autora discorre que “um menino que, quando pequeno, brincava com bonecos de guerra, em sua adolescência passa a jogar games, onde estes personagens encontram-se em uma dimensão virtual” e completa dizendo ainda que “hoje muitas crianças não realizam esta travessia ou a abreviam, instalando-se em uma posição onde os jogos virtuais prevalecem sobre o brincar com objetos ou brinquedos” (MEIRA, 2003, p. 84).

    Nos cabe, portanto, refletir acerca dos efeitos da nova posição da criança, que, para Meira (2003) “encontra-se enlaçada ao tecido social contemporâneo, onde a tecnologia é hegemônica e prevalece no brincar” (p. 84).

    O presente trabalho pretende analisar o impacto da tecnologia na vida das crianças contemporâneas, buscando compreender o sentido e significado que é dado para a mesma, além de analisar a contribuição dos mecanismos tecnológicos para a vida social e escolar infantil.

Metodologia

    O trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica, considerando a influência da tecnologia na vida de escolares.

    O levantamento de dados foi embasado em trabalhos científicos disponibilizados no Google Acadêmico e na base de dados Scielo. A escolha dos documentos e periódicos se deu pela sua relação com os temas de educação, tecnologia e educação, tecnologia na infância e influência da tecnologia na socialização.

    A estratégia de busca desse referencial utilizou as seguintes palavras-chave: tecnologia na educação, tecnologia e socialização e tecnologia na vida de escolares.

    Foram utilizados os artigos que apresentaram informações relevantes relacionadas à área temática deste estudo.

Tecnologia na educação formal

    Segundo Axt (2000) escrever sobre tecnologia no mundo da educação é algo extremamente complexo, já que existem olhares diferenciados acerca do assunto. De um lado, encontramos aqueles que vêem na tecnologia diversas possibilidades para promover o ser humano, para promover uma sociedade do conhecimento, dotada de uma inteligência coletiva. Do outro lado, existem aqueles que temem o desenvolvimento de uma sociedade fechada, desumana, individualista, que abandona o conceito de sociedade reflexiva e adota o rótulo de sociedade figurativa e não pensante, pautada, sobretudo, no autocontrole e no conhecimento superficial.

    Já na posição intermediária, a autora diz que se encontram aqueles que oscilam entre reconhecer as possibilidades para uma sociedade do conhecimento, democrática e solidária, e que consideram as dificuldades de uma sociedade informal, onde a fartura de informação contrasta com a comunicação de sentido único.

    Partindo de tantos contrapontos, Costa (2011) discorre que a escola não deve ficar à margem do processo de inserção da tecnologia no campo educacional e que, sendo o professor a figura mais representativa no mundo pedagógico, precisa, naturalmente, atualizar-se com freqüência, buscando ocupar com eficiência e domínio o seu novo lugar: o de professor na sociedade tecnológica.

    É de suma importância buscar esse novo lugar, já que de acordo com Freire (1976) quando os profissionais da educação tornam-se alienados, seu compromisso e motivação ao ensinar se desfazem na medida em que o instrumento para sua ação é um instrumento estranho, desconhecido e, muitas vezes, até contrário à sua cultura.

    Pelo olhar de Belloni (1998) a escola é hoje apenas mais um entre tantos outros campos, responsável pela produção e extensão da cultura. Segundo a autora, quando a escola concorre com os demais campos, ela tende a perder prestígio, já que o mundo encontra-se cada vez mais aberto, cheio de novidades tecnológicas, enquanto as instituições escolares - para se defenderem da inovação, apegam-se ainda mais a espaços fechados, a salas de aula isoladas, a livros didáticos impressos “no papel”.

    Por este motivo, de acordo com a autora a escola ainda não conseguiu integrar os aspectos culturais criados pelas mídias que, por sua vez, são consumidos pela maior parte do público infantil. Para que a implantação das novas tecnologias seja feita nas escolas, deve-se focar, sobretudo, na eficiência e na crítica dessa implantação. Ou seja, sem deixar de lado o que Belloni (1998) chama de ‘ideais humanistas da modernidade’, alcançando a capacidade de colocar a tecnologia a serviço do sujeito da educação, do cidadão livre, e não o cidadão a serviço de normas técnicas.

    De acordo com Valente (1999) a utilização de computadores na educação é tão antiga quanto o começo comercial dos mesmos. Contudo, esse tipo de implantação, segundo o autor, sempre foi um desafio para aqueles que se preocupam com a disseminação dos computadores na sociedade, o que nos traz a idéia de que a presença da tecnologia no campo educacional é algo de natureza contemporânea, já que a inclusão de mídias e tecnologias se dá de forma complexa nesse contexto.

    Como lidar, portanto, com tamanha complexidade acerca de algo tão atraente, facilitador, rápido, divertido e cheio de informações ligeiras que invade as escolas clássicas, metódicas, cheias de regras, de cumprimentos de horários e de tarefas a serem cumpridas? Existe um meio termo? Qual é ele?

    Nesse sentido, o campo da educação enfrenta, para Belloni (1998) mais um desafio: se constituir como mediador entre criança e o mundo tecnificado que ressignifica, a todo o momento, as formas de pensar e de lidar com o imaginário. Ou seja, de acordo com a autora, cabe a escola não apenas assegurar a democratização, o acesso às novas tecnologias, mas tornar as crianças que fazem uso delas, sujeitos críticos e pensantes.

    Como afirma Valente (1999) a informática na educação pode tanto proporcionar ao aluno a continuidade do conhecimento adquirido em sala de aula, quanto ajudá-lo a concluir seus pensamentos e idéias e construir seu próprio conhecimento.

    Porém, como a tecnologia deve ser inserida e assistida na vida de crianças?

Tecnologia e infância

    De acordo com os estudos de Piaget (1975) toda criança deve ter espaço e tempo para aproveitar sua infância, sem ser exposta a responsabilidades e técnicas. Para o autor, tudo na infância tem um tempo determinado, inclusive a entrada da criança na escola, que depende única e exclusivamente de maturidade, mesmo que pouca.

    Ainda segundo o autor, viver cada fase da infância é indispensável para um bom desenvolvimento humano. As crianças precisam elaborar e viver suas brincadeiras, seus jogos (inclusive os simbólicos), que permitem a elas a imitação do outro, ou seja, a elaboração de como se dá os papeis sociais e suas devidas relações. Em outras palavras, as brincadeiras e jogos são determinantes na primeira infância.

    De acordo com Castro e Martins (2011) a mídia e a tecnologia não dão espaço para que as crianças se preparem para recebê-las. Para as autoras, a infância contemporânea se difere da infância passada quando são observadas, sobretudo, as brincadeiras e os jogos. Atualmente, as crianças ficam presas em casa, em frente à televisão e/ou computador e games e, muitas vezes, sabem lidar melhor com aparatos tecnológicos do que as pessoas mais velhas. Outro aspecto que deve ser enfatizado, segundo as autoras, é o fato das crianças ficarem paralisadas, sem grandes movimentos corporais, já que os jogos eletrônicos cobram pouco – ou nada – de movimento, nem de interação com outras pessoas e com o meio.

    É complicado falar sobre a relação da infância com a tecnologia e não nos remetermos, novamente, à escola. Nesse sentido, para as autoras o trabalho escolar implica uma reflexão e um aprofundamento sobre o que é estudado com os alunos, ou seja, se opor à superficialidade e ocupar um lugar significativo na produção de conhecimento e socialização. Em outras palavras, se atentar a qualidade das informações, e não em suas quantidades. Muitas crianças aprendem, primeiramente, a ligar um computador, um game e uma televisão antes mesmo de ler e serem alfabetizadas. Nesse sentido, a forma de lidar com os estudos e de se concentrar também muda.

    Amante e Faria (2007) afirmam que aprender não se resume em apenas consumir conteúdos, mas sim em saber selecionar as informações disponíveis, em transformá-las em conhecimento. Sendo assim, as tecnologias são instrumentos valiosos. Contudo, segundo as autoras, de nada servirão se usadas com um pensamento pedagógico limitado e preso, exclusivamente, à transmissão de conteúdo, preso a uma idéia de aluno que apenas reproduz, ao invés de questionar, de entender e de criar.

    O caminho é, portanto, andar ao lado da tecnologia, sem ficar à sua mercê, e para que isso aconteça, reflexão e crítica devem sustentar o trabalho das escolas. Sendo assim, é possível afirmar que, de acordo Castro e Martins (2011) as crianças participam ativamente do processo e do mundo tecnológico, pois essa é uma realidade atual no contexto contemporâneo em que vivemos.

    O que importa é qual o sentido que essas crianças dão para esse mundo tecnológico, e como as relações sociais têm sido estabelecidas a partir dele. A tecnologia pode, de acordo com as autoras, tanto informar quanto alienar, e cabe aos pais, aos educadores e instituições de ensino ajudar a estabelecer uma relação saudável – e crítica, das crianças com esse mundo tecnológico.

    De acordo com Silva e Vilarinho (2009) as características dessa geração audiovisual nos leva a admitir que seja preciso sim uma mudança e uma reflexão sobre a forma com que as escolas lidam com os objetos mais amados e desejados pelas crianças. Não se ensina mais, segundo as autoras, como se ensinava antigamente, pois a infância atual faz conexões entre conceitos, inferindo novos. Além disso, ela tem gosto pela pesquisa e a faz em casa, via internet. As crianças navegam por um universo maravilhoso e cheio de informações e, desta forma, as pesquisas têm gosto de aventura. A imagem hoje faz parte da leitura e, muitas vezes, elas valem por muitas frases, e as crianças as entendem. Ou seja, a compreensão e o significado têm, nos dias de hoje, uma nova dimensão e um novo conceito.

Tecnologia e socialização

    O processo de socialização, de acordo com Belloni (2007) é dinâmico e de difícil compreensão, e se desenvolve na infância e adolescência através dos exercícios e das experiências vividas, não se limitando a uma simples habilidade oferecida pela família, pela escola e por outras instituições especializadas.

    Segundo Dorigoni e Silva (2007) a sociedade atual, sob a forma de produção industrial, tem seu apoio na racionalidade instrumental administrada por normas técnicas operacionais onde tudo é planejado, medido, racionalizado. Essa sociedade organizada tomou uma proporção que atingiu todas as áreas da vida do sujeito, penetrando no espaço e no tempo vago do homem moderno, atingindo-o até mesmo em sua consciência, sujeita às regras provenientes das exigências técnicas pré-estabelecidas.

    Pooi (2009) afirma que as tecnologias se alastram na televisão, parabólicas, cabos óticos, satélites e internet e atingem a maioria das pessoas que vivem no meio urbano, especialmente nas cidades mais desenvolvidas, onde suas áreas rurais tiveram um avanço tecnológico gigantesco, tanto na produção como na distribuição da produção agrícola.

    De acordo com Capelo (2005) a contemporaneidade caracteriza-se, principalmente, por mudanças que ocorrem nas estruturas produtivas. O conhecimento modificou-se em força produtiva, os eletromecânicos estão sendo substituídos pelos microeletrônicos, estimulando um aumento da capacidade produtiva pelo aceleramento e eficácia dos equipamentos, bem como pela economia de força de trabalho e de matérias-primas.

    Para o autor, essa foi à primeira de duas contradições: a promessa iluminista de que o progresso tecnológico corresponderia à melhoria da qualidade de vida não se realizou e o que se vê atualmente é o refino das formas de exclusão social. Já a segunda contradição, são os efeitos das tecnologias de comunicação e da informação que sugerem outros conhecimentos de tempo e espaço. A divisão entre passado, presente e futuro está se desfazendo e o tempo pode ser compreendido como uma junção dessas temporalidades (CAPELO, 2005).

    Segundo Borsa (2007) a socialização é de suma importância no desenvolvimento humano, pois é um processo interativo no qual as crianças suprem suas necessidades e assimilam a cultura ao mesmo tempo em que, mutuamente, a sociedade se desenvolve e se eterniza. Com o nascimento a socialização já se inicia, embora sofra mudanças ao longo de todo ciclo vital, já que muitas coisas se modificam como, por exemplo, o avanço da tecnologia nos meios de comunicação, o crescimento acentuado de informações disponíveis e os novos arranjos familiares.

    Neste contexto, segundo o autor a escola tem um papel importante na consolidação do processo de socialização. O campo escolar será decisivo para o desenvolvimento cognitivo e social infantil, na construção da identidade da criança, do seu sentimento de pertencer ao mundo, adquirindo modelos de aprendizagem e a aquisição dos princípios éticos e morais que norteiam a sociedade.

    Contudo, é importante ressaltar também o papel da tecnologia na socialização de pessoas, uma vez que redes sociais são fortes parceiras nos contatos atuais. De acordo com Ferreira (2012) a comunicação é o pilar que sustenta todas as estruturas sociais. Para o autor, redes sociais como o Facebook transformou – para sempre, a forma de lidar com o social. As informações de diferentes povos, com diferentes culturas e lugares completamente distintos, chegam, quase que de forma instantânea a todos que tem acesso a tecnologia.

    Há alguns anos ninguém imaginava a possibilidade de diminuir o tempo e o espaço. E hoje, de acordo com Capelo (2005) isso é possível através dos computadores, que possibilitam um mundo mais próximo e mais rápido. Sendo assim, trata-se de uma sociedade que vive uma fase de transição entre um modelo estabelecido, no qual se podia contar com algumas certezas e, por outro lado, uma sociedade incerta, que não sabe exatamente como será depois de alguns anos.

Considerações finais

    É possível considerar que, na contemporaneidade, vários campos são significativos para a formação educacional e social de crianças. A escola tem – ainda hoje, talvez o papel mais significativo na construção de sujeitos conscientes e informados e, agora, na formação de sujeitos informatizados conscientemente.

    Contudo, o campo escolar precisa torna-se reflexivo e, além disso, precisa adotar novas formas de lidar com as crianças contemporâneas que, com certeza, se diferem das crianças do passado.

    A infância atual já nasceu em um mundo de multimídias, onde aparelhos tecnológicos são cada vez mais comuns e acessíveis, mesmo quando consideradas as questões de diferença social. Portanto, a forma de lidar com os estudos também passou por transformações ao longo do tempo, e é por essa razão que a criatividade e a flexibilidade de educadores têm um papel de grande importância no processo de aprendizagem.

    Já no campo da socialização, a tecnologia pode tanto alienar quanto aproximar as pessoas, e a linha que divide essa forma de como lidar com as redes e com os games é muito tênue. As crianças precisam, sobretudo, tornarem-se conscientes do uso que fazem desses aparatos tecnológicos e compreenderem, antes de tudo, que são mecanismos de entretenimento e também de aprendizagem e socialização, mas que não substituem o contato humano, a presença física na escola e nem as relações “olho no olho” conquistadas ao vivo.

    Portanto esse artigo apresenta relações importantes na temática em questão, porem novos estudos devem ser realizados para apresentar outros dados importantes para o leque de reflexão no assunto.

Referências

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