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Perfil do estilo de vida de profissionais de Educação Física de academias na região leste da ilha de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil

Perfil del estilo de vida de los profesionales de Educación Física
de gimnasios de la región oriental de la Isla de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil

 

*Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina

**Ph. D. Professor Associado IV, Departamento de Educação Física

Universidade Federal de Santa Catarina

(Brasil)

Adilton Valdori Sagaz*

adiltonsagaz@hotmail.com

Osni Jacó da Silva**

osni@cds.ufsc.br

 

 

 

 

Resumo

          O estudo buscou averiguar o perfil do estilo de vida e as variáveis sócio demográficas de professores de Educação Física atuantes em academias de musculação da região leste da Ilha de Santa Catarina. Foi feito um estudo transversal com os profissionais de academias dos bairros: Lagoa da Conceição, Barra da Lagoa, Rio Vermelho e Rio Tavares. O estudo contou com 38 profissionais entrevistados de um total de 44. Foi utilizado o instrumento validado e disponível na literatura científica: O Perfil do Estilo de Vida proposto por Nahas, Barros e Francalacci (2000). O resultado teve uma análise geral dos escores obtidos por cada componente do estilo de vida, com suas respectivas classificações (negativo intermediário e positivo). O resultado geral identificou que a maior parte dos profissionais referiu alta percepção para um perfil do estilo de vida positivo (84,2%). Relatou-se também que muitos dos profissionais identificaram como não sendo positivas (negativa ou intermediária) as dimensões Nutrição e Estresse. Os resultados encontrados são importantes para auxiliar as academias, o conselho e o próprio profissional para as necessidades de mudanças ou manutenção, de hábitos saudáveis promovendo melhorias no estilo de vida.

          Unitermos: Estilo de vida. Profissionais de Educação Física. Academia de musculação.

 

Recepção: 11/11/2014 - Aceitação: 29/11/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    É de extrema importância realizar a investigação e averiguação do estilo de vida da população para que seja possível identificar e compreender determinadas mudanças de comportamento (NAHAS, 2010). Neste sentido faz-se necessário conhecer o estilo de vida dos profissionais de Educação Física para que sejam propostas ações no que diz respeito à modificação de possíveis comportamentos que colocam a saúde desses profissionais em risco.

Método

    Tratou-se de um estudo com corte transversal, dos profissionais de Educação Física atuantes em academias na região Leste da ilha de Florianópolis.

    Foi realizado um prévio contato com os proprietários e/ou responsáveis das academias de musculação, a fim de expor e esclarecer os objetivos da pesquisa bem como solicitar autorização para o inicio da coleta de dados junto aos funcionários.

    Para a coleta das informações utilizou-se um questionário adaptado divididos em duas partes, sendo uma delas um questionário sócio econômico e a outra um instrumento, validado (BOTH et al, 2008) e disponível na literatura científica chamado Pentáculo do Bem Estar.

Resultados e discussão

    A amostra final contou com 38 (90,47%) profissionais, sendo que 68,4% do sexo masculino e 31,6% do sexo feminino. Metade dos profissionais da amostra tinha menos de 30 anos de idade. Outra metade dos entrevistados era casada e o nível de ensino predominante foi à graduação (55,3%). A maioria dos profissionais (47,4%) recebe renda bruta de até R$ 1.501,00 à R$ 3000.00 (U$ 750,00 a U$1500,00). No que se refere à carga horária, 39,5% dos profissionais descreveram trabalhar mais de 40 horas semanais e 65,8% trabalham em apenas uma academia.

Figura 1. Perfil do estilo de vida dos profissionais que atuam em academia na região Leste de Florianópolis (%)

    Na figura 1 é possível observar os resultados o perfil do estilo de vida geral dos professores de Educação Física, assim como as cinco componentes do estilo de vida de forma individual. No computo geral do estilo de vida, os professores de Educação Física apresentaram valores positivos predominante em todas as componentes do estilo de vida. Os percentuais mais baixos dentre as componentes do estilo de vida positivo foram à nutrição e o estresse. Os resultados mais altos do perfil positivo do estilo de vida foram encontrados nas componentes: atividade física comportamento preventivo e relacionamentos sociais. Porém na Componente Controle do Estresse foi encontrado o resultado mais negativo do estilo de vida.

Figura 2. Respostas da componente Nutrição (%)

    Na figura 2, os resultados mostram que 32% dos profissionais de Educação Física sempre evitam consumir alimentos gordurosos e 42,9% quase sempre evitam consumir esses tipos de alimentos. No que se refere ao consumo de frutas e hortaliças, 21,4% dos indivíduos da pesquisa sempre consomem as quantidades indicadas, evidenciando um baixo consumo de frutas e hortaliças. Nos três itens da componente Nutrição a questão “você consome 5 porções de frutas e hortaliças por dia” foi aquela que apresentou os resultados menos positivos.

Figura 3. Respostas da componente Atividade Física (%)

    Na figura 3 é possível observar o Estilo de Vida com relação a componente atividade física. Observa-se que a maioria dos profissionais (71,4%) respondeu que inclui pratica de atividade física (exercícios, esportes ou dança) sempre faz parte do estilo de vida.

    Quanto a realizar exercícios que envolvam força e alongamento muscular, a maioria (82,2%) que sempre faz parte do estilo de vida.

    Em relação a caminhar ou pedalar como meio de deslocamento e, preferencialmente usa escadas ao invés do elevador, apenas 32,1% responderam que sempre faz parte do estilo de vida. O item “você caminhada ou pedala como meio de deslocamento” foi aquele que possuiu resultados menos positivos, isso pode ser justificado pelo fato de que a moradia dos profissionais seja longe dos seus locais de trabalho.

Figura 4. Respostas da componente Comportamento Preventivo (%)

    A figura 4 é possível observar o Estilo de Vida com relação a componente Comportamento Preventivo. A primeira questão: Você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controlá-los, 10,7% responderam que não faz parte do estilo de vida, 21,4% afirmaram que às vezes faz parte do estilo de vida, 21,4% indicou que quase sempre faz parte do estilo de vida e 46,4% responderam que sempre faz parte do estilo de vida. Na segunda questão: Você não faz uso de álcool (ou ingere com moderação) e não usa tabaco, 3,5% não faz parte do estilo de vida, 14,3% afirmaram às vezes faz parte do estilo de vida, 35,7% quase sempre faz parte do estilo de vida e 46,4 indicou sempre faz parte do estilo de vida. E na terceira questão: Você respeita as normas de trânsito (como pedestre, ciclista, ou motorista), usa sempre o cinto de segurança e, se dirige, nunca ingere bebida, 0% respondeu que não faz parte do estilo de vida, 3,5% afirmaram que às vezes faz parte do estilo de vida, 42,8% indicou que quase sempre faz parte do estilo de vida e 53,6% responderam que sempre faz parte do estilo de vida.

    Os resultados do estudo foram semelhantes daqueles apresentados no estudo de Both, Nascimento, Borgatto (2007), Lima (2007) e Moreira et. al. (2010) com isso podemos sugerir que os profissionais de Educação Física atuantes em academias na região leste da Ilha de Santa Catarina, possuem comportamento preventivo semelhante ao os profissionais atuantes em escolas.

    Os três itens da componente comportamento preventivo foram semelhantes, entretanto o item “você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controlá-los” foi o menos positivo, sendo assim podemos sugerir que esses profissionais não possuem hábitos de realizar exames preventivos.

Figura 5. Respostas da componente Relacionamentos (%)

    A figura 5 é possível observar o Estilo de Vida com relação à componente Relacionamentos. A primeira questão: Você conhece sua pressão arterial, seus níveis de colesterol e procura controlá-los, 10,7% responderam que não faz parte do estilo de vida, 21,4% afirmaram que às vezes faz parte do estilo de vida, 21,4% indicou que quase sempre faz parte do estilo de vida e 46,4% responderam que sempre faz parte do estilo de vida. Na segunda questão: Você não fuma e não ingere álcool (ou ingere com moderação), 3,5% responderam que não faz parte do estilo de vida, 14,3% afirmaram que às vezes faz parte do estilo de vida, 35,7% indicou que quase sempre faz parte do estilo de vida e 46,4% responderam que sempre faz parte do estilo de vida. E na terceira questão: Você respeita as normas de trânsito (como pedestre, ciclista, ou motorista), usa sempre o cinto de segurança e, se dirige, nunca ingere bebida, 0% respondeu que não faz parte do estilo de vida, 3,5% afirmaram que às vezes faz parte do estilo de vida, 42,8% indicou que quase sempre faz parte do estilo de vida e 53,6% responderam que sempre faz parte do estilo de vida.

    O item mais positivo “nível de satisfação com amizade” e os menos positivos foram “você realiza atividades em grupos” e “você se sente útil ao ambiente social em que vive”, esse por sua vez pode ser justificado pela falta de tempo, pois a grande maioria possui longas jornadas de trabalho e isso pode influenciar nas relações sociais.

Figura 6. Respostas da componente Controle do Estresse (%)

    A figura 6 é possível observar o Estilo de Vida com relação à componente Controle do Estresse. A primeira questão: Você reserva tempo (ao menos de 5 minutos) todos os dias para relaxar, 7,1% responderam que não faz parte do estilo de vida, 32,1% afirmaram que às vezes faz parte do estilo de vida, 21,4% indicou que quase sempre faz parte do estilo de vida e 39,2% responderam que sempre faz parte do estilo de vida. Na segunda questão: Você mantém uma discussão sem alterar-se, mesmo quando contrariado, 3,5% responderam que não faz parte do estilo de vida, 32,1% afirmaram que às vezes faz parte do estilo de vida, 42,8% indicou que quase sempre faz parte do estilo de vida e 21,4% responderam que sempre faz parte do estilo de vida. E na terceira questão: Você equilibra o tempo dedicado ao trabalho com o dedicado ao lazer, 10,7% responderam que não faz parte do estilo de vida, 39,3% afirmaram que às vezes faz parte do estilo de vida, 17,8% indicou que quase sempre faz parte do estilo de vida e 32,1% responderam que sempre faz parte do estilo de vida.

    Podemos sugerir que a principal causa pelo resultado negativo na componente estresse esta associada a condições de trabalho.

Conclusões

    Diante dos resultados obtidos no estudo podemos concluir que grande parte dos profissionais investigados possui um estilo de vida saudável. Entretanto nas componentes Nutrição e Estresse os resultados não alcançaram escores tão positivos se comparados aos outros componentes.

    Os resultados obtidos foram satisfatórios de acordo com que se espera desse tipo de profissional. E quando comparados com profissionais de Educação Física atuantes em escolas, os profissionais de academias possui o perfil do estilo de vida mais positivo, porém nas componentes estresse e nutrição ambos tiveram valores menos positivos.

    As peculiaridades obtidas sobre o estilo de vida desses profissionais possui grande importância sobre o conhecimento dos hábitos de educadores físicos que atuam neste ramo de mercado. E as informações obtidas através do estudo podem servir para melhorar, ainda mais, o estilo de vida desses profissionais através de ações dos Conselhos Regionais de Educação Física. Esses resultados também podem fazer com que as academia planejem ações que possam facilitar as possíveis mudanças de comportamento, principalmente no que diz respeito a horários de intervalo para alimentação e ações para o controle do estresse, sendo que esses foram as componentes com piores resultados no estudo. Com o estudo também é possível perceber os resultados de cada item das componentes e com isso saber onde realmente a intervenção deve ser feita.

    Para futuras pesquisas se faz interessante à investigação do perfil do estilo de vida de profissionais de Educação Física, aposentados, que atuavam em academias de musculação, e observar se os hábitos saudáveis ainda continuam semelhantes aqueles de quando atuavam no mercado de trabalho. Outro ponto importante que poderia ser explorado em novas pesquisas é a composição corporal de profissionais de Educação Física atuantes em academias e escolas.

Referências bibliográficas

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