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Normatização das medidas de cadeiras giratórias 

operacionais e a contemplação da antropometria dos usuários

La estandarización de las medidas de las sillas giratorias operativas y la consideración de la antropometría de los usuarios

 

*Mestranda. Programa de pós graduação em Engenharia de produção

**Prof. Doutor. Programa de pós graduação em Engenharia de produção

(Brasil)

Silvia Fiori Sala*

silviamfsala@gmail.com

Eugenio Merino**

merino@ufsc.br

 

 

 

 

Resumo

          A partir da norma brasileira NBR 13962:2006 que regulamenta cadeiras giratórias operacionais, como as que são freqüentemente utilizadas em escritórios, foi realizado um estudo onde se comparou as medidas estipuladas pela norma e padrões antropométricos disponíveis. Como resultado, apresentam-se as estaturas atendidas pela norma e seus limites inferiores e superiores.

          Unitermos: NBR 13962:2006. Cadeiras. Antropometria. Biomecânica.

 

Recepção: 30/10/2014 - Aceitação: 10/12/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Contextualização

    As três posições mais naturais e adotadas pelo homem são a posição deitada, sentada e de pé (Iida, 2005). Para sentar-se, um indivíduo necessita de pelo menos uma superfície de apoio, podendo ser na altura do solo ou diferente deste, como os móveis produzidos para este fim. O uso de assentos, cadeiras e afins datam da Antiguidade. O banquinho, por exemplo, já no ano 2050 a.C., era um artigo de mobiliário bastante apreciado pelos egípcios, e a cadeira já era apreciada no ano 1600 a.C. (referencia apud PANERO, 2006. p 57). Sobre o conceito de posição, Gomes Filho (2003) coloca:

    “A postura do ato de sentar naturalmente adotada pelo usuário, que deve manter as costas eretas, de maneira a se posicionar de tal forma que minimize as pressões em seus discos invertebrais, sem com isso criar tensões nos músculos eretos do tronco, preservando a curvatura da coluna tanto quanto possível.”

    Por definição, a cadeira se diferencia por possuir essencialmente um plano de apoio para as nádegas e outro para as costas (GOMES FILHO, 2003).

    Com a diversificação do mobiliário e surgimento de diversos modelos de cadeiras, desenvolveu-se características para adaptação dos assentos a determinadas tarefas, assim como um sofá é uma peça associada ao lazer e às cadeiras de jantar e de escritório se diferenciam pela aparência e utilização.

Histórico dos assentos

    Após as teorias Tayloristas acerca da divisão do trabalho para maximização de resultados, as atividades em escritórios foram modificadas e atualizadas com estes novos conceitos para o aumento do rendimento individual. A partir de estudos acerca da fadiga que indicavam que esta era causadora do mal trabalho, buscou-se a sua eliminação, para assim aumentar a eficiência e conseqüentemente os lucros. Foi então quando projetaram cadeiras voltadas ao trabalho de datilografia, a fim de facilitar a mudança de posição durante a tarefa para evitar a fadiga e encurtar o tempo gasto com isto.

    As cadeiras para datilógrafas não foram desenvolvidas até o começo dos anos 1920, quando se começou a usar estudos sobre postura ao sentar que haviam sido feitos nas fábricas. As novas cadeiras baseavam-se de perto naquelas projetadas para uso fabril: eram feitas de aço, com assento e encosto estofados e ajustáveis. Embora fossem eficientes e confortáveis, tinham aparência industrial inconfundível (FORTY, 2007. p184)

Cadeiras de datilógrafa e estrutura. Gomes Filho, 2003

    O uso do aço e não da madeira em mobiliários exclusivos ao escritório teve mesmo a intenção de tornar este ambiente mais parecido com a fábrica, deste modo diminuindo o status social do trabalhador de escritório, que já estava em declínio após as divisões de tarefas e o crescimento do emprego de mulheres para este setor. Para os teóricos da administração científica, essa associação com o trabalho fabril tinha grandes atrativos, pois propiciava uma prova visível de que seus métodos e análises tinham aplicação universal em todos os tipos de trabalho, independentemente das pretensões sociais dos trabalhadores (Forty, 2007).

Escrivaninhas e cadeiras de escritório, Gomes Filho, 2003

    O período pós Segunda Guerra Mundial revolucionou o mundo em diversos aspectos, sendo um deles a percepção dos ambientes e a impressão que se queria ter dele. Com isto revolucionou-se o padrão de mobiliário de escritório, surgindo na Grã-Bretanha móveis com padrão de gosto doméstico contemporâneo, com acabamentos em madeiras claras e estofados de cores vivas, rompendo com a monotonia dos modelos anteriores a este período que eram escuros e impessoais. Estes novos eram destinados apenas aos gerentes, executivos sênior e demais funcionários de postos de prestígio, aumentando assim a diferenciação entre hierarquias (FORTY, 2007).

    Por volta da década de 60 já era comum que os demais trabalhadores de escritório tivessem passado por esta modernização do mobiliário, tendo semelhanças em acabamento e estilo com as que surgiram na década anterior aos trabalhadores do topo da hierarquia, porém, para fortalecer ainda mais esta diferença entre os trabalhadores, os modelos se diferenciavam, deixando claras as distinções entre os chefes e os trabalhadores comuns (FORTY, 2007).

    A partir de colocação do autor Panero (2006, p57) em relação às cadeiras afirma que, apesar de sua presença constante e longa história, em termos de projeto, o assento é ainda um dos mais pobres elementos de ambientes internos.

Cadeira de escritório. Gomes Filho, 2003

Acerca do estudo

    O objetivo principal deste estudo é a partir de estudo acerca da norma NBR 13962:2006, que determina cadeiras para uso operacional, compará-la com as medidas antropométricas nacionais, a fim de identificar qual público e percentis são plenamente atendidos pela normativa. Durante a realização de uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET), notou-se que os modelos de cadeiras existentes no mercado não atendem com plenitude a todos os indivíduos.

    Para a realização deste estudo utilizou-se de técnicas exploratórias por meio de materiais gerados por autores, como as tabelas e dados antropométricos, além do software Antroprojeto (CASTRO, 2003), comparando-os com as medidas estipuladas pela norma brasileira para cadeiras operacionais (NBR 13962:2006), através de comparativos.

Na Ergonomia

Trabalho estático e dinâmico

    O tipo de trabalho é dividido em estático ou dinâmico de acordo com a atividade. O trabalho dinâmico caracteriza-se pela alternância de contração e extensão, portanto, por tensão e relaxamento. Há mudança no comprimento do músculo, geralmente de forma rítmica. Já o trabalho estático diferencia-se deste, sendo que de maneira oposta ao primeiro é menos dinâmico, ou seja, caracteriza-se por um estado de contração contínua da musculatura, mantendo a postura constante (Grandjean, p. 15).

    O trabalho comum de escritório, realizado de maneira sentada, é considerado trabalho estático, pois mantêm a postura do dorso constante, em geral, movimentando muito pouco os braços e pernas.

A posição sentada

    A posição sentada é aquela que se mantêm sobre uma superfície de apoio como uma cadeira, do ponto de vista da ergonomia, o ato de sentar é tido como uma postura humana natural para aliviar a fadiga da postura em pé (ergonomia do objeto - p96). Esta exige atividade muscular do dorso e do ventre para manter esta posição. Praticamente todo o peso do corpo é suportado pelo osso ísquio, nas nádegas. O consumo de energia é de 3 a 10% maior em relação à posição horizontal (Iida, 2005. p167).

    Posturas sentadas por um longo tempo ocorrem em escritórios, mas também nas fábricas. A posição sentada apresenta vantagens sobre a postura ereta. O corpo fica melhor apoiado em diversas superfícies: piso, assento, encosto, braços da cadeira, mesa. Portanto a posição sentada é menos cansativa que a de pé (Dul web... p. 15)

    A figura a seguir exemplifica a dinâmica de pressão entre o osso ísquio e o assento

Figura: Ilustração do osso ísquio. Panero, 2006. p. 58

Antropometria e percentis

    A antropometria é a área responsável pela medição e estudo das dimensões e características físicas de indivíduos. Estudos nesta área realizaram medição de grupos de pessoas a fim de identificar um padrão e percentagem de pessoas com medidas aproximadas e o nível de repetição de padrões, dando origem aos percentis de medidas.

    Os percentis apresentam o padrão de medidas e a ocorrência em determinados grupos ou regiões, sendo que os mais comumente aplicados são o percentil 5, que é a minoria de mais baixa estatura, o percentil 50 que compreende a maioria e o padrão médio e por fim o 95, que representa a minoria de maior estatura.

    Não se costuma projetar para todos. Os poucos indivíduos que estão em ambas extremidades da curva podem ser tão extremos que a fabricação de um design tão abrangente se torne grande demais ou cara demais. Os militares norte-americanos optaram por excluir os 5% na extremidade inferior e outros 5% na extremidade superior, dessa forma acomodando 90% da população mediana pelos padrões militares. O valor de 5% é denominado percentil 5 e o valor de 95%, percentil 95 (Tilley, 2007. p16)

    Acerca da amplitude e abrangência dos cálculos acerca dos percentis em conflito com o real atendimento dos mesmos, Panero (2006, p. 37) expõe:

    Um erro muito sério na aplicação de dados é pressupor que uma dimensão de percentil 50 represente as medidas de “um homem médio” e criar um projeto para acomodar os dados desse percentil. A falácia de tal hipótese é que, por definição, 50% desse grupo podem sofrer conseqüências de um mal projeto. O chamado “homem médio” simplesmente não existe. Dependendo da natureza do problema de projeto, ele poderia ser concebido para acomodar o percentil 5 ou 95, de modo que maior parte da população seja atendida.

Medidas antropométricas

    As tabelas a seguir apresentam medidas de indivíduos brasileiros, a primeira uma amostra de 3100 trabalhadores homens e a segunda 500 indivíduos, contento mulheres e homens (PANERO, 2006)

Medidas antropométricas de um indivíduo sentado

    As tabelas a seguir apresentam as medidas antropométricas de indivíduos sentados, que servirão de base para a análise.

    A imagem a seguir ilustra um indivíduo sentado e apresenta suas principais medidas:

Indivíduo sentado. Panero, 2006

A norma NBR 13962:2006

    A norma NBR 13962:2006 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011) determina as características físicas e dimensionais e classifica as cadeiras para escritório, bem como estabelece os métodos para a determinação da estabilidade, resistência e durabilidade de cadeiras para escritório, de qualquer material, excluindo-se longarina e poltronas de auditório e cinema.

    A norma determina as seguintes medidas como padrões mínimos de especificação de cadeiras:

Tabela com medidas - Norma


Figura para identificação dos itens na norma apresentados anteriormente. Fonte própria

Comparativo norma X antropometria

Correções devido ao uso de roupas

    As medidas que constam nas tabelas antropométricas dizem respeito ao indivíduo em si só, sem considerar vestuário e demais adereços ou equipamentos, para comparação destas medidas com o uso em ambiente de escritório, devemos considerar e calcular algumas alterações provenientes de vestimentas e adereços. “Se existir uma condição que exija a acomodação do homem do percentil 99 e da mulher do percentil 1, acrescente as roupas mais pesadas para o homem alto e as roupas mais leves para a mulher baixa (DREYFUSS) A altura dos saltos dos calçados é importante para determinar o espaço necessário para se acomodar as nádegas, considerando roupas mais pesadas.

Acréscimos devido vestimentas (Tilley, 2005. P37).

    Considerando sempre, para o percentil mínimo a medida de uma mulher utilizando vestimentas de verão e para percentil máximo um homem com vestimentas de inverno conforme sugere o autor, têm-se as avaliações a seguir.

Altura da superfície do assento (intervalo de regulagem)

    A norma especifica que a altura mínima obrigatória é de 420mm enquanto a máxima é de 500mm, sendo que os fabricantes podem ultrapassar estes valores desde que ainda sejam compreendidos.

    Um indivíduo que utilizando vestimentas de inverno que acresçam 30 mm em sua estatura teria como resultante as medidas para uma cadeira de mínimo 390 mm, para que se atinja esta altura mínima da superfície do solo até a altura do contato das pernas na superfície do assento a altura mínima do sujeito deve ser maior que 1,57 m para que possa manter adequadamente o contatos dos pés com o piso.

Indivíduo de 1,57m de altura. CASTRO, 2003

    Da mesma maneira, para que seja mantida angulação de 90° dos joelhos, a altura máxima de um indivíduo utilizando vestimentas que lhe somem 80mm em, e com a altura do assento na altura máxima (500mm) seria inferior a 1,93m, se considerar-se que estes 80mm adicionais estejam concentrados nos pés, como altura dos sapatos, a altura máxima do indivíduo deveria ser inferior a 1,69m.

Indivíduos de 1,93m e 1,69m de altura. CASTRO, 2003

Largura do assento

    O valor mínimo para largura do assento, estipulado pela norma é de 400 mm, esta é a medida do quadril de um indivíduo de 1,97m sentado. Considerando-se o acréscimo de 50 mm nos quadris devido às vestimentas, pode-se concluir que a estatura máxima para que um indivíduo sente-se confortavelmente é inferior a 1,73 m.

Indivíduo de 1,73m de altura. CASTRO, 2003

Profundidade da superfície do assento

    De acordo com a norma:

    Acerca da profundidade do assento, Panero (2006) indica que se muito grande, a borda frontal da cadeira irá pressionar a área logo atrás dos joelhos, interrompendo a circulação sanguínea nas pernas e pés e se muito curto causa desconforto. De acordo com o mesmo autor, a medida máxima para a profundidade do assento deve ser menor que a distância entre a nádega e o sulco poplíteo.

    Portanto considerando um intervalo de 12mm entre a borda do assento e o contato com o sulco poplíteo acomoda perfeitamente um indivíduo de 1,40m de altura.

Indivíduo de 1,40m de altura. CASTRO, 2003

Altura do apóia braços

    De acordo com a norma o intervalo de regulagem para altura dos apóia braços em relação ao assento da cadeira é de 200 a 250mm. As estaturas as quais compreendem esta medida são: 1,48m de altura tendo 20mm entre o antebraço e a o assento e o máximo de 1,85m tendo 25mm entre o antebraço e o assento. A figura a seguir apresenta as medidas.

Indivíduo de 1,48m e 1,85m de altura. CASTRO, 2003

Distância interna entre apóia braços

    Para este ponto não é exigido pela norma o valor máximo, apenas o valor mínimo de 460mm. Para uma pessoa de percentis pequenos, a não determinação de espaçamento mínimo pode prejudicar, uma vez que deverá manter os braços muito afastados ou por algumas vezes não alcanças ambos apoios simultaneamente.

    Nota-se através da figura a seguir que representa um indivíduo de 1,80m de altura que 46,1 seria a medida entre os dois antebraços paralelamente, sendo que a largura do quadril é de 365mm, passando com facilidade entre os apóia braços.

Indivíduo de 1,80m de altura. CASTRO, 2003

    Adicionando-se 100mm de distância entre os cotovelos devido ao uso de vestimentas como indicado por Tilley (2005, p. 37) e apresentado no tópico “correções devido ao uso de roupas”, a altura do indivíduo que ultrapassaria os 461mm seria 1,76m como apresentado na figura a seguir:

Indivíduo de 1,76m de altura. CASTRO, 2003

    A largura entre os seus quadris seria 370mm, sendo assim ainda restaria 90mm de intervalo entre o quadril e os apóia-braços.

Conclusão

    Por meio deste estudo foi conhecido o histórico das cadeiras operacionais e sua evolução de acordo com eventos mundiais e características da sociedade, como no pós guerra e a proposital diferenciação entre os níveis de hierarquia nas empresas. A norma brasileira ABNT NBR 13962:2006 estabelece medidas para as cadeiras giratórias operacionais, como as utilizadas muito comumente em escritórios. Ao conflitar os dados da normas e as medidas antropométrica estabelecida pelos autores estudados e o software Antroprojeto (CASTRO, 2003), tem-se os principais limites de estatura de usuários para pleno aproveitamento da cadeira de maneira confortável. Para os cinco principais pontos da norma estudados tem-se diferentes medidas limite, sendo apresentadas na tabela a seguir:

    De acordo com indicação de Tilley (2005) considerou-se as medidas extremas para vestimentas, sendo as de inverno para os percentis maiores e de verão para os percentis menores.

    Considerando a estatura sendo a proposta por Panero (2006. P 86) e a idade entre 24 e 34 anos como na imagem a seguir, teremos os percentis atendidos.

Percentis. Panero 2006. P86

    Aplicando-se as medidas aos percentis tem-se o atendimento dos seguintes percentis por item da norma:

    Pode-se perceber que a norma brasileira atende com competência alguns percentils mas deixa a desejar principalmente quanto à altura da superfície do assento e a distancia entre os apóia braços.

Referências

  • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Móveis para escritório - Cadeiras - Requisitos e métodos de ensaio: ABNT NBR 13962:2006. Rio de Janeiro, 2011.

  • CASTRO, Breviglieri Pereira de. Antroprojeto. UFJF, engenharia de produção. 2003

  • FORTY, Adrian. Objetos de desejo: Design e sociedade desde 1750. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

  • G1 (São Paulo). editor Reinaldo José Lopes. Ancestrais do homem já eram bípedes há 6 milhões de anos. Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL357121-5603,00.html. Acesso em: 06 jan. 2013.

  • GOMES FILHO, João. Ergonomia do Objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2003.

  • IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2005.

  • PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento Humano para espaços interiores: Um livro de consulta e referência para projetos. 3. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2006.

  • TILLEY, Alvin R.; ASSOCIATES, Henry Dreyfuss. As medidas do Homem e da Mulher: Fatores Humanos em Design. Porto Alegre: Bookman, 2005.

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