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Analise comparativa do índice de glicemia
em praticantes de corrida e musculação

Análisis comparativo del índice de glucemia en practicantes de carrera y musculación

Comparative analysis of indices glucose runners and weight

 

*Educador Físico e Fisioterapeuta. Pós Doutor em Psicologia. Doutor em Educação

e Mestre em saúde Pública, Professor Nível (Titular I) do curso de Educação Física

da Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza - Fametro

**Graduado em Educação Física, Faculdade Católica do Ceará - FCC

***Graduanda em Educação Física pela Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza – Fametro. 

Integrante do grupo de iniciação científica da instituição

Leandro Firmeza Felício*

leandrof.f@hotmail.com

Felipe Bantim**

felipebantim@hotmail.com

Carine Teles de Araújo Sousa***

carineteles@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi analisar a resposta glicêmica a exercícios de caráter aeróbio (corrida/caminhada) e anaeróbio (musculação). Participaram do estudo, cinco sujeitos de ambos os sexos na faixa etária de 18 a 25 anos. Eles realizaram uma sessão de musculação (MC) com dez exercícios para membros inferiores e uma sessão de corrida/caminhada (AR), de 60 minutos a 60-70% da freqüência cardíaca máxima de reserva em dois dias diferentes, separados por 48 horas. Uma medida glicêmica de repouso e mais cinco durante o exercício foram realizadas nas duas sessões. No procedimento AR, encontraram-se valores de 107.4 mg/dl em repouso e 79.2, 72.4, 83, 91.4, 105 mg/l no exercício, o que mostra uma grande diminuição da glicemia no início do exercício e uma elevação da metade para o final, com valores finais ficando abaixo dos de repouso. Para MC, encontraram-se médias glicêmicas de 97.2mg/dl em repouso e 92.2, 90.4, 99.8, 103, 113.5 mg/dl durante o exercício, o que mostra uma queda apenas discreta da glicemia no início do exercício e uma elevação posterior, com valores chegando a ficar acima dos níveis pré-exercício. Conclui-se que estas diferentes modalidades de exercício promovem respostas distintas na glicemia, com maiores valores sendo apresentados no exercício de musculação.

          Unitermos: Glicemia. Exercício aeróbio. Exercício anaeróbio

 

Abstract

          The aim of this study was to analyze the glycemic response to aerobic exercises character (run/walk) and anaerobic (weight training). Participated in the study, five subjects of both sexes aged 18-25 years. They performed a session of weight training (MC) with ten exercises for lower limbs and a session run / walk (AR), 60 minutes to 60-70% of maximum heart rate reserve on two different days, separated by 48 hours. A measure of glycemic rest and during exercise five were held in two sessions. In AR procedure, met values ​​of 107.4 mg/dl at rest and 79.2, 72.4, 83, 91.4, 105 mg/l in the exercise, which shows a large decrease in blood glucose at the beginning of the year and a half for the elevation end, with final values ​​being below the rest. For MC, met glycemic averages of 97.2 mg/dl at rest and 92.2, 90.4, 99.8, 103, 113.5 mg/dl during the year, which shows only a slight decrease of blood glucose at the beginning of exercise and a subsequent rise, with values ​​reaching stay above pre-exercise levels. We conclude that these different modalities of exercise promotes different responses in blood glucose, with higher values ​​being presented in bodybuilding exercise.

          Keywords: Glucose. Aerobic exercise. Anaerobic exercise.

 

Recepção: 21/08/2014 - Aceitação: 29/10/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Dentre os muitos avanços na ciência do treinamento desportivo, um dos mais promissores têm sido o desenvolvimento e maior disponibilização de informações e tecnologia que permitem a monitoração das respostas do organismo dos atletas às cargas de treinamento.

    A importância disto é que atletas costumam treinar sempre nos limites de suas capacidades físicas e psicológicas, de modo que é comum uma considerável parcela desta população sofrer de uma síndrome de excesso de treinamento, mais conhecida como overtraining (LEHMANN, FOSTER et al., 1993; TEEPLE, SHALVOY et al., 2006)

    A possibilidade de uso de tecnologias para monitorar como o atleta responde às cargas de treino promete possibilitar ao treinador monitorar tanto o efeito de várias semanas de treinamento sobre o organismo do atleta, com medidas da atividade plasmática crônica de enzimas musculares ou de atividade hormonal (HOOPER, MACKINNON et al., 1993; GOUARNE, GROUSSARD et al., 2005; BANFI e DOLCI, 2006), quanto saber se a carga de uma única sessão de treinamento foi exagerada ou adequada, com medidas da concentração sérica de lactato (DENADAI, GOMIDE et al., 2005).

    Embora a monitoração da resposta hormonal, das enzimas musculares e do lactato sérico ainda sejam financeiramente caras, a utilização de dados de glicemia é uma alternativa bem mais barata e tem sido apontada como um bom recurso substituto para estas outras técnicas. Deste o final da década de 90, tem se especulado a possibilidade de as respostas glicêmicas proverem informações similares às do lactato (SIMÕES, GRUBERT CAMPBELL et al., 1999).

    O presente estudo tem como objeto geral analisar e comparar os índices glicêmicos durante a pratica de exercícios aeróbios e anaeróbios.

Metabolismo aeróbico e anaeróbico

    A energia para realizar um exercício prolongado (isto é, >10 minutos) é originaria do metabolismo aeróbico. Geralmente, pode ser mantido um estado estável da captação de oxigênio durante o exercício submáximo de duração moderada (POWERS e HOWLEY, 2000).

    O exercício intenso de duração intermediaria, realizado por 5 a 10 min.(p.ex. corrida e natação de média distancia ou basquete), impõe uma grande demanda sobre a transferência de energia aeróbica (MCARDLE e KATCH, 2008).

    Metabolismo aeróbico refere-se ás reações catabólicas geradoras de energia nas quais o oxigênio funciona como aceitador final de elétrons na cadeia respiratória e combina-se com o hidrogênio para formar água (MCARDLE e KATCH, 2008).

    Segundo Powers e Howley (2000), as atividades de duração intermediária de vinte e um a sessenta minutos em geral são realizadas amenos de 90% do VO2 Max e são predominantemente aeróbicas.

    Durante o exercício aeróbico leve e moderado, os carboidratos proporcionam 1/3 das demandas energéticas do organismo.

    As reações da glicólise produzem relativamente pouco ATP. Conseqüentemente, o metabolismo aeróbico proporciona a maior parte da transferência de energia quando o exercício intenso passa de alguns minutos (MCARDLE e KATCH, 2007).

    Conseqüentemente, a pessoa treinada aerobicamente consome uma maior quantidade total de oxigênio durante o exercício em ritmo estável. Isso torna proporcionalmente menor o componente anaeróbico da transferência de energia do exercício.

    Segundo McArdle e Katch (2008) a transferência de energia anaeróbica aumenta e ocorre acúmulo de lactado no sangue, sendo necessário um período de tempo considerável para conseguir uma recuperação completa.

Glicemia

    O índice glicêmico é uma função de aparecimento da glicose na circulação sistêmica e de sua captação pelos tecidos periféricos, que é influenciada pelas propriedades do alimento que contem carboidratos.

    O nível de glicemia em jejum, pela manhã é de 80 a 90mg/100 ml, sendo o valor de 110mg/100 ml considerado o limite superior da normalidade. Nível de glicemia, em jejum, em jejum, acima desse valor indica frequentemente, a presença de diabete melito (GUYTON, 2005).

    O músculo esquelético consome a maior quantidade da glicose transportada no sangue. O músculo, por exemplo, em geral remove entre 70 e 90% da glicose existente em um desafio com glicose oral ou intravenosa. (MCARDLE e KATCH, 2007).

    Uma única sessão de exercícios moderado ou intenso reduz bruscamente os níveis plasmáticos de glicose, efeito esse que persiste por vários dias.

Hormônios

    Os hormônios, liberados por um grupo de células da porção endócrina do pâncreas denominado ilhotas de Langerhans incluem a insulina, o glucagon e a somastotina.

    A insulina é secretada pelas células beta das ilhotas de Langerhans. Ela é o hormônio mais importante durante o estado de absolvição, quando os nutrientes passam do intestino delgado ao sangue.

    A insulina regula a entrada de glicose em todos os tecidos (principalmente células musculares e adiposas), com exceção do cérebro. A ação da insulina medeia a difusão facilitada (MACARDLE e KATCH, 2007).

    Ainda os mesmos autores dizem que a insulina regula a entrada de glicose em todos os tecidos (principalmente células musculares e adiposas) com exceção do cérebro. A ação da insulina medeia a difusão facilitada.

    A concentração da insulina reduzida (abaixo dos valores de repouso) à medida que a duração do exercício é prolongada ou que a intensidade aumenta resulta dos efeitos inibitórios de uma liberação de catecolaminas induzidas pelo exercício sobre a atividade das células beta pancreáticas.

    Inversamente, com uma secreção insuficiente de insulina (ou com uma menor sensibilidade a insulina), a concentração sanguínea de glicose aumenta de um nível normal de aproximadamente 90 mg/dl para até 350 mg/dl.

    A redução na glicose sanguínea observada com o exercício prolongado acelera diretamente a produção hepática de glicose e sensibiliza o fígado aos efeitos do glucagon e da adrenalina, que consistem em liberação de glicose, cujas ações ajudam a estabilizar os níveis sanguíneos de glicose.

    Segundo Powers e Howley (2000) o glucagon, secretado pelas células alfa das ilhotas de Langerhans, exerce um efeito oposto ao da insulina.

    O exercício prolongado obtém progressivamente mais energia dos ácidos graxos livres mobilizados a partir dos adipocitos, em virtude da produção reduzida de insulina e das menores reservas de carboidratos.

    A regulação do nível de glicemia está intimamente relacionada aos hormônios pancreáticos insulina ou glucagon (GUYTON, 2005).

    O aumento na concentração sanguínea de glicose após uma refeição induz liberação de insulina pelas células B nas ilhotas de Langerhans. A seguir, a insulina migra no sangue para as células-alvo em todo o corpo, onde se fixa nas moléculas receptoras existentes na superfície das células.

    A inibição na redução de insulina pela atividade física explica porque não ocorre liberação excessiva de insulina (e uma possível hipoglicemia de rebote) com uma refeição concentrada de glicose durante a atividade física. A inibição na produção de insulina pelo exercício explica por que não ocorre liberação excessiva de insulina (e uma possível hipoglicemia de rebote) com uma refeição concentrada de glicose durante o exercício.

    As respostas da insulina e do glucagon em 10 homens jovens antes e após 20 semanas de treinamento com 60% a 80% do VO2 máx. O treinamento aeróbico deprimia a resposta ao exercício de ambos os hormônios, com o glucagon mostrando a redução mais pronunciada.

    Após um programa de treinamento de endurance, a resposta do glucagon a um exercício de carga fixa diminui até o ponto em que não há qualquer aumento durante o exercício.

    O treinamento de endurance mantém os níveis sanguíneos de insulina e de glucagon durante o exercício mais próximo dos valores de repouso.

    De fato, o treinamento de endurance permite que a concentração plasmática de glicose seja mantida com pouca ou nenhuma alteração da insulina e do glucagon. A combinação de exercício de resistência e treinamento de endurance aprimora os marcadores de resistência à insulina e da composição corporal para indevidos resistentes a insulina mais que o treinamento de endurance isolado (MACARDLE e KATCH, 2007).

    Uma diminuição na concentração sanguínea de glicose induzida pela atividade física prolongada e intensa ou pela restrição de alimento (ou de carboidrato) estimula a liberação de glucagon.

Patologias

    Os diabéticos são divididos em dois grupos distintos, tomando-se por base se o diabetes é causado pela falta de insulina (tipo I) ou pela resistência a ela (tipo II). O diabete melito é uma síndrome de comprometimento do metabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas, causada pela ausência de secreção de insulina ou por redução da sensibilidade dos tecidos à insulina (GUYTON, 2005).

    Segundo Powers e Howley (2000) o diabetes tipo II, ou não insulino dependente, ocorre mais tardiamente e esta associado a obesidade andróide ou da porção superior do corpo. A dieta e o exercício são partes importantes do programa de tratamento do diabetes tipo II para obtenção da perda de peso e aumento da sensibilidade à insulina

    Para Guyton (2005) o diabete tipo II é muito mais comum do que o tipo I, sendo responsável por 80 a 90% de todos os casos de diabetes. Na maioria dos casos, o inicio do diabete tipo II ocorre depois dos 40 anos de idade, freqüentemente entre 50 e 60 anos e a doença desenvolve-se de modo gradual

    Durante muitos anos, o exercício foi considerado uma parte do tratamento do diabetes tipo I, com a insulina e a dieta sendo as outras duas. No entanto, conforme mencionado, se um diabético não estiver controlado antes do exercício, a sua capacidade de manutenção de uma glicemia razoável pode ser comprometida.

    Richter, Galbo, Kemmer e Berger mostram as dificuldades que um diabético tipo I apresenta ao iniciar um programa de exercícios: ele deve manter um esquema regular de exercício em termos de intensidade, freqüência e duração, assim como alterar sua dieta e a dosagem de insulina. A principal preocupação com relação a prescrição de exercício para diabético tipo I é evitar a hipoglicemia. Isso é conseguido por meio de uma auto monitoração rigorosa da glicemia antes, durante e após o exercício.

    Por conseguinte, é importante manter a concentração da glicose sanguínea dentro de nível suficiente alto para fornecer essa nutrição necessária.

    A glicose deve ser freqüentemente monitorada durante o exercício (a cada quinze minutos para os iniciantes e com menos freqüência para os participantes experientes) logo após o exercício e de quatro a cinco horas depois (POWERS e HOWLEY, 2000)

    Os aumentos em longo prazo da glicemia podem causar lesão em muitos tecidos, sobretudo nos vasos sanguíneos. A lesão vascular, associada ao diabete melito não-controlado, resulta em risco aumentado de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, estagio terminal de doença renal cegueira (GUYTON, 2005).

    Segundo Powers e Howley (2000), o diabetes tipo II ocorre mais tardiamente e os pacientes apresentam vários fatores de risco adicionais: hipertensão, colesterol elevado, obesidade e inatividade. Existem algumas evidências epidemiológicas de que a diabetes tipo II está ligado á falta de atividade física e baixo condicionamento físico.

    A combinação do exercício e da dieta pode ser suficiente e eliminar a necessidade de insulina ou de medicação oral utilizada para estimular a secreção de insulina.

    Para Guyton (2005) nos pacientes cm diabete tipo II, são, habitualmente, recomendadas dieta e a pratica de exercícios físicos visando obter perda de peso e reverter a resistência a insulina.

Corrida

    O ato de correr é uma ação intuitiva, sendo considerado uma continuação da marcha, que utiliza a coordenação motora global, não sendo necessário nessa faixa etária a utilização de exercícios específicos para melhorar equilíbrio e coordenação no esporte (CECÍLIA e OLIVEIRA, 2009).

    Segundo Fernandes (2010) basta a criança começar a andar para já começar a andar para já começar a sentir uma grande necessidade de correr. Assim, a corrida é uma atividade natural, porque aprendemos sem que ninguém nos ensine.

    O ato de marchar, correr, saltar e lançar objetos a distancia são, desde os mais remotos tempos, movimentos elementares e naturais de atividades físicas de todos os povos, movimentos do mundo e de todas as sociedades humanas.

Metodologia

    O estudo se caracterizou por sendo pré-experimental, do tipo transversal de abordagem qualitativo.

    Para o presente estudo foram selecionados 05 voluntários de ambos os sexos, por conveniência, praticantes de musculação com objetivo de hipertrofia, encontrando-se em um nível avançado (equivalente há pelo menos 12 meses de prática de musculação), com idade entre 18 e 25 anos. Além da musculação, eles deviam ser praticantes de atividade de corrida e / caminhada há pelo menos três meses.

    Para o recrutamento dos sujeitos do estudo foi solicitada permissão ao proprietário da academia. Convidamos os sujeitos que se enquadrassem na proposta do estudo, dos que treinavam no turno da tarde e ao serem abordados, referiram ter por objetivo a hipertrofia. Os cinco primeiros que atenderam ao convite foram considerados os sujeitos do estudo. Estes obtiveram detalhamento dos procedimentos e foram solicitados a assinar o termo de consentimento, conforme resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde.

    Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram: um aparelho Glicosímetro Accuchek Advantage da Roche Diagnostics, com precisão mínima para a leitura da glicose na tira de teste de 1 mg/dL de sangue, tendo como valor máximo legível do aparelho, 600 mg/dL de sangue; um freqüencímetro Polar, modelo Acurex ; um Lancetador Softclix II, utilizado para coletar o sangue; e lancetas descartáveis.

    Estes indivíduos tiveram a glicemia monitorada através de coletas de sangue arterial, retiradas do dedo indicador, em duas situações distintas: DIA1 treinamento de musculação (10 exercícios com três séries de 10 a 12 repetições máximas e intervalo de 1,5 minuto entre as séries), DIA2 treinamento físico aeróbio (60 minutos de corrida ou caminhada na esteira com intensidade entre 60 e 70% da FCmax). Uma semana antes do procedimento de coleta, os pesquisadores fizeram um ajuste das cargas do treinamento de musculação da amostra para 1012 repetições máximas.

    Para o procedimento de coleta dos dados, foi solicitado aos sujeitos que fizessem uma refeição comum, constituída de arroz, feijão, macarrão, carne e salada, entre 12:00h e 13:00h, mantendo o padrão alimentar em termos de quantidade em relação a seus hábitos cotidianos.

    Os treinamentos musculação e corrida/caminhada ocorreram sempre as 15:00 para respeitar pelo menos duas horas após a refeição. O aquecimento da musculação foi feito no início de cada série, constituído por 1525 repetições com uma carga mínima (20% da carga que seria utilizada no treino). Este treino constitui-se dos seguintes exercícios para membros inferiores: Leg 45, cadeira extensora, mesa flexora, agachamento, Stif, panturrilha sentado, panturrilha de pé, glúteos, cadeiras adutora e abdutora.

    O treinamento aeróbio foi feito 48 horas após a musculação. Os sujeitos efetuaram em esteiras na mesma academia onde foi realizada a musculação. As fórmulas utilizadas para encontrar esses valores de freqüência cardíaca de treinamento foram tomadas de Moreira (1996) e seguem abaixo:

    Para estimativa da freqüência cardíaca máxima, o protocolo de Imbar (1994):

FCmax=(205,8 – 0,685 x idade), onde FCmáx= freqüência cardíaca máxima.

    Para determinação da freqüência cardíaca de treinamento, a equação de Karvonen: FCT = FCrep + (60 e 70%) x (FCmax – FCrep), onde FCT = Freqüência Cardíaca de Treino / FCrep = Freqüência Cardíaca de Repouso / 60 e 70% = Intensidade do exercício / FCmáx = Freqüência Cardíaca Máxima, calculada pela equação 220 – idade.

    O procedimento para medida da FCrep consistiu em não ter feito exercício no dia e estar a pelo menos 5 – 10 minutos em repouso, sentado e tranqüilo.

    No procedimento anaeróbio as coletas sanguíneas foram tomadas seis vezes, sendo uma imediatamente antes do início do aquecimento e as demais imediatamente ao final da terceira série do 2º, 4º, 6º, 8º e 10º exercício. No procedimento aeróbio as coletas foram feitas ao início da seção de treinamento, em seguida aos 5, 15, 30, 45 e 60 min. seguintes.

    Para a coleta sanguínea, foi feita uma assepsia do dedo indicador com algodão abundantemente umedecido em álcool e logo a seguir um algodão seco foi utilizado para secar o excesso. Em seguida, foi utilizado o lancetador para coletar a primeira gota de sangue. Esta foi posta no aparelho para leitura da glicemia em 20 segundos.

Resultados

Sujeito 1: Treinamento aeróbio

  • Freqüência cardíaca máxima Imbar: 205,8-(0,685 x idade):188bpm

  • Freqüência cardíaca de treinamento Karvonen de 60% a 70% da FCmax.

  • Glicemia em repouso: 120, 5 minutos: 112 mg/dl, 15 minutos: 101 mg/dl, 30 minutos: 91 mg/dl, 45 minutos: 105 mg/dl e 60 minutos: 88 mg/dl.

Treinamento anaeróbio (3 x 10)

  • Glicemia em repouso: 115 mg/dl

  • leg 45º / Cadeira extensora (Glicemia: 91 mg/dl)

  • Mesa flexora / Agachamento no guiado (Glicemia: 95 mg/dl)

  • Stiff na barra / Flexão solear (Glicemia: 101 mg/dl)

  • Flexão plantar em pé / Extensão de quadril máq (Glicemia: 107 mg/dl)

  • Cadeira adutora / Cadeira abdutora (Glicemia: 117 mg/dl)

Sujeito 2: Treinamento aeróbio

  • Freqüência cardíaca máxima Imbar: 205,8-(0,685 x idade):188bpm

  • Freqüência cardíaca de treinamento Karvonen de 60% a 70% da FCmax.

  • Glicemia em repouso:142, 5 minutos: 104 mg/dl, 15 minutos: 92 mg/dl, 30 minutos: 107 mg/dl, 45 minutos: 122 mg/dl, 60 minutos: 114 mg/dl

Treino anaeróbio 3x 10

  • Glicemia em repouso: 94 mg/dl

  • leg 45º / Cadeira extensora (Glicemia: 92 mg/dl)

  • Mesa flexora / Agachamento no guiado (Glicemia: 88 mg/dl)

  • Stiff na barra / Flexão solear (Glicemia: 95 mg/dl)

  • Flexão plantar em pé / Extensão de quadril máq (Glicemia: 95 mg/dl)

  • Cadeira adutora / Cadeira abdutora (Glicemia: 101 mg/dl)

Sujeito 3: Treinamento aeróbio

  • Freqüência cardíaca máxima Imbar: 205,8-(0,685 x idade):188bpm

  • Freqüência cardíaca de treinamento Karvonen de 60% a 70% da FCmax.

  • Glicemia em repouso:99, 5 minutos: 93 mg/dl, 15 minutos: 86 mg/dl, 30 minutos: 80 mg/dl, 45 minutos: 89 mg/dl, 60 minutos: 97 mg/dl

Treino anaeróbio 3 x 10

  • Glicemia em repouso: 105 mg/dl

  • leg 45º / Cadeira extensora (Glicemia: 105 mg/dl)

  • Mesa flexora / Agachamento no guiado (Glicemia: 101 mg/dl)

  • Stiff na barra / Flexão solear (Glicemia: 105 mg/dl)

  • Flexão plantar em pé / Extensão de quadril máq (Glicemia: 118 mg/dl)

  • Cadeira adutora / Cadeira abdutora (Glicemia: 124 mg/dl)

Sujeito 4: Treino aeróbio

  • Freqüência cardíaca máxima Imbar: 205,8-(0,685 x idade):188bpm

  • Freqüência cardíaca de treinamento Karvonen de 60% a 70% da FCmax.

  • Glicemia em repouso:99, 5 minutos: 93 mg/dl, 15 minutos: 86 mg/dl, 30 minutos: 80 mg/dl, 45 minutos: 89 mg/dl, 60 minutos: 97 mg/dl

Treino anaeróbio 3 x 10

  • Glicemia em repouso: 105 mg/dl

  • leg 45º / Cadeira extensora (Glicemia: 105 mg/dl)

  • Mesa flexora / Agachamento no guiado (Glicemia: 101 mg/dl)

  • Stiff na barra / Flexão solear (Glicemia: 105 mg/dl)

  • Flexão plantar em pé / Extensão de quadril máq (Glicemia: 118 mg/dl)

  • Cadeira adutora / Cadeira abdutora (Glicemia: 124 mg/dl)

Sujeito 5: Treino aeróbio

  • Freqüência cardíaca máxima Imbar: 205,8-(0,685 x idade):188bpm

  • Freqüência cardíaca de treinamento Karvonen de 60% a 70% da FCmax.

  • Glicemia em repouso: 100, 5 minutos: 113 mg/dl, 15 minutos: 110 mg/dl, 30 minutos: 93 mg/dl, 45 minutos: 93 mg/dl, 60 minutos: 99 mg/dl

Treino anaeróbio 3 x 10

  • Glicemia em repouso: 109 mg/dl

  • leg 45º / Cadeira extensora (Glicemia: 103mg/dl)

  • Mesa flexora / Agachamento no guiado (Glicemia: 98 mg/dl)

  • Stiff na barra / Flexão solear (Glicemia: 99 mg/dl)

  • Flexão plantar em pé / Extensão de quadril máq (Glicemia: 102mg/dl)

  • Cadeira adutora / Cadeira abdutora (Glicemia: 115 mg/dl)

Considerações finais

    Esse estudo evidenciou o comportamento glicêmico em exercícios aeróbios e anaeróbios. Em comparação com os dois tipos de treinamento, a uma maior tendência de aumento da glicemia em exercícios anaeróbios e uma redução de glicemia em exercícios aeróbios.

    Os dados obtidos dos cinco sujeitos confirmaram a nossa hipótese de que as respostas glicêmicas diferem em relação ao tipo de exercício realizado. As diferentes concentrações de lactato promovidas por estes exercícios pode ser o fator determinante na diferenciada resposta glicêmica, mas pesquisas futuras devem ser realizadas buscando uma melhor compreensão do assunto.

Referências

  • CECÍLIA, M. Atletismo Escolar: uma proposta de ensino na educação infantil. Editora Sprint, 2009.

  • FERNANDES, C. Atletismo e corridas. Editora EPU, 2010.

  • GUYTON, H. Tratado de fisiologia medica. 10ª Ed, Manole, 2005.

  • MCARDLE, F; KATCH, L. Fisiologia do Exercício: nutrição, energia e atividade física. 7ª Ed. Guanabara, 2008.

  • _________. Fisiologia do Exercício: nutrição, energia e atividade física. 7ª Ed. Guanabara, 2011.

  • POWERS, E; HOWLEY, G. Fisiologia do exercício: Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 3ª Ed, Manole, 2000.

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