Dicotomia do ensino de anatomia. Da prática à teoria para o aprendizado da biologia humana La dicotomía en la enseñanza de anatomía. De la práctica a la teoría en el aprendizaje de la biología humana |
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*Doutor pelo Departamento de Biociências e Biotecnologia FCFAR-UNESP Pós Doutorando pelo Departamento de Recursos Fisioterapêuticos da UFSCAR Docente do Departamento de Ciências da Saúde do IMES - Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva **Bacharel em Ciências Biológicas pelo IMES Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva ***Mestre em Educação Escolar pela FCLAR- UNESP Araraquara Docente do Departamento de Educação do Centro Universitário UNIFAFIBE |
Mauricio Ferraz de Arruda* Paula de Castro Rodrigues** Geise Kelly Prates** Vanessa Cristina Treviso*** (Brasil) |
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Resumo O processo de ensino aprendizagem consiste nas habilidades dos indivíduos, onde a motivação deve estar presente em todos os momentos, enquanto que, a educação é meio organizador e transmissor de conhecimentos e experiências contribuintes a essa aprendizagem. Porém a inclusão de metodologias construtivistas pifiamente aplicadas mascara o ensino e traz um conteúdo superficial. Quanto aos assuntos de ciências e de biologia é preciso trabalhá-los de maneira com que os alunos consigam interpretá-los e argumentar a respeito sem deixar que o desinteresse os tome conta. Especificamente para o ensino de anatomia humana esse se faz imprescindível para o conhecimento e compreensão do corpo como um todo. Neste caso apenas aulas teóricas não são suficientes para suprir a demanda do ensino, os alunos necessitam sentirem-se atuantes e agentes do seu próprio aprendizado, e com um bom embase de conteúdo. Unitermos: Ensino. Prática. Teoria. Anatomia. Biologia humana.
Recepção: 02/06/2014 - Aceitação: 20/09/2014.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O sistema educacional brasileiro apresenta baixos índices de conclusão do ensino básico e altos índices de evasão e repetência, decorrentes de uso insuficiente e impróprio dos recursos financeiros, ineficiente administração e gerenciamento educacional e conteúdos e sistemas de avaliação inadequados. (ARAÚJO, 2000).
Existem várias barreiras para a tentativa de instrumentalizar o ensino e dar-lhe funcionalidade, uma delas é a herança educacional que recebemos de um ensino livresco. O ensino no Brasil, na época da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases N° 4.024/61, era predominantemente tradicional, onde aos professores cabia a transmissão de conhecimentos acumulados pela humanidade através de aulas somente expositivas e, aos alunos, cabia somente a função de absorver as informações recebidas. Formando então, ao Brasil, um ensino influenciado por fatores políticos e culturais de diferentes épocas. (LIMA; LUCENA; FREITAS; SILVA; OLIVEIRA; FREITAS, 2008)
Atualmente a educação, mesmo estando diretamente ligada com o processo ensino-aprendizagem, se diferencia do mesmo sendo que, a educação é a organização, transmissão de conhecimentos e experiências para que ocorra uma melhor aprendizagem no educando e o processo ensino-aprendizagem por sua vez, está relacionado com as habilidades de todo indivíduo, podendo ocorrer na escola, ou no meio social, onde a motivação deve estar presente em todos os momentos. Portanto, a aprendizagem está relacionada com a adaptação do individuo ao meio que pode modificar o seu comportamento. (JUNIOR; CARVALHO; SALGADO, 2010)
Mas de maneira perigosa a inclusão de metodologias construtivistas mascara o ensino e traz um conteúdo superficial (ARRUDA, 2013)1.
A aprendizagem pode ser dividida em dois termos: A aprendizagem mecânica, onde os alunos apenas decoram por um curto período de tempo conhecimentos desprovidos de grandes significados e a aprendizagem significativa, na qual novos conhecimentos são interligados há conhecimentos já existentes na estrutura cognitiva do estudante. (PRIGOL; GIANNOTTI, 2008)
Uma aprendizagem é mais significativa quanto mais relações com sentido o aluno for capaz de estabelecer entre o que já conhece, seus conhecimentos prévios e o novo conteúdo que lhe é apresentado como objeto de aprendizagem.
O processo ensino-aprendizagem, ao considerar os conhecimentos prévios trazidos pelos alunos, dá condições ao professor de elaborar estratégias no desenvolvimento do seu planejamento que efetivem o verdadeiro aprender. (MIRAS, 2003)
De acordo com Arruda (2013) esta observação feita por Miras mostra uma superficialidade quanto à tentativa de correção do aprendizado.
De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases 9394/96) o ensino no Brasil, tem como uma das finalidades preparar cidadãos com possibilidades de ingressar no mercado de trabalho, ou seja, cidadãos capazes de resolver problemas a partir da prática e teoria aplicadas no seu período letivo.
Baseado nisso a inclusão de materiais didáticos em prol à fixação por mais um meio de interação no caso o tátil e visual não caracteriza um método pobre desde que haja uma adequação metodológica quanto a explicações contundentes e embasadas de conteúdo para tal. (ARRUDA, 2013)2.
Porém, mostrar tais assuntos possibilitando interação prática com esse conteúdo a partir de conceitos científicos que possam levar o aluno a reflexão, iniciará um confronto com seus conhecimentos iniciais, induzindo o aluno à interpretação própria e à autonomia. (SOBRINHO, 2009).
De maneira a contemplar o presente estudo com questões ligadas ao ensino da biologia humana, os presentes autores têm como justificativa e relevância a incumbência de mostrar a integração da prática ao ensino da anatomia como ponto contribuinte ao aprendizado da biologia haja vista a congruência da ciência e do conhecimento clássico e suas boas práticas de ensino diagramado.
Objetivo geral
Mostrar a importância da metodologia prática na grade curricular no processo de ensino aprendizagem da grande área biológica humana com contextualização anatômica.
Objetivo específico
Determinar as vantagens e desvantagens do método teórico prático para o aprendizado de anatomia humana dentro da Biologia através de uma revisão bibliográfica argumentativa.
Referencial teórico
Quando se trabalha assuntos de ciências e de biologia nos dias de hoje, é preciso trabalhá-los de maneira com que os alunos consigam processá-los, interpretá-los e argumentar a respeito, tomando cuidado para que os vários conceitos abordados e a diversidade de definições não levem a certo desinteresse a respeito dos temas. (MORAES; RODRIGUES; RICARDO; CRUZ; ROSA; SOUZA; MAESTRELLI, 2009)
Assim, ao provocar a reflexão sobre o que se está ensinando e aprendendo propicia-se a oportunidade de argumentar discutir e questionar os diferentes pontos de vista sobre um mesmo fato ou questão (LIMA, 1984).
Porém, o que observamos na prática escolar é um ensino de ciências e de biologia distanciado do aluno, onde as informações não facilitam a formação de uma rede de conhecimentos com sentido e de fácil aplicabilidade no seu cotidiano. Essa sensibilização apresenta-se a cada um de forma diferente, de acordo com o grau de desenvolvimento e ou de maturidade do indivíduo (LIMA, 1984).
Quando o meio escolar fornece ao aluno condições apropriadas para o permanente desenvolvimento de suas estruturas mentais relacionadas aos conteúdos a serem elaborados, criam-se circunstâncias favoráveis para situar o objeto de aprendizagem, ou o conjunto de objetos de aprendizagem (LIMA, 1984).
Os procedimentos adotados pela escola, o currículo que ela elaborou, o professor como mediador no processo da aprendizagem desses conteúdos, quando estão integrados, são primordiais para que os alunos realizem essas aprendizagens (SOBRINHO, 2009).
A cada nova aprendizagem, o aluno precisa entender e dar significado ao novo conhecimento adquirido. Uma das maneiras de se dar significado a uma nova aprendizagem, é relacionando o conteúdo do que lhe é apresentado, com os conhecimentos que já possui, relacionando-os entre si. (SOBRINHO, 2009)
A compreensão dos processos dos vários temas apresentados pelos professores interagem e possibilitam uma mudança reflexiva em tais concepções. Sobrinho (2009) esclarece que “A maior parte dos conhecimentos científicos contraria a intuição”, portanto, é importante que os alunos em aulas práticas se confrontem com os limites de seu próprio conhecimento e se desfaçam de idéias intuitivas.
Dessa forma, trabalhar os assuntos de biologia na intenção de contribuir e facilitar o desenvolvimento de competências e responsabilidades nos alunos é entender que pesquisar em sala de aula é uma maneira de os alunos aprimorarem suas competências e o professor aprimorar também o seu fazer docente. (PRIGOL; GIANNOTTI, 2008).
Arruda (2013)3 sempre ressalta o embasamento e o não afastamento das leituras sistematizadas das quais darão contingente cientifico subsidiando uma elucubração possível pelo aluno. Assim sendo seu ponto de fixação de base ao conteúdo.
De maneira controlada e não construtivista estas inclusões práticas favorecem a sedimentação da informação em conhecimento. As ações experimentais unem-se com as informações teóricas e propiciam a construção de uma rede de esquemas mentais, auxiliando de um modo lógico e ordenado à compreensão dos conteúdos em biologia. No entanto, um trabalho experimental requer muita atenção e concentração, pois envolve manipulação de materiais e instrumentos, conversa com os colegas, disponibilidade de equipamentos, movimentação constante, fatores que contribuem naturalmente para a dispersão (SOBRINHO, 2009)
De acordo com Arruda (2013) por não estar habituado a um trabalho experimental, o aluno, muitas vezes, comparece passivamente como objeto de ensino. A iniciativa e a elaboração própria necessitam ser estimuladas. No planejamento do professor, as aulas experimentais precisam atender à reconstrução dos conceitos e oportunizar a reflexão, o questionamento e a discussão.
Porém aulas práticas não são apenas aquelas da qual se faz o uso do laboratório ou do campo. Pode-se ter como aula prática também, toda atividade que faz com que o aluno explore suas próprias idéias e as compare com as dos colegas em sala, trabalhando em grupo, dupla ou individualmente, gerando novos assuntos de acordo com os temas citados em sala. (LEITE; SILVA; VAZ, 2004)
Entre as principais funções das aulas práticas está a de manter o interesse dos alunos, envolver os estudantes em investigações científicas; desenvolver a capacidade de resolver problemas; compreender conceitos básicos; e desenvolver habilidades. (PRIGOL; GIANNOTTI, 2008).
A aula prática pode colaborar também no processo onde o professor tem que trabalhar e organizar o conhecimento despertando o interesse do aluno, levando em consideração que o conhecimento cientifico é trabalhado muito tardiamente, chegando apenas na vida escolar dos jovens e não desde criança. As aulas práticas nas aulas de Ciências e Biologia são recursos pouco utilizados. Fatos estes decorrentes da insuficiência de carga horária e em alguns casos, falta de recursos. (PRIGOL; GIANNOTTI, 2008)
O Ministério da Educação estabeleceu os temas transversais a serem tratados na escola independente das áreas convencionais já ministradas que são: ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural e orientação sexual. Logo, os temas saúde e orientação sexual têm como instrumento de trabalho o corpo humano, assunto também incluso no currículo de ciências e biologia, tendo então o docente que ministrar esses assuntos de uma maneira da qual o aluno interprete, podendo introduzir as temáticas de transversalidade saúde e orientação sexual no ambiente escolar. (MATURANA; 2013)
Portanto, uma das áreas não menos importante a se aprender ainda na escola, seja no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio é a Anatomia Humana: “O ensino de Anatomia é a ciência que estuda a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados, ou seja, é o estudo da estrutura do corpo” (JUNIOR; CARVALHO; SALGADO.)
Dentro da biologia o estudo da Anatomia Humana se faz imprescindível para o conhecimento e compreensão do corpo humano como um todo, na importância e interação de todas suas estruturas e características de cada um de seus órgãos ou partes, como meio essencial para promover a vida e cura dos males, intenção primária no ato de cuidar, enquanto técnica, arte e ciência, no seu mais expressivo compromisso (MATURANA, 2013)
A anatomia humana é uma disciplina essencial a qualquer curso relacionado às ciências da saúde. Pode ser definida como a ciência que estuda a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados, ou seja, é o estudo das estruturas do corpo humano (MATURANA, 2013).
A importância de o aluno aprender sobre o corpo humano no ensino médio traz possibilidades de o mesmo perceber que o corpo traz mudanças com o tempo, com mudanças de hábitos alimentares e de vida. A introdução da anatomia humana traz então respostas e orientação significativa para esses assuntos (MATURANA, 2013).
Incluir ainda estes temas nos sistemas de ensino visa incluir juntamente os temas transversais saúde e orientação sexual. O ensino de anatomia humana está totalmente ligado a esses temas transversais, levando em consideração que os dois envolvem o corpo humano (MATURANA, 2013).
Independente da faixa etária, o ensino de Anatomia Humana se faz imprescindível para o conhecimento e compreensão do corpo humano como um todo, para o uso da interação dos seus órgãos e suas funções, como meio essencial de promover a vida e a saúde (SILVA, 2003)
Para esse caso específico, além de outros, apenas aulas teóricas não são suficientes para suprir a demanda do ensino de anatomia, tendo como uma busca por resultados melhores no processo de ensino-aprendizagem, a implantação de aulas práticas. As atividades práticas proporcionam grandes espaços, para que os alunos descubram assim que são atuantes, e agentes do seu próprio aprendizado, e que adquirir meros conhecimentos de fatos, não significa aprender. (SILVA; BRITTO; OLIVEIRA; COSTA e MOURA, 2011).
Com tudo são encontradas dificuldades para o aprendizado das estruturas anatômicas por diversos motivos. A dificuldade em memorizar as terminologias anatômicas visto que a maioria dos termos deriva do latim e grego, o preparo inadequado das peças anatômicas, impedindo a observação minuciosa, e dificultando o processo de aprendizado (BRAZ, 2009).
Há também a questão de o material didático (peças cadavéricas e/ou sintéticas) ser, na maioria das vezes, insuficiente para o número de alunos, e principalmente e o que visamos neste trabalho é a formação inadequada dos alunos que dificultam a aprendizagem significativa de conceitos da disciplina (MONTES; SOUZA 2005).
Algumas influências negativas podem constituir uma importante barreira para o aprendizado, como por exemplo, ao terem contato com as peças cadavéricas, alguns alunos relatam distúrbios, pesadelos, insônia e até mesmo depressão. Para Haffety apud Jones (1997) alguns estudantes sentem ansiedade, para outros repulsa visual, a morte, o formol e o cheiro juntos conspiram para repeli-los. Alguns ainda vêem a peça como uma espécie biológica, como ferramenta de estudo, porém para outros, a enxergam como o futuro deles mesmos.
Portanto, é de fundamental importância a busca de métodos inovadores que facilitem a apreensão dos conhecimentos pelos alunos (JUNIOR; CARVALHO; SALGADO; 2010)
Para que possamos impedir que os alunos das áreas da saúde passem pela disciplina de anatomia humana com uma forma de aprendizado mecânica, devemos trabalhar a ralação entre o professor, os alunos e o material educativo (MONTES; SOUZA 2005).
As atividades pedagógicas desenvolvidas em aulas práticas para o ensino de anatomia humana associam a utilização de alguns métodos tradicionais, como a metodologia expositiva e explicativa na realização de práticas em peças anatômicas, para o repasse do conhecimento acadêmico (MONTES; SOUZA 2005).
Assegurando a familiaridade com os órgãos e sistemas, gerada pela prática através do manuseio da peça e visualização das mesmas, incitam a curiosidade e a descoberta por esse novo mundo microscópico estrutural do corpo, gerando uma necessidade pela obtenção do conhecimento tridimensional dos órgãos e suas funções. (LIMA; LUCENA; FREITAS; SILVA; OLIVEIRA e FREITAS, 2008).
A tabela 1 abaixo mostra a confluência analítica das metodologias para o ensino da biologia humana com ênfase em anatomia.
Tabela 1. Quadro comparativo resumido
Vantagens da Metodologia Prática |
Desvantagens da Metodologia Prática |
- Para Berezuk e Inada (2010), demonstram que somente nas aulas praticas os alunos utilizando as peças anatômicas manuseando-as, exercitam a mente para a memorização. -De acordo com as pesquisas de Sereia e Piranha (2010), a prática favorece o processo de ensino aprendizagem, pois possibilita o aluno de conhecer o seu próprio corpo, trabalhando com a realidade tornando o assunto muito mais interessante. - A metodologia alternativa visa essa proposta, fixar o conteúdo em morfologia, demonstrando uma visão diferente de anatomia humana no ensino da biologia. |
- Segundo Vasconcelos et al, hoje a falta de recursos nas escolas publicas afeta o uso da pratica de forma que em algumas escolas não tem material disponível para todos os alunos e nem laboratório apropriado. - Somente com a prática não é possível transmitir o que seria necessário para a compreensão do assunto, sem antes ou juntamente com essa prática, haja um conteúdo. Arruda (2013) - Um dos motivos também, de acordo com Silva, Morais, Cunha (2011) é a falta de tempo e a desmotivação dos alunos, levando a uma falta de controle na sala ou laboratório onde seria aplicado a prática. |
Vantagens da teoria sem a prática |
Desvantagens da teórica sem a prática |
- De acordo com Sauaia (2008) aula expositiva ajuda a trabalhar um conteúdo extenso em menos tempo, facilitando a o entendimento do aluno na leitura a um assunto de difícil compreensão. Sendo assim oferece ao aluno uma idéia do conteúdo com referência. - Muitos estudantes despreparados aprendem melhor ouvindo do que lendo, além do professor ter mais domínio sobre a sala. -Em temas mais polêmicos o docente expõe uma visão geral do conteúdo.
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- De acordo com Sauaia (2008) o aluno quase não participa da aula, em função da comunicação unilateral, característica dessa técnica de ensino. Considerando que cada aluno aprende de uma forma. - O aluno cria o hábito de somente estudar pelas anotações feitas em sala de aula, não recorrendo à bibliografia indicada pelo professor. - Estudos demonstram que dificuldade o aprendizado na aula expositiva é o fato de que a memorização de estruturas com nomes bastante complexos pela sua especificidade torna-se uma tarefa de ensino-aprendizagem da anatomia humana monótona demais. |
Discussão
Para os autores do presente trabalho, o essencial para uma aula onde haja realmente o aprendizado, é necessário que se tenha não somente uma prática construtivista, mas, em interação com a mesma, deve haver também a teoria em si, para que uma possa completar a outra.
Podemos observar nessa revisão bibliográfica que a prática laboratorial no ensino de biologia não só é importante, como também precisa de uma teoria bem aplicada para que a mesma funcione. Porém, cabe ao professor estabelecer qual o melhor método para construção do conhecimento de cada aluno de maneira a sedimentar a informação em conhecimento.
Durante a elaboração do presente trabalho observou-se que alguns autores não conseguem fazer a conexão entre aulas práticas e aulas teóricas. Para cada um, uma das metodologias apenas é essencial, sem que haja a outra para complementação de uma aprendizagem mais completa.
Mas viu-se que, para o ensino de anatomia é indispensável o uso dessa didática prática além da aula expositiva, integradas uma a outra, para que haja além da compreensão dos nomes muitas vezes tão complexos, uma maior compreensão do próprio corpo, relacionando os eventos do cotidiano com o que aprendeu em sala de aula. Porém a falta de recursos nas escolas faz com que o docente muitas vezes deixe de elaborar essas aulas integradas e deixando assim, de transmitir a informação próxima do ideal.
Conclusão
A anatomia humana apresenta dificuldades referentes à sua complexidade. Apesar de todas as dificuldades encontradas, resta ao docente o desafio de propor uma linguagem mais acessível para a geração de estudantes do ensino médio; dando significado a cada tema abordado a fim de se evitar que os estudantes a vejam como uma disciplina de pura memorização e sem conexão com outras disciplinas do ciclo profissional. A introdução dos objetos de aprendizagem usados na Anatomia, juntamente com o uso das peças anatômicas complementam-se, mostrando serem ferramentas eficientes para se atingir tais propósitos, uma vez que facilitam a compreensão e a visualização das estruturas.
Notas
Arruda, M.F. (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva IMES). Comunicação pessoal, 2013.
Arruda, M.F. Idem anterior.
Arruda, M.F. Idem anterior.
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