A análise da dança no contexto da formação e identidade de jovens escolares de uma escola privada de Goiânia Análisis del baile en el contexto de la formación e identidad de jóvenes escolares de una escuela privada en Goiania |
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Discentes do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira **Docente do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira Mestre e Doutor em Educação Física (Brasil) |
Arthur Henrique Urzeda de Carvalho* Danielle Xavier Teixeira da Silva** |
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Resumo Este estudo trará como conteúdo o que vem a ser dança e uma análise das possibilidades de aplicação da dança no âmbito escolar, verificando o real significado da dança para os alunos do Ensino Médio. Identificamos os conceitos de dança e identidade contemplando uma proposta de ensino que abrange fundamentos da Dança Educação. O presente estudo foi realizado com 30 alunos de uma escola privada cidade de Goiânia e trata-se de um estudo de caso com aspecto metodológico Os resultados comprovaram nossa hipótese de que o conteúdo dança não é aplicado e mostraram objetividade nas escolhas dos alunos. Diante de todas as respostas, percebe-se a importância de atividades expressivas como a Dança nas aulas de Educação física durante o processo de ensino aprendizagem onde é colocada uma cultura corporal de movimento para que se atinjam objetivos educacionais. Unitermos: Dança. Educação. Jovens.
Trabalho de Conclusão do Curso de Educação Física - Licenciatura.
Recepção: 03/12/2014 - Aceitação: 20/12/2014.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
Escolhemos este tema por ser de interesse pessoal, e estar vinculado ao nosso ambiente de trabalho, contribuindo para a área de Educação Física escolar, além de contribuir para o nosso aprendizado em quanto campo prático e qualificando mais a nossa atuação como futuros professores de Educação Física.
Esta pesquisa ainda contribuirá na melhora dos planejamentos de aulas de educação física, além de ter uma mudança em sua formação, gerando ao mesmo tempo satisfação pessoal e contribuindo em um aprendizado qualitativo.
Com esta pesquisa outros profissionais da área ou acadêmicos irão ter base para planejar suas aulas em cima de resultados positivos ou não dos alunos de escola privada de Goiânia a partir dos resultados analisados diante os resultados do questionário escrito respondido, tendo como analise esta pesquisa.
Este trabalho tem como finalidade analisar as possibilidades de aplicação da dança no âmbito escolar, verificando o real significado da dança para os alunos do Ensino Médio.
Em 1997 a dança foi incluída nos PCN’s e ganhou reconhecimento nacional como forma de conhecimento a ser trabalhado na escola, dentro do contexto da formação em Educação Física e das artes (MARQUES, 2007, p.17).
Na escola, em que área de conhecimento a dança seria ensinada? Arte? Educação Física? Será que estaria na hora de pensarmos em uma carga horária exclusivamente dedicada à dança? Ou ainda, será que deveríamos deixar o ensino de dança à informalidade das ruas, dos trios elétricos, dos programas de auditório, dos terreiros, da sociedade em geral? Mas o que é a finalidade da dança da/na escola? Área de conhecimento? Recurso educacional? Exercício físico? Terapia? Catarse? (MARQUES, 2007 p.18).
Segundo Ferrari (2003), a dança na escola contempla uma nova proposta de ensino que abrange fundamentos da Dança Educação e da Dança Educativa Moderna. Diferentemente das tradicionais e já conhecidas técnicas, a Dança aplicada ao conteúdo escolar não pretende formar bailarinos; antes disso, consiste em proporcionar ao aluno um contato mais efetivo e intimista com a possibilidade de se expressar criativamente através do movimento.
É fundamental partir do entendimento de que nossos alunos são pessoas concretas, com níveis de aspiração, interesses e motivações diferenciados, o que faz com que cada um atribua um sentido pessoal ao jogo, a ginástica, à dança etc., ou seja, pelo sentido e objetivos pessoais, cada aluno pode se satisfazer com uma execução técnica de nível diferente, seja elementar, rudimentar, ou de nível médio (SOARES et al, 1992, p. 86).
Para Souza (2005), o jovem está imerso e é inundado pelo meio cultural. Não há fronteiras entre ambos. Ele constrói sua história com seus pares, se apropria, ressignifica e reinventa o mundo, construindo seu conhecimento. A arte e a dança fazem parte deste processo; são produções histórico-sociais e compõe a cultura de um meio, portanto necessitam estarem presentes no ambiente escolar.
Conforme Marques (2007, p. 35), os alunos em sala de aula
Tem seus próprios repertórios de dança, suas escolhas pessoais de movimento para improvisar e criar, assim como formas diferentes de apreciar as danças trabalhadas em sala de aula ou construídas em sociedade. Para que possamos fazer escolhas significativas para nossos alunos e para a sociedade, seria interessante levarmos em consideração o contexto dos alunos. No mundo contemporâneo, este contexto é a interseção e a articulação não estática das realidades vividas, percebidas e imaginadas dos alunos.
Por meio das danças os alunos poderão conhecer as qualidades de movimento expressivo como leve/ pesado/ fraco/ forte/ lento/ rápido/ fluído/ interrompido/ intensidade/ duração/ direção sendo capaz de analisá-las a partir destes referenciais, conhecer algumas técnicas de execução de movimento e utilizar-se delas, ser capaz de improvisar, de construir coreografias, e por fim, de adotar atitudes de valorização e apreciação dessas manifestações expressivas (Brasil, 1997 pg. 53).
Segundo Souza apud Melucci (1992), a juventude - uma categoria inventada pelos adultos – mantem-se, mas os seus gostos, atitudes, sonhos e sentidos tornam-se cada vez mais difíceis de somatizar. A dança tem sua importância nessa fase, por ser expressada quando a maioria dos jovens se extenalizam, expressam o que realmente sentem através de movimentos.
A partir destes questionamentos, percebemos que a escola é um ambiente privilegiado para o desenvolvimento da dança formal, sua relação com a aprendizagem e não poderia continuar mais sendo considerada, sinônimo de “festinhas de fim de ano".
Portanto, justificamos a importância deste estudo a fim de como professores trabalhar no processo de inclusão, direcionando ações, buscando soluções, por hora abstratos e transcender alguns limites, batalhando por transformações.
Os questionamentos trarão informações importantes e por vezes reveladoras para compreensão de tantas dificuldades e alguns sucessos.
Com este estudo poderemos revelar lacunas entre ideais propostos e práticas já existentes nas escolas. Possivelmente conhecermos, identificarmos condições reais de nossa real educação escolar e nos tronarmos professores pensantes com posturas diferenciadas.
2. Desenvolvimento ou corpo (revisão da literatura)
Dança
Dança segundo Soares et al (1992, p.82),
Considera-se dança uma expressão representativa de diversos aspectos da vida do homem pode ser considerada como linguagem social que permite a transmissão de sentimento, emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes hábitos, da saúde, da guerra, etc.
As primeiras danças do homem foram as imitativas, onde os dançarinos simulavam os acontecimentos que desejavam que se tornassem realidade, pois acreditavam que forças desconhecidas estariam impedindo sua realização.
Segundo Marques (2007) tanto o corpo quanto a dança ainda são cobertos por um mistério, um buraco negro que a grande maioria da população escolar ainda não conseguiu investigar, explorar perceber, sentir, entender e criticar.
Embora não se aceite mais o preconceito em relação ao diálogo, com o corpo e com a arte, as gerações que não tiverem dança na escola muitas vezes não conseguem entender seu significado e sentido em contexto educacional.
Conforme Marques (2007, p.19), com as possibilidades características da época em que vivemos, talvez seja este o momento mais propício para também refletirmos criticamente sobre o papel da dança na escola formal, sabendo que este não seja o único lugar para se aprender, dança com qualidade, profundidade, compromisso, amplitude e responsabilidade.
Já para Berje (1988) a dança trata do resgate da própria personalidade, do contato com o lado mais humano através da expressão artística: o indivíduo se expressa e se torna capaz através da Arte que produz e que lhe devolve toda a sua potencialidade de viver e de se realizar plenamente.
Para HUIZINGA (1993) as relações dança e jogo são tão intimas pois envolvem o corpo e o espaço, estimulam, improvisam movimentos expressivos e criativos de cada corpo, preservando a liberdade de expressão de cada um.
Identidade
Segundo Wallon apud Almeida (2011), “o ser humano é indissociavelmente biológico e social, sujeito, portanto as disposições internas e as situações exteriores” isto é, sua estrutura orgânica supõe a intervenção do meio para desenvolver e se atualizar. A cultura é um desses meios que fornecem aos pequenos instrumentos para o desenvolvimento.
Assim é possível dizer que o jovem é moldado e influenciado pelo meio cultural. Ele constrói ou desenvolve a sua história, reinventa a partir de seus conhecimentos. Pode-se dizer que a arte e a dança fazem parte deste processo histórico social que compõe a cultura o que faz a necessidade de se fazer presente no âmbito escolar.
O senso de identidade segundo Eriksom (2003), fica solto na puberdade devido à combinação do rápido crescimento corporal e das mudanças sexuais. A mente do jovem está numa espécie de moratória entre a infância e a adulto.
De acordo com Marcia (2003), existem dois momentos essenciais na formação de identidade adolescente: uma crise e um comprometimento. Por crise o sentido de tomar decisão em que antigos valores e antigas escolhas são reexaminados, acontecendo de forma tumultuada as vezes. Assim o resultado dessa crise reavaliação é o comprometimento com algum papel especifico com uma determinada ideologia.
Nos últimos o multiculturalismo vem tendo grande influência na identidade se tornando teoria critica na educação. Identidade se define naquilo que é e que não é, exemplo: sou brasileiro de pele morena, sexo masculino, etc. A identidade é auto contida e auto suficiente agregando a cultura de cada um com sua forma de conversar, crenças, símbolos, significado, tudo que agrega informações (SILVA, 2011).
Para Rodriguês Júnior (2008) p.18, cada indivíduo,
carrega consigo marcas, entendimentos e saberes construídos com base em diversas experiências tidas em diferentes contextos sociais, seja na rua, com os amigos, seja no ambiente familiar, ou na escola, com os companheiros de turma. E, em relação às práticas corporais, isso não é diferente. Desde a mais tenra idade, o jovem vai adquirindo experiências corporais ao jogar, lutar, dançar, fazer de conta etc., o que leva a conhecer e experimentar diversas formas de interação que proporcionam, cada vez mais, uma ampliação dos espaços de interação e contato com novas experiências corporais.
Os saberes cotidianos seriam aqueles construídos com base nos sentidos e significados sobre as inúmeras práticas corporais com que o jovem, a partir do contexto lúdico ao longo de sua infância e, posteriormente, adolescência, toma contato e experimenta vivência. Tais saberes são construídos dentro de uma lógica em que a oralidade e a vivência corporal são muito significativas. Assim, estes estariam escritos nos corpos dos jovens, em suas formas de jogar, de brincar, e expressar- se não só oralmente, mas também corporalmente. (RODRIGUES JUNIOR, 2008, p. 18).
Dança Educação
O ensino da Dança no Brasil até uma década atrás dava-se em locais específicos academias e escolas de dança, em sua maior parte de caráter privado. Também ocorria em espaços públicos como centros culturais, associações de bairros e outros de situações mais informais da comunidade.
Ida Mara Freire, 2001 relata que a formação do professor da-se através de cursos de graduação de Dança, Educação Física, Artes e, mais recentemente, podemos perceber o crescimento de novos cursos de dança sendo oferecidos no contexto universitário.
Em ralação a dança educação e importante ressaltar que para conforme Rolfe e Harlow (1997): o principal objetivo é motivar os estudantes a apreciarem a dança, pautados em três ações: ver, criar e executar. Como é comum também em nosso contexto, as crianças e os jovens brasileiros nem sempre têm a oportunidade de ir a um espetáculo da dança ou assistir a peças de teatro. Conhecendo a importância da arte como resgate cultural, proporcionar aos alunos atividades que possibilitem se apropriar dessas experiências podem ser de significativo valor para seu desenvolvimento.
A Dança uma vez que e tão natural em nosso país, porque não aproveita-la para desenvolver o potencial, criatividade, educação diferenciado jovem e também do professor. Diversas são as maneiras de se ministrar uma aula de dança educativa, pois temos a cada dia além da tecnologia a nosso alcance um aparelho de som portátil, TV, DVD, para se passar vídeos sobre dança e analisar de várias formas e culturas de dança, enfim um leque de opções que o professor pode apresentar e desenvolver junto aos alunos em suas aulas de dança.
Desta forma o professor deve saber explorar o potencial do aluno, possibilitando seu desenvolvimento natural e favorecer o despertar de suas habilidades e de sua criatividade. Um programa que busque desenvolver a educação através da dança e do movimento, aulas bem elaboradas devem atingir metas tais como (FREIRE, 2001):
desenvolver por meio do movimento a consciência de um indivíduo integral: corpo - mente e emoção centralizados;
ampliar o repertório de movimento;
facilitar o autoconhecimento corporal por meio da interação social;
observar e analisar o movimento;
promover a formação estética;
favorecer que os participantes possam opinar sobre as atividades realizadas;
buscar técnicas propícias, levando-se em conta a singularidade de cada corpo;
produzir conhecimento a partir da experiência e divulgar.
Todo indivíduo age através do seu corpo mais especificamente através de suas expressões, seus movimentos. Por meio de movimento o aluno pode-se comunicar, estudar, aprender, sentir o meio e interagir com ele. Mesmo sabendo de tal importância ainda existe preconceito contra o movimento quando chegam as salas de aula, pois o único movimento aceito por todos é apenas o restrito nas aulas de educação física e ao horário do intervalo. Para Laban (1990), o corpo expressa a relação do indivíduo com o seu meio. O corpo é veículo e conteúdo do aluno das relações que estabelece.
Conforme teorias de Laban (1990), quanto mais experiências perceptivas motoras de aprendizagem as crianças, adolescentes vivenciarem, mais oportunidades terão de desenvolver certa melhora de resposta face as diversas solicitações motoras.
3. Metodologia
Neste trabalho foi inserida uma proposta metodológica quantitativa de método positivista de estudo de caso, para que se possam analisar as possibilidades de aplicação da dança no âmbito escolar através da abordagem crítico superadora, verificando o real significado da dança no contexto da formação de identidade de jovens escolares de Ensino Médio.
Assim podemos evidenciar a validade e a confiabilidade do estudo através dos dados obtidos.
Os sujeitos da pesquisa serão jovens, entre 15 e 16 anos de idade, sendo alunos do Colégio Expovest da cidade de Goiânia.
A coleta de dados será feita através de questionário por meio de uma pesquisa de campo consentida pelos alunos para divulgação acadêmica.
4. Resultados
A pesquisa foi realizada em uma escola privada de Goiânia com 30 alunos do 1º ano do Ensino Médio, sendo 25 mulheres e 5 homens.
Dos 30 alunos que responderam o questionário, 20 mulheres maracaram que sim, afirmaram gostarem de dança, 1 não gosta e 4 as vezes. Já os homens, os 5 entrevistados responderam gostar de dança.
Dos 30 alunos entrevistados, 17 mulheres responderam gostar de dançar,1 não gosta e 7 as vezes. Já os homens, 3 responderam gostar de dançar e 2 as vezes.
Das 25 alunas que responderam o questionário, uma respondeu gostar do estilo funk, 6 do estilo forró,uma de axé e 17 outros estilos de dança, como: ballet,jazz,hip hop .
Dos 5 homens, 2 gostam de forró e 3 gostam de outros tipos de dança, como o hip hop.
Dos 30 alunos questionados, 14 mulheres responderam sim já ter tido aula de dança na escola e 11 responderam não. Dos homens 3 responderam sim ter tido aula de dança na escola e 2 responderam não.
De 30 alunos questionados, 6 mulheres disseram ter estudado dança em sala de aula enquanto 19 disseram que não. Já os homens, 3 disseram ter estudado dança em sala de aula e 2 não.
De 25 alunas entrevistadas, 7 responderam que aprendem ritmo quando dançam, 18 aprendem movimentos corporais e nenhuma vê a dança como não sendo um aprendizado.
Dos 5 alunos, 1 respondeu aprender ritmo enquanto dança, 4 aprendem movimentos corporais e nenhum vê a dança como não sendo um aprendizado.
Dos 30 alunos que responderam ao questionario, 23 mulheres responderam que gostariam de ter algum tipo de dança na escola e somente 2 não. Dos homens, 4 responderam que sim e 1 que não .
Das 25 mulheres que responderam esta pergunta, 10 responderam que dança poderia ser estudada na disciplina de Artes, 12 em Educaçao Física e 3 em outras disciplinas.
Dos 5 alunos que responderam a esta pergunta, 4 responderam que dança poderia ser estudada na disciplina de Artes e 1 aluno respondeu em Educaçao Fisica.
De 25 alunas, 18 responderam que a dança poderia estar presente na escola como atividade extra-escolar, e 7 responderam como conteúdo obrigatório escolar.
De 5 alunos homens, 3 responderam que a dança poderia estar mais presente na escola como atividade extra-escolar e somente 2 respondeu como conteúdo obrigatório escolar .
De 30 mulheres entrevistadas, 19 conheceram a dança atraves da midia, 4 de outras formas e somente 2 através da escola.
Dos 5 homens entrevistados, 4 responderam ter conhecido a dança atraves da midia, 1 em outros, e o que mais nos chama atençao é que nenhum obteve conhecimento através da escola.
5. Discussão
Ao se pensar e analisar a dança no contexto da formação e identidade de jovens escolares, os alunos foram entrevistados por questionários elaborados por nós acadêmicos de Educação Física, com a finalidade de saber sobre alguns dos seus conhecimentos e preferências sobre a dança no âmbito escolar.
Identificamos que muitos alunos gostam de dança e consequentemente de dançar, e na maioria das vezes são prejudicados pela falta de apoio que a escola não oferece em relação a este aspecto. A maioria das escolas não conseguem trabalhar todos os blocos que a Educação Física oferece, ou seja, precisam trabalhar de forma mais coerente, onde o aluno não precisa ter formação de atleta, ou bailarino e sim ser consistente em proporcionar ao aluno um contato mais efetivo e intimista com a possibilidade de se expressar criativamente através do movimento.
É fundamental o entendimento dos alunos, quando se trata do conteúdo dança, seja através da mídia, da escola, ou por outros meios. Atualmente, a dança vem se expandindo em várias áreas, seja na academia, ou na escola. Os alunos precisam se interessar mais pelo conteúdo, e saber o quanto é importante para o seu desenvolvimento corporal. Para Ralfe e Harlow (1997) o principal objetivo é motivar os estudantes a apreciarem a dança, pautados em três ações: ver, criar e executar. A partir destas três ações, o aluno já consegue se desenvolver melhor na área da dança.
A escola precisa se interessar mais neste bloco da Educação Física, seja como conteúdo obrigatório escolar, ou como atividade extraescolar. A relação professor x aluno dentro da escola é muito importante, sendo que a dança pode ser estudada e executada, principalmente em duas disciplinas: Educação Artística e Educação Física. Seria maravilhoso se estas duas disciplinas caminhassem juntas, para se ter um maior entendimento dos assuntos abordados, principalmente o gênero, onde as meninas se interessam mais em dança do que os meninos. Porque isso? Cultura? Movimentos?
Os alunos demonstraram grande interesse em aprender Dança, reclamaram não terem estudado nada sobre o conteúdo na escola e poucos os que vivenciaram a prática desta didática. Os alunos estão na escola principalmente para estudar, mas não deixam de ter seus gostos e vontades pelas práticas. Segundo Souza apud Melucci 1992, a juventude mantém, mais os seus gostos, atitudes, sonhos e sentidos tornando - se cada vez mais difíceis de somatizar. A dança tem sua importância nessa fase, por ser expressa quando a maioria dos jovens se extenalizam, expressam o que realmente sentem através de movimentos.
Os indivíduos quando dançam, estão sujeitos a realizarem movimentos corporais, ou expressar-se através de um ritmo. Pode ser dançando funk, axé, forró, ou hip hop, sua expressão depende da sua cultura e do meio de convivência. O professor em sala de aula precisa estimular mais seus alunos à prática da dança trazendo não só o ritmo, mas sim temas transversais ligados a eles. Conforme Marques (2007) os alunos em sala de aula tem seus próprios repertórios de dança, suas escolhas pessoais de movimento para improvisar e criar, assim como formas diferentes de apreciar as danças trabalhadas em sala de aula ou construídas em sociedade. Desta forma o professor deve saber explorar o potencial do aluno, possibilitando seu desenvolvimento natural e favorecer o despertar de suas habilidades e de sua criatividade. (FREIRE, 2001)
6. Considerações finais
Verificou-se com este trabalho que a dança na escola é de grande importância na formação de identidade de jovens escolares, pois através dos questionários aplicados e respondidos pelos alunos foi possível perceber a ausência da dança como conteúdo para a maioria, o que interfere no real significado.
Considera-se a partir destes questionamentos que a escola é um ambiente indicado e privilegiado para se ensinar dança num contexto que demonstre o seu real significado, formando e desenvolvendo a identidade de jovens escolares.
Nesta perspectiva arrisca-se a dizer que o aprendizado por meio de atividades como a dança, possibilita uma melhora significativa no comportamento social dos alunos, além de desenvolver os aspectos físicos e, resultando na formação de um cidadão ético, formador de suas opiniões e ideias.
Cabe salientar com este estudo que poderemos revelar lacunas entre ideais propostos e práticas já existentes nas escolas. Identificamos condições reais de nossa atual educação escolar e tentaremos nos tornar professores pensantes com posturas diferenciadas para atingir com êxito a aplicação coerente da dança. Assim obtendo quem sabe um melhor posicionamento dos jovens de seus conhecimentos sobre a dança na escola.
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Direitos da população jovem, um marco para o desenvolvimento, UNFDA. Brasília, 2010.
FERRARI, M.G.B. Porque dança na escola? 2003.
FREIRE, I.M. Dança – Educação: o corpo e o movimento no espaço do conhecimento. Cad. CEDES, v.21 n.53 Campinas, Apr. 2001.
HUIZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 1993.
JÚNIOR, R. Os saberes cotidianos de alunos nas aulas de Educação Física: implicações para a prática pedagógica. Campinas, 2008.
LABAN. Rudolf. Dança Educativa Moderna. São Paulo. Ícone, 1990.
MARQUES, I.A. Dançando na Escola, 2007.
MELUCCI, Alberto. O jogo do eu: a mudança de si mesmo na sociedade globalizada. Editora Feltrinelli (1992).
Metodologia do ensino de Educação Física/coletivo de autores. – São Paulo: Cortez, 1992 (Coleção magistério. 2º grau. Série formação do professor).
ROLFE, H. e HARLOW, M. Let’s look at dance. London, 2007.
SILVA, T.T. A produção social da identidade e da diferença, 2011.
SOUZA, C. Juventude e contemporaneidade: possibilidades e limites, 2004.
Souza, S.G. As possibilidades do conteúdo dança nas aulas de Educação Física Escolar: a experiência da dança popular. Goiânia, 2013.
WALLON, H. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007. Publicada originalmente em 1941.
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Digital · Año 19 · N° 199 | Buenos Aires,
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