Influência do treinamento resistido com acompanhamento  nutricional na composição corporal de adolescentes obesos Influencia del entrenamiento de resistencia con el asesoramiento nutricional sobre la composición corporal en adolescentes obesos Influence of resistance training with nutritional counseling on body composition in obese adolescents
	*Doutora em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília Mestre em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília Especialista em Fisiologia do Exercício pela Veiga de Almeida, Anápolis, GO **Graduando em Educação de Física pela UniEVANGÉLICA-GO, Anápolis, GO ***Fisioterapeuta e Educadora Física. Doutora em Ciências da Saúde na Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestre em Ciências da Saúde (UFG). Especialista em Fisioterapia Cardiovascular e respiratória na Universidade Estadual de Goiás (UEG), Goiânia, GO ****Graduada em Educação de Física pela UniEVANGÉLICA-GO, Anápolis, GO *****Mestre em Ciências Ambientais pela UniEVANGÉLICA. Especialista em Língua Portuguesa pela UniEVANGÉLICA e Graduada em Letras pela UniEVANGÉLICA, Anápolis, GO	Patrícia Espíndola Mota Venâncio* Charles Muller Oliveira Serbêto** Kelly Cristina Borges Tacon*** Lorena Cristina Castilho**** Aurea Marchetti Bandeira***** venanciopatricia@hotmail.com (Brasil)
	Resumo           O objetivo do estudo foi verificar a influência do treinamento resistido e do treinamento resistido com acompanhamento nutricional em adolescentes obesos. A amostra do estudo foi composta por 12 adolescentes obesos, sendo 5 do sexo feminino e 7 masculino de uma escola privada da cidade de Anápolis-GO. O estudo teve uma perda amostral de 100% da amostra dos praticantes aeróbicos ficando 04 com treinamento resistido e 03 com treinamento resistido e acompanhamento nutricional. Totalizando uma amostra de 07 adolescentes. Totalizando uma amostra de 07 adolescentes. Foram avaliados IMC, circunferência do abdome, percentual de gordura. Foi utilizado uma análise descritiva em percentual dos utilizando o programa SPSS 19.0. O estudo obteve uma melhora nos dois grupos estudados na composição corporal, percentual de gordura, IMC, circunferência da cintura. Embora o estudo tenha tido dificuldade em sua realização pode-se concluir com a amostra estudada que o grupo que sofreu a interferência do exercício resistido com acompanhamento nutricional obtiveram uma melhora maior que o grupo que sofreu apenas a interferência do exercício resistido.           Unitermos: Exercício resistido. Obesidade. Acompanhamento nutricional.   Abstract           The aim of the study was to verify the influence of resistance training and resistance training with nutritional counseling for obese adolescents. The study sample consisted of 12 obese adolescents, 5 female and 7 male private school in Anapolis-GO. The study sample had a loss of 100% of the sample of 04 practitioners aerobic getting and 03 with resistance training with resistance training and nutritional counseling. In a sample of 07 adolescents. In a sample of 07 adolescents. BMI, abdominal circumference, body fat percentage were evaluated. A descriptive analysis of the percentage using the SPSS 19.0 for windows software. The study was an improvement in both groups studied in body composition, body fat percentage, BMI, waist circumference. Although the study had difficulty in its implementation may conclude from the study that the group that suffered the interference resistance exercise with nutritional counseling had greater improvement than the group who just suffered interference resistance exercise sample.           Keywords: Resistance exercise. Obesity. Nutritional counseling.   Recepção: 09/08/2014 - Aceitação: 15/11/2014.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Sobrepeso refere-se ao excesso de peso de um indivíduo de acordo com a sua altura e constituição física. Obesidade é o excesso de gordura corporal que caracteriza fator de risco para a saúde (DELGADO, 2004). A obesidade refere-se a uma condição patológica na qual o indivíduo apresenta quantidade excessiva de gordura corporal: 20 a 25% para o sexo masculino e 30 a 35% para o sexo feminino (HOWLEY; FRANKS, 2008).

    Entre os sintomas da obesidade destacam-se a constante sensação de fadiga, baixa resistência física e fôlego curto, as rótulas do joelho e a coluna vertebral podem sofrer dano pelo excesso de peso, além de outros problemas de saúde como as complicações cardíacas, doenças do pâncreas, dos rins, da bexiga e dos pulmões (SPETHMANN, 2003).

    A obesidade é considerada uma doença porque os obesos apresentam expectativas de vida média inferior à dos indivíduos não-obesos, isso devido à alta incidência de distúrbios cardiovasculares, diabetes melito, distúrbios posturais, doenças na vesícula biliar e outras patologias associadas. Hábitos alimentares adequados e exercícios físicos moderados são indicados a todos os pacientes predispostos à obesidade, salvo em caso de contraindicação médica (BARSA, 2000).

    Combater a obesidade não é tarefa fácil devido a incorporações de padrões de vida com excesso de alimentação e pouca atividade física, e os indivíduos apelam para dietas da moda e para a abstinência de alimentação (HEYWARD, 2004).

    Os exercícios físicos aeróbios podem promover o controle das dislipidemias, além de auxiliar no tratamento da doença arterial coronária (SPOSITO et al., 2007). No que se refere ao exercício resistido, a literatura tem contrariado os mitos ligados ao exercício resistido em crianças e adolescentes, sugerindo-o como um método adequado de treinamento de forma segura e eficaz para melhoria da saúde geral das crianças e adolescentes (BEHM et al., 2008). Dessa forma, a pesquisa se justifica pela necessidade de maiores conhecimentos relacionados ao impacto dos exercícios físicos, tanto aeróbio como resistido sobre a composição corporal em crianças e adolescentes e, a partir desses dados, poder-se-ão programar alterações necessárias para este problema.

    Objetivo geral foi verificar a influência do treinamento resistido e do treinamento resistido com acompanhamento nutricional em adolescentes obesos.

Metodologia

    A amostra do estudo foi composta por 12 adolescentes obesos, sendo 5 do sexo feminino e 7 masculino de uma escola privada da cidade de Anápolis-Go. A amostra foi por conveniência.

    A primeira fase da pesquisa consistiu em convidar os adolescentes para participar da pesquisa. Após o convite foi entregue o TCLE para encaminharem a seus pais ou responsáveis para assinarem.O primeiro momento da pesquisa se deu em 02 (duas) etapas: Na primeira etapa os adolescentes foram levados ao laboratório de avaliação Física da Evangélica (LAFE) para as avaliações da composição corporal. Após as avaliações os adolescentes foram divididos em três grupos. Um grupo realizará a intervenção com exercício anaeróbico (musculação) e segundo grupo realizará exercícios aeróbicos (caminhada e bicicleta) e o terceiro grupo realizará treinamento anaeróbico e dieta alimentar. As intervenções foram feitas 05 (cinco) vezes na semana com duração de 60 (sessenta) minutos. A divisão dos grupos foi feita por sorteio.

    O estudo teve uma perda amostral de 100% da amostra dos praticantes aeróbicos ficando 04 com treinamento resistido e 03 com treinamento resistido e dieta alimentar. Totalizando uma amostra de 07 adolescentes.

Avaliações

    Foram utilizadas as dobras cutâneas para verificar o percentual de gordura do adolescente, bem como o Índice de massa corporal (IMC) e a circunferência do Abdômen.

    Para o percentual de gordura dos adolescentes serão utilizadas as sete dobras de Deurenberg et al. (1990) apud (PETROSKI, 2009). Somado a isso, também se coletarão os valores da massa corporal (MC), através de uma balança digital, com escalas de 50 gramas (TOLEDO), bem como a estatura (Est.) de cada voluntário, utilizando-se o estadiômetro com escala milimétrica (COUNTRY TECNOLOGY INC, Gays Mills, WI - modelo 37034), para se calcularem, posteriormente, os dados referentes ao Índice de Massa Corporal (IMC). Tanto a massa corporal quanto a estatura foram medidas em duplicatas e, caso sejam encontrados valores diferentes (0,05 kg para a MC e 0,1 cm para a estatura), uma terceira medida foi realizada para o cálculo da média das três medidas. Os adolescentes foram classificados de acordo com o IMC/idade, conforme proposto por Cole et al. (2000)

    Como referência para a variável obesidade abdominal, utilizou-se a circunferência da cintura (CC), por correlacionar, com precisão, a quantidade de tecido adiposo visceral. A CC foi mensurada sobre a pele, no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. O percentil acima de 75 para a circunferência abdominal foi adotado para classificar o indivíduo como obeso, conforme sugerido por Fernandez et al. (2004).

Programa de treinamento

    O programa de treinamento teve duração de 12 semanas, com uma frequência semanal de três vezes em dias alternados. No treinamento aeróbio nas quatro primeiras semanas foi realizado 30 minutos de exercício na esteira com 40% a 60% da frequência cardíaca. Nas semanas subsequentes a intensidade foi de 60% a 80% da frequência cardíaca.

    No treinamento resistido a intensidade do treinamento foi periodizada ao longo do programa de treinamento. Nas quatros semanas inicias foi realizado um treino adaptativo visando as adaptações neurais que exercem um papel essencial na adaptação global ao treinamento de força, visto que estão correlacionados ao processo de coordenação e organização de novos estímulos inseridos no programa de exercícios. O método de treinamento adotado durante essa fase de adaptação foi o alternado por segmento com os exercícios feitos de forma aleatória. Nas semanas subsequentes o treinamento passou a ser periodizado utilizando o modelo não linear ou ondulatório que consiste em aumento e diminuição na intensidade e no volume dentro da mesma semana.

    A dieta alimentar foi acompanhada por uma nutricionista, após a desistências dos adolescentes iriam realizar os treinamentos aeróbicos.

    Foi utilizado uma análise descritiva em percentual dos utilizando o programa SPSS 19.0 for Windows. Não foi feito nenhuma análise comparativa devido ao número de desistência dos adolescentes.

Resultados

    A tabela 01 mostra a classificação da amostra do treinamento resistido e do grupo com treinamento resistido e dieta alimentar. O estudo constatou que ambos os grupos tiveram melhoras em todas as variáveis estudadas, porém, o grupo que sofreu influência do exercício resistido com o acompanhamento nutricional obtiveram uma melhora maior percentual de gordura de 33,65% para 28,63% .

Tabela 01. Classificação da amostra exercício resistido

    Observando a busca pela hipertrofia em praticantes de exercício resistido, Donatto et al. (2008), concluiu que um dos benefícios trazidos por esta adaptação ao esporte se constitui no aumento do volume da fibra muscular que conseqüentemente necessitará de maiores quantidades de substrato energético para manter essa nova demanda. Isso faz com que o consumo calórico diário do indivíduo aumente. Essa afirmação pode ser visto no presente estudo, o qual os adolescentes tiveram uma melhora na redução sua composição corporal

    Rodrigues (2001), afirma que o exercício resistido é uma excelente opção para qualquer atleta, que queira melhorar o seu desempenho no esporte que pratica. É uma modalidade que melhora não só a aparência física do indivíduo, mas também a força e resistência muscular. Esta afirmação vem de encontro com os resultados do presente estudo onde a maioria dos entrevistados encontra-se satisfeitos com os resultados encontrados na musculação. Essa afirmação também, pode refletir nos resultados encontrados da presente pesquisa, o qual o adolescentes se mostraram satisfeito com as alterações que o exercício físico promoveu na sua composição corporal.

    Na tabela 02, foi observado uma redução média em quilos e ou percentual de melhoras com a intervenção. Tendo uma redução em porcentagem de 3,47 de gordura para o grupo de treinamento resistido para 5,02% em redução de gordura para o grupo que sofreu interferência do exercício resistido e acompanhamento nutricional.

Tabela 02. Classificação de melhoras entre os praticantes de exercício resistido e dos participantes do exercício resistido com dieta alimentar

    A tabela 03 mostra a classificação do IMC, tendo como resultados 04 adolescentes classificados como obesos pré intervenção no exercício resistido e tendo 01 adolescentes pós intervenção na classificação normal. Já os adolescentes que praticavam o exercício resistido com acompanhamento nutricional, 03 foram classificados como obeso antes da intervenção e pós os 03 adolescentes foram classificados para normal.

    De acordo com Tahara (2003), a vida moderna só proporciona maléficos a saúde por uma alimentação inadequada e pela a não regularidade na pratica de atividades físicas. Graças à mídia que vem contribuindo para a super lotação das academias com as divulgações em revistas, televisão e jornais dos corpos definidos e malhados conseguidos em academias. Desta forma, as academias vão se tornando a melhor opção para a população urbana com o intuito de obter melhoras em seu bem-estar. Essa afirmação, esta de acordo com o presente estudo, o qual o grupo que sofreu a influência do exercício resistido com um acompanhamento nutricional obtiveram um melhor resultado na redução do percentual de gordura.

Tabela 03. Classificação do IMC

    A tabela 04 mostra a classificação do percentual de gordura, tendo como resultados pré intervenção 02 adolescentes classificados como percentual de gordura alta e 02 com percentual de gordura muito alto e pós intervenção 02 classificados como moderadamente alto e 02 como alto. Já os adolescentes que praticavam o exercício resistido com acompanhamento nutricional 01 adolescente foi classificado como percentual de gordura alto e 02 com percentual de gordura muito alto e pós os 02 adolescentes foram classificados com percentual de gordura moderadamente alto e 01 como percentual de gordura alto.

Tabela 04. Classificação do percentual de gordura

Conclusão

    Através do estudo realizado pode-se observar que os adolescentes obesos tiveram melhoras em todas as variáveis estudadas, no grupo que realizou treinamento resistido e no grupo que realizou o treinamento resistido com acompanhamento nutricional. Porém, o grupo que foi acompanhado por uma nutricionista teve uma redução maior no percentual de gordura.

    Faz-se necessário mais estudos em relação ao tema, devido a uma desistência dos adolescentes neste estudo.

Referências

• BARSA, Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Meio digital, BARSA CD. vol. 1.11, 2000.

• BEHM, D.G; FAIGENBAUM, A.D.; FALK, B.; KLENTROU, P. Canadian Society for Exercise Physiology position paper: resistance training in children and adolescents. Applied Physiology, Nutrition and Metabolism, v.33, p. 547-561, 2008.

• COLE, T.J.; BELLIZZI, M. C.; FLEGAL, K. M.; DIETZ, W.H. Establishing a standard definition of child overweight and obesity worldwide: international survey. v. 320 6 May 2000 BMJ. 2000.

• DELGADO, L. A. Avaliação da Composição Corporal. Universidade Federal do Maranhão, São Luis-MA, 2004.

• DONATTO, D K F; SILVA, L da; ALVES, S C; PORTO, E; DONATTO, F. Perfil antropométrico e nutricional de mulheres praticantes de musculação. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n.9, p.217-221, Maio/Jun. 2008.

• FERNANDEZ, A. C.; MELLO, M. T.; TUFIK, S.; CASTRO, P. M.; FISBERG, M. Influência do Treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Rev. Bras. Med. Esporte. v.10, n.3, mai/jun, 2004.

• HEYWARD V. H. Avaliação Física e Prescrição de Exercícios. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.

• HOWLEY, E.; FRANKS B. D.; Manual de condicionamento físico. 5ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

• PETROSKI, E.L. Antropometria: Técnicas e Padronizações. 4ª ed. Porto Alegre: Pallotti, 2009.

• SPETHMANN, C. N. Medicina alternativa de A a Z. 6ª ed. Uberlândia-MG: Natureza editora, 2003.

• SPOSITO, A.C.; CARAMELLI, B.; FONSECA, F.A.H.; BERTOLAMI, M.C. IV Diretrizes Brasileira sobre Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose: Departamento de aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v.88, 2007. Suplemento 1.

• RODRIGUES, Carlos Eduardo Cossenza. Musculação, métodos e sistemas. Rio de Janeiro: 3 ed. 2001.

• TAHARA, A.K; SCHWARTZ, G.M; SILVA, K.A. Aderência e manutenção da prática de exercícios em academias. Revista Brasileira de Ciência do Movimento. v.11, n.4, p.7-12, 2003.

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