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A influência da genética e do somatotipo no 

desempenho físico de indivíduos de diferentes perfis corporais

La influencia de la genética y del somatotipo en el rendimiento físico de personas de diferentes perfiles corporales

 

*Profissional de Educação Física formada no Curso de Educação Física

do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí - UNIDAVI

**Professor Doutor do Curso de Pós-Graduação em Educação Física

das Faculdades AÇÂO, Rio do Sul/SC. Doutorando do Programa

de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional

da FURB/SC. Bolsista FAPESC/SC

Mara Rubia Odorizzi*

Eduardo Cartier**

edcartier@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A génetica e a combinaçao dela é respónsavel pela aparencia e por boa parte dos comportamento dos individuos, exercendo influência marcante e permanente no processo do desenvolvimento humano. O somatotipo por sua vez, que trás em si componentes hereditários, permite com o treinamento físico e as condições ambientais transformações necessárias à melhoria do desempenho de indivíduos praticantes de esporte ou qualquer outra modalidade de atividade física. A partir deste contexto inicial este estudo qualitativo teve como objetivo principal analisar a influencia da genética e do somatotipo no desempenho físico de indivíduos de diferentes perfis somatotipicos, tendo com objetivos específicos identificar a condição genética relacionada ao desempenho físico e caracterizar o somatotipo como dimensão importante no desempenho de indivíduos praticantes de exercícios físicos diversos e do esporte. O somatotipo é determinado de maneira inicial geneticamente, pois a genética de cada indivíduo está ligada a sua hereditariedade e na variação dos organismos, posteriormente os perfis vão se transformando. Neste processo de transformação todos os indivíduos são portadores de um corpo e conseqüentemente possuem sua forma física, que se encaixam em dos tipos três tipos de classificação somatotipica mesmo que estas características possam ser alteradas a partir das condições de treinamento e das condições ambientais.

          Unitermos: Genética. Somatotipo. Exercício físico.

 

Abstract

          The genetic combination and it is responsible for the look and for much of the behavior of individuals, exercising great influence and standing in the process of human development. The somatotype turn it back on itself hereditary components, allows the physical training and environmental conditions necessary changes to improve the performance of individuals practicing sports or any other type of physical activity. From this initial context this qualitative study aimed to analyze the influence of genetics and somatotype in physical performance of individuals of different profiles somatotipicos, with specific goals and identify the genetic condition related to physical performance and characterize the somatotype as an important dimension in performance of individuals practicing various physical exercises and sports. The somatotype is genetically determined so early, because the genetics of each individual is linked to his heredity and variation of organisms, the profiles will subsequently becoming. In this transformation process all individuals are carriers of a body and thus have their physical shape, which fit into three types of classification of the somatotype even if these features can be changed from the training conditions and environmental conditions.

          Keywords: Genetics. Somatotype. Physical exercise.

 

Recepção: 13/08/2014 - Aceitação: 23/10/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introduçao

    A genética se origina de uma ciência que tem como base a hereditariedade e variação nos organismos. Isto significa dizer que o fato dos individuos herdaram traços dos pais vem de muito tempo atraves das “misturas” obitidas nos mais diversos cruzamentos. Genes são “pedaços” que estão localizados dentro do DNA, o qual seria uma molécula composta de uma cadeia, tipos diferentes de nucleotídeos. As informaçoes e as sequencias géneticas que cada individuo ira herdar em que o DNA é composto e colocado em forma de dupla fita, com nucleotídeos em cada cadeia para poder complementar um ao outro.

    A génetica e a combinação dela é respónsavel pela aparencia e por boa parte do comportamento dos individuos, neste sentido, exerce influência marcante e permanente no processo do desenvolvimento humano, que sem duvida alguma provém da sua ordem genética.

    No âmbito de uma perspectiva do movimento humano, do exercício físico e da composição corporal a genética possui grande responsabilidade na constituição do perfil somatotipico do individuo. O somatotipo é uma técnica que tem como objetivo “reunir” indivíduos que possuem aspectos físicos que podemos dizer se encaixa no mesmo grupo, em que certamente esta relacionando a cineantropometria1.

    O somatotipo pode ser explicado a partir de três componentes que classificam indivíduo em perfis corporais assim denominados: endomorfia, mesomorfia e ectomorfia. Os indivíduos classificados como endomorfos possuem menos definição muscular e maiores possibilidade de acumularem gordura corporal periférica. Indivíduos com características mesomorficas possuem maiores condições de definição muscular, portanto mais facilidades conquistar massa muscular, e indivíduos com características ectomorficas sinalizam perfis mais magros com pernas e braços mais longos, portanto longilíneos.

    Situando o exercício físico como um componente que se apropria das dimensões envolvidas - genética e somatotipo - pode-se pensar que a sua efetivação como tal, leva em consideração as alterações corporais e as condições hereditárias na escolha de modalidade de exercitação corporal, bem como de uma modalidade esportiva, e neste sentido intrínseco está a condição de desempenho envolvida neste processo de escolha e na construção dos treinamentos à melhora da aptidão física.

    O desempenho físico - performance - portanto, em modalidades específicas de caráter do movimento humano surge como uma necessidade evidente para a aproximação dos princípios biológicos do exercício físico, sobretudo o princípio da individualidade biológica2.

    A performance sempre foi objeto de estudo de professores de Educação Física, fisiologistas, entre outros profissionais da área da saúde, pois acredita-se que diversos são os fatores que influenciam a mesma. E, as considerações dos fatores hereditários e ambientais se imbricam, indicando uma relação necessária e oportuna na periodização de treinamento, todavia não exaurem a capacidade de compreensão deste fenômeno, neste sentido insipientes para um planejamento seja ele em qualquer ciclo de treinamento.

    Diante destas colocações iniciais e das evidencias claras da necessidade do estudo elaboramos como pergunta de partida a seguinte proposta investigativa, a saber: qual a influencia da genética e do somatotipo no desempenho físico de indivíduos de diferentes perfis somatotipicos?

    Esta inquietação permitiu a elaboração do seguinte objetivo principal para o estudo, que diz: analisar a influencia da genética e do somatotipo no desempenho físico de indivíduos de diferentes perfis somatotipicos, tendo com objetivos específicos identificar a condição genética relacionada ao desempenho físico e caracterizar o somatotipo como dimensão importante no desempenho de indivíduos praticantes de exercícios físicos diversos e do esporte.

    De maneira a uma melhor compreensão do texto trazemos como conjectura básica a nossa pergunta de partida que para um melhor desempenho físico a genética e o somatotipo influenciam diretamente no melhor rendimento do praticante de alguma atividade física ou de uma modalidade esportiva especifica, tendo em vista a possibilidade de estruturação do treinamento, e por sua vez a utilização mais eficiente dos princípios biológicos dos exercícios físicos.

    Para consecução do trabalho desenvolvemos como metodologia uma pesquisa qualitativa de caráter bibliográfico. O material foi selecionado a partir da pertinência do tema e dos fenômenos investigáveis, sendo selecionado através de livros, revistas, dissertações e teses na área do campo investigativo.

    A pesquisa qualitativa para Minayo (2004) e Richardson e Peres (1989) evidência os fenômenos de maneira bastante peculiar, em aprofunda-se no significado das ações e relações humanas, com um nível de realidade que não pode ser quantificado e neste sentido, descrevem a complexidade de determinado problema, analisando a interação de certas variáveis, tendo o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos.

    A pesquisa bibliográfica/revisão de literatura ou de fontes secundárias, por sua vez, sugere o levantamento de toda a bibliografia já publicada, sobre a forma de revistas, artigos científicos, que tem por finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi descrito sobre o assunto ao qual está sendo pesquisado (MARCONI e LAKATOS, 2005).

    De maneira a facilitar a leitura textual escrevemos o texto em três momentos alem das considerações iniciais e finais. Constituídos desta forma: a condição genética relacionada ao desempenho físico; o somatotipo como dimensão importante no desempenho de indivíduos praticantes de exercícios físicos diversos e do esporte; e por fim, a influência da genética e do somatotipo no desempenho físico de indivíduos de diferentes perfis corporais.

A condição genética relacionada ao desempenho físico

    A genética como disciplina que, inserida na biologia, tem sofrido importantes mudanças nos últimos tempos, tanto em seus aspectos tecnológicos quanto conceituais. A transformação por que tem passado pode ser observada como uma verdadeira revolução científica; após ter causado profundas modificações em conceitos biológicos fundamentais, suas contribuições ultrapassaram os círculos acadêmicos e se difundiram rapidamente por amplos setores da sociedade, com sérias implicações de ordem social, moral e econômica (AMABIS, 1988).

    Mello et al. (1997) enfatizam tais mudanças no campo, sinalizando novo direcionamento no ensino dessa disciplina, em que surpreendentes avanços da área e a necessidade crescente de tomadas de decisões em ações relacionadas colocam o ensino de genética em uma posição de destaque, com importantes implicações nas questões sociais e éticas e também de saúde pessoal e pública.

    Para Casa Grande et al (2006) a genética é a ciência da hereditariedade. Constitui o ramo da biologia que estuda o mecanismo de transmissão dos caracteres de uma espécie, passados de uma geração para outra, além das variações que ocorrem nesse processo, fator importante na evolução dos organismos, evidenciando o seu impacto em decorrência de suas perspectivas que abrem em relação à sua aplicabilidade prática e geram polêmicas e sentimentos que vão da apreensão e do temor até a euforia, às vezes, exagerada.

    No âmbito do exercício físico, a genética determina a composição corporal dos indivíduos, sinalizando uma complexidade de informações hereditárias e sua disposição na formação do ser humano, observando é claro todo o processo de treinamento físico e as condições ambientais.

    Dias Rodrigo (2007) observa que fatores genéticos e ambientais contribuem para a modulação das dimensões e da composição corporal. Estudos de agregação familiar e de herança genética demonstram que as características morfológicas como estatura e comprimento dos ossos e membros estão em grande parte sob o controle de genes. No entanto, o cenário completo das variantes genéticas e as interações gene-gene e genes-ambiente nas diferentes fases do desenvolvimento são pouco conhecidos.

    De fato pode-se pensar que diversos são os fatores - no caso do exercício físico - que influenciam na composição corporal dos indivíduos, e neste sentido em sua compleição e na aptidão física.

    No âmbito esportivo Dias Rodrigo (2011) evidencia que existe uma corrente teórica que sustentam a ideia que atletas são pessoas comuns que nascem e são preparadas para serem atletas, levantando a possibilidade de que a performance física e a destreza esportiva são exclusivamente o resultado de horas despendidas em concentração e treinamento físico. Sinalizam ainda que o máximo rendimento de atletas de elite é determinado pela máxima exploração do seu potencial genético, através de estímulos externos, somado à máxima expressão da performance mental. No entanto, o quanto cada fator irá contribuir para a edificação de um fenômeno esportivo está em parte na dependência da modalidade esportiva.

    Dias Rodrigo (2011) sustenta que estudos caso-controle demonstraram maior frequência de variantes em genes associados a performance física em atletas, quando comparados a indivíduos da população geral, somado aos achados sobre a rara combinação genotípica em atletas, sustentam a afirmação de que a genética e o determinante indispensável para a excelência no esporte de alto rendimento. Interessantemente, um individuo portador do maior numero de genótipos associados à performance física não necessariamente estaria representando sua nação no esporte de alto rendimento.

O somatotipo como dimensão importante no desempenho de indivíduos praticantes de exercícios físicos diversos e do esporte

    O somatotipo se caracteriza como uma técnica de classificação corporal idealiza pelo americano William Herbert Sheldon em 1967 ao qual dividiu o corpo em dimensões, ou seja, perfis corporais. É uma descrição composta do físico do indivíduo e definido pelos componentes em conjunto, sendo que a classificação morfológica do ser humano é de tempos longínquos. Para Böhme (2000) é uma técnica que tem por finalidade agrupar os seres humanos relacionando aspectos da constituição física e que a cineantropometria é considerada uma disciplina científica que se desenvolveu recentemente, utilizando também as técnicas como formas de sua construção e desenvolvimento de sua prática nos últimos trinta anos.

    Para Mathews e Fox (1986) o somatotipo é usado para classificar o tipo físico que é mais suscetível a determinadas doenças, e como meio de relacionar o tipo corporal com sucesso em várias modalidades esportivas.

    Fernandes, Barbosa e Vilas-Boas (2002), afirmam que o rendimento desportivo é influenciado diretamente pelos fatores cineantropométricos. O somatotipo é bastante utilizado para que se possa conhecer o perfil físico de cada indivíduo, principalmente aqueles envolvidos em modalidades esportivas. A somatotipologia proposta por Heath e Carter (1990), instrumento utilizado para a classificação da composição corporal, é capaz de permitir um estudo apurado sobre o tipo físico ideal em relação a cada modalidade esportiva. Fernandes, Barbosa e Vilas-Boas (2002) caracterizam o somatotipo como sendo a quantificação de três componentes primários determinando as formas do indivíduo em: endomorfia, mesomorfia e ectomorfia.

    Fox e Matthews (1986) asseveram que o endomorfo se caracteriza pela regularidade e pela forma arredondada do corpo. Apresentam tais características, sobretudo na região do tronco e dos quadris e tendem ao acumulo da gordura corporal. O mesomorfo se caracteriza pela simetria corporal e pela musculatura densa e avantajada. Os ossos são grandes e recobertos por músculos espessos. tem a facilidade de aumento o volume muscular. O ectomorfo apresenta corpo longilíneo. Tem a características de ombros curtos e demasiadamente magros.

    Conhecer a natureza antropométrica e o somatotipo dos indivíduos, portanto, é uma necessidade básica ao encaminhamento para atividades compatíveis ao seu perfil somatotipico, e posteriormente a prescrição de treinamento físico compatível a sua estrutura corporal. Para Gomes e Achonr (1998) é por meio das medidas antropométricas podem-se selecionar alguns candidatos para iniciarem na escola desportiva, desde que apresentem condições para um determinado desporto.

    Os mesmos autores supracitados sinalizam ainda que devemos verificar os ritmos de crescimento do jovem durante o processo de seleção, o que se justifica como um componente importante no controle da idade biológica. Desta maneira, o desenvolvimento das capacidades motoras e com a idade biológica permitem fazer o prognóstico de um ou de outro atleta.

A influência da genética e do somatotipo no desempenho físico de indivíduos de diferentes perfis corporais

    Um dos principais fatores que exerce influência marcante e permanente no processo do desenvolvimento humano é sem duvida o de ordem genética. Mas, outros fatores também podem interferir e influenciar os resultados obtidos com testes motores específicos, tais como o grau de instrução e treinabilidade, a familiarização com a situação específica das tarefas motoras necessárias exigidas nos testes, o nível de motivação da pessoa que ira realizar o teste, a interação dos componentes genéticos do indivíduo ou ainda as condições ambientes e características individuais de cada um.

    Para Gomes e Achonr (1998) as aptidões inatas constituem a base das capacidades motoras que auxiliam no desenvolvimento e aperfeiçoamento dos níveis desportivos.

    As formas de treinamento físico garantem as transformações no corpo do individuo basicamente em todas as suas dimensões corporais. O que demonstra claramente a força do treinamento na construção do somatotipo e das condições deste desenvolver a performance em altos níveis de rendimento seja no esporte ou em qualquer modalidade de exercitação corporal. Bompa (2002) evidencia que o treinamento físico é uma repetição sistemática de movimentos que produzem reflexos de adaptação morfológica e funcional, com o objetivo de aumentar o rendimento num determinado espaço de tempo, tendo variáveis imprescindíveis para o controle de treinamento, destaca-se, volume e intensidade de treino.

    Verchoshanski (1999) corrobora tais colocações evidenciando que o aperfeiçoamento contínuo morfofuncional do organismo é uma das condições de desenvolvimento do processo de elevação do nível desportivo, sendo acondicionadas pela especificidade motora, em função das aquisições estáveis de adaptação do organismo.

    Pode-se observar assim a relação entre genética e somatotipo, ou seja, a relação da hereditariedade as condições adquiridas e passíveis de transformações, adequações e conformações biológicas, entre outras, em decorrência do tipo de treinamento físico oportunizado.

    Para Gomes e Achonr Junior (1998) a hereditariedade apenas limita o potencial, mas as capacidades se desenvolvem no processo da autogenia sob a influência social, educacional e de treinamento. Consideram-se as capacidades motoras como características individuais que permitem um desempenho efetivo no desempenho atlético

    Nestas condições as características da composição corporal, inclusive, são decisivas para diversas modalidades esportivas, inclusive na individualidade das modalidades esportivas, no rendimento de atletas, na utilização das capacidades físicas no treinamento e na prescrição e controle do mesmo. E, é tamanha sua relevância que possibilita inclusive, a construção de gestos esportivos de diferentes modalidades esportivas (NORTON e OLDS, 2001).

    Relacionando tais condições a melhor condução de treinamento físico, bem como na seleção de talentos podemos pensar que diversos são os fatores que influenciam no desempenho. E seguramente o somatotipo e a condição hereditária possuem grande relevância, sobretudo nos métodos de seleção de talentos esportivos.

    Gomes e Achonr (1998) acerca disto comentam que os métodos seletivos nos desportos podem determinar em elevado grau os seguintes fatores: somatotipo, habilidade técnica desportiva, preparação física geral e especial e características psicológicas. Por exemplo, nas modalidades de ginástica, os componentes herdados de crescimento e desenvolvimento, a força relativa e a flexibilidade são relevantes para seleção de talentos. Nos desportos de combates, a seleção de talentos é realizada com base nos seguintes critérios: assiduidade, insistência, maturidade, rápida assimilação do conhecimento e formação dos hábitos motores, existência de elementos criativos no processo de ensino e aperfeiçoamento da técnica. Por isso, no processo de seleção para os desportos de luta, convém considerar o estado de saúde, o estado morfológico, o nível da preparação física e a capacidade de coordenação, que influenciam na realização dos movimentos com maior exatidão de tempo.

    Os dados somatotipicos oferecem grande relevância para atletas e praticantes de qualquer modalidade esportiva, pois a possibilidade de elaborar treinamentos mais específicos se torna maior e com mais componentes de controle. Tais condições de treinamento quando exploradas permitem a aproximação dos objetivos almejados pelos indivíduos. O estudo somatotipico segundo Malina et al. (1997), permite não só identificar grupos de risco, através da associação das suas componentes, endomorfia, mesomorfia e ectomorfia como assume particular importância nas diferentes modalidades desportivas.

Considerações finais

    O somatotipo é determinado de maneira inicial geneticamente, pois a genética de cada indivíduo está ligada a sua hereditariedade e na variação dos organismos, posteriormente os perfis vão se transformando. Neste processo de transformação todos os indivíduos são portadores de um corpo e consequentemente possuem sua forma física, que se encaixam em dos tipos três tipos de classificação somatotipica mesmo que estas características possam ser alteradas a partir das condições de treinamento e das condições ambientais como vimos no decorrer do estudo.

    De uma forma mais simplificada podemos pensar as três dimensões corporais para dar início ao treinamento com todas as suas relaços e princípios. O somatotipo, genética e a prescrição de exercícios físicos, neste sentido, oferecem condições e segurança para alcançar a metas desejadas.

    Para iniciar o treinamento, o profissional da Educação Física deve conhecer o indivíduo, saber de sua saúde, e demais detalhes que virão de acordo com o tempo. Respeitar o processo de adaptação do indivíduo se torna condição fundamental. Podemos concluir a partir das ideias de Gomes e Achonr Junior (1998) que o desempenho ótimo é determinado pelo complexo das capacidades, inatas e adquiridas. Dessa constatação, se faz necessário obter informações sobre os índices das capacidades motoras para beneficiar o desempenho atlético, o que ajudaria a selecionar os métodos mais efetivos no momento de identificação e formação dos jovens talentosos.

    A preposição inicial se cofirma ao entender que o desempenho físico é altamente dependente, sobretudo das possibilidades de treinamento, contudo as características hereditárias oferecem condições de selecionar de maneira mais especifica as modalidades esportivas e tipos de atividade física a ser buscada pelos praticantes de exercício físico.

Notas

  1. Para Kiss (2003) e Sousa (2004) cineantropometria é a ciência da proporcionalidade em que relaciona partes do corpo com outra parte ou com o corpo todo. Kiss (2003, p. 94), sinaliza ainda que as ‘medidas antropométricas mais comuns são as de comprimento, perímetro, diâmetro e volume de segmentos do corpo, que podem ser expressos em seus valores absolutos ou, mais comumente, pelos índices que procuram estabelecer relações entre as medidas. Sua definição para mais utilizada segundo Silva (2003), é a do estudo do tamanho, forma, proporcionalidade, composição corporal e maturação biológica. Tem o objetivo de entender o processo do crescimento, do treinamento e do rendimento desportivo.

  2. Para Chiesa (2004) cada ser humano possui estruturas físicas e psicológicas individualizadas ou diferenciadas dos demais, sugerindo que cada um de nós seja um ser único. O ser humano é a união entre as características do genótipo (carga genética recebida) com o fenótipo (carga geral de elementos que são adicionados ao indivíduo após o nascimento) que criam o suporte de individualização humana.

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