Treinamento de força no futebol El entrenamiento de la fuerza en el fútbol |
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FHO - Faculdade Herminio Ometo Uniararas, SP (Brasil) |
Lucas Flores Marques |
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Resumo O futebol é um dos esportes mais populares no mundo, no entanto, há escassez de trabalhos científicos e com isso há a necessidade de se pesquisar e discutir metodologias, ou mesmo novas propostas para cada vez mais aprimorarmos esse esporte. O objetivo desse revisão bibliográfica é de investigar a importância do treinamento de força para atletas ou praticantes do jogo de futebol. Esse trabalho é uma revisão bibliográfica, que trará trabalhos e discussões sobre a importância e benefícios do treino de força para futebolistas. Unitermos: Futebol. Treinamento. Força.
Recepção: 27/08/2014 - Aceitação: 10/11/2014.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 198, Noviembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O futebol tem a característica de mesclar tanto as capacidades físicas, técnicas, psicológicas e táticas. O objetivo desse revisão bibliográfica é de investigar a importância do treinamento de força para atletas ou praticantes do jogo de futebol. Bompa (2002) cita que para o atleta se destacar no futebol deve apresentar: alto nível coordenativo, resistência a fadiga e ao estresse, alta capacidade aeróbica e anaeróbica e inteligência tática.
A partida de futebol é de longa duração, e em alta intensidade marcada por sprints, trotes, mudanças de direções e frenagens. No Futebol, as capacidades táticas e os processos cognitivos subjacentes à tomada de decisão são considerados requisitos essenciais para a excelência do desempenho esportivo (COSTA et al, 2009). Para que isso ocorra o atleta tem que estar muito bem preparado. No futebol, ocorrem os mais variados tipos de ações, nas quais o corpo precisa se adaptar para suportar as diferentes intensidades de uma partida (RICARDO, 2011).
O futebol é uma modalidade esportiva intermitente, com constantes mudanças de intensidade e atividades (GOMES, 2000). As capacidades envolvidas no futebol podemos citar: força, agilidade, coordenação, flexibilidade e velocidade. O treinamento de força no esporte tem sua importância na literatura para os fins de: melhoria de rendimento, melhoria coordenativa, reabilitação e prevenção de lesões. A força é uma característica neuromuscular de fundamental importância para vários esportes de rendimento, em que o esportista necessita pôr o seu corpo em movimento quando parado, pará-lo quando se encontra em movimento, acelerá-lo quando necessário, desviar a sua trajetória, mudar de direção, saltar, lançar etc. (BARBANTI, 2000). Em muitas modalidades esportivas, o sucesso do atleta depende da sua habilidade em sustentar a máxima produção de potência por toda duração do evento (ENOKA, 2000).
A força muscular pode ser definida como a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento, e é considerada uma capacidade física importante para o condicionamento físico não só para atletas como também para indivíduos não atletas (OLIVEIRA, 2013). Define-se força como capacidade de um corpo alterar seu estado de movimento ou repouso e pela ótica esportiva é a capacidade da musculatura produzir contração muscular (MARQUES, 2005). Para Guedes (1997) força é a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, superando, sustentando ou cedendo à mesma, ou seja, força e a capacidade de superar resistências exteriores e resisti-las através de esforços musculares.
Devido a essas várias definições de força muscular, Weineck (1999, 2004) define força muscular quanto às suas manifestações em força máxima, força explosiva e força de resistência.
A manifestação da força explosiva é fundamental durante as múltiplas acelerações, mudanças bruscas de direção com ou sem a bola, é crucial para uma melhor impulsão vertical para cabecear com maior eficácia (MARQUES, 2010). Zatsiorsky e Kraemer (2008) entendem força explosiva como a habilidade em exercer a máxima força em um mínimo de tempo.
Para Wilmore (2001) esta força de resistência é a capacidade dos músculos de suportar contrações musculares repetidas. Pode ser vista também como a capacidade de resistência a fadiga em condições de desempenho prolongado de força.
A força máxima é compreendida como a maior força que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária, ocorrendo ou não movimento articular (BOMPA, 2002).
Estas exigências podem ser influenciadas pela performance humana e atlética, sendo dependentes da força e potência muscular. Desta forma, o aumento da força é associado a uma melhor coordenação neural, bem como o incremento na área de seção transversa do músculo e com isso uma maior coordenação motora e aumento do nível de força. O treinamento de força também é utilizado para melhoria ou treinamento geral.
Revisão bibliográfica
Ao longo desse tópico serão demonstrados alguns estudos que versam sobre a importância do treino de força no rendimento, melhor forma de executar ou na saúde do atleta de futebol.
Neste estudo de Gomes (2011) teve como objetivo avaliar a influência do treinamento de força aos níveis de impulsão horizontal e vertical dos goleiros de futebol de campo da categoria juvenil. Os processos utilizados para analisar os níveis de impulsão foram às bases pliométricas (saltos). Os trabalhos foram realizados dentro de campo, e utilizou como amostra dois goleiros com idade entre 15 e 16 anos do sexo masculino de uma escola de futebol da cidade de Ponta Grossa/PR, utilizando-se apenas do peso do próprio corpo de cada atleta para o desenvolvimento dos treinamentos. O desenvolvimento da pesquisa e dos testes se deram durante os treinamentos da escola. Foi avaliada a evolução dos níveis dos saltos horizontais e verticais dos goleiros submetidos aos testes, concluiu-se que o trabalho de força melhora o salto dos goleiros frente ao significativo ganho.
Devido à alta intensidade presente no futebol estudos pesquisam sobre a melhor maneira de execução do treino de força. Silva (2001) teve como objetivo de comparar o efeito do treinamento físico muscular com pesos, realizando exercícios de maneira contínua e intermitente. Teve 20 jogadores de futebol, com idade variando entre 18 e 20 anos, categoria juniores, antes e após 12 semanas de treinamento. Todos foram submetidos a teste máximo por repetição do grupo muscular extensores dos joelhos, utilizando o exercício Leg Press na posição horizontal em equipamento (modelo Cybex, EUA). Eles foram divididos em dois grupos: (I) contínuo e (II) intermitente. Os exercícios foram realizados duas vezes por semana, em dias alternados. Ambos os grupos treinaram somente nas formas contínua e intermitente até o final do estudo. Na forma contínua, os futebolistas realizaram 3 séries de 12 repetições a 70% e após recuperação de 2 minutos mais 3 séries de 25 repetições a 50%. Na forma intermitente, os futebolistas realizaram também, na mesma sessão, 3 séries de 12 repetições a 70% e 3 séries de 25 repetições a 50% de maneira alternada, ou seja, uma série a 70% e logo após outra a 50%, e assim sucessivamente. Em ambas as formas de trabalho, a recuperação entre as repetições variou de 30 a 60 segundos. Antes e após o período de treinamento, os seguintes resultados foram verificados: o grupo I atingiu valores de força nos extensores dos joelhos de 132,0 ± 4,0 kg vs. 145,0 ± 5,0 kg, ganho significante de 10% (p < 0,05); o grupo II atingiu valores de 131,0 ± 7,0 kg vs. 161,0 ± 9,0 kg, ganho significante de 23% (p < 0,05). Quando comparado o delta diferencial entre as duas modalidades de trabalho, o treinamento intermitente foi 11% maior (p < 0,05). Concluiu-se que ambas as formas de treinamento aumentaram a força muscular. Mas a alternância de intensidade dos exercícios, realizada na mesma sessão pela forma intermitente, foi mais eficiente e pareceu ajustar melhor às características de solicitação motora realizada pelos futebolistas durante uma partida de futebol
Mota et al (2010) analisou o efeito do treinamento proprioceptivo e de força resistente sobre a incidência de entorses de tornozelo e lesões musculares em futebolistas. Participaram desse estudo treze atletas que disputavam o Campeonato Paulista da 1ª divisão (sub-20). A incidência de lesões musculares nos membros inferiores e entorses de tornozelo que não decorreram de traumas diretos foram registrados durante duas temporadas. Além dos treinamentos normais, a análise foi dividida em duas situações: na primeira temporada (T1) houve intervenção com exercícios proprioceptivos (duas vezes por semana e antes dos jogos no aquecimento) e treinamento de força resistente (duas vezes por semana para a musculatura da coxa). Na temporada seguinte (T2) esses trabalhos não foram realizados e serviu como controle. A incidência de lesões musculares foi maior (P < 0,05) no período sem intervenção T2 quando comparado ao período com preparação muscular e proprioceptiva T1 (6 x 1 lesões) com o mesmo ocorrendo em relação aos entorses de tornozelo (4 x 1). Concluiu-se que exercícios simples de propriocepção e de força resistente diminuem a incidência de lesões em futebolistas e são, portanto, preventivos.
Os trabalhos dão importância e relatam os benefícios do treino de força, mas devemos tomar ciência da prescrição do treino de força, quanto à intensidade, volume e carga.
Considerações finais
Através do estudo e da fontes pesquisadas, o treino de força se mostrou capaz de promover mudanças positivas fisiológicas em atletas de futebol, melhorando capacidades físicas que estão altamente relacionadas ao jogo. E também se mostrou importante no tratamento e na prevenção de lesões em futebolistas.
Referencias
BARBANTI, V. J. Teoria e prática do treinamento esportivo. São Paulo: 2000.
BOMPA, T. Periodização, teoria e metodologia do treinamento. Guarulhos: Phorte editora, 4°edição, 2002.
ENOKA, R. M. Bases Neuromecânicas da Cinesiologia. São Paulo: 2000
GUEDES, D. P. Jr. Personal training na musculação. 2ª ed. Rio de Janeiro, 1997.
GOMES, F. A influência do treinamento de força nos níveis de impulsão horizontal e vertical em goleiros de futebol de campo na fase da adolescência. Revista Brasileira de Futsal e Futebol, São Paulo, v.3, n.7, 2011.
MARQUES, M. O trabalho de força no alto rendimento esportivo: da teoria à prática. Lisboa. Livros Horizonte, 2005.
MARQUES, M; TRAVASSOS, B; ALMEIDA, R. A força explosiva, velocidade e capacidades motoras específicas em futebolistas juniores amadores: Um estudo correlacional. Motricidade, vol. 6, n. 3, 2010.
MCARDLE, W; KATCH, F; KATCH, V. Fisiologia do exercício Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Sexta edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
MOTA, G; GOMES, L; CASTARDELI, E; BERTONCELLO, D; VICENTE, E; MAROCOLO, M; ORSATTI, F. Treinamento proprioceptivo e de força resistente previnem lesões no futebol. Journal Health Science Institute, vol. 28, n°2, 2010.
OLIVEIRA, L. Efeitos de diferentes métodos de treinamento de força sobre parâmetros morfológicos e força máxima. Vila Real, 2013.
RICARDO, W. Perfil de capacidades Físicas interposições em atletas de futebol: estudo centrado na categorias pré-infantil. Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná: Curitiba, 2011.
SILVA, P. Efeito do treinamento muscular realizado com pesos, variando a carga contínua e intermitente em jogadores de futebol. Revista Acta Fisiátrica, vol. 8, n°1, 2001.
SOARES, J; REBELO, N. Fisiologia do treinamento no alto desempenho do atleta de futebol. Revista USP, Brasil, n. 99, p. 91-106, nov. 2013.
WEINECK, J. Futebol Total: O treinamento físico no futebol. Guarulhos SP: Phorte Editora, 2004.
WEINECK, J. Treinamento ideal. 9 ª edição. São Paulo. Ed. Manole,1999.
WILMORE, J; COSTILL, D. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 2ª Ed. São Paulo: Manole, 2001.
ZATSIORSKY, V; KRAEMER, W. Ciência e prática do treinamento de força. 2ª Ed. São Paulo, Ed. Phorte, 2008.
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