Microdermoabrasão na estria: revisão de literatura Microdermoabrasión en la estría: revisión de la literatura Microdermabrasion in the stretch marks: literature review |
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*Discentes do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Vila Velha – UVV **Formação e vínculo institucional do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmetologia da Universidade Vila Velha – UVV (Brasil) |
Anarolina Souza de Oliveira Santos* Áurea Scardua Saade Cavalcanti** Luiz Carlos Cavalcanti** Robison Pimentel Garcia Junior** |
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Resumo As estrias são alterações cutâneas indesejáveis, definidas como cicatrizes lineares visíveis com características atróficas, adquirida pelo rompimento das fibras elásticas, podendo ser raras ou numerosas. Que acomete mais o público feminino e que acarreta problemas de ordens estéticas. Estudos comprovam que seu aparecimento é multifatorial, como fatores mecânicos, fatores endocrinológicos e fatores genéticos. O uso da técnica da microdermoabrasão nas estrias sugere fazer com que as estrias fiquem menos visíveis com os sucessivos tratamentos. Essa técnica faz o afinamento da camada córnea, removendo células envelhecidas, estimulando os fibroblastos a produzirem colágenos e elastinas. No entanto, o trabalho teve como objetivo revisar na literatura a identificação e a comprovação da eficácia da técnica da microdermoabrasão para estrias. Para tanto, foi realizado um levantamento bibliográfico com base em pesquisas de artigos científicos e livros da biblioteca da Universidade Vila Velha (UVV), publicado no período de 2000 a 2013. Foi possível observar a aplicação da base de conhecimento a respeito das alterações fisiológicas das estrias e seus processos preventivos, sendo de fundamental importância o conhecimento e o acompanhamento do profissional da área de estética para amenizar os aspectos das estrias e até prevenir o seu surgimento. Unitermos: Pele. Estria. Microdermoabrasão.
Abstract Stretch marks are undesirable skin changes, defined as linear scars visible with atrophic features, acquired by the disruption of elastic fibers, which may be rare or numerous. That affects more female audience and that causes problems for aesthetic orders. Studies prove that its appearance is multifactorial, as mechanical factors, endocrine factors and genetic factors. The use of microdermabrasion technique suggests the splines make the striations are less noticeable with successive treatments. Microdermabrasion is a technique that makes the thinning of the stratum corneum, removing old cells, stimulating the fibroblasts to produce collagen and elastin. However, the work aimed to review the literature on the identification and verification of the effectiveness of the technique of microdermabrasion for stretch marks. To this end, we conducted a literature based research papers and books in the library of the University Vila Velha (UVV), published in the period 2000-2013. It was possible to observe the application of the knowledge base regarding the physiological processes of stretch marks and prevention, which is paramount in the understanding and monitoring of the professional area to mitigate the aesthetic aspects of the grooves and even prevent its onset. Keywords: Skin. Stretch marks. Microdermabrasion.
Recepção: 02/07/2014 - Aceitação: 27/09/2014.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 198, Noviembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
A beleza é algo que chama a atenção do homem desde o início dos tempos. Esta corrida pela beleza está muitas vezes relacionada com a idade. Os usos de instrumentos para a recuperação da juventude e da beleza estão a cada dia mais evoluídos, tanto nos cosméticos, como nos procedimentos cirúrgicos (MACEDO, 2005).
Observa-se também que os equipamentos estéticos estão sendo a cada vez mais desenvolvidos e utilizados com o objetivo de obter a beleza. Muitas vezes a dor é ignorada, tudo em função da vaidade, que muitas vezes escraviza o corpo.
A medicina e a tecnologia proporcionam um aumento de longevidade, à medida que a pessoa vai envelhecendo, vão surgindo marcas ao longo do tempo, como as rugas, manchas, flacidez e outros fatores estéticos (CARDOSO, 2006).
O laboratório da Indústria Brasileira de Equipamentos Médicos (IBRAMED) lançou no mercado destinado à medicina estética o equipamento Dermotonus Esthetic, o Striat e outros, com a finalidade de melhorar o aspecto das rugas, melasma e estrias, deixando com aspecto menos visível (AESTHETIC MEDICINE, 2013).
Atualmente um dos fatores que foca essa supervalorização da aparência física é a inovação de tecnologias em pesquisa para o desenvolvimento de equipamentos estéticos e novos princípios ativos tanto no Brasil quanto em outros países (CARDOSO, 2006).
Empresas voltadas para a área de estética estão desenvolvendo aparelhos com tecnologias avançadas que promovem o rejuvenescimento da pele, cicatrizes, rugas, estrias, manchas e que promove uma recuperação mais rápida com resultados mais satisfatória (BORGES, 2010).
Dentre os aspectos negativos que interferem no perfil psicológico e na aparência física da pele está o aparecimento da estria, sendo esse o tema desta revisão bibliográfica. A estria é encontrada tanto em homens quanto em mulheres e seu aparecimento é mais freqüente na adolescência e é nessa fase que o corpo sofre várias transformações. Pode aparecer em pessoas obesas, em mulheres no período gestacional e em pessoas que fazem uso de hormônios corticoides (KEDE; SABATOVICH, 2004).
A estria é uma atrofia tegumentar adquirida pelo rompimento das fibras elásticas que se localizam na derme, apresentando-se como estrias rubras e com o tempo aparecem como albas. As estrias têm aspecto linear, com característica atrófica, com algumas rugas transversais que desaparecem à tração, acometendo mais o público do sexo feminino e que acarretam problemas de ordens estéticos (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
A sua localização surge nas regiões das nádegas, abdômen, mamas e também nos membros superiores, como axilas e tórax. Já nos homens acomete nas regiões dorso, região lombossacral e na parte externa das coxas (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Existem vários tipos de tratamentos estéticos indicados para melhorar a aparência da estria. Entre esses tratamentos existe a microdermoabrasão, que é uma técnica que consistem em dois tipos de procedimentos: o peeling de cristal e o peeling de diamante (BORGES, 2010).
2. Pele
A pele é um dos maiores órgãos que reveste o corpo humano. Possui grandes funções, como proteção contra danos, termorregulação, detecção de estímulos sensoriais, impermeabilidade à água e preserva intactos os sistemas internos, sendo muito importante na captação da radiação ultravioleta e na produção da vitamina D (calciferol), que ajuda a evitar alguns problemas de saúde (VIVIER, 2005) e apresenta ainda um papel fundamental na estética física, estando associado à identificação da idade e beleza das pessoas (BROMMONSCHEKEL, 2014).
A pele possui espessura variável, em média 1,5 mm, e é mais espessa nas plantas dos pés e nas palmas das mãos suas estruturas anexas possuem milhões de receptores sensitivos da pele e vasos (GRAAFF, 2003).
2.1. Camadas da pele
Alguns autores como Junqueira e Carneiro (2004), relatam que a pele é formada por tecidos de origem ectodérmica e mesodérmica, que se formam em duas camadas: a epiderme, a derme.
2.1.1. Epiderme
A epiderme é um epitélio multiestratificado. Suas camadas de células são achatadas e justapostas, além disso, é recoberta pelo epitélio queratinizado. À medida que uma camada de células migra para a superfície do corpo, essas células deixam de receber nutrientes da derme subjacente, havendo o envelhecimento da célula. Com isso, tornam-se achatadas e passam a fabricar e acumular proteínas resistentes e impermeáveis dentro da própria célula, levando à formação da queratina (OSÓRIO, 2005).
O epitélio queratinizado da epiderme contém melanócitos, que são células que produzem melanina que, por sua vez, é responsável por dar pigmentação e proteção contra radiação solar (VIVIER, 2005).
A epiderme é dividida em quatro: germinativa, espinhosa, granulosa e córnea. A sua função primária é a de servir como barreira de proteção do organismo contra as agressões externas (MACEDO, 2005).
A camada basal ou estrato basal é uma camada germinativa da epiderme, que contribui para a formação da epiderme. As células contêm tonofibrilas ceratinosas e estão fixadas na membrana basal por hemi-desmossomos, que se ligam à membrana plasmática. Os melanócitos sintetizam a melanina, sendo que nos processos dendríticos, fazem a transferência dos ceratinocitos vizinhos (GAWKRODGER, 2002). As células proliferativas da camada basal têm pouco citoplasma e seu maior eixo é sempre perpendicular à junção dermoepidérmica (KEDE; SABATOVICH, 2004).
A camada espinhosa ou estrato espinhoso é de formato poliédrico, sendo achatada à medida que é empurrada para a superfície da pele, apresentando-se extremidades espinhosas. Foram identificados como desmossomas, pois promovem uma grande coesão celular dos epitélios, sendo resistentes a grandes trações e pressões, tendo uma grande velocidade de promover progressão de queratinócitos (KEDE; SABATOVICH, 2004).
A camada granulosa ou estrato granuloso é morfologicamente achatado, apresentando-se com grânulos acumulados. Alguns grânulos não contribuem para a cor da pele. O estrato granuloso tem uma grande parte ativa na ceratinização (BORGES, 2010).
Figura 1. Esquema com as camadas da epiderme (modificada). Fonte disponível em: www.bioderma.com/pt/em-contacto-com-a-sua-pele/a-pele-e-um-orgao.html, 2013
A camada córnea ou estrato córneo é a camada superficial formada por células anucleadas, podendo ser encontrada no estágio final do amadurecimento dos ceratinócitos. São formadas por lâminas de células cornificadas poliédricas. Seu citoplasma é substituído por tonofibrilas de queratina numa matriz que se forma a partir de grânulos de ceratoialina (GAWKRODGER, 2002).
2.1.2. Derme
A derme é a parte interna relativamente espessa camada de tecido conjuntivo. Na derme que encontramos os anexos da pele, os vasos sanguíneos, linfáticos e os nervos, conforme observado na Figura 2. Sua função é representada pela flexibilidade e elasticidade. É na derme que se desenvolvem defesas contra agentes nocivos que venceram os obstáculos da epiderme ou órgãos internos que chegaram à pele (CUCÉ; NETO, 2001). A superfície externa da derme é irregular. Podemos observar, com ajuda de uma microscopia eletrônica, saliências que acompanham as reentrâncias correspondentes da epiderme. Essas saliências são conhecidas como papilas dérmicas que aumentam a área de contato derme-epiderme, fazendo com que a pele tenha maior resistência. Descrevem-se na derme duas camadas: a papilar - camada mais superficial - e a reticular - mais interna - (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).
A camada papilar é mais delgada, constituída de tecido conjuntivo frouxo, contendo feixes delicados de fibras colágenas, reticulares e elásticas, dispostas em uma rede frouxa, contendo nas fibras circundadas gel de mucopolissacarídeos, em que encontramos alças capilares e terminações nervosas (CUCÉ; NETO, 2001).
A camada reticular é composta de fibras de colágenas, tendo diâmetro largo, organizadas em feixes entrelaçados. As fibras elásticas maduras, ramificadas, formam uma estrutura em torno dos feixes de fibras de colágenas (FREEDBERG, 2005). Os feixes colágenos da derme reticular são constituídos por colágeno do tipo I, seguindo em vários sentidos, encontrado em planos paralelos à superfície cutânea. Os feixes apresentam-se permeados por colágeno do tipo III e é dividido por espaços claros. O sistema elastina é responsável pela capacidade da pele em voltar à posição original quando sujeito à força de estiramento. Na derme reticular, as fibras elásticas são grossas, curtas, com curvas retorcidas e paralelas à superfície. Já na derme papilar, encontramos fibras oxitalânicas, finas e perpendiculares, que se ramificam nas papilas dérmicas (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Figura 2. Esquema com as camadas da derme. Fonte: HUNTER; SAVIN; DAHL, 2002
Para Sampaio e Rivitti (2011), a derme é dividida também em derme perianexial, que é uma estrutura idêntica à derme papilar, dispondo-se em torno dos anexos. Compõe, juntamente com a derme papilar, a unidade anatômica conhecida como derme adventicial.
Alguns autores como Azulay (2007) e Guirro e Guirro (2004) relatam que as fibras de colágeno fornecem sustentação e integridade estrutural a diversos órgãos e tecidos, sendo que as fibras de colágeno se rompem se houver um peso cuja carga for excedida entre biossíntese e degradação e reabsorvida durante o crescimento, inflamação e reparo tecidual.
O colágeno tipo I é secretado pelos fibroblastos e miofibroblastos no interstício tecidual assim como pró-colágeno tipo I, favorecendo na formação das reações enzimáticas até a formação final da fibra. O procolágeno tipo I é utilizado como marcador de fibrogênese (LOPEZ et al, 2010).
As fibras elásticas são intimamente associadas ao colágeno. Na derme papilar, as fibras elásticas são finas, enquanto que na derme reticular são grossas. As fibras elásticas e as fibras colágenas são produzidas pelos fibroblastos (VIVIER, 2005).
Na derme, encontramos as estruturas dos anexos da pele, glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas, folículos pilossebáceas e o músculo eretor do pelo (SAMPAIO, 2011).
A derme possui extensa inervação, células efetoras tegumentares que consistem em músculos ou glândulas dentro da derme que respondem aos impulsos motores que são transmitidos pelo sistema nervoso central que chega a pele através de fibras nervosas autônomas (GRAAFF, 2003).
O sistema somático divide as sensações de dor, prurido, tato, pressão, vibração, propriocepção e a sensação térmica. Os nervos sensitivos da pele possuem receptores que se dividem em mecanorreceptores, termorreceptores e nocirreceptores (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Os vasos cutâneos formam sempre um plexo profundo em conexão com o plexo superficial, no qual o plexo profundo localiza-se na dermo-epidermico e é formado por arteríolas e o plexo superficial localiza-se na derme subpapilar formado por capilares (SAMPAIO; RIVITTI, 2011).
Os vasos linfáticos são revestidos por uma única camada de células endoteliais, localizado na derme papilar em formato de alças que desembocam num plexo linfático (SAMPAIO; RIVITTI, 2011).
2.2. Estrias
A estria é uma atrofia tegumentar adquirida que contém aspecto linear, algo sinuosa. A princípio, aparece avermelhada, depois esbranquiçada e abrilhantada ou nacarada. Sendo raras ou numerosas, podendo ser paralelamente umas às outras e perpendicularmente às linhas de fenda da pele. Pode haver um desequilíbrio elástico no local e até mesmo bilateralmente, que é uma simetria em ambos os lados. Geralmente, as estrias atingem mais as mulheres do que os homens. As estrias sugerem correlação entre perda da capacidade de síntese dos fibroblastos e alteração na estrutura do tecido conjuntivo, do colágeno, da elastina e das fibras de fibrilinas (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
As causas das estrias são multifatoriais, como aumento do estrogênio, período gestacional, variação de peso, o uso de corticoides, estiramento da pele provocado pelo crescimento e predisposição genética. Esse rompimento das fibras elásticas da derme localiza-se nas áreas do abdome, mamas, coxas e nádegas, dorso, região lombossacra e parte externa das coxas. Podendo aparecer nos membros superiores como axilas e tórax (KEDE; SABATOVICH, 2004).
De acordo com Azulay (2007), o uso administrado em grandes quantidades de hormônios exógenos e glicocorticoides produzidos por tumores adrenocorticais e a hipersecreção do hormônio adrenocorticotrófico acarretam o surgimento da síndrome de Cushing.
Alguns autores como Guirro e Guirro (2004) e Kede e Sabatovich (2004) relatam que determinados fatores desencadeiam as estrias, como os fatores mecânicos, fatores hormonais e fatores genéticos.
De acordo com Guirro e Guirro (2004), as estrias podem ser classificadas em rosadas ou iniciais, atróficas ou nacaradas, sendo que as iniciais possuem aspecto inflamatório e coloração rosada, causada pelo estiramento exagerado das fibras elásticas e rompimento de alguns capilares sanguíneos, surgindo sinais de prurido e ardência, contendo erupção papular plana e levemente edematosa, tornando-se atróficas e hipopigmentadas.
As estrias atróficas ou nacaradas possuem aspecto cicatricial, atrofia cutânea e flacidez central. Os anexos cutâneos, nesse caso, são ausentes e contêm rugas finas na sua superfície (AZULAY et al, 2007). Há variações em sua largura e em seu comprimento limitado. Há rompimento das fibras elásticas, pele delgada, redução na espessura da derme e as fibras de colágenas desorganizadas. Na lesão central há poucas fibras elásticas e na periferia as fibras são encontradas onduladas e juntas (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
As estrias se rompem devido ao excesso de tração no local, que é gerado pelo rompimento de fibras elásticas. As estrias aparecem devido ao processo inflamatório que determina a destruição das fibras de colágenas e elásticas e a ruptura das fortes ligações cruzadas de colágeno e elástico ainda não amadurecido o que acarretaria o aparecimento das estrias (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Figura 3. Estrias Albas à esquerda e Estrias Rubras à direita
Fonte: http://www.dermatologia.net e http://www.skin-evolutions-aesthetic, 2013
2.4. Tratamento das estrias
Há diversos tipos de tratamentos para estrias que variam de acordo com a sua evolução, podendo ser tratado com: eletrolifting, laser e a microdermoabrasão (AZULAY; AZULAY, 2007).
2.4.1. Eletrolifting
O eletrolifting é uma técnica que utiliza uma corrente contínua, direta, com fluxo constante de elétrons e unidirecional, tendo sua intensidade em microamperagem (BORGES, 2006).
Essa técnica realiza uma eletroestimulação específica, através de uma microcorrente de baixa freqüência que tem como objetivo melhorar o aspecto da pele estriada, revitalizando a circulação sanguínea, estimulando os fibroblastos e tonificando as miofibrilas (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Segundo Borges (2006), o eletrolifting consiste em três procedimentos técnicos, como o deslizamento, a escarificação e a penetração. O deslizamento consiste em deslizar a agulha superficialmente na pele. A penetração consiste na introdução da agulha superficialmente na epiderme. E a escarificação é o método de deslizamento que se diferencia pela agulha ser posicionada a noventa graus, ocasionando uma lesão do tecido.
O eletrolifting, quando aplicado nas estrias, consiste em promover uma lesão tecidual, produzindo um estímulo da microcirculação cutânea, ocasionando na melhora da oxigenação dos tecidos e reorganizando as fibras colágenas (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
A inflamação provocada pela corrente contínua não tem nenhum efeito sistêmico e é absorvido com o passar de uma semana (MACHADO, 2002).
2.4.2. Laser
O laser é um feixe de luz que emite um comprimento de onda de luz, sendo monocromático, unidirecional e sua energia é muito concentrada, atingindo uma terminada camada da pele (MACEDO, 2005).
O laser consiste em uma fonte de energia que, ao ser utilizado em um meio ativo do sistema, aumenta os níveis de energia e as moléculas desse nível voltam a se estabilizar liberando o excesso de energia pela emissão de fótons de energia eletromagnética (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
O laser produz uma radiação que quando absorvida promove calor e determina a termocoagulação de vasos e lesões gerando um processo terapêutico (SAMPAIO; RIVITTI, 2011).
Para Azulay e Azulay (2007), o laser penetra nos tecidos da pele permitindo atingir estruturas profundas do tecido cutâneo, como vasos sanguíneos, partículas de pigmentos e os folículos pilosos.
A proteção da epiderme com os sistemas de resfriamento diminui os riscos de efeitos colaterais favorecendo a tolerância do paciente ao tratamento e aumentando a eficácia do tratamento com o laser (AZULAY; AZULAY, 2007).
Segundo Sampaio e Rivitti (2011), existem vários tipos de lasers como: contínuos, quase e pulsados.
Nas estrias o laser atua por um processo físico que causa lesão na pele, provocando descamação e formação de crosta, a pele sofre uma retração após a recuperação e torna estria mais uniformes e menos visíveis (RIBEIRO, 2010).
2.4.3. Microdermoabrasão
A microdermoabrasão possui uma tecnologia não abrasiva, gerando uma esfoliação na pele por meio de uma pressão controlada. Essa técnica consiste em vários níveis de abrasão, como nível de sucção, movimento e velocidade de manobras, levando em conta o número de repetições na mesma área e o tipo de pele (MENDONÇA; RODRIGUES, 2011).
A microdermoabrasão é uma técnica que promove esfoliação não cirúrgica passível de controle e pode ser manuseada de forma não invasiva. A microdermoabrasão promove atenuação de rugas superficiais, afinamento do tecido epidérmico, melhora das seqüelas de acnes, clareamento das camadas mais superficiais da epiderme e atenuação e prevenção de estrias. E estimula a produção de colágeno e elastina (BORGES, 2010).
A microdermoabrasão aumenta o fluxo transdérmico, pois promove seletivamente a remoção em toda a espessura do estrato córneo com pouco dano para profundo tecido e, assim, aumenta a permeabilidade da pele (GILL et al, 2009).
Os equipamentos de microdermoabrasão possuem motores internos, mangueira, filtros e caneta aplicadora. Seu manuseio tem de ser de forma segura, mantendo a mangueira e a caneta de aplicação seca, ou seja, limpas, sem nenhum resíduo de sujeira para que os microcristais de dióxido de alumínio possam promover o resultado esperado. Esse procedimento se caracteriza pela aplicação direta por meio de um equipamento mecânico causador de pressão negativa e pressão positiva simultânea, que utiliza microcristais de óxido de alumínio, jateados pela pressão positiva ao mesmo tempo sugada pela pressão negativa (BORGES, 2010).
Outro tipo de equipamento utilizado no procedimento da técnica de microdermoabrasão é composto por uma manopla que possuem diferentes ponteiras diamantadas que contém granulométricas diferentes, conhecida como peeling de diamantes. Esse procedimento se caracteriza só pela pressão negativa, contendo botão de pressão ajustável, a sua ponteira de cânula direciona os microcristais jateados da manopla do equipamento fazendo contato terminal com a pele por meio de movimentos executados por um profissional (BORGES, 2010).
A microdermoabrasão é uma técnica que torna as estrias mais finas e menos visíveis. Os microcristais de óxido de alumínio que são lançados pelo fluxo controlado da pressão positiva e sugados pela pressão negativa. Provoca uma esfoliação na superfície da estria, causando escoriação, fazendo com que a haja na estria uma inflamação. Estimulando, com isso, a pele a se regenerar formando novas fibras de colágeno e elastina, tornando as linhas da estria menos invisíveis (BORELLI, 2004).
Ao usar a técnica da microdermoabrasão na estria, haverá a retirada de células das camadas mais superficiais da epiderme, promovendo a renovação epitelial com estímulos dos fibroblastos. Isso faz com que essa inflamação do tecido provocada volte a se regenerar, melhorando seu aspecto e até mesmo desaparecendo a estrias do local (BORGES, 2010).
Segundo os autores Abdel e Elbendary (2008), relatam que fizeram uma pesquisa sobre a microdermoabrasão nas estrias para testar seu efeito na procolágeno I em vinte pacientes com estrias e que passaram por cinco tratamentos com microdermoabrasão em intervalos semanais, sendo que de cada paciente foi feito biópsia da pele e concluíram que houve bons resultados nas estrias rubras do que as estrias albas e que a microdermoabrasão é uma opção terapêutica útil no tratamento de estrias com um possível efeito estimulante em procolágeno tipo I em formação.
Essa técnica está contraindicada em caso de lesões tegumentares seguidas de processos inflamatórios. Levando em conta algumas precauções tais como: evitar a exposição solar 48 horas antes e após cada sessão, controle com o uso de cosméticos ou uso de cosmecêuticos à base de ácidos, pessoas com predisposição a fragilidade capilar, hemangiomas, sensibilidades ou alergias, evitando-se uma grande sensibilização epidérmica (exceto sob indicação médica), usar qualquer técnica de peeling ou produtos ceratolíticos e ter cuidados com peles negras para evitar que haja surgimento de uma discromia indesejada (BORGES, 2010).
3. Conclusão
A estria é uma atrofia tegumentar adquirida por causas multifatoriais, que inicialmente aparece com aspecto avermelhada e se não tratada se transforma esbranquiçada, sendo raras ou numerosas, atinge mais o sexo feminino do que o sexo masculino. Muitas das vezes levando a pessoa a baixo estima. Sendo assim, é importante que os profissionais da área de estética conheçam tais alterações para que possam fornecer um tratamento adequado para cada tipo de estrias. É importante o uso dos equipamentos estéticos no tratamento das estrias, como o microdermoabrasão com a técnica de esfoliação não abrasivo, promovendo um fluxo transdermico, removendo as células mortas e diminuindo a espessura do estrato córneo, aumentando a permeabilidade da pele e estimulando também os fibroblastos. O eletrolifting com a técnica que utiliza uma corrente continua, quando aplicada na estria promove uma lesão tecidual produzindo um estimulo da circulação cutânea, melhorando a oxigenação e reorganizando as fibras colágenas. E o laser que consiste em emitir um feixe de luz, sendo monocromático e unidirecional, quando aplicado sobre a estria, ocorre um processo físico que ocasiona uma lesão na pele provocando uma descamação e formação de crosta, a pele sofre uma retração após uma recuperação e tornando as estrias menos visíveis.
Tabela 1. Vantagens e desvantagens das técnicas de tratamento para a estria
Referências
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