efdeportes.com

A importância da linguagem musical na educação infantil

La importancia del lenguaje musical en la educación inicial

 

*Licenciada em Pedagogia. Professora do ensino fundamental

na Escola Estadual Renee Menezes de Sinop MT.

**Licenciado em Educação Física pela FASIPE – Faculdade de Sinop

Professor de Educação Física e Artes da Escola Estadual Renee Menezes de Sinop MT

***Licenciada em Pedagogia pela Faculdade UNOPAR. Professor da rede

de ensino fundamental da Escola Estadual Renee Menezes de Sinop MT

****Licenciada em Normal Superior pela UNOPAR; Psicopedagoga pela FASIP

Pós Graduada do Curso de Educação Especial Inclusiva pela Faculdade Uninter

Professora da Escola Estadual Renee Menezes em Sinop MT

*****Licenciada em Pedagogia pela Faculdade UNOPAR. Professor da rede pública

de ensino da Escola Estadual Renee Menezes de Sinop MT

(Brasil)

Maria Rosa Moreira Vieira Marques*

mariarosam963@gmail.com

Marcelo de Assis**

marcelo_enfermeiro@hotmail.com

Patrícia Oliveira da Silva***

patriciapeghin@hotmail.com

Nelcileide Orgina Mota****

nelcileide@hotmail.com

Aparecida Peghin Leão*****

appeghin@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A Educação infantil tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Cabe a escola favorecer todos estes aspectos para que a criança tenha um desenvolvimento pleno, com um aspecto importante para desenvolver-se no ambiente, pois a musicalização já faz parte do cotidiano da criança, através da vivência e compreensão da linguagem musical, pode-se, propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser humano em suas diferentes fases do desenvolvimento. Este artigo tem como objetivo geral descrever através de referências bibliográficas a importância da linguagem musical na educação infantil. Trata-se de um estudo qualitativo, técnica de pesquisa bibliográfica com método indutivo, considerando que os professores tem a importante missão de contribuir na aprendizagem dos alunos no ensino fundamental com um trabalho consciente e prático dinâmico.

          Unitermos: Escola. Alunos. Linguagem musical.

 

Recepção: 18/09/2014 – Aceitação: 02/11/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 198, Noviembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução e desenvolvimento

    Desde que se estuda a história da humanidade, tem-se observado que a música sempre fez parte da vida do homem. Em qualquer parte do mundo, em todas as épocas, a música e o homem sempre viveram juntos. A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de comunicar sensações, pensamentos, organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. Desta forma a música está presente desde então em todas as culturas nas mais diversas situações, no entanto nem sempre faz parte da educação por ser uma linguagem universal que conjuga expressão de sentimentos, idéias, valores culturais e facilita a comunicação do individuo.

    No entanto, se faz necessário trabalhar a música na educação infantil como um dos elementos formadores, pois a música desenvolve na criança sensibilidade, criatividade etc., para tanto será necessária, refletir as práticas pedagógicas através da música na educação infantil, o imitar, inventar e reproduzir criações musicais bem como a música influência no aprendizado das crianças, a partir dos conceitos e teorias já desenvolvidas. Saberes através da aquisição de novas habilidades cognitivas/ lingüísticas, psicomotor, sócio-afetivas, ajudando-o a se reconhecer no mundo.

    A criança por sua vez é o sujeito do processo educacional o grande interessado em ter uma escola viva critica e libertadora. É preciso que se comece a questionar o tipo de aluno que uma escola quer formar para que se decidam em conjunto às habilidades que precisam ser trabalhadas. Cabe ressaltar a importância de perceber, na escola de educação Infantil, não apenas caráter propedêutico, assistencialista ou compensatório, mas que tenha realmente a finalidade de educar, para a construção da cidadania de forma lúdica sob as dimensões cognitivas, criativa e afetiva, numa perspectiva da autonomia de liberdade.

    A música sempre esteve presente nos mais diversos povos desde a antiguidade, como nos gregos, egípcios e árabes. A palavra música tem origem na mitologia grega e significa “a arte das musas”. As musas eram seres celestiais ou divindades que inspiraram as artes e as ciências e tinha Orfeu, filho de Apolo, como seu deus. Orfeu foi, na mitologia grega, o deus da música. O romantismo coloca a força da expressão substituindo o refinamento que faltava em suas obras. Muitos compositores importantes surgiram neste momento histórico: Beethoven, que apesar de ser um mestre das formas clássicas, afastava-se delas, deixando sua música mais popular. Esse período sofre uma mudança substancial em toda a Europa, pois esse momento histórico acontece logo após a revolução francesa.

    A música até este momento não havia sido direcionada ao ensino escolar, ou envolvida na educação de crianças. Ainda estava muito ligada a igreja, tanto católica romana como a protestante de Martinho Lutero, ou era apresentada em teatros ou grandes concertos que eram comuns nos vários impérios europeus daquela época, sempre ligada ou a assuntos políticos ou assuntos religiosos.

    Assim, é importante definir a história da música no Brasil e sua influência na educação infantil. Segundo França (1980) nos tempos primórdios, a música parece ter estado sempre presente na vida dos seres humanos, as manifestações musicais se desenvolveram com traços característicos de cada sociedade, sabe-se que o homem primitivo teve a necessidade de se comunicar, por isso usavam, sinais sonoros como: gritos, sons corporais, batimentos com pedras ou com ramos de arvores, no entanto, não tinha a intenção de fazer música, podese afirmar que deu inicio ao longo percurso da história da música. A música no Brasil de acordo com França (1980) surgiu ainda no periodo Colonial brasileiro, com a mistura de vários estilos, como as cantigas populares, os sons de origem africana, músicas religiosas e música erudita, trazidas por colonizadores portugueses e escravos, e também os cantos e sons tribais dos indiginas, assim foram introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura músical entre outros, os africanos contribuiram com a diversidade ritmica e algumas danças e instrumentos, que levaram um importante papel no desenvolvimento da música popular e folclorica brasileira.

    Ao longo dos anos segundo o autor a cima com o crescente intercâmbio entre as diferentes culturas, os elementos musicais encontraram no Brasil um terreno fértil para a transformação, com uma atividade bastante intensa em todas as partes do pais, uma estrutura institucional e educacional estabilada, um público apreciador em todas as classes sociais, portanto, existem várias modalidades de produção musical, como a música erudita, a música folclorica e a música popular, a relação existente entre essas modalidades é uma questão muito polemica, principalmente o valor estético de cada uma.

    Com a crescente de acordo com Fonterrada (2008) multiculturalidade e a globalização no Brasil, seus compositores foram mostrando em suas raizes históricas, o maior conhecimento, a valorização e a divulgação de suas músicas, apresentando uma variedade e originalidade nas riquezas de gêneros musicais, no contexto educacional, surgiram propostas de natureza artistica, capazes de atuar nos âmbitos individuais e coletivos, buscando aperfeiçoar as qualidades e a sensibilidade humana, graças à aproximação com a arte. Segundo a autora durante o periodo colonial a educação musical, assim como a educação geral, “estava diretamente vinculada a igreja e, portanto estreitamente ligada as formas e a repertórios europeus, a preceitos básicos de organização, ordenação de conteúdos, que evoluiram dos mais simples ao mais complexo” (FONTERRADA, 2008, p.96) e utilizavam de repetições, memorizações e averiguações do aprendizado. Como a música é uma das manifestações culturais que sempre esteve presente na sociedade, sendo um poderoso recurso educativo a ser trabalhado na educação infantil, e se traduz de diferentes formas.

    Segundo Sekelf (1997, p.17) “a musica é um poderoso agente de estimulação motora, sensorial, emocional e intelectual”. Sendo assim a música deve ser considerada uma verdadeira “linguagem de expressão”, parte integrante da formação global da criança influenciando no desenvolvimento dos processos de aquisição do conhecimenbto, sensibilidade, sociabilidade e criatividade. De acordo com Jeandot (1990, p.14) “ao nascer a criança entra em contato com o universo que a cerca e começa a produzir sons e ouvir sons produzidos pelos seres vivos e pelos objetos”. A criança começa a se integrar ao meio e insirir através dos estimulos sonoros e outros. Sua relação com a musica é imediata, seja através do acalanto da mãe e do canto de outras pessoas ou sons produzidos no espaço. Nesse sentido a música possibilita a diversidade de estimulo por seu caráter relaxante, podendo estimular também obsorção de informações, ou seja, aprendizagem.

    Para Parise (2007) a música é um dos estimulos mais potente para os circuitos do cérebro. Além de ajudar no raciocinio lógico-matemático, contribuindo para a compreensão da linguagem e para o desenvolvimento da comunicação, para o aprimoramento de outras habilidades. No desenvolvimento linguistico, Piaget explica a capacidade do conhecer como sendo a “capacidade do indivíduo de estabelecer relações, pois ao imitar o canto dos passarinhos a criança descobre seus próprios poderes e sua relação com o ambiente que vive”. (PIAGET, 1978, p.353).

    A linguagem musical tem sido uma das àreas do conhecimento mais importantes a ser trabalhada na educação infantil, ao lado da linguagem escrita oral, dos movimentos, das areas visuais. De acordo com Piaget (1978) a música também influência muito no campo da maturação social e individual da criança isto é do aprendizado da regras sociais. Quando uma criança brinca, por exemplo, ela tem oportunidade de vivenciar várias situações como: a escolha, a perda, as dúvidas e as decepções.

    Quando a criança canta ou toca em conjunto sente que faz parte de um todo, onde todos os elementos são igualmente importantes. Compreende, portanto, que cada pessoa precisa colaborar individualmente, mas que todas precisam trabalhar em harmonia. Conforme a “visão cognitivista, o conhecimento musical se inícia por meio da interação com o ambiente, através de experiências concretas, que aos poucos levam à abstração (PIAGET, 1978, p.353) a criação se envolve integralmente com a música e a modifica constantemente, transformando-a, pouco a pouco numa resposta estruturada. Assim a música vem atendendo a vários objetivos na vida da criança, e tem atendido a vários propositos como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos. Rosa (1990, p. 21) diz que o “ensino da música favorece o desenvolvimento do gosto estético e da expressão artística”, além de promover o gosto e o senso musical.

    Com uma cultura musical desde criança, várias funções podem ser desenvolvida através da música. Merriam apud CRUVINEL (2005) categoriza as funções sociais da seguinte maneira: funções expressão emocional, prazer estético; do divertimento, da representação simbólica e da comunicação, contribuindo para integração da sociedade. De acordo com a autora a função de expressão emocional tem como referência o papel da música Merriam apud CRUVINEL (2005) é meio de expressar idéias e emoções não reveladas no discurso comum e que por meio da música sentimentos serão expressa, havendo libertação de idéias, expressão emoções e sentimentos. A função do prazer estético enfoca tanto o criador quanto o contemplador da música. A função do divertimento que a música possui, em todas as sociedades distingue a diversão “pura”, que seria uma caracteristica da música de tradição ocidental, e da diversão “combinada” com outros elementos que seria uma caracteristica da música primitiva. Para Piaget (1978) a função da comunicação tem como pressuposto o fato de que a música comunica alguma coisa, mesmo que não tenha consciência do que como e nem pra quem. A função da representação simbólica, advém do principio de que a música funciona como representação simbólica das idéias e comportamento em todas as sociedades.

    Para Merriam (1964, p.74) o simbolismo em música pode ser identificado da significação e do simbolismo que as letras das canções nos trazem. A função para a contribuição da sociedade prega que a música realiza a função de integrar a sociedade reduzindo seus desequilibrios. Rosa (1990, p. 19) a criança de certa forma “desenvolve-se de maneira que reproduz a própria história do desenvolvimento de sua espécie”, ela cresce em seu conhecimento da música descobrindo os sons e os ritmos desenhando, garatujando, experimentando e descobrindo novos sons.

    Portanto constata-se que a música está inserida na sociedade como um elemento cultural e pode levar a transformação da criança, afinal a música está presente em diversas situações da vida do ser humano.

    A música se apresenta também de muitas formas no contexto da educação infantil. Podemos ver isso nas diversas situações, como nos momentos de chegada, hora do lanche, nas comemorações escolares como danças, nas recreações e festividades em geral. E não é diferente na vida das crianças em suas relações com o mundo.

    A música também possibilita a interação com o mundo adulto dos pais, avós e outras fontes como: televisão e rádio, que rodeiam o dia a dia das crianças, que vem formar um repertório inicial no seu universo sonoro. Brincando fazem demonstrações espontâneas, quando em família ou por intervenção do professor na escola, possibilitando a familiarização da criança com a música. Em muitas situações do seu convívio social, elas vivem ou entram em contato com a música. O ser humano e sua evolução encontraram muitas formas de expressar e comunicar ao outro suas emoções e sensações, seu pensar e seu sentir, usando diferentes linguagens, a música, que é uma das múltiplas linguagens, também é privilegiada como forma de comunicação humana, por meio da musica, provocamos o desenvolvimento da linguagem oral, do movimento, do brincar, dos jogos simbólicos, das artes corporais e da afetividade.

    O indivíduo ao desenvolver mesmo na vida intra-uterina de acordo com o Referencial Curricular da Educação Infantil (1998) os ritmos, sons e os movimentos presentes, quando ele nasce, ao entrar em contato com os objetos seu repertório de experiências aumentam devido ao estimulo e as várias possibilidades que surgem ao longo de seu desenvolvimento, como exemplo pode-se perceber esse movimento através do qual a criança escuta e percebe sons ao mamar, os sons manifestados pelas pessoas e objetos que estão ao seu redor, ao começar a pronunciar seus primeiros balbucios, ao engatinhar, ao mexer - se no berço, ao jogar objetos pelo chão, ao descobrir seu próprio corpo, ao fazer suas leituras, ao escrever, enfim, os sons estão presentes no cotidiano e com ele o ritmo, a melodia, além de outras vivências adquiridas no espaço sócio-cultural.

    Segundo o Referencial Curricular da Educação Infantil (1998), Lima (2002) e Brito (2003) dentre outros pesquisadores o posicionamento é que a música é uma linguagem de comunicação humana sempre presente na vida da criança. Isso acontece devido ao envolvimento que a música provoca nas crianças através de seu viés lúdico, despertando sentimentos e novas formas de se expressar. Nesse contexto de aprendizado, a criança vai construindo noções de ritmos, sons, diferenciando silêncio e som, dentre outros aspectos. Teca Alencar de Brito (2003) retrata, em suas pesquisas, que música deve ser trabalhada por meio de situações espontâneas e das vivências trazidas pelas crianças do meio cultural, “a criança é um ser brincante e brincando faz música, pois assim se relaciona com o mundo e vai se descobrindo a cada dia”, mas não podemos nos restringir a isso, pois é imprescindível a construção de competências voltadas para a construção integral da criança.

    Nessa perspectiva, Delalande (citado por Brito, 2003, p. 31) nos indica alguns caminhos ao relacionar as formas de afetividade lúdica infantil na visão de Piaget a três dimensões presentes na música, a seguir: Jogo sensório-motor, vinculado à exploração do som e do gesto. Neste sentido, as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical tem grande importância, pois é por meio das interações que se estabelece que os bebês desenvolvam um repertório que lhe permitirá comunicar-se pelos sons. O Jogo simbólico, vinculado ao valor expressivo e à significação do discurso musical. Através da linguagem musical, a criança tem acesso à cultura chega às tradições e seu contexto cultural assim observa-se a necessidade de inserção da temática dialogada. Jogo com regras, vinculado à organização e à estruturação da linguagem musical. O trabalho com musica deve se organizar de forma a que desenvolva as seguintes capacidades: ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros, fontes sonoras e produções musicais.

    A linguagem musical deve ser um dos meios para alcançar o desenvolvimento da criança, a educação através das artes proporciona à criança a descoberta das linguagens e seu próprio potencial criativo, tornando-a mais capaz de criar, inventar e reinventar o mundo que a circunda. A compreensão de infância, criança e desenvolvimento estão sempre em transformação. A música é uma expressão artística que faz parte da cultura e da formação do indivíduo. Musicalizar é desenvolver a expressão, o ouvido, o ritmo e a sensibilidade, isto é, proporcionar a vivência no mundo através da música.

    A música traz tranqüilidade, e desperta a percepção sensorial, não da para imaginar um mundo em silêncio, sem som, e se pararmos para analisar, quase todos os sons que ouvimos durante o nosso dia são como instrumentos musicais tocando alguma melodia: o vento, os trovões, a chuva, barulho do carro, as folhas, as vozes das pessoas. Com elementos e situações já vivenciadas pelas crianças, podemos colocá-las em contato com todos os tipos de sons. Para tanto, cabe-nos compreender quais os conteúdos que devemos respeitar para o planejamento do trabalho com música. Devem ser trabalhados como conceitos em construção, organizados num processo continuo e integrado que deve abranger: a exploração de materiais e a escuta de obras musicais para propiciar o contato e experiências com a matéria-prima da linguagem musical: o som (e suas qualidades) e o silêncio; a vivência da organização dos sons e silêncios em linguagem musical pelo fazer e pelo contato com obras diversas; a reflexão sobre a música como produto cultural do ser humano é importante forma de conhecer e representar o mundo. Segundo Borges (1994) a música, deve estar presente no dia-a-dia da criança, afirma que o papel da música na educação é proporcionar as crianças momentos de prazer ao ouvir, cantar, tocar e inventar sons e ritmos. E sugere algumas ações: descoberta e comunicação de sons e ruídos do corpo; pesquisa e produção de sons e de ruídos do ambiente; rítmica corporal, expressão musical vocal – conhecer e cantar todas as variações possíveis, expressão musical com instrumentos. Para tanto neste contexto percebe-se que cada educador deverá buscar e criar suas e audição de musicas, estratégias para que esses conteúdos sejam desenvolvidos de forma criativa. Segundo Brasil/Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (1998), essas situações devem ser sobremaneira integradas entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos.

    Pouco se sabe a respeito do trabalho pedagógico desenvolvido a partir da linguagem musical. A música está presente no cotidiano das crianças, através dos brinquedos musicais, fazem parte da vida da criança desde muito cedo. Por meio do acalanto, dos brinquedos ritmados, que se estabelecem as primeiras experiências lúdicas musicais da vida humana.

    Contudo Brito (2003) diz que a música nos ambientes da educação básica especialmente na Educação Infantil, permanece tímida. É perceptível que o domínio de concepções pedagógicas tradicionais, nas quais a música, quase sempre reduzida à forma de canção, não tem especificidade ou conteúdos próprios. Serve sempre de estratégias para a obtenção de padrões de comportamento ou para fixação de conteúdos (canções para conhecer as vogais, para aprender os números etc.) A prática da utilização da música dentro de um rígido calendário escolar de festividades: música para o dia dos pais, para o dia das mães, para o dia do índio, para a páscoa e etc. Muitas vezes o educador na preocupação de cumprir com esse extenso calendário, deixa de explorar as possibilidades expressivas da música, deixando de propiciar à criança um contato mais exploratório e prazeroso com a linguagem, ou seja, a riqueza do processo de exploração é menosprezada em função de uma ênfase na apresentação de um produto final, mecânico e estereotipado.

    Assim sendo o ensino da música no contexto da Educação Infantil tem sido muito limitado. Neste aspecto a comunicação tem um papel importante envolvendo o homem físico, psicológico, moral e intelectualmente, bem como trabalha as funções psico-neurológicas, ou seja, são as operações mentais que usamos para aprender, para raciocinar. Rosa (1990) afirma que a simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma série de aptidões importantes. Compreendendo o processo do desenvolvimento infantil do ponto de vista sócio afetivo, enfatizamos a importância de que a criança tenha uma auto-imagem positiva e que devemos valorizá-la como pessoa, a interação e a socialização contribuem para este processo.

    As crianças precisam ter experiências concretas com objetos que emitem sons, instrumentos musicais ou outros e formar um vocabulário especifico para se referir os eventos sonoros. O manuseio de objetos sonoros cria situações que será possível agrupar ou separar sons, classificar e seriar. Craidy e Kaercher (2001, p.130) afirmam que “a exploração das possibilidades sonoras ou de instrumentos musicais não é uma atividade fácil de realizar com crianças, por que o barulho característico pode dar impressão que elas são muitas indisciplinadas ou grosseiras”.

    A linguagem musical integra a linguagem corporal e a ela está fortemente vinculada. As atividades que envolvem especificamente a linguagem do corpo podem ser reunidas em dois grupos: as que preservam a expressão livre e criativa, tais como a dramatização, a pantomima e a dança, e as que apresentam uma forma mais dirigida e orientada, como os exercícios ginásticos, as rodas cantadas e os jogos. Para isto, a contribuição de Brito (2003) e outros pensadores da educação apresentam experiências concretas na realidade brasileira que permitem uma perspectiva em que se priorizam na Educação Infantil as bases primeiras da formação para cidadania, percebendo-se a criança como ser humano pleno. É necessário refletir sobre as capacidades presentes em cada fase do desenvolvimento infantil, e considerar o processo único e singular de cada ser humano, pois isso se dá na interação com o meio, num ambiente de respeito, amor e afeto, no entanto o trabalho com música deve ser realizado em contextos educativos que entendam a música como processo contínuo de construção, que envolve perceber, sentir, experimentar, imitar, criar e refletir.

    Nesse sentido, importa em primeiro lugar, a criança, o sujeito da experiência e não a música como muitas situações de ensino musical insistem em considerar. Assim o professor deve compreender a essência da linguagem musical, e, a partir de suas próprias experiências e de seu processo criador, mediador e facilitar o contato da criança com as diversas linguagens, proporcionando lhe condições em que a própria possa olhar o mundo e se expressar.

    Portanto há necessidade de um espaço dedicado às linguagens artísticas, em particular a música, na formação de educadores infantis; tanto pedagogos quanto especialistas em música têm muito a contribuir no avanço do trabalho musical com a criança pequena. Contudo o educador tem grande responsabilidade em relação à educação das crianças, cabe a ele fazer um bom trabalho consciente de que sua formação deve ser de forma continuada à medida que surgirem as necessidades, este deverão repensar suas práticas, refletir sobre a maneira de agir e pensar, tornando a educação um meio de transformação para formar cidadão críticos e mais humanos.

Referências bibliográficas

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 198 | Buenos Aires, Noviembre de 2014
© 1997-2014 Derechos reservados