Atuação da fisioterapia na
incontinência Role of physical therapy in female urinary incontinence: an integrative review |
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*Acadêmica do curso de fisioterapia do 9º período do Instituto Superior de Teologia-INTA **Mestra e professora do Instituto Superior de Teologia-INTA (Brasil) |
Sângela de Souza Melo* Francisca Maria Aleudinelia Monte Cunha** |
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Resumo A International Continence Society (ICS) conceitua a incontinência urinária (IU) como uma situação onde acontece a perda involuntária de urina, onde afeta um problema de saúde no contexto social e higiênico na vida da incontinente. Sendo classificada em três tipos: Incontinência Urinária de Urgência (IUU); incontinência urinária de esforço (IUE) e incontinência urinária mista (IUM). O objetivo deste estudo é descrever abordagem fisioterapêutica da incontinência urinária feminina nos estudos publicados nos últimos cinco anos por meio de uma revisão integrativa. Para analisar as publicações sobre a abordagem da fisioterapêutica na IU foram realizadas pesquisas de agosto de 2013 a fevereiro de 2014, nas bases de dados eletrônicas Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências e Saúde (LILACS) e Library of Medicine (MEDLINE). Como estratégias de busca forma utilizados os seguintes descritores: “Incontinência urinária feminina” (IUF), “tratamento para IUF”, “Qualidade de vida” e “Fisioterapia”. Foram selecionados nesta revisão: estudos publicados entre os anos de 2009 a 2014, artigos com voluntárias do sexo femininos com diagnostico de IU, estudos em português e espanhol. A intervenção fisioterapêutica na IU é considerada o tratamento de padrão ouro durante o diagnostico, por usa eficácia tanto na diminuição da incontinência quanto na melhoria da qualidade de vida das incontinentes, independente da terapêutica escolhida. Unitermos: Incontinência urinária feminina. Qualidade de vida. Fisioterapia.
Abstract The International Continence Society (ICS) conceptualizes urinary incontinence (UI) as a situation where is the involuntary loss of urine, which affects one health problem in the social and hygienic environment in the life of incontinent. Being classified into three types: Urinary Incontinence (UUI); stress urinary incontinence (SUI) and mixed urinary incontinence (MUI). ). The aim of this study is to describe physical therapy approach for female stress urinary incontinence in studies published in the last five years through an integrative review. To analyze publications on the approach to physiotherapy in IU research August 2013 were performed to February 2014, in electronic databases Scientific Electronic Library Online (SCIELLO), Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences (LILACS) and Library of Medicine (MEDLINE). As search strategies form used the following descriptors: "Female Urinary Incontinence" (IUF), "treatment for IUF", "Quality of life" and "Physical Therapy". Were selected in this review: studies published between the years 2009 to 2014, articles with volunteers of female sex diagnosis of UI, studies in Portuguese and Spanish. The physiotherapy intervention in UI is considered the gold standard treatment for the diagnosis, by using efficacy in the reduction of incontinence as improving the quality of life of incontinent, regardless of the chosen therapy. Keywords: Urinary incontinence female. Quality of life. Physical therapy.
Recepção: 19/07/2014 - Aceitação: 23/09/2014.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 198, Noviembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
Para a Sociedade Internacional de Continência (ICS), a incontinência urinária é a perda involuntária de urina, demonstrável objetivamente por constitui um problema higiênico e social. Tendo causa multifatorial, sendo uma condição geradora de exclusão social, interferindo na saúde física e mental da paciente e comprometendo assim a sua qualidade de vida (ICS, 2010).
Há uma prevalência de incontinência urinária de 15% a 30% nas mulheres com idade acima de 60 anos. Porém, a incidência de IUE pode estar sendo subestimada, devido à relutância das pacientes em procurar atendimento médico, e/ou devido se sentirem constrangidas, além de acharem que esse problema não é suficientemente grave para necessitar de avaliação profissional. Na busca de solucionar este problema, diversos procedimentos de tratamento têm sido incrementados. O tratamento de primeira linha para a IUE tem sido a cirurgia (MARTINS, 2000).
De acordo com Grodstein (2007) apud Oliveira (2007), em seus estudos constataram que a prevalência da perda urinária aumenta com o avanço da idade, sendo que mulheres entre 61 e 65 anos tiveram risco aumentado em 22%, enquanto que naquelas com mais de 70 anos o risco foi de 77%, quando comparadas a mulheres com idade inferior a 50 anos. Já em outro estudo realizado por Pastor (2003) com 1.151 indivíduos, sendo 567 mulheres, não se observou aumento da prevalência da incontinência urinária entre as mulheres com o avanço da idade.
No entanto, desde 1999 a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a assistência fisioterapêutica em pacientes com incontinência urinária de leve a moderada como primeiro tratamento, sendo que após aproximadamente três meses, é que se deve avaliar a necessidade das alternativas cirúrgicas ou farmacológicas (OMS, 2002).
Durante os 1960 a 1970, o procedimento cirúrgico era o tratamento de primeira escolha para a IU. Atualmente, urologistas e ginecologistas estão se interessando na terapia conservadora, a qual diminui o número de procedimentos invasivos e, favorecendo melhor qualidade de vida das incontinentes. O procedimento cirúrgico é uma técnica invasiva, com custos elevados, de difícil acesso, sendo contraindicada em alguns casos, por exigir maior tempo de recuperação, além de causar várias complicações para a paciente (DREHER, 2009).
A incontinência urinária (IU) consiste em um problema de saúde pública comum entre as mulheres em qualquer período da vida e em todas as faixas etárias, cujo risco aumenta com a idade, causando uma série de conseqüências físicas, econômicas, psicológicas, emocionais, sexuais e sociais, onde interferir de forma negativa em sua qualidade de vida. Sabe se que existem diversas formas de tratamento para a IU, mas o tratamento conservador, ou seja, as intervenções fisioterapêuticas tem sido considerado um procedimento fundamental nos últimos anos.
Sendo assim, a ICS desde 2005, recomendou o tratamento fisioterapêutico para incontinência urinária feminina (IUF) como a primeira opção, por se trata de procedimento onde que visa ser menos invasiva e de baixo custo, além de eficácia comprovada (SOUSA, 2011). O presente estudo visa descrever a abordagem fisioterapêutica no tratamento da incontinência urinária feminina através de uma revisão integrativa.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a fim de avaliar abordagem fisioterapêutica no tratamento da Incontinência Urinária Feminina nas publicações dos últimos três anos.
Para fundamenta essa pesquisa sobre a abordagem fisioterapêutica na IUF, foram realizados levantamento de dados no período de agosto de 2013 a fevereiro de 2014, nas bases de dados eletrônicas Scientific Electronic Library Online (SCIELLO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências e Saúde (LILACS) e Library of Medicine (MEDLINE). “Como estratégias de busca forma utilizados os seguintes descritores: “Incontinência urinária feminina”,“ revisão integrativa”, e “Fisioterapia”.
Esta pesquisa está constituída por estudos publicados entre os anos de 2010 a 2013, artigos com pacientes do sexo feminina com relatos de IU, artigos redigidos em língua portuguesa e espanhola. Foram excluídos: artigos que não descreve sobre IUF, artigos abordagem intervenções de outras áreas da saúde sem que seja área medica e fisioterapêutica, amostra composto pelo sexo masculino, artigos em língua inglesa.
A busca literária resultou em 50 artigos, dos quais 30 foram excluídos, pois 16 não descreviam especificamente sobre IUF, 7 amostra era artigos com homens e 6 abordavam outros tratamento sem que fosse o fisioterapêutico e 1 língua inglesa.
Os artigos foram avaliados por meio de uma leitura íntegra dos textos, buscando avaliar quais as intervenções fisioterapêuticas foram utilizada pelos autores e como essa condição pode interferir na qualidade de vida da incontinente.
Os estudos selecionados foram analisados e agrupados em um quadro, onde está constituído com os seguintes critérios: autores, anos, título, objetivo, e a análise se fará a partir das categorias estabelecidas, visando avaliar quais as principais técnicas fisioterapêuticas estão sendo utilizadas no tratamento da IUF.
Resultados
Quadro 1. Os artigos selecionados sobre a abordagem fisioterapêutica no tratamento da incontinência
urinária feminina segundo autores, título, ano da publicação, tipo de estudo e objetivo da pesquisa
Autores |
Título |
Ano |
Tipo de estudo |
Objetivo |
Oliveira, E Loznky, AC Palos, CC Ribeiro, DDM Barbosa, CP |
Influência do índice de massa corporal na incontinência urinária feminina |
2010 |
Estudo clinico transversal |
Avaliar e comparar os efeitos do índice de massa corporal (IMC) sobre severidade da incontinência urinária (IU) feminina por meio do questionário de qualidade de vida King’s Health Questionnaire (KHQ), variáveis do estudo urodinâmico e dados da anamnese. |
Higa R, Rivorêdo CRSF, Campos LK, Lopes MHM, Tarato ER |
Vivências de mulheres brasileiras com Incontinência Urinária |
2010 |
Clínico-qualitativo com entrevistas semi-dirigidas |
Aprofundar os conhecimentos sobre as vivências com a perda urinária entre mulheres brasileira. |
Tanuri ALS, Feldnes PCJr, Bellas ZJ, Castro RA, Ferreira MGS, Girão MJBC |
Sling retropúbico e transobturatório no tratamento da Incontinência Urinária de esforço |
2010 |
Randomizado |
Comparar resultados das técnicas de “sling” retropúbico e transobturador para o tratamento de mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). |
Oliveira, E |
Avaliação dos fatores relacionados a ocorrências da incontinência urinária feminina |
2010 |
Estudo caso-controle |
Avaliar os fatores de risco relacionados à ocorrência da incontinência urinária feminina. |
Knorst MR, Cavazzotto K, Henrique M, Resende TL |
Intervenção fisioterapêutica em mulheres com Incontinência Urinária associada ao prolapso de órgão pélvico |
2011 |
Estudo quase experimental do tipo antes e depois |
Avaliar o efeito da presença de prolapso pélvico no resultado de tratamento fisioterapêutico de mulheres com incontinência urinária. |
Oliveira JR, Garcia RR |
Cinesioterapia no tratamento da Incontinência Urinária em mulheres idosas |
2011 |
Estudo de intervenção com idosas |
Verificar o efeito da cinesioterapia sobre a perda de urina diária, alívio dos sinais e sintomas e verificar o impacto da cinesioterapia na qualidade de vida das idosas com incontinência urinária. |
Fitz FF, Resende APM, Stupp L, Costa TF, Sartori MGF, Girão MJBC, Castro RA |
Impacto do treinamento dos músculos do assoalho pélvico na qualidade de vida em mulheres com Incontinência Urinária |
2011 |
Ensaio piloto prospectivo controlado |
Avaliar o impacto do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) na qualidade de vida (QV) em mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). |
Lopes, DBM Praça, NS |
Incontinência urinária autorreferida no pós-parto: características clinicas |
2011 |
|
Caracterizar as manifestações de incontinências urinárias autorreferida no pós-parto. |
Sousa, JG Ferreira, VR Oliveira, JR Cestari, CE |
Avaliação da força muscular do assoalho pélvico em idosas com incontinência urinária |
2011 |
Estudo intervenção com idosas |
Avaliar a força muscular do assoalho pélvico e a qualidade de vida de mulheres com queixa de incontinência urinária após a cinesioterapia. |
Almeida PP, Machado LRG |
A prevalência de Incontinência Urinária em mulheres praticantes de Jump |
2012 |
Estudo transversal quantitativo descritivo |
Identificar a prevalência de incontinência urinária em um grupo de mulheres praticantes de Jump. |
Pitangui ACR, Silva RG, Araujo RC |
Prevalência e impacto de Incontinência Urinária na qualidade de vida de idosas institucionalizadas |
2012 |
Estudo transversal com abordagem descritiva |
Determinar a prevalência de IU em idosas institucionalizadas e verificar sua influência na qualidade de vida. |
Fitz FF, Resende APM, Stupp L, Costa TF, Sartori MGF, Girão MJBC, Castro RA |
Efeito da adição do biofeedback ao treinamento dos músculos do assoalho pélvico para tratamento da Incontinência Urinária de esforço |
2012 |
Estudo piloto, prospectivo, randomizado e controlado |
Verificar o efeito da adição do biofeedback ao treinamento dos músculos do assoalho pélvico para o tratamento da incontinência urinária de esforço. |
Melo BES, Freitas BCR, Oliveira VRC, Menezes RL |
Correlação entre sinais e sintomas de Incontinência Urinária e autoestima em idosas |
2012 |
Estudo analítico transversal |
Identificar a prevalência de sinais e sintomas de incontinência urinária e sua relação com a autoestima de idosas. |
Pinheiro BF, Franco GR, Feitosa SM, Yuaso DR, Castro RA, Girão MJBC |
Fisioterapia para consciência perineal: uma comparação entre as cinesioterapias com toque digital e com auxilio do biofeedback |
2012 |
Ensaio clínico randomizado com intervenção |
Comparar os efeitos das cinesioterapias com toque digital e com biofeedback para consciência perineal de mulheres com incontinência urinária de esforço. |
Delarmelindo RCA, Parada CMGL, Rodrigues RAP, Bocchi SCM |
Estratégias de enfrentamento da Incontinência Urinária por mulheres |
2012 |
Estudo qualitativo |
Apresentar as estratégias de enfrentamento da incontinência urinária, utilizadas por mulheres sem qualquer perspectiva de se reabilitarem, por meio de procedimentos cirúrgicos, mesmo após falha de procedimentos conservadores. |
Ao analisar-se a fonte dos artigos, evidenciou-se que a maioria foi publicada em periódicos da área da saúde e no Brasil. Isso resulta que a produção científica sobre a incontinência urinária necessita ser mais explorada, viabilizando a incrementação de maiores pesquisas junto à categoria acadêmica.
Conhecendo a Incontinência Urinária Feminina
A incontinência urinária (IU) é descrita como qualquer perda involuntária de urina, sendo considerado atualmente como um problema de saúde pública. Segundo a Sociedade Internacional de Continência (International Continence Society - ICS), a IU é considerada como um sintoma ou um sinal, podendo ser classificada como incontinência urinária de esforço (IUE), urge-incontinência (UI) ou incontinência urinária mista (IUM), que seria a associação das duas incontinências anteriores (PITANGUI, 2012).
Os sinais e sintomas característicos da incontinência urinária são: aumento da freqüência miccional, noctúria, urgência, hiperreflexia vesical, perda de urina ao esforço, incontinência no intercurso sexual, infecções urinárias e algias da bexiga (MELO, 2012).
É altamente comum em adultos jovens e de duas a quatro vezes mais comuns em mulheres do que em homens. É uma alteração não inerente ao processo de envelhecimento, mas sua prevalência aumenta gradativamente com o avançar da idade, podendo ser considerada como uma síndrome geriátrica, devido à alta prevalência nesses indivíduos. (MELO, 2012).
A perda inesperada de urina é relatada pelas mulheres como uma condição constrangedora afetando a sua autoestima. Esta situação fornece fortes constrangimentos e viabiliza a exclusão social da grande maioria devido se sentirem continentes, ou empregarem mecanismos de defesa, como a negação, para proteger sua autoestima (HIGA, 2010).
Para a mulher, além do incomodo higiênico, a incontinência urinária (IU) consiste em um problema de ordem social, sexual, psíquico e econômico.
A IU é uma condição inconveniente com serias seqüelas psicossomática e há evidências de complicações psicológicas no ambiente familiar, profissional e social. O medo do odor implica ser fator determinante na restrição social. Sendo bem verdade, que as mesmas sentem vergonha quando esta “desgraça” ocorre em lugares públicos, principalmente em eventos sociais. Além do medo de perder o trabalho ou ser substituída por alguém por causa das suas restrições laborais devido apresentar certas limitações ocupacionais (HIGA, 2010).
Para que não venha a apresenta incontinência urinária, é necessário que haja um ótimo desempenho do aparelho urinário inferior, isso compreende desde a integridade anatômica até os centros e vias nervosas, que coordenam a ação da musculatura lisa e estriada do aparelho urinário e do pavimento pélvico (OLIVEIRA, 2011).
O tratamento da continência urinária pode ser cirúrgico ou clínico, incluindo o tratamento médico e o fisioterapêutico. Nos últimos anos, o tratamento conservador, em especial o treinamento muscular do assoalho pélvico (MAPs) tem se mostrado eficaz e passou a ser recomendado como tratamento de primeira linha (PINHEIRO, 2012).
Os estudos consultados demostram que existem diversas técnicas fisioterapêuticas que podem ser adotada no plano de tratamento da IUF, resta apenas avaliar a paciente e traçar quais condutas se adéqua a paciente. Os artigos ora consultados utilizaram como primeira conduta a cinesioterapia do períneo, ou seja, os exercícios de Kegel, seguido do biofeedback e da eletroestimulação dos MAPs.
O organismo humana fisiologicamente passa pelo envelhecimento e a musculatura do períneo devido nem sempre ser fortalecido acaba por sofre cada vez mais com esse envelhecimento desenvolvendo as IU, seguida com aparecimento dos sintomas de perda urina, aumento da freqüência miccional, noctúria e infecções recorrentes.
Conforme os autores consultados com o avançar da idade a mulher tende a apresenta alguns problema de saúde, sendo as IU um deles, que acompanham e muitas não procuram o serviço de saúde pra realizar tratamento adequado por consideram normal.
Nos artigos consultados a grande maioria focou o uso dos recursos fisioterapêuticos para tratamento IU como conduta de primeira linha, por um período de três meses, caso a sintomatologia permaneça é indicativo de procedimento cirúrgico.
Diante das condições clinicas enfrentada pelas incontinentes vale salientar a diminuição da autoestima, onde favorece sua exclusão social, comprometendo sua qualidade de vida.
A incontinente apresenta certas limitações físicas, sociais, higiênicas, alterações do estado emocional e psicológicas, afetando diretamente a sua qualidade de vida. As portadoras de IU passam a depender constantemente da disponibilidade de banheiros, o que compromete socialmente sua vida. Boa parte das incontinentes relata casos de constrangimentos, devido ao odor da urina e dificuldade de realizar o ato sexual por medo de perder urina ou de precisar interrompê-lo para urinar.
Em relação às técnicas utilizadas pelos autores consultados vale salientar que quatro autores utilizaram com base nos seus estudos a cinesioterapia do assoalho pélvico, dois Biofeedback e um a eletroestimulação do períneo.
Segundo a literatura a estimulação elétrica neuromuscular (EENM) é uma modalidade onde os índices de cura variam de 30-50%. Independente da freqüência utilizada, pois promove uma redução significativa das perdas urinárias, mas, se comparada a outras terapêuticas indicadas na reeducação do assoalho pélvico, não tem mostrado ser tão eficaz.
O Biofeedback consiste em uma intervenção fisioterapêutica que promove a conscientização da musculatura do assoalho pélvico, através de sinais luminosos, numéricos e/ou audíveis, o que ocasiona uma boa e eficaz contração perineal. Mais para o tratamento ser efetivo, deve ser associado aos exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, com essa associação e possível fortalecer e promover a contração correta dos músculos responsáveis pela continência.
A cinesioterapia da musculatura do assoalho pélvico de acordo com Arnold Kegel é um importante procedimento utilizado pela Fisioterapia uroginecologica para ganho de força da musculatura além de viabilizar rápida a recuperação, favorecendo resultados positivos.
Os protocolos adotados por grande parte dos autores dos estudos consultados, para considerar uma resposta positiva sobre os efeitos da cinesioterapia do assoalho pélvico no que diz respeito ao ganho de força muscular e conseqüentemente um tratamento eficaz para incontinência urinária, foram baseados nos trabalhos desenvolvidos por Arnold Kegel, em 1948. Seus relatos de eficácia do tratamento contribuíram para que pesquisadores de todo o mundo passassem a utilizar as técnicas de cinesioterapia para fortalecer a musculatura pélvica de mulheres que apresentassem a sintomatologia de incontinência urinária.
Considerações finais
A atuação da Fisioterapia no tratamento da IUF é efetiva, tanto na redução das perdas urinárias quanto na melhoria da qualidade de vida das mulheres, independentemente da terapêutica utilizadas. No entanto, novos estudos precisam ser incrementados a respeito desse assunto, a fim de comprovar e acrescer essa terapia conservadora que atualmente esta sendo pouca difundida entre os profissionais na saúde com tratamento de primeira linha na IUF.
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