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Efeito de um composto suplementar em biathletas

Efecto de un compuesto suplementario en biatletas

 

*Faculdade de Educaçlão Física de Santos - UNIMES/FEFIS - Santos

Bolsista do programa Ciencias sem Fronteiras

**Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – Santos – São Paulo

Mestre em Educação Fisica - EEFEUSP- Universidade de São Paulo. Doutor em Biodinamica

do movimento Humano – EEFEUSP – Universidade de São Paulo e Professor adjunto IV

do curso de Educação Fisica – Universidade Federal de Sao Paulo, Baixada Santista

***Faculdade de Educaçlão Física de Santos - UNIMES/FEFIS - Santos - SP

Especialista em Fisiologia pela UNIFESP; Mestrando em fisiologia pela UNIFESP

****Faculdade de Educaçlão Física de Santos - UNIMES/FEFIS - Santos - SP

Mestre em Aprendizagem motora e desenvolvimento motor pela Universidade de São Paulo

Doutorando pela Universidade de São Paulo

Louise Madsen*

madsenlouise@gmail.com

Emilson Colantonio**

nunoec@uol.com.br

Claudio Scorcine***

claudio-scorcine@uol.com.br

Fabricio Madureira****

shark_jaws@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Diversos estudos vêm sendo desenvolvidos envolvendo atletas de várias modalidades e suplementação, porém os resultados são controversos e inconclusivos. Objetivo: Analisar o efeito de um composto suplementar em atletas de Biathlon. Metodologia: Os atletas foram divididos de forma homogênea para duas condições de compostos: placebo e suplementar. Na condição suplemento (CS) o grupo ingeriu 200 mg cafeína, 10 mg NADH, 500 mg D-ribose, 500 mg Taurina e 5 g Creatina. Já na condição placebo (P) foi ingerido um composto inerte formado por farinha e lactose. Os procedimentos foram realizados da mesma maneira em relação às distâncias e intervalos propostos nos dois momentos distintos P e CS, nos dois dias de teste, os atletas realizaram três baterias de 250 metros nadando e 1 km de corrida e as baterias foram estruturadas com um intervalo de 20 minutos para execução e descanso. Resultados: O presente estudo não apresentou diferença para as variáveis analisadas de esforços subjetivos antes pós- exercícios, na freqüência cardíaca pós exercício, entre as baterias na corrida. Porém, houve diferença entre as baterias 1 e 3 na natação, na somatória dos tempos das 3 baterias e na variabilidade de desvio padrão no momento corrida. Conclusão: O composto suplementar é eficiente quando comparado a condição placebo em atletas de Biathlon, indicando maior efeito para a modalidade natação e desempenho total.

          Unitermos: Suplemento. Desempenho. Biathlon.

 

Abstract

          Presently being developed several studies involving athletes and supplementation but the results are still controversial. Objective: Analyze the compound effect supplementary Biathlon athletes. Methodology: The athletes were divided evenly conditions for two of compounds: placebo and supplement. Provided supplement the group took 200 mg caffeine, 10 mg NADH, 500 mg D-ribose, 500 mg Taurine and 5 g Creatine. Already in the placebo condition were ingested an inert compound lactose and formed by flour. The procedures were performed in the same manner regarding distances and intervals proposed in two distinct and the two test days. The athletes performed three batteries 250 meters swimming and 1 km race and the batteries were structured with a 20 minute interval to execution rest. In this experiment it was shown significant effects for the use supplement when compared to the placebo condition indicating a greater effect for swimming mode overall performance to sum ​​batteries.

          Keywords: Supplement. Performance. Biathlon.

 

Recepção: 10/10/2014 - Aceitação: 14/11/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 198, Noviembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A modalidade Biathlon (natação e corrida) nasceu nos EUA no início da década de 80 e seu principal objetivo era estimular atletas de diferentes modalidades a participar do Triathlon. Atualmente, no litoral do estado de São Paulo, cinco circuitos são realizados envolvendo aproximadamente 25 provas, com média de 200 participantes por etapa. Outro fator relevante para um olhar acadêmico sobre o Biathlon é o fato de diversas academias utilizarem a modalidade para estimular o treinamento das habilidades aquáticas. Nessas situações pode-se citar estudos envolvendo o controle de estamina (NASCIMENTO et al., 2011) e estabelecimento de metas ao longo dos programas de intervenção principalmente com crianças (PEREIRA, et al., 2011). Este último é um exemplo de iniciativas de estimulação da população infantil com o Biathlon, onde os autores envolveram crianças de uma creche da cidade de Santos e os resultados indicaram influencias positivas significativas em todas as capacidades físicas derivadas do envolvimento com a modalidade.

    O crescimento contínuo da modalidade e sua popularização no litoral do estado de SP, tem incentivado avanços científicos para identificação de fatores que possam contribuir com o desempenho destes atletas, entre eles: táticas de prova, estratégias de treino e suplementação para treinos e competições. Nascimento et al. (2011) identificaram que atletas de Biathlon elaboravam estratégias de organização e controle do esforço ao longo da prova, identificando diferenças entre indivíduos com tempos distintos de experiência na modalidade. Já Ysis et al. (2012) investigaram o uso de técnicas de treinamento mental com atletas de Biathlon, onde o intuito foi analisar os possíveis efeitos de potencialização dos atletas a tolerância a esforços e persistência de metas. Os resultados indicaram efeitos positivos de transferência deste tipo de treinamento para o desempenho específico da modalidade. Finalmente, Scorcine et al. (2013) verificaram os efeitos da suplementação de creatina durante nove semanas em atletas de águas abertas (biatletas e nadadores travessias marítimas) e os resultados apontaram melhoras significativas para o desempenho destes atletas.

    Com relação à última variável supracitada, suplementação, sua utilização tem crescido na mesma proporção que os atletas buscam a melhora do desempenho (SOUSA, 2008); eficiência na recuperação entre esforços intervalados (ARRIOLA; ROCHA; MINDERICO, 2011; BRANCO, 2009) e otimização da resistência para manter o rendimento por um tempo maior (FERREIRA; BARBOSA; CEDDIA, 2003). Desta forma, torna-se cada vez mais imperioso as investigações focadas na acurácia dos possíveis efeitos de compostos suplementares.

Objetivo

  • Analisar o efeito de um composto suplementar em atletas de Biathlon.

Metodologia

Amostra

    Onze atletas da equipe de competições da Universidade Metropolitana de Santos de Biathlon, dos gêneros masculino e feminino, todos com no média de prática 6,09±6,64 sistemática de treino, participantes de campeonatos regionais, com média de idade 27,8 (±8,4) anos e IMC com média de 27,79±2,95.

Procedimentos: CEP

    Após a assinatura do termo de consentimento livre e informando sobre os riscos e benefícios do estudo, e autorização formal dos responsáveis concordando com a participação, foi administrado um composto formulado por um profissional da área de medicina, quantidade de 200 mg cafeína, 10 mg NADH, 500 mg D-ribose, 500 mg Taurina e 5 g Creatina e o placebo composto por farinha e lactose. O composto foi produzido pela empresa LEVEN - Farmácia de Manipulação inibindo possibilidades de contaminação e validando os conteúdos e quantidades descritos pelo profissional da área médica. Foram aplicados os seguintes procedimentos. Os atletas foram divididos de forma homogênea para duas condições de compostos: placebo (P) e suplementação (CS). A inversão das condições ocorreu após descanso de 48 horas. Antes do teste de cada dia, os atletas foram avaliados segundo a utilização de uma escala Likert quanto ao seu estado físico e emocional. A mesma era constituída de por quatro níveis, sendo eles: 1. muito bem, 2. bem, 3. cansado e 4. muito cansado. Os procedimentos foram realizados da mesma maneira em relação às distâncias e intervalos propostos nos dois momentos distintos P e CS, nos dois dias de teste, o atleta realizou três baterias de 250 metros nadando e 1 km de corrida; e as baterias foram estruturadas com um intervalo de 20 minutos para realizar e descansar. Após cada item, os atletas apontavam na escala de esforço percebido proposta por Borg (2000) e era aferida a freqüência cardíaca. Ao término de cada dia, os atletas foram questionados se houve variação de intensidade entre as baterias.

Análise estatística

    Após a confirmação da não normalidade do grupo feito pelo teste Kolmogorov-Smirnov, foi utilizado o teste Willcoxon para a comparação entre os momentos pré e pós e a variabilidade dos desempenhos em ambientes distintos.

Resultados

    Os resultados da tabela 1 não permitem identificar diferenças entre as condições para as variáveis analisadas de esforços subjetivos antes e pós- exercícios, bem como, não se detectou diferença na análise da freqüência cardíaca pós exercícios.

Tabela 1. Indica a caracterização dos grupos para a percepção de sensação pré-esforço (escala Likert);

 esforço subjetivo (BORG) e freqüência cardíaca (FC) pós execução de cada uma das três baterias (B1, B2 e B3)

    Na tabela 2 identificou-se diferença significativa entre os resultados nas baterias 1 e 3 para condição natação com intervenção do composto suplementar.

Tabela 2. Dados dos tempos em segundos das três baterias para a natação e corrida, bem como, análise intragrupo.

    Os dados da tabela 3 indicam que houve variação no total dos tempos entre as condições, demonstrando eficiência do composto suplementar.

Tabela 3. Tempos totais em segundos, somatória e variabilidade do desvio padrão, nas três baterias

    Os dados da tabela 4 mostram que houve diferença na variabilidade do desempenho entre as condições água e terra, demonstrando que o ambiente da terra apresentou uma maior variância em relação à água.

Tabela 4. Variabilidade do desvio padrão no momento água e terra

Discussão

    Uma das evidências da utilização de suplementos nutricionais por atletas de modalidades não olímpicas para a melhora do desempenho é apontada por Sousa (2008) que realizou um estudo para identificar, através de questionário, a utilização de suplementos nutricionais em 85 triatletas de alto rendimento. Os resultados indicaram que os atletas utilizavam suplementos nutricionais, e 94% deles, utilizavam dosagens acima das recomendações. Outro estudo buscou traçar o perfil de praticantes de musculação e detectou que a utilização de suplementos é utilizada de maneira sem prescrição de um especialista e por muitos participantes (DE JESUS; DA SILVA, 2008). Outros fatores ainda tornam problemática a utilização de suplementos, entre eles a diversidade de substâncias, a incerteza sobre seus compostos, dosagens e seus possíveis efeitos.

    O experimento de Scorcine et al. (2013) utilizando a suplementação de creatina (5gr) por nove semanas em atletas de águas abertas evidenciou efeitos apenas parciais nos desempenhos dos atletas para a tarefa de potência de membros inferiores e nenhum efeito, para os testes aeróbio e potência de membros superiores. Outro estudo com nadadores de elite (22) e amadores (18) mostrou que os atletas suplementados apesar da concentração de lactato sanguíneo ter diminuído durante o período do exercício não houve melhora nos tempos (MENDES, 2006).

    Um outro estudo realizado com nadadores de 15 a 18 anos participantes da primeira divisão nacional de Portugal, com a suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) mostrou que a suplementação com AACR não afetou nem positiva nem negativamente os resultados específicos (400m) e nem inespecífico (supino, bíceps, abdominal, puxada nuca e leg press) (PILAR, 2004).

    Contrariando os achados expostos acima, um trabalho realizado com os nadadores fazendo uso de suplementação de beta-alanina mostrou que houve melhora na performance dos atletas (MOREIRA; DE OLIVEIRA MACHADO, 2010). Corroborando com trabalho citado acima, os resultados do presente estudo permitem afirmar que a utilização do composto suplementar, formado por 200mg cafeína, 10mg NADH, 500mg D-ribose, 500mg Taurina e 5g Creatina, apresentou melhora na performance de atletas adultos de Biathlon. Os resultados foram identificados nas baterias 1 e 3 para a modalidade de 250m de natação, sendo respectivamente (12 e 6seg) melhor que a condição placebo.

    O estudo de revisão (FERREIRA et al., 2003) com atletas de ultra - resistência também não detectou melhora no desempenho para o uso com triglicerídeos de cadeia média. Por outro lado, outro estudo de revisão sobre o uso cafeína concluiu que houve melhora na precisão e o tempo de execução de tarefas motoras, além de diminuir os efeitos da fadiga em protocolos de esportes específicos e de múltiplos sprints; havendo melhora também do tempo nos primeiros sprints, bem como, a potência e velocidade média durante protocolos de múltiplos sprints. (FERREIRA SANTOS et al., 2013).

    Estudo realizado com a suplementação de creatina em corredores em sprint de 400m mostrou que não houve melhora no desempenho na amostra estudada (DE CAMPOS ROSÁRIO et al., 2006). Em outro estudo realizado com corredores, foi utilizada a suplementação com BCAA para o desempenho de atletas amadores em provas de 10km indicou que a suplementação não afetou o desempenho dos corredores e sem alteração sobre a percepção de esforço (HARAGUCHI et al., 2012). Mas o estudo que foi realizado com a suplementação de carboidratos em corredores de alta intensidade e de média duração concluiu que houve melhora nos resultados testados (JUNIOR; CONTE; TEIXEIRA, 2013). Contrariando o último estudo, o presente estudo mostrou que não houve melhora significativa no tempo de corrida dos atletas no momento suplementado e em relação entre os grupos.

    Uma hipótese, para o não efeito na modalidade de corrida, pode estar relacionado com a variabilidade dos resultados (água e terra), que pode ter sido influenciada pelo percurso em que os atletas realizaram a corrida, que foi em um ambiente aberto com baixo controle de variáveis externas (vento, temperatura e traçados de percurso); e ainda, permitia ao executante controlar visualmente seu ritmo em função dos desempenhos de outros atletas que realizavam o experimento, e que particularmente eram rivais em disputas de campeonatos.

    Apesar do composto não influenciar os desempenhos inter-baterias, como o demonstrado por Branco (2009), o mesmo resultou em desempenhos totais médios de 32seg melhores que a condição placebo, gerando uma diferença de magnitude temporal, que neste tipo de prova, pode distinguir o 1º lugar da 10ª posição.

    Levando em considerações as limitações do presente estudo, o nosso trabalho mostrou diferença a favor da condição de suplementação para a natação, os resultados demonstram também que o estado da arte sobre os efeitos de suplementos administrados isoladamente ou compostos ainda parece ser inconsistente.

Conclusão

    O composto suplementar é eficiente quando comparado a condição placebo em atletas de Biathlon, indicando maior efeito para a modalidade natação e desempenho total para somatória de baterias.

Referências

  • ARRIOLA, C. R.; ROCHA, P.; MINDERICO, C. Nutrição no Triatlo-Desafios e Considerações. 2011.

  • BORG, G. Escalas de Borg para a dor eo esforço: percebido. Manole, 2000. ISBN 8520409326.

  • BRANCO, R. Os efeitos da ingestão de bicarbonato de sódio no treino intervalado extensivo. 2009.

  • DE CAMPOS ROSÁRIO, W. et al. Os efeitos da suplementação de creatina no desempenho de corrida de 400m rasos. Lecturas: Educación física y deportes, n. 97, p. 26, 2006. ISSN 1514-3465. http://www.efdeportes.com/efd97/creatina.htm

  • DE JESUS, E. V.; DA SILVA, M. D. D. B. Suplemento alimentar como recurso ergogênico por praticantes de musculação em academias. 2008.

  • FERREIRA, A. M. D.; BARBOSA, P. E. B.; CEDDIA, R. B. A influência da suplementação de triglicerídeos de cadeia média no desempenho em exercícios de ultra-resistência. Rev Bras Med Esporte, v. 9, n. 6, p. 413-419, 2003.

  • FERREIRA SANTOS, V. G. et al. Efeito da suplementação de cafeína sobre o desempenho de exercícios intermitentes de alta intensidade. Acta Brasileira Do Movimento Humano-Revista de Educação Física, v. 3, n. 2, p. 75-89, 2013. ISSN 2238-2259.

  • HARAGUCHI, C. Y. et al. Ingestão prévia de BCAA melhora desempenho em corredores amadores. Inova Saúde, v. 1, n. 1, 2012. ISSN 2317-2460.

  • JUNIOR, C. A. S.; CONTE, M.; TEIXEIRA, L. F. M. Efeito da suplementação de CHO em atividades contínuas intensivas. Anais do Seminário de Produção Acadêmica da Anhanguera, n. 3, 2013. ISSN 2236-2258.

  • MENDES, R. R. Efeitos da suplementação de creatina em nadadores: uma comparação de desempenho entre atletas de elite e amadores, e de composição corporal entre protocolos de suplementação aguda e crônica; 2006. Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas

  • MOREIRA, I. F.; DE OLIVEIRA MACHADO, M. Análise dos parâmetros do estresse oxidativo em atletas de natação após a suplementação de beta-alanina. 2010

  • NASCIMENTO, M. VILARINHO, R. SCORCINE, C. MADUREIRA, F. Efeitos da Auto-superação no desempenho de crianças. Edição Especial da Revista Brasileira de Ciência e Movimento Suplemento Especial 19 (4) suppl ISSN: 0103-1716; P.203. 2011

  • PEREIRA, R; MINEIRO, A.; MORCELLI, M.; NASCIMENTO, M.B; MADUREIRA, F. Potência anaeróbia e composição corporal de crianças praticantes de Biathlon. Coleção Pesquisa em Educação Física, v. 10, p. 119-124, 2011.

  • PILAR, J. E. R. Efeitos da suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada em nadadores. 2004.

  • SCORCINE, C; NASCIMENTO, M; COLANTONIO, E; GHEDINI, G; MADUREIRA, F. Effect of Creatine Supplementation on Performance of Siwmmers in Open Water. JEPonline. v16, 2013

  • SOUSA, M. V. C. D. Uso de suplementos nutricionais em desportistas portugueses de alto nível das modalidades de atletismo, natação e trialto: trabalho de investigação: nutritional supplements´ use by high-level Portuguese sportsmen/sportswomen in athletics, swimming and triathlon. 2008.

  • YSIS, W; BARTOLOTO, F.; PEREIRA, R.; GUEDES JUNIOR, D ; MADUREIRA, F. Influência do treinamento mental em atletas amadores através da prática de ciclismo indoor. The FIEP Bulletin, v. 82, p. 132-136, 2012.

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