A importância da diversidade de conteúdos nas aulas de Educação Física La importancia de la diversidad de los contenidos en las clases de Educación Física
	*Discentes do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira **Orientador. Docente do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira (Brasil)	Lorena Ferreira Silva* Rafael Campos Silva* Stephany Fernandes Santos* Neilon Carlos** lorena_998749@hotmail.com
	Resumo           Este trabalho visa demonstrar a importância da diversidade de conteúdos apresentados e executados nas aulas de Educação Física como prática educativa no âmbito escolar, a fim de por em discussão a importância de se trabalhar com conteúdos que visem o desenvolvimento do indivíduo em sua totalidade, procurando trabalhar respeito aos outros, socialização e a cooperação. Apresenta também refletir sobre as contribuições que o uso dos jogos cooperativos, as brincadeiras e o esporte participativo nas aulas de educação física escolar podem apresentar mudanças tanto no comportamento pessoal, atitudinal e comportamental, pode oferecer como importante ferramenta nos aspectos de socialização dos alunos de uma turma 9º (nono ano) do ensino fundamental II ao qual foram detectados problemas ligados a dificuldade de relacionamento dos alunos entre si a falta de interação. Por este motivo se buscou através da abordagem Critico Superadora, o desenvolvimento de atividades lúdicas, os jogos, as brincadeiras e o esporte em sua totalidade trabalhando de várias formas para que se pudesse alcançar o desenvolvimento total dos alunos que estão no 2º (segundo) período em que foi realizado o estágio supervisionado II.           Unitermos: Jogos. Educação Física escolar. Esporte. Cooperação.   Recepção: 27/09/2014 - Aceitação: 05/11/2014.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 198, Noviembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O desenvolvimento do estagio supervisionado I ocorreu em um colégio estadual, freqüentado por alunos de idades mistas de famílias de classe econômica variada, situado na cidade de Goiânia, cujo ensino apresenta precariedades principalmente na disciplina de educação física, que necessita não apenas de suporte teórico, mas também de recursos materiais para que sua pratica obtenha um desempenho considerável dos alunos.

    Por conta disso, foi detectada nas aulas de educação física a falta de interação entre os alunos e o individualismo durante a execução das atividades aplicadas. Durante o período de vigência do estagio, a utilização da abordagem Critico Superadora e a escolha dos jogos, brincadeiras, esporte participativo e dança como conteúdo da cultura corporal de movimento, nos objetivou realizar aulas onde suas praticas fossem voltadas para o desenvolvimento da interação e socialização dos alunos estimulando também princípios que vão além somente da socialização, mas que também possa contribuir de forma gradual para seu crescimento pessoal dentro do âmbito escolar como também após esse processo prolongando por toda vida.

    Além de aspectos sociais, as aulas também possibilitaram aos alunos desenvolvimento dos aspectos mais básicos possíveis, motores e cognitivos, pois os jogos cooperativos, brincadeiras e o esporte foram utilizados em sua amplitude visando alcançar além da satisfação e prazer dos alunos em participar das aulas, o desenvolvimento dos mesmos de forma integral, auxiliando nos aspectos mais básicos melhorando coordenação, raciocínio e interação.

Objetivo geral

    A educação física escolar, utilizando a tendência pedagógica dos PCN’s, deverá desenvolver aulas com conteúdos lúdicos, jogos, dança, e lutas utilizando elementos da cultura corporal de movimento como estímulos para a adoção de atitudes de respeito mútuo, participação e interação, de forma a trabalhar com o conteúdo jogos e esporte durante as aulas, dando ênfase aos jogos cooperativos, as brincadeiras e ao esporte participativo abordando sua dimensão conceitual, procedimental e atitudinal, a fim de que os mesmos possam contribuir integralmente na formação dos alunos.

    Planejando atividades que possam ser executadas de formas adaptadas e executadas na ausência de materiais didáticos escolares de modo que ao final do semestre letivo possa ter contribuído de várias formas para o crescimento integral e comportamental dos alunos.

Objetivos específicos

    A educação física escolar deverá proporcionar a aplicação de conteúdos que tenham como finalidade promover a participação de todos os alunos, a fim de que estas possam contribuir com o processo de socialização dos alunos contando com a interação de todos, visando o desenvolvimento de suas potencialidades sem que haja a exclusão de nenhum aluno do grupo. Aplicando nas aulas conteúdos voltados para ludicidade, cooperação, esporte e saúde, fazendo com que os momentos das aulas de Educação Física se tornem prazeroso gerando assim, anseio pelas mesmas, onde possam ser desenvolvidas diversas atividades a fim de auxiliar no aperfeiçoamento dos diversos aspectos do individuo em si, apresentando os benefícios da atividade física em sua totalidade.

Metodologia

    Para construção do Relato de Experiência da disciplina de Estágio Supervisionado II, realizado no Colégio Estadual Jardim Guanabara, utilizou-se dos PCN’s através da abordagem Crítico Superadora, visando a aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental (9º Ano),onde foram feitos embasamentos em livros, revistas e artigos da internet,para que fosse possível a construção do mesmo.

    O relato de experiência foi dividido em 3 etapas: Observação, Co-Regência e Regência. Nas observações foram relatadas o que foi realizado em cada aula, descrevendo as dificuldades apresentadas em cada uma. Após as observações os professores estagiários auxiliaram nas aulas de Co-Regência, onde acompanhavam e dividiam aula com o professor responsável pela turma, com o objetivo de solucionar os problemas já apresentados.

    No período de Regência são realizados planos de aula e os professores estagiários executam as aulas planejadas. Os planos de aula foram embasados nos PCN’s para suprir as dificuldades da turma que esta entre (15 e 19 anos) buscando suprir a convivência entre os alunos, cooperação, trabalho em grupo e a inclusão.

    Segundo PCN’s (Brasil, 1999, p. 96) cabe ao professor saber como atender a esta dupla demanda, desenvolvendo um ensino que torne o aluno capaz de relacionar informações e integra conhecimentos, como “forma de compreender a complexidade.

    Para que se pudesse analisar e buscar de forma mais próxima informações sobre dificuldades existentes na turma, dando-se inicio a elaboração do projeto de intervenção, cujo principal objetivo seria o de melhorar os aspectos negativos e acrescentar os pontos positivos para que se ampliassem o conhecimento e experiências dos alunos, os planos de aula foram elaborados de acordo com a necessidade e faixa etária dos alunos (que variam entre 15 e 19 anos), objetivando através dos diversos conteúdos proporcionarem satisfação e ao mesmo tempo qualidade no ensino dos alunos, auxiliando no processo de socialização e cooperação, o qual terá grande contribuição no desenvolvimento de princípios como: respeito mútuo, cooperação, solidariedade, trabalho coletivo, respeito às diferenças e o principal, a participação de todos.

    Através dos diversos conteúdos, conseguimos alcançar estes princípios de modo que aqueles alunos que não tinham grande entrosamento com os colegas da turma, pudessem trabalhar em conjunto, de modo que aos poucos os alunos se ajudavam, se respeitavam, pois começaram a entender através dos conteúdos aplicado que todos são diferentes e possuem suas limitações e o mais importante, todos necessitam de ajuda.

    Segundo Coletivo de autores (1992), a educação física não se trata somente de aprender o jogo pelo jogo, o esporte pelo esporte, ou a dança pela dança, mas esses conteúdos devem receber outro tratamento metodológico, a fim de que possam ser historicizados criticamente e aprendidos na sua totalidade enquanto conhecimentos construídos culturalmente, e ainda serem instrumentalizados para uma interpretação crítica da realidade que envolve o aluno.

    Por esse motivo, além de todos os aspectos, buscou – se também durante a realização do estagio, trabalhar com os alunos atividades que os torne um ser integral, buscando seu desenvolvimento global, não deixando de lado os aspectos cognitivos e motores.

Referencial teórico

    A educação física dentro do ambiente escolar tornou-se obrigatória após se tornar componente curricular obrigatório, pois vem a todo instante provar sua fundamental importância quando se trata de desenvolvimento, crescimento e formação do cidadão em sua totalidade, podendo nos nortear através de diversas concepções e abordagens que vem auxiliar na elaboração dos conteúdos e das aulas a serem ministradas a fim de solucionar os problemas apresentados dentre do âmbito escolar.

    Acredita-se ainda hoje, que as aulas de Educação Física Escolar são apenas um momento de lazer e desconcentração nas escolas. E, por isso, não se dá a devida importância a essa que é uma disciplina essencial no currículo escolar, já que é responsável pelo desenvolvimento motor das crianças. Além disso, o exercício físico ainda é capaz de combater diversas doenças relacionadas ao sedentarismo, como obesidade, diabetes e problemas cardíacos. Deve, portanto, ser praticado sempre na escola e em casa.

    Segundo David Gallahue, o desenvolvimento motor é parte de todo o comportamento humano. O desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento afetivo e o desenvolvimento motor estão relacionados.

    De acordo com o autor devem-se trabalhar todos os aspectos em geral com o aluno, a fim de se estabelecer e proporcionar em sua totalidade a contemplação total de resultados através das aulas de educação física.

    Observa-se também como grande dificuldade na maioria das escolas a falta de instalações e materiais de apoio para os professores para aplicação das mesmas,onde na maioria das vezes acaba ficando uma aula monótona e desinteressante para os alunos.

    Neste cenário onde o professor adquiri um novo trabalho o que se tem a fazer é intermediar entre a situação e criar atividades adaptadas, criando assim métodos para se aplicar nas aulas onde os alunos auxiliam na construção e participação das mesmas.

    Kunz (1985) e Martins Junior (1996) faz uma citação que torna necessário o desempenho do professor para tornar indispensável a participação do aluno em suas aulas:

    Para atender as necessidades do aluno e tornar o ensino interessante, o professor deveria criar o seu próprio “cenário”, ou seja, um ambiente favorável a essa prática na escola.

    Desta forma podemos perceber que todo conteúdo aplicado tem sua importância na vida do individuo tanto conceitual, procedimental e atitudinal, enriquecendo-o em seus conhecimentos e despertando-nos mesmos a discussão/reflexão de cada aula, fazendo com que desfrutem das aulas das diversas maneiras esperando anseia-las a todo o momento a cada encontro.

    O papel da Educação Física sob esta ótica adquire a função de instrumento facilitador quando na prática, demonstra o sentido, o significado concreto, a intenção e aplicabilidade dos conteúdos adquiridos em sala de aula na teoria. Transcendendo para a vida em sociedade. A atividade motora é um meio de adaptação, de transformação e de relacionamento com o mundo, dessa forma é que se percebe a teia de relações que a Educação Física esta inserida e as conexões estabelecidas com as demais áreas do conhecimento.

    De acordo com os PCN’s (1997), é preciso estimular no ambiente escolar a vivencia de trabalhos em grupo, para que os alunos possam estabelecer o dialogo, a interação e a cooperação, vistas como meios fundamentais para o convívio. Assim, o respeito às diferenças, a aceitação ao outro, a cidadania, dentre outros, são objetivos preconizados pelos PCN’s.

    Além destes, nas aulas de educação física escolar, devem ser prioridade dos professores fazer com que suas aulas sejam de cunho participativo.

Resultados e discussão

    De acordo com o que se pode perceber a Educação Física como disciplina curricular no âmbito escolar ainda tem se muito a melhorar cada dia. E para que isso aconteça é necessário que todos os envolvidos nessa área auxiliem para que essas mudanças possam acontecer diariamente.

    Muitos problemas precisam ser resolvidos como, por exemplo: a chegada dos professores em seus respectivos locais de trabalho, onde com a demora e o atraso acaba atrapalhando o rendimento da aula e dispersando os alunos a fim de não conseguirem aplicar o conteúdo exposto a turma para que possa ser desenvolvido com todos.

    Segundo GUEDES (2004) sugere como proposta da Educação Física escolar, que se assuma um novo quadro no contexto educacional, mudando suas estratégias e que não fiquem exclusivamente nas práticas esportivas e nas atividades físicas recreativas e sim que se trabalhe com conteúdos selecionados e organizados que possam contribuir para os alunos adotarem hábitos saudáveis levando a propiciar um estilo de vida no decorrer de suas vidas. Por isso vemos a importância do professor cumprir seus horários para que as atividades possam ser trabalhadas de diversas formas dentro do âmbito escolar.

    Outro fator importante a ser relatado é a importância de materiais didáticos e o espaço físico para serem aplicadas as atividades, que na falta dos mesmos acabam desmotivando os alunos a participarem das aulas.

    Segundo Alves (2007) expõe diversos fatores que desmotivam os alunos à prática de Educação Física, como a metodologia de ensino inadequada, conteúdos que não favorecem a aprendizagem, relacionamento professor-aluno, postura desinteressada do educador, falta de coordenação de área, orientação, supervisão ou direção da escola e a ausência de significado sobre o real papel da Educação Física no contexto escolar que identifique o professor.

    Não podendo deixar de citar também a falta de diversificação nas aulas, onde acaba tornando-as monótonas e desinteressantes aos alunos.

    Segundo Martinelli et al (2006), o profissional de Educação Física muitas vezes contribui para o desinteresse dos alunos, pois os métodos utilizados para desenvolvimento das aulas, os conteúdos pouco relevantes, o relacionamento com os alunos, entre outros fatores, determinam o participar ou não das aulas. E para que isso não aconteça além dos diversos embasamentos que se tem para ser utilizado, o professor também precisa estar apto para usar sua criatividade e conhecimentos adquiridos para diversificar os mesmos.

    Não podendo deixar de fora a inclusão de alunos menos habilidosos e de meninas nas diversas atividades que na maioria das vezes não participam das aulas por saberem pouco do conteúdo ou por não apresentarem nenhum tipo de habilidade nas atividades propostas.

    DARIDO (2001, p. 21) afirma que "uma Educação Física integrada à proposta pedagógica da escola, com perspectivas educacionais realmente voltadas para a formação do cidadão precisa ter um olhar direcionado para a inclusão". A autora ainda enfatiza que "é preciso urgente uma Educação Física para todos, sem distinção de nenhuma ordem".

Considerações finais

    A utilização dos PCN’s permitiu que utilizássemos os diversos conteúdos que a Educação Física pode explorar para serem trabalhados nas aulas, visando uma ação participativa, tendo em vista que a cultura corporal do movimento.

    Segundo Soares (1996) ainda afirma que a aula de educação física é “um lugar de aprender coisas e não apenas o lugar onde àqueles que dominam técnicas rudimentares de um determinado esporte vão ‘praticar’ o que já sabem, enquanto aqueles que não sabem continuam no mesmo lugar”. Faggion (2000) também ressalta que não basta somente praticar as atividades nas aulas de educação física só por praticar, nem tão pouco competi por simplesmente competir. É necessário transmitir aos alunos os conhecimentos que o levam a compreender o porquê que estão realizando determinada atividade. Sendo assim o aluno poderá entender e vivenciar o seu aprendizado, levando-o, portanto a uma mudança de comportamento e assumir novas atitudes.

    Por este motivo, visando à formação de sujeitos completos, buscamos trabalhar diversos conteúdos que fossem resolver ou amenizar os problemas relatados.

    Durante a aplicação do conteúdo nas aulas, pode-se perceber a boa aceitação dos alunos em realizar as atividades propostas, de forma coletiva, agindo com espírito de coletividade, e principalmente interagindo uns com os outros buscando a melhor forma de vencer suas dificuldades e também auxiliar os colegas que de alguma forma não entendiam ou não conseguiam executar as atividades.

    Desta forma contribuiu com a mudança de atitude dos alunos, pois usando o lúdico de forma satisfatória, trabalhos de aquecimento e o esporte participativo sem intenção de disputar e competir pode-se conseguir um bom resultado sendo bastante visível por aqueles que convivem com os alunos e os demais presentes.

Referências bibliográficas

• Coletivo de Autores (1992) Metodologia de Ensino de Educação Física. São Paulo. Cortez.

• Darido, S. (2007) Apresentação e Análise das Principais abordagens da Educação Física Escolar. Revista Brasileira de Ciência e Esporte,Campinas v.28 n.2 p .162 jan.

• Fernandes, Anoel. As abordagens pedagógicas renovadoras na Educação Física Escolar e a autonomia: algumas reflexões, Rede pública estadual, LETPEF - UNESP, Rio Claro.

• Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação física. Brasília: MEC, 1997.

• Valença de Albuquerque, I. et al (2009) Dificuldades encontradas na Educação Física Escolar que influenciam na não participação dos alunos: reflexões e sugestões. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Nº 136. http://www.efdeportes.com/efd136/dificuldades-encontradas-na-educacao-fisica-escolar.htm

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