efdeportes.com

Variáveis de motivação em alunos/atletas de futsal

Las variables de motivación en alumnos/jugadores de futsal

 

*Bacharel e Licenciado em Educação Física pela PUCRS

Residente Multiprofissional da APESC/UNISC

**Professor orientador da PUCRS

(Brasil)

Juliano Rodrigues Adolfo*

julianorodrigues@unisc.br

Rodrigo Flores Sartori**

rodrigo.sartori@pucrs.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo visa tratar das mais variadas motivações e estímulos realizados pelo professor/treinador de Educação Física no âmbito desportivo e que acarretam em uma maior aprendizagem e desenvolvimento dos alunos/atletas. Propõe-se como objetivo a busca de como agir ao encontro dos diferentes ambientes, a variabilidade dos alunos, o início dos processos, tentando assim achar não uma regra de como trabalhar com o aluno, mas maneiras de como se portar, explicar, distribuir funções e demais atividades com os alunos de todos os níveis esportivos, baseando-se nos diferentes aspectos dos jogos recreativos, cooperativos e desenvolvimento motor, bem como os esportes coletivos, neste caso o futsal. Propôs-se assim, um questionário direcionado aos alunos/atletas sobre as diferentes motivações que os levam a prática dos treinos nas escolinhas desportivas de futsal, se baseando no convívio sócio-afetivo e as influências que tais estímulos geram no posterior papel desses alunos/atletas na sociedade, seguindo ou não a carreira de atletas de alto rendimento. Os resultados evidenciam como motivos mais importantes para a prática ‘o próprio gosto pela atividade física’, ‘a convivência com os amigos’ e ‘a importância de aumentar os conhecimentos sobre esportes’. Desta forma, entende-se o professor/treinador de Educação Física como um dos principais fatores de motivação enquanto um ser proporcionador dos estímulos que o aluno necessita para sua auto-satisfação físico-motora, cognitiva e sócio-afetiva nos variados estágios de aprendizado.

          Unitermos: Motivação. Esporte. Alto rendimento. Futsal.

 

Resumen

          Este estudio tiene como objetivo entender las diversas motivaciones e incentivos realizados por el profesor / entrenador de educación física y deportes que conduce a un mayor aprendizaje y desarrollo de los estudiantes y jugadores. Se propone como objetivo la búsqueda de la forma de actuar para satisfacer los diferentes ambientes, la variabilidad de los estudiantes, el comienzo del proceso, tratando no solo de encontrar reglas de cómo trabajar con el estudiante, sino también la manera de cómo se comportan, explicar, distribuir funciones y otras actividades con los estudiantes de todos los niveles deportivos, con base en los diferentes aspectos de los juegos recreativos, de cooperación y desarrollo motor, así como los deportes de equipo, el fútbol en este caso. Por ello se propuso un cuestionario aplicado a los estudiantes / jugadores de las diferentes motivaciones que conducen a la formación práctica en el deporte en las escuelas deportivas de fútbol sala, basándose en la interacción socio-afectiva y las influencias que generan los estímulos de este tipo en el papel posterior de estos estudiantes / jugadores en la sociedad, o si no siguen una carrera como jugadores de alto rendimiento. Los resultados muestran cómo las razones más importantes para la práctica son "su propio gusto por la actividad física", "la vivencia con los amigos” y “la importancia de aumentar el conocimiento acerca de los deportes”. Por lo tanto, se entiende que el profesor / entrenador de educación física como uno los principales factores para la motivación que pueda aportar una dosificación de los estímulos que el jugador necesita para la auto-satisfacción físico-motora, cognitiva y socio-afectiva en distintas etapas del aprendizaje.

          Palabras clave: Motivación. Deportes. Alto rendimiento. Fútbol sala.

 

Abstract

          This study aims to address the various motivations and incentives made ​​by the teacher / coach in physical education and sports which lead to greater learning and development of students / athletes. It is proposed as an objective the search for how to act to meet the different environments, the variability of students, the beginning of the process, trying to find not a rule of how to work with the student, but ways of how to behave, explain, distribute functions and other activities with students of all athletic levels, based on the different aspects of recreational games, cooperative and motor development as well as team sports, soccer in this case. It was proposed therefore a questionnaire given to the student / athletes on the different motivations that lead to the practical training in kindergarten sport of futsal, relying on socio-affective interaction and influences that generate such stimuli in the subsequent role of these student / athletes in society, or not following a career as a high-performance athletes. The results show how the most important reasons for the practice of 'his own taste for physical activity', 'living with friends' and 'the importance of increasing knowledge about sports.' Thus, it is understood the teacher / coach of Physical Education as a major motivating factors as to be a proportioning of the stimuli that the student needs for self-satisfaction, physical-motor, cognitive and socio-affective in various stages of learning.

          Keywords: Motivation. Sports and High Performance. Futsal.

 

Recepção: 10/06/2014 - Aceitação: 25/08/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 197, Octubre de 2014. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Em tempos que a tecnologia encanta o mundo com suas novidades e interatividades, as crianças são o alvo preferido de tais produções, uma vez que cada uma dessas novidades desperta a atenção para o lado futurista dos games cada vez mais modernos, programas e utensílios que já são reverenciados como indispensáveis para a sobrevivência da espécie humana. Desde o celular, os computadores e os jogos interativos, a vida ficou mais “vivida” no sofá, na cama, enfim, dentro de casa. E isso com certeza não é culpa das crianças e adultos, mas sim da quantidade de estímulos que cada uma dessas tecnologias nos proporciona.

    Não que seja um problema querer o divertimento em vez do ócio, mas o que realmente assusta é esse divertimento ser a rotina de vida das pessoas, que cada vez mais permanecem dentro de suas casas, sem praticar nenhuma atividade física, assim não estimulando o lado motor do seu corpo, o que não colabora nenhum pouco com sua saúde, já que comprovadamente o “se movimentar” é saúde.

    Já pensando nisso, depois de longas discussões sobre tal modernidade e o sedentarismo das pessoas, os “criadores do divertimento” se superaram novamente, fabricando jogos mais sofisticados que, em seus movimentos, o próprio jogador executa, apenas com controles nas mãos, ou então, sendo mais moderno ainda, o jogo a partir do uso de “laser”, o computador detecta o corpo da pessoa e os seus passos e movimentos são representados na tela. Uma invenção das mais criativas, pensando pelo lado que pessoas não podem sair de dentro de casa. Portanto, esse é mais um desafio para o professor de Educação Física, uma vez que as “atividades de dentro de casa” são mais atrativas na visão dos usuários que a prática de atividades física em grupo, na rua, no campo, ou simplesmente individual em algum processo de aprendizagem.

    Mas o que a atividade física nos proporciona não é apenas o movimento e a competição de um jogo de computador, mas sim uma diversidade de movimentos que acarretam muito além da forma física, mas antes no desenvolvimento motor das pessoas, nos valores adquiridos através do esporte, no convívio com a natureza, na socialização com o outro, em suma, numa formação integral do ser humano.

    Entretanto, o professor/técnico deve estar apto a formar este cidadão, compreendendo desde suas diferentes variáveis, como classe social, estágio de desenvolvimento motor, características pessoais, questões relacionadas à saúde, até identificar como tais alunos reagem a determinados estímulos, uma vez que somos diferentes no ato de receber ordens, por exemplo. Talvez pareça mais difícil do que realmente aconteça na prática, mas isso também vai variar de acordo com os diferentes contextos os quais nós professores vamos enfrentar.

    Fontaine (2005, p. 11) destaca:

    A qualidade das aprendizagens escolares das crianças e dos jovens, assim como o seu futuro desempenho profissional enquanto adultos, não dependem exclusivamente das suas capacidades intelectuais, mas também do seu modo de lidar com os desafios e as dificuldades associadas a qualquer situação de aprendizagem. As diferenças de investimento em atividades escolares ou profissionais são, globalmente, associadas a fatores motivacionais.

    O nosso papel, enquanto professores é tornar as aulas de Educação Física ou da escolinha desportiva em um momento de ensinamento, de divertimento, claro que moderado, de ensino-aprendizagem, de valores que cada um dos esportes nos traz, enfim, várias motivações que não podem ficar de fora das escolas de forma alguma, uma vez que são benéficas a todos que as executam, assim deixando a criança na frente do computador para realizar suas outras tarefas teóricas, mas a levando para a rua em seu momento de exercitar-se, de cuidar da saúde, a final, movimentando o seu corpo, uma das nossas funções mais importantes.

    Mas ao mesmo tempo em que, apenas relatar tais fatores para as crianças pode não interferir positivamente no seu lado de pensar na atividade, o que gera uma resistência por parte delas, sabe-se que a união professor, escola e família proporcionam uma forma de conquista muito superior neste âmbito, com esses três lados unidos e com objetivos em comum, se torna uma grande força para o sucesso escolar e futuro do aluno. A escola deve reconhecer a importância da família na constituição do sujeito, sem, no entanto, considerá-la como a única determinante dessa constituição (Vokoy, 2005)

    O interesse que o desporto tem vindo a alcançar na nossa sociedade, em todos os seus contextos, pressupõe a necessidade de aumentar de forma significativa, não só os estudos sobre os motivos que levam as pessoas a envolverem-se nas atividades desportivas, mas também os motivos que as levam a não se envolverem (Jesus, 1993; citado por Veigas, 2009).

    Para tanto é necessário um olhar e conhecimento amplos por parte do professor/técnico, uma vez que terá que “competir” com tantas “ofertas” destinadas às crianças e jovens. Deve se integrar ao meio que a criança vive, sabendo seus gostos, suas dificuldades, aspectos sócio-econômicos e levar de encontro a esses alunos o seu lado, sua vontade em educar, seu propósito maior como professor. Buscar o “diferencial”, usando de estímulos que tragam os alunos ao seu encontro, para que haja uma ligação maior que uma simples aula, mas aspectos que esses alunos possam levar a diante, para suas famílias, amigos e todos que passarem seu caminho, incluindo assim a futura sociedade da qual fará parte. Quando um indivíduo almeja um determinado objetivo insistentemente, ele esta sendo motivado. Machado (1997, p. 175) considera que a “motivação é a insistência em caminhar em direção a um objetivo”.

    A motivação tornou-se um problema de ponta em educação dado que a sua ausência é sinônimo de fraco investimento pessoal o que se reflete na qualidade de execução das tarefas de aprendizagem, no desenvolvimento do potencial do aluno (Nichols, 1984; Sternberg, 1998) e também no seu percurso escolar. E esse diferencial que nos referimos se trata dos meios que devemos usar para chamar a atenção dos alunos para a atividade física, buscando vontades e desenvolvendo aspectos motivacionais que façam com que esses alunos tenham prazer em praticar tais atividades físicas.

    Magill (1984) citado por Moreno et al. (2006) relaciona a motivação à palavra motivo, como uma força intrínseca, um impulso, um propósito, levando o indivíduo a atuar de determinada forma dirigindo as suas ações e a intensidade dos esforços para atingir um objetivo.

    Nossa proposta seria de proporcionar aos alunos/atletas, uma vivência de atividades esportivas e provocar a exploração das próprias possibilidades e limitações corporais, a fim de apresentar um mundo ainda desconhecido para o aluno e desenvolver suas capacidades físicas e cognitivas, assim gerando novos conhecimentos das atividades dadas. As aulas de Educação Física contemplam em si uma imensa variedade de conteúdos, atividades de manifestações corporais criadas pelo homem ao longo dos anos. Podendo ser classificadas como: esportes, jogos, brincadeiras, danças, ginásticas, lutas e outros (COLETIVO DE AUTORES, 1992).

    Em meu estágio de Educação Física em esporte e alto rendimento, realizado em uma escola particular de Porto Alegre, com alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, contemplando todas as categorias, matriculados nas escolinhas esportivas, sendo as aulas são realizadas no período da tarde, em turno inverso ao escolar, no ginásio poliesportivo da escola.

    Segundo Ribeiro (2003):

    O papel fundamental que o futebol teve na construção da identidade nacional brasileira, na medida em que foi se transformando numa "paixão nacional", compondo de maneira significativa o mosaico da cultura política nacional. Assim como o carnaval e o samba, o futebol é um dos patrimônios culturais brasileiros.

    Apesar de saber que o futebol faz parte da identidade e da cultura nacional brasileira, sabe-se que não devemos nos esquecer das outras atividades, como a dança, por exemplo, também citado acima por Ribeiro (2003). Após, juntamente com o professor da turma e os próprios alunos, conseguimos organizar o conteúdo a ser trabalhados nas aulas.

    A Educação Física Escolar além de ter um papel no desenvolvimento do aluno, tanto na parte física como na parte cognitiva, possui um conteúdo muito amplo a ser trabalhado, como esportes, jogos, danças, lutas, brincadeiras e outros. O professor tem um papel importante de educar e desenvolver seus alunos, pois ele deve sempre estar atento no objetivo e nas práticas dadas em aula, para que seus alunos tenham uma motivação, assim tendo uma maior participação e envolvimento juntamente com o restante da turma.

Metodologia

    A motivação é uma variável-chave no desporto, tanto na aprendizagem como no desempenho na competição. Portanto, é necessário admitir que os fatores motivacionais não são os únicos que influenciam na conduta, e nem todas as variáveis motivacionais são igualmente fáceis de influenciar (MARTÍNEZ e CHIRIVELLA, 1995).

    Neste estudo participaram 20 alunos adolescentes do sexo masculino, do Ensino Médio do Colégio La Salle Dores, localizado no município de Porto Alegre – RS, no 1º semestre do ano letivo de 2012, tendo por objetivo principal da pesquisa a identificação dos aspectos motivacionais que levam os alunos a prática das escolinhas/equipes de futsal em turno inverso, bem como as suas motivações durante as práticas da mesma.

    Foi utilizado como instrumento de pesquisa uma adaptação do “Questionário de Motivação para as Atividades Desportivas” - (QMAD). Trata-se de uma versão traduzida e adaptada por Serpa (1992), com base em um instrumento originalmente desenvolvido por Gill et al. (1983), denominado de “Participation Motivation Questionnaire” - (PMQ), para determinar as principais motivações para a prática dos alunos, o que faz com que os alunos gostem das aulas, mas também determinar as motivações que mais contribuem para a não participação dos mesmos nas aulas de Educação Física, aqui adaptado para as aulas de escolinhas desportivas.

    Além do questionário, foi criado um pequeno inventário, de 4 questões, com o intuito de descobrir os motivos que fazem dos alunos/atletas optarem pelo alto rendimento, pelo esporte recreativo ou pelo abandono do mesmo.

    A aplicação do questionário ocorreu durante o tempo de aula, tendo os alunos colaborado com base no voluntariado e dispondo do tempo necessário para responder a todas as questões. Não houve limite de tempo de resposta aos alunos, verificando-se que todo o processo ocupou cerca de três horas.

    Os materiais que foram de suma importância para a coleta de dados procederam de livros de leitura corrente, artigos científicos, revistas científicas, dissertações de mestrado e doutorado e documentos governamentais.

Resultados e análise de dados

    Podemos dizer que é coerente afirmar que o ser humano não vive sem ser motivado a algo, que cada passo que buscamos, cada processo de vida que enfrentamos está ligado as nossas motivações intrínsecas ou extrínsecas. “Vários fatores são capazes de motivar o ser humano em seu dia-a-dia, tanto de forma interna como externa” (MACHADO, 1997, p. 167). Para tanto se tornam necessários estímulos externos, para nossa auto-estima, nossos prazeres, confiança e mais fatores que nos elevem positivamente. E com os alunos na escola não é diferente. A motivação pode ser o principal fator a influenciar no comportamento de uma pessoa no processo ensino-aprendizagem, pois ela influi, com muita propriedade, em todos os tipos de comportamentos, permitindo um maior envolvimento ou uma simples participação em atividades que se relacionem com: aprendizagem, desempenho e atenção (GOUVEIA, 2007).

    Então, como busca sobre os principais estímulos e motivações que levam os alunos a prática regular de atividades físicas, no caso, as atividades esportivas em escolinhas, viu-se que estão relacionados vários fatores entre os mais “buscados” pelos alunos com essa prática, além do por que (estímulos) de sua permanência nas aulas e também os motivos relacionados à desistência da prática dos mesmos. Gouveia (2007, p.32) ainda afirma que, “sem a presença da motivação, os alunos não exercerão as atividades ou então, farão mal o que for proposto. A motivação em questão é a responsável”. Machado (1997, p.173) descreve a motivação como “estado interior, emocional capaz de despertar o interesse ou a inclinação do indivíduo para algo”.

    No presente estudo, os resultados revelam uma motivação maior dos alunos quanto a sua participação das aulas/treinos, identificando as questões que dizem respeito ao “gostar de aprender novas habilidades” e “a importância de aumentar os conhecimentos sobre esportes”, respondendo totalmente importante para ambas as afirmações.

    Constata-se que nessas duas afirmações, o papel do professor de Educação Física se faz muito presente, visto que é ele que tem em suas mãos a incumbência e a oportunidade de oportunizar novas habilidades e conhecimentos a seus alunos, tanto em suas aulas práticas, quanto nos conhecimentos teóricos. Para Feijó (1998, p.63), “motivar é todo um processo de mobilização de todas as necessidades existentes ou pré-existentes, necessidades estas que estejam relacionadas aos diferentes tipos de comportamentos, que sejam capazes de satisfazê-las”.

    Nas afirmações que diziam respeito ao gosto e continuação nas aulas/treinos, os alunos responderam, quase que unanimemente como totalmente importante para “o treinador e/ou meus colegas reconhecem minha atuação” e “sinto-me integrado ao grupo”, onde se torna notável a questão social envolvente nas atividades físicas, tanto se referindo aos demais colegas quanto ao próprio professor/treinador e seu reconhecimento pós-atividades.

    Já a questão que referia os motivos que eles não gostavam dos treinamentos, suas respostas vieram de encontro primeiramente ao professor/treinador, na afirmação “não sinto prazer na atividade proposta” e por outro lado, referindo à questão social novamente “não me sinto integrado ao grupo”. A primeira faz-se notar o quanto a aula/treino do professor de Educação Física, ou treinador e seus conhecimentos e motivações durante a mesma são necessários para os sucessos de treino/aula, aluno/atleta e professor. A segunda afirmação vem de encontro ao social, o medo de não estar em grupo, o que sabidamente é visto nas aulas de Educação Física, que é mesmo tendo por um dos objetivos principais desenvolver o ser humano integralmente, tanto nos aspectos motor, cognitivo e sócio-afetivo, buscando a integração de todos esses aspectos para tornar sua aula em um momento prazeroso e de futura autonomia por parte de todos os presentes. Machado (1997, p. 179) descreve que a “motivação refere-se ao comportamento prazeroso e satisfatório obtido por realizar uma atividade”.

    Os treinos das escolinhas de futsal, sendo em turno inverso ao das aulas, e na própria escola pode ser um fator que influencie na presença e na motivação do aluno, uma vez que o aluno não precisa sair da escola, unindo então outro lado que vale muito nessa hora, a preocupação e/ou falta de tempo dos pais e familiares. Assim, além de ser uma atividade física, que gera saúde e participação do aluno/atleta, os pais ficam “tranquilos” com o tempo ocioso de seus filhos e os incentivam a participar das escolinhas esportivas.

    Os resultados mostraram que os alunos participam dos treinos das escolinhas, porque gostam da atividade física e possuem uma vontade de aumentar seus conhecimentos dos conteúdos dados, e também de aprender novas habilidades ou por estarem integrados a um grupo. Foi constatado também que eles não gostam principalmente quando os colegas zombam de suas falhas, assim certo constrangimento com a situação, de ter errado alguma coisa.

    Portanto, o que nos cabe enquanto professores é esse olhar diferenciado, tanto para os treinos nas escolinhas esportivas quanto para as aulas de Educação Física, uma vez que em todas as afirmações o que mais se viu foi a motivação extrínseca, partindo do professor/treinador, visto que desde o início, os processos onde encontramos nossos alunos, lhes conhecendo, identificando suas dificuldades, suas realidades, e por fim oportunizando a eles uma aula diferenciada, onde se aprenda além das matérias, onde se ensine e se aprenda os valores humanos, valores as vezes perdidos, muitas vezes esquecidos, mas que podem e devem ser vistos na escola, onde tudo se inicia, mas também nos clubes, na rua e, principalmente, na vida, mesmo que não tenhamos o poder de interferir 100% na vida desses alunos/atletas, temos a obrigação de ocupar a maior parte que pudermos na vida de cada um deles.

Considerações finais

    Procurou-se estudar neste artigo a motivação dos alunos/atletas, na prática e treinamento das escolinhas de futsal do Colégio La Salle Dores, escola particular do município de Porto Alegre, onde quase todas as equipes e categorias participam de competições durante o ano inteiro, sejam escolares, sejam entre clubes, o processo competitivo vem sendo trabalhado fortemente na escola, claro que com seus cuidados e metodologias respeitados pelos professores de Educação Física.

    O estudo deste artigo só comprovou o quanto é importante a Educação Física, e principalmente os esportes coletivos, para o desenvolvimento do aluno. E que nós como professores devemos proporcionar diferentes meios de ensino e conteúdos, a fim de promover este desenvolvimento. O aluno tem que saber por meio do professor/treinador que esta ali para aprender, e nesse processo de aprendizagem é natural errar para buscar o objetivo desejado. A Educação Física deve ter um papel de aprendizagem, por tanto de ensino e não de auto rendimento esportivos, onde é o que ocorre na maioria das vezes. Atividades de recreação e cooperação, além de serem motivacionais para a prática, podem contribuir para a formação do aluno e agregar valores no indivíduo, como respeito ao outro, por exemplo, principalmente nas fases de iniciação. Também com diversas outras práticas podemos fazer com que o aluno experimente e realize vivencias dos mais variados tipos, para que o mesmo possa levar este gosto pela atividade para o resto de sua vida. Além disso, a prática de atividade física, conforme já discutimos é capaz de contribuir para o desenvolvimento integral do individuo. E os alunos/atletas manifestaram o desejo de experimentar novos desafios e emoções, fato este que comprova a necessidade de uma renovação educativa escolar visando uma melhoria na qualidade de ensino.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 197 | Buenos Aires, Octubre de 2014
© 1997-2014 Derechos reservados