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Lesões mais comuns em jogadores profissionais de futebol de campo

Las lesiones más comunes en los jugadores profesionales de fútbol de campo

 

Universidade do Extremo Sul Catarinense-UNESC

Unidade Acadêmica de Humanidades Ciências e Educação

Departamento de Educação Física

Criciúma, Santa Catarina

Elder Klein Simionato

bra@unesc.net

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo tem como objetivo central identificar as lesões mais comuns que atingem os atletas profissionais de futebol de campo. O estudo aborda a complexidade destas seqüelas que impedem que o esportista desempenhe sua função normalmente. Propõe ainda em abordar se a posição exercida pelo jogador em campo tem alguma influência na incidência destas lesões. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde os dados e relatos foram encontrados em livros, publicações ‘’on-line’’ e artigos científicos voltados ao setor de preparação física. Resultados: mostraram as lesões mais comuns que atingem os jogadores profissionais de futebol: Estiramento muscular, localizado na coxa, Ruptura de ligamento de joelho e torção articular, localizado no tornozelo. A alternativa mais viável é a redução de jogos durante o ano, uma melhoria no calendário. Pois, os jogadores sofrem com lesões devido ao excesso de jogos durante o ano, o que acumula cansaço, sobrecarga muscular e pouco tempo de treinamento.

          Unitermos: Lesões. Jogadores de futebol. Condicionamento.

 

Abstract

          This study is mainly aimed to identify the most common injuries that affect professional athletes football field. The study addresses the complexity of these sequelae that prevent the athlete performs its function normally. It also proposes to address the position held by the player on the field has some influence on the incidence of these injuries. This is a literature search, where data and reports were found in books, publications'' online'' and scientific articles related to the fitness industry. Results: showed the most common injuries that affect the professional football players: Pulled calf muscle located in the thigh, knee ligament Break and torsion joint, located at the ankle. The most viable alternative is the reduction of games during the year, an improvement on the calendar. Therefore, players suffer injuries due to excessive games during the year, which accumulates fatigue, muscle overload and short time of training.

          Keywords: Injuries. Players soccer. Conditioning.

 

Recepção: 16/07/2014 - Aceitação: 28/09/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 197, Octubre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Mundialmente conhecido como o “País do Futebol”, o esporte não foi inventado no Brasil, contudo, se propagou por todas as camadas sociais da nação. Prova disto é o dia 16 de Julho, lembrado como o Dia Nacional do Futebol. A data foi homologada pela então Confederação Brasileira de Desportos (CBD), em referência a fundação do time mais antigo do Brasil, o Sport Clube Rio Grande, que leva o nome da cidade gaúcha, onde foi criado no dia 19 de julho de 1900, de acordo com Máximo (2011).

    O primeiro jogo de futebol no Brasil ocorreu em 15 de abril de 1895 envolvendo trabalhadores de empresas da Inglaterra, que estavam em São Paulo. No começo, o esporte era exclusividade da camada mais rica da população e era proibida a participação de atletas negros. De acordo com Saldanha (1971), Charles Miller é conhecido como o “pai do futebol no Brasil”.

    Segundo Medina e Tega (2013), após a divulgação do calendário para temporada 2014, no dia 20 de setembro de 2013, uma iniciativa inédita iniciou em todo o país, promovida por atletas das séries A e B. Com o lema “Por Um Futebol Melhor para Todos”, o Bom Senso Futebol Clube (F.C.), união dos jogadores das principais divisões do futebol brasileiro, surgiu para defender causas como maior tempo de pré-temporada, férias adequadas para os jogadores, pagamentos em dia e reformulação do calendário brasileiro.

    Para Chiminazzo (2013), o curto período de preparação não possibilita corrigir determinados desequilíbrios funcionais e neuromusculares dos jogadores, acumulados em temporadas anteriores ou advindos do próprio período de férias. Dependendo das características individuais dos atletas, estes desequilíbrios poderão ser maiores ou menores, mas provavelmente se arrastarão para toda a carreira do futebolista, trazendo malefícios e seqüelas, pouco consideradas quando se organizam os calendários.

    Este trabalho abordará as lesões mais comuns que atingem os profissionais do futebol em solo brasileiro. Conseqüentemente, as características e os agravantes de cada tipo de lesão também serão detalhados no decorrer desta pesquisa bibliográfica, na qual as informações e relatos foram retirados de passagens de livros, publicações on-line e artigos científicos. Para Jankoski, Neves e Schnaider (2013), a pesquisa bibliográfica é o levantamento de um determinado tema, processado em bases de dados nacionais e internacionais que contêm artigos de revistas, livros, teses e outros documentos. Como resultado obtém-se uma lista com as referências e resumos dos documentos que foram localizados nas bases de dados.

2.     Referencial teórico

2.1.     História do futebol

    Para entender a atual situação dos jogadores do futebol nacional é preciso conhecer os primeiros passos do esporte em solo brasileiro. Há relatos de um jogo chamado “Gioco del Calcio” que surgiu na Itália Medieval, sendo praticado por 27 jogadores de cada time, de acordo com Máximo (2011).

    No século 17, o jogo “Gioco de Cálcio” chegou ao território inglês, onde foi totalmente organizado. O campo ganhou medidas e os arcos retangulares foram chamados de gol. Com regulamentação mais clara e pacifica, o esporte começou a se popularizar no país. Conforme Máximo (2011), a posição de guarda redes ou goleiro foi criada por volta de 1871 e este jogador passou a ser o único que poderia usar as mãos para tocar na bola e sua atuação ficou restrita a área perto do gol. Nos anos seguintes, o progresso foi relâmpago e o futebol ganhou diversas regras como a limitação de 90 minutos para partida, a criação do pênalti e o impedimento.

3.     Lesões mais comuns em jogadores de futebol

3.1.     Estiramentos musculares

    Para Lopes (2014), a coxa é formada por várias fibras que, na hora do movimento, escorregam umas sobre as outras. Quando o movimento não é harmônico ocorre um estiramento. Durante o chute, por exemplo, o músculo está contraído para produzir a força contra a bola e, de repente, você o estende. Os músculos posteriores são as principais vítimas. Eles podem simplesmente travar (contratura) ou mesmo se romper.

    Conforme Weineck (1986), a vulnerabilidade dos músculos posterior da coxa, observada, sobretudo nos jogadores de futebol, é devida em parte a acentuada distensão que estes músculos sofrem durante os movimentos bruscos de flexão. Por isso, são relativamente freqüentes os estiramentos musculares, em caso de fadiga excessiva, assim como na falta de exercícios preliminares suficientes para promover o aquecimento dos músculos antes do início do jogo.

    Conforme Teixeira (2010), o que pode acarretar o estiramento muscular são agravamentos como deficiências de flexibilidades e fatores ligados a treinos e cansaço muscular. Outros fatores como o estado de condicionamento físico do atleta, condições climáticas e o estado de equilíbrio emocional, contribuem para o mecanismo da lesão. Além disso, o ato de chutar uma bola exige que os músculos e tendões sejam estendidos rápida e violentamente, o que causa uma enorme propensão aos estiramentos.

    Os estiramentos são classificados de acordo com as dimensões da lesão em Grau 1, Grau 2 e Grau 3, conforme Quintana (2010). No Grau 1 ocorre o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares. A dor é localizada em um ponto específico, surge durante a contração muscular contra resistência e pode ser ausente no repouso. Ocorrem danos estruturais mínimos, a hemorragia é pequena, a resolução é rápida e a limitação funcional é leve.

    Neto (2003) afirma que no se refere às lesões de Grau 2, a quantidade de fibras lesionadas e a gravidade da lesão costumam ser maiores, além de conservarem as mesmas características da lesão de primeiro grau. A única diferença é que esses fatores se apresentam com maior intensidade. Os sintomas são: dor moderada, hemorragia, processo inflamatório local mais acentuado e redução da função muscular. Com relação ao Grau 3, Quintana (2010) relata que a lesão acontece normalmente desencadeando uma ruptura de grande parte ou de todo músculo. A dor pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contração muscular passiva.

3.2.     Torção articular

    Segundo Lopes (2010), o tornozelo sofre com a rápida movimentação do futebol moderno. Para piorar, os tornozelos são mais vulneráveis a pancadas e aos buracos do campo. As lesões mais comuns são torções (ou entorses) nos ligamentos que conectam os pés aos ossos da perna. A mesma situação é apresentada por Fernandes (2011), que ainda aponta as falhas nos gramados dos estádios como responsáveis por parte destas lesões provocadas por uma excessiva distensão dos ligamentos e das restantes estruturas que garantem a estabilidade da articulação.

    Gray (1984) ainda explica que se a distensão for pequena, o jogador ainda tem condição de levantar e até retornar ao jogo, contudo, sua condição física deve ser preservada sempre em primeiro lugar. No caso do atleta precisar voltar ao campo, por ventura se a equipe já realizou as três substituições previstas, o derrame não irá parar. Ao contrário, o esforço vai causar mais inchaço, dor e desconforto, no momento em que a partida for encerrada e a chuteira for retirada, causando o rompimento dos tecidos do pé, que levará mais tempo para a recuperação completa do jogador.

    De acordo com Renstrom e Peterson (2001), a articulação do tornozelo é uma das áreas que mais sofre lesões em esportes. O mecanismo de lesão mais comum é a entorse da planta e do dorso do pé para dentro (supinação – rotação medial). Outra lesão comum é a entorse da sola e do dorso do pé para fora (pronação – rotação lateral).

    A recorrência de uma lesão do tornozelo é comum: 50% a 75% dos pacientes sofrem torções recorrentes e 25% relatam torções freqüentes, sendo que jogadores de futebol que já sofreram uma lesão no tornozelo têm duas a três vezes mais chances de sofrer outra que aqueles sem história clínica de lesão.

3.3.     Ruptura de ligamentos de joelho

    A principal causa de lesões no joelho é a atividade atlética, principalmente, em atletas inadequadamente condicionados, com preparação deficiente, má coordenação motora e desenvolvimento muscular inapropriado. Conforme Abdalla (2003), o aumento do interesse por atividades esportivas, bem como a vulnerabilidade e complexidade anatômica da articulação do joelho justificam um aumento crescente do número de paciente com lesões ligamentares.

    De acordo com Lopes (2014) os movimentos de rotação são os culpados pelas lesões no joelho. As mais comuns são rompimentos (total ou parcial) do ligamento cruzado anterior, do ligamento colateral-tibial e do menisco.

    Ainda de acordo com Rolf (1986), uma causa freqüente de lesão é a posição inicial com o joelho flexionado e a perna rodada lateralmente. Quando, em seguida, flexionamos o joelho e o forçamos medialmente, o ligamento colateral tibial é alongado, podendo com isto romper o menisco, que está firmemente posicionado entre o fêmur e a tíbia.

    Conforme Renstrom e Peterson (2001), lesões no ligamento cruzado anterior (LCA) são as mais comuns para o joelho, a perda de um ligamento cruzamento anterior não produz somente cinética anormal, mas, também freqüentemente resulta em grandes mudanças degenerativas no joelho. Esse tipo de lesão pode acontecer com um impacto de torção, assim como em rotação interna e hiperextensão ou em rotação externa e valgo.

    A incidência de lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) tem aumento nos últimos anos. A lesão do LCA pode ser total ou parcial. Em algumas situações, o coto do LCA fica aderido a sinovial do ligamento cruzado posterior (LCP), dando a falsa idéia de um joelho normal, explica Cohen e Abdalla (2003).

    Já as rupturas no ligamento cruzado posterior (LCP) do joelho não são muito comuns, consistem apenas 5% a 10% das rupturas ligamentares de todos os maiores ligamentos do joelho, afirmam Renstrom e Peterson (2001).

    Merck (2010) cita que o joelho é uma articulação freqüentemente lesionada em jogadores de futebol. Impactos diretos (quando o atleta é derrubado ou leva uma pancada) ou indiretos (girando ou torcendo) podem afetar ligamentos (principalmente, o ligamento cruzado anterior), tendões ou cartilagens. Segundo Santos (2007), a recuperação do atleta pode variar em função do tratamento escolhido, levando de seis a nove meses para retornar a prática da modalidade.

3.4.     Lesões mais comuns em jogadores de futebol

    Para Betting (2008), como esporte, o futebol tem sofrido muitas mudanças nos últimos anos, principalmente, em função das exigências físicas cada vez maiores, o que obriga os atletas a trabalharem perto do limite máximo, com maior possibilidade de lesões.

    Cohen e Abdalla (2003), o futebol apresenta como característica a presença de movimentos bruscos a cada seis segundos, facilitando a ocorrência de lesões e necessitando de um trabalho de recuperação intenso, principalmente. Normalmente, um jogador apresenta-se com a posse de bola no máximo, dois minutos durante o jogo inteiro, porém, realizado constantemente um trabalho de marcação.

    Ainda segundo Cohen e Abdalla (2003), a incidência de lesões varia de 10 a 35 por cada mil horas de jogos, acreditando-se que um jogador pratica em média cem horas de jogo por ano, estimando-se que cada atleta tenha pelo menos uma lesão por ano. Cada jogador sofre em torno de 1,78 lesões por ano, que 35% destas lesões ocorrem durante os treinamentos.

    O futebol apresenta-se como um jogo de extremo contato físico, sendo que cerca de 50% das lesões decorrem do trauma direto de jogador contra adversário, salientando a importância dos árbitros no sentido de coibir a violência dos jogadores.

    Para Chiminazzo (2013), quando o período (estimado entre 4 e 6 semanas) de preparação básica da equipe não é respeitado, compromete-se a construção de uma base fisiológica sólida e aquisição das reservas energéticas que permitirão aos atletas sustentar, em alto nível, todas as exigências de uma temporada longa e intensa.

    Desta forma, há a necessidade de orientação sobre lesões no esporte desde as categorias de base até as equipes profissionais. Além disso, o tratamento errado de uma determinada lesão pode gerar muito sofrimento ao jogador machucado ou até mesmo encerrar sua carreira de forma precoce. Lesões mal curadas só fazem aumentar os riscos de novas lesões.

    Contudo, a incidência mais comum de lesões em determinados jogadores ocorre devido à função tática. De acordo com Arliani (2011), os atletas mais acometidos são os meio-campistas e atacantes, os goleiros sendo os menos afetados por lesões no futebol. Os meias e atacantes, conforme Neto (2003) se machucam mais, pois, durante os jogos são mais exigidos fisicamente e efetuam ações como dribles e outras jogadas de maneira excessiva, além de percorrerem distâncias maiores em grande velocidade, o que aumenta a chance de lesão consideravelmente.

    Segundo dados do Centro de Pesquisa e Estudo Médico da FIFA, F-MARC (2012), no futebol as lesões mais comuns acometem os membros inferiores (70 a 80%) dessas a maioria envolvem as articulações do joelho, tornozelo e estiramentos musculares, principalmente, que afetam as coxas. A mesma opinião é comprovada por Merck (2010) ao apontar que as lesões mais recorrentes em atletas do futebol de campo são distensões nos tornozelos, lesões musculares (estiramentos nas coxas) e nos joelhos.

    Em uma análise epidemiológica das lesões em atletas de futebol profissional do Sport Clube do Recife, Santos (2007) constatou-se que em 49 lesões ocorridas em atletas participantes desta pesquisa, os membros inferiores obtiveram 75,51% de prevalência em relação às demais partes do corpo; nos membros inferiores, a coxa demonstrou uma incidência de 40,81%, seguida do joelho (16,31%) e do tornozelo (12,24%); outro dado interessante desta pesquisa foi em relação ao diagnóstico, onde as lesões musculares (51,02%) tiveram a maior freqüência, ganhando para as ligamentares (28,57%) e as por trauma direto (12,24%).

    Segundo Quintana (2010), em um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi possível constatar que a grande maioria das lesões ocorreu em membros inferiores (72,2%), distribuindo-se da seguinte forma: 34,5% na coxa; 17,6% no tornozelo e 11,8% no joelho. Corroborando com esta informação, Gonçalves (2000) verificou que contato direto entre os jogadores e com a bola, mais as características dos jogos parecem ser o que torna os membros inferiores mais vulneráveis.

    A observação permite confirmar a grande incidência de lesões sobre o membro inferior, como também demonstra a freqüência e gravidade de lesões no joelho. De acordo com Ekstrand (1994), o risco de um jogador se lesionar durante um jogo é superior do que durante o treino, sendo que o risco de se lesionar durante o jogo aumenta com o nível competitivo. Já a média do risco de lesão nos treinos foi de 2,9 lesões /1000 horas de treino. Enquanto que o risco de lesões nos jogos foi de 32,2 lesões/1000 horas de exposição, durante o período de estudo, sendo que, durante o torneio, o risco foi de 35,6 lesões/1000 horas.

    A maior parte das lesões ocorre durante os jogos e quando realizada uma estimativa baseada nos dados existentes atualmente conclui-se que cada jogador apresentará, em média, uma lesão por ano.

3.5.     Tabela de incidência das lesões em jogadores de futebol profissionais segundo pesquisas de 1994 a 2014

Autor

Artigo

Local da lesão

Tipo de lesão

Porcentagem

Ekstrand (1994)

Injuries in Soccer: Prevention. Clinical Practice of Sports Injuries -Prevention and Care

Tornozelo

Torção articular

27,6%

 

 

Coxa

Estiramento muscular

21,3%

 

 

Joelho

Ruptura de ligamento

15%

Cohen e Abdalla (2003)

Lesões Ortopédicas no futebol

Coxa

Estiramentos musculares

34,5%

 

 

Joelho

Ruptura de ligamento

11,8%

 

 

Tornozelo

Torção articular

17,6%

 

Tatsch (2006)

Futebol ocasional é o esporte que mais provoca lesões

Coxa

Estiramentos musculares

34,5%

 

 

Tornozelo

Torção articular

17,6%

 

 

Joelho

Ruptura de ligamento

11,8%

Santos (2007)

Análise epidemiológica das lesões em atletas de futebol profissional do Sport Club do Recife em 2007

Coxa

Estiramentos musculares

40,81%

 

 

Joelho

Ruptura de ligamento

16,31%

 

 

Tornozelo

Torção articular

12,24%

Quintana (2010)

Lesões mais freqüentes no futebol

Coxa

Estiramentos musculares

34,5%

 

 

Joelho

Ruptura de ligamento

11,8%

 

 

Tornozelo

Torção articular

17,6%

 

 

Outras lesões

 

35,9%

Arliani (2011)

Medicina esportiva: lesões no futebol

Coxa

Estiramentos musculares

38,5%

 

 

Joelho

Ruptura de ligamento

17,3%

 

 

Tornozelo

Torção articular

12,7%

 

Fernandes (2011)

Relação das lesões sofridas por jogadores de futebol com o excesso de treinamento e competições

Coxa

Estiramento muscular

39,2

 

 

Joelho

Ruptura de ligamento

13,4%

 

 

Tornozelo

Torção articular

17,9%

Centro de Pesquisa e Estudo Médico da FIFA (F-MARC) (2012)

Saúde dos atletas: lesões comuns

Coxa

Estiramentos musculares

40,3%

 

 

Joelho

Ruptura de ligamento

19,5%

 

 

Tornozelo

Torção articular

15,7%

 

Lopes (2014)

Quais são as principais lesões de um jogador de futebol?

Coxa

Estiramentos musculares

34,5%

 

 

Joelho

Ruptura de ligamento

11,8%

 

 

Tornozelo

Torção articular

17,6%

 

Klein Simionato (2014)

    Praticamente todos os autores acima citados tiveram resultados bem parecidos em relação às lesões mais causadas e agravadas no jogador de futebol profissional. Através da tabela observa-se que as três lesões mais freqüentes foram na coxa com os estiramentos musculares, seguido de ruptura de ligamento de joelho e torção articular localizada no tornozelo dos atletas. Esses dados corroboram as estatísticas quanto às lesões mais comuns no futebol. Com isso, o resultado das porcentagens também foi parecido de acordo com os motivos que mais levam atletas de futebol profissional para os departamentos médicos dos clubes brasileiros.

    Desta forma, fica evidente que o futebol está cada vez mais competitivo e exigindo que os atletas atuem no limite devido à carga de treinos, jogos, tempo inapropriado para recuperação e o calendário muito limitado. O excesso de jogos exigidos pelo calendário também força os atletas a trabalhar com menor tempo de recuperação entre os jogos, o que dificulta a manutenção de 100% da condição física para a maior parte dos jogos e desencadeia desgastes e lesões musculares.

4.     Considerações finais

    Conclui-se que as lesões que mais agravam no jogador profissional, são as três citadas no desenvolvimento do trabalho, estiramentos musculares, torção articular e ruptura de ligamento de joelho, além dos jogadores que atuam no meio de campo e no ataque, que são os mais afetados com lesões, pois, são os mais exigidos fisicamente durante as partidas. Por fim, a alternativa para se diminuir o índice de lesões nos jogadores é a melhoria de um calendário para 2015 mais decentes para os clubes de elite para qualificar o condicionamento físico, ampliar o tempo de recuperação dos atletas entre os jogos, melhorar a qualidade técnica das partidas e, conseqüentemente, reduzir a incidência de lesões entre os jogadores de futebol de campo.

    Fontes de Financiamento: Não houve fonte de financiamento.

    Vinculação Acadêmica: Este artigo representa parte de um Trabalho de Conclusão do Curso de Educação Física – Bacharelado, pela Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.

Referências

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