efdeportes.com

Fatores motivacionais que implicam na busca 

por exercícios de alta intensidade e curta duração

Factores motivacionales que se involucran en la búsqueda de ejercicios de alta intensidad y corta duración

 

*Discentes do Curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira.

**Docente do curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira

Mestre e Doutor em Educação Física

Cristiane Santana*

Érica Peixoto Silva*

Ademir Schmidt**

larissarosa@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A atividade física tem sido apresentada diariamente nos meios de comunicação como uma grande solução para muitos dos males de saúde que atingem as diversas camadas da população. Uma das atividades mais procuradas atualmente é o treinamento intervalado de alta intensidade, do inglês high-intensity interval training (HIIT), caracterizado por séries repetidas de exercícios intermitentes breves, realizados com esforço total ou com intensidade próxima a provocar o consumo máximo de oxigênio (ou seja, ≥90% do VO2max). Nos últimos anos, foi mudado o conceito de que a atividade física precisa ser praticada por, pelo menos 60 minutos. Logo, administrar um tempo para se exercitar não é fácil, sendo assim, o HIIT pode ser facilmente incluído na rotina das pessoas, pois um dos seus fundamentos se apoia no conceito de que a atividade física pode ser fracionada em períodos menores durante o dia. Nesse sentido, o estudo objetivo averiguar os possíveis fatores motivacionais que implicam na busca por exercícios de alta intensidade e curta duração. Como instrumento utilizou-se um questionário composto de 15 perguntas fechadas de múltipla escolha e que foi aplicado a 55 mulheres, com faixa etária entre 20 e 50 anos que praticam atividades físicas de alta intensidade em duas academias de médio porte situada no setor Bueno em Goiânia - GO. Os resultados mostram que muitas mulheres enfatizam a busca pelo corpo perfeito, de acordo com a idealização fortemente influenciada pela mídia. Um achado importante é que a busca pelo corpo idealizado é encarada como fator motivacional para as mulheres, além de acreditarem que buscam saúde e bem-estar na atividade física.

          Unitermos: Treinamento de alta intensidade. Saúde. Motivação.

 

Recepção: 05/06/2014 – Aceitação: 16/09/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 197, Octubre de 2014. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    O dia sempre muito dinâmico nos impede de fazer muitas coisas quando relacionadas a prática de lazer e saúde. A falta de tempo acaba se tornando uma das principais desculpas adotadas pelas pessoas para justificar a falta da prática de atividade física. Ir à uma academia e fazer algo que não esteja em comum acordo com seu espírito esportivo, é desanimador. Diariamente escuta-se nas relações interpessoais que o tempo é curto ou que a correria e o cansaço do dia a dia impedem a realização da atividade. Porém, cada vez mais sofremos influências da mídia em relação ao corpo e saúde, possibilitando a conscientização da importância de se praticar exercícios físicos.

    Nesse sentido, Thompson (2013), ressalta a importância de definir e identificar o modismo e a tendência. O primeiro aspecto refere-se ao fato das pessoas aderirem a uma moda com muito entusiasmo por um curto período de tempo, enquanto que a tendência, de maneira geral causa mudança na maneira como as pessoas se comportam ao longo do tempo.

    A atividade física tem sido apresentada diariamente nos meios de comunicação como uma grande solução para muitos dos males de saúde que atingem as diversas camadas da população. Apesar desta frequente propaganda, percebe-se que muitas pessoas não conseguem se manter na prática por longos períodos, e a abandonam após pouco tempo, sem experimentar os reais benefícios de um programa contínuo de exercício físico, ou aderem à atividade com maior intensidade e pouca duração.

    A falta de tempo, para muitas pessoas, pode ser o vilão da história para o sedentarismo, porém, Guedes (2007) afirma que se tivermos de 30 a 45 min. disponíveis em 3 dias da semana para praticar atividade física e ter a orientação de um profissional qualificado, pode-se conseguir bons resultados quando o objetivo é condicionamento físico, emagrecimento, hipertrofia muscular, resistência física, entre outras.

    Ao longo da vida, passamos por diversas transformações biológicas, psicológicas e físicas, não havendo um marco específico para o processo de envelhecimento (SANTOS e KNIJNIK 2006). Neste caso, não se pode desprezar a importância da obtenção de conhecimentos na área da saúde mental e do bem-estar para que se possa compreender os efeitos da atividade física sobre o homem (HACKFORT, 1994).

    De certa forma a preocupação com a saúde e o forte apelo da forma física tem levado cada vez mais pessoas de todas as idades à prática de várias modalidades de atividade física, além da busca por bem-estar, estética, perda de peso, sociabilização e treinamento para competições (amadoras e profissionais), entre outros.

    Um conceito comum inserido na sociedade atual é que a prática de atividade física regular contribui para a saúde dos indivíduos e consequentemente, para o bem-estar.

    A Organização Mundial da Saúde – OMS (1997), afirma que saúde pode ser definida como bem-estar físico, social e espiritual, não apenas ausência de doença. Este princípio sugere que o exercício físico deve não apenas proporcionar melhora na performance do sujeito que a pratica, mas também em sua saúde (GUEDES, 2007).

    Ainda baseado nos conceitos da OMS, atividade física, é definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em dispêndio energético. Qualquer atividade de lazer, ocupacional e doméstica poderá́ ser incluída nesta definição.

    Uma pesquisa realizada em 27 capitais brasileiras, mostra que 60% da população brasileira não pratica atividade física. Especificamente em Goiânia, teve-se que 58% das pessoas entrevistadas não praticam atividade física, sugerindo então, que apenas 42% são praticantes (FLORINDO, HALLAL, MOURA, et. al. 2008).

    Embora existam várias modalidades de atividade física, para o cumprimento dos propósitos deste artigo optou-se por enfatizar apenas a modalidade de exercícios de alta intensidade, a qual refere-se a realização de repetições musculares até o ponto de falha muscular momentânea.

    O HIIT, high-intensity interval training (treinamento intervalado de alta intensidade), em geral se refere a sessões repetidas de exercício relativamente breve e intermitente, normalmente realizado com esforço total ou com uma intensidade próxima à que provoca oVO2max (por exemplo, 90% do VO2max). Dependendo da intensidade do treino, um esforço pode durar de poucos segundos até vários minutos, seguidos de alguns minutos de descanso ou de exercício de baixa intensidade. Diferentemente do treinamento de força, no qual se realizam esforços breves e intensos contra uma resistência pesada para aumentar a massa muscular, o HIIT é geralmente aplicado em atividades como o ciclismo e a corrida, sem induzir uma hipertrofia significativa das fibras (Ross & Leveritt, 2001). A formação tem em conta o número de repetições, a quantidade de peso, e a quantidade de tempo que o músculo está exposto à tensão, a fim de maximizar a quantidade de recrutamento de fibras musculares (PHILBIN, 2004). Vale lembrar que a intensidade está ligada a individualidade de cada praticante de atividade física.

    Através de observações realizadas no próprio campo de trabalho, percebeu-se a escassez de pesquisas brasileiras relacionadas às atividades de alta intensidade, uma vez que esta têm sido considerada uma das mais praticadas atualmente. Com isso, o interesse no aprofundamento e pesquisa sobre o tema.

    Sendo assim, buscou-se averiguar os possíveis fatores motivacionais que implicam na busca por exercícios de alta intensidade e curta duração.

2.     Exercícios de alta intensidade

    Esta modalidade se baseia em um programa de treinamento que dura cerca de 30 minutos, caracterizado por pequenas explosões de exercícios de alta intensidade seguidos por breves intervalos de recuperação (Thompson, 2013).

    Com o propósito de verificar as próximas tendências para 2014 na área fitness, a ACSM’s Health & Fitness Journal, entrevistou 28.924 profissionais desta área da Educação Física e o treinamento de alta intensidade foi ranqueado em primeiro lugar dentre outras 38 modalidades. Embora apresente muitos benefícios, tais como, ter um curto tempo de duração e oferecer resultados rápidos ao praticante, este tipo de atividade apresenta alto índice de risco de lesão, caso não seja bem supervisionado (THOMPSON, 2013).

    Os profissionais da área da saúde e os professores de Educação Física passam por inúmeros desafios durante o exercício da sua profissão. Dentre eles está o de ensinar e repassar com cuidado aos seus clientes e alunos o que aprenderam e passar segurança na execução dos exercícios, sempre idealizando a melhoria do bem-estar das pessoas que precisam do acompanhamento de um profissional capacitado (GOIS e BAGNARA, 2011).

    O exercício físico contribui de forma positiva para redução da gordura corporal. Porém todo programa de exercício deve ser associado a um acompanhamento nutricional e psicológico a fim de se obter um melhor resultado.

    Para Prati e Prati (2006), as atividades físicas desde que sejam controladas, planejadas e com objetivos claramente definidos (destinados à sua função), são importantes modificadoras de componentes estruturais e fisiológicos do corpo humano.

    Atualmente o treinamento de força é uma das modalidades de atividade física mais praticada pela população em geral. Crianças, jovens, adultos e idosos, de ambos os sexos, estão engajados em programas de treinamento de força com fins estéticos ou preventivos. O treinamento de força pode melhorar o desempenho motor, que por sua vez pode levar a um melhor desempenho em diversos jogos, esportes e atividade da vida diária (FLECK e KRAEMER, 2006).

    Estes mesmos autores acreditam que no treinamento de força possa ocorrer alterações na composição corporal, assim como na força, na hipertrofia muscular e no desempenho motor que muitos indivíduos almejam. Para obter alterações ótimas nessas áreas, os indivíduos devem seguir alguns princípios básicos. Esses princípios se aplicam independentemente da modalidade, do tipo ou do sistema do programa utilizado.

    O exercício prolongado de baixa intensidade, por promover uma maior utilização lipídeos no mecanismo de produção de energia para sua realização, tem sido amplamente prescrito para pessoas que necessitam reduzir seu percentual de gordura corporal. De fato, dados fisiológicos comprovam que quanto mais intensa a atividade, menor é a contribuição dos lipídeos no fornecimento de energia para o cumprimento da mesma (ACHTEN; GLEESON; JEUKENDRUP, 2002).

    No entanto diversas pesquisas sobre o assunto têm mostrado que o exercício de alta intensidade, além de promover um maior dispêndio de energia para uma mesma duração em relação a exercícios de baixa intensidade, provoca adaptações fisiológicas responsáveis por aumentar os níveis de gasto calórico do organismo tanto durante o repouso quanto em atividade (HUNTER; WEINSIER; BAMMAM; et. al, 1998).

    Desta forma, o treinamento intervalado de alta intensidade, capaz de combinar longas durações com altos níveis de intensidade, além de induzir adaptações fisiológicas capazes de elevar os índices de dispêndio energético do organismo, tem sido amplamente estudado e avaliado com a finalidade de promover o controle do peso corporal de indivíduos não-treinados.

2.1.     Fatores motivacionais

    O cérebro desempenha um papel importante em relação à prática de exercícios físicos. Além de ser o real executor dos movimentos, é ele quem determina sua motivação. Dar atenção para o fator psicológico antes de ir para academia é um cuidado bastante válido.

    Nota-se que os indivíduos que mais se mostram motivados, são aqueles que possuem maior clareza de seus objetivos e metas a serem alcançadas e portanto, apresentam maior grau de adesão a esse tipo de atividade, fazendo com que uma obrigação se torne um compromisso prazeroso e um estilo de vida (AMORIM, 2010).

    Neste sentido, pode-se citar algumas dimensões motivacionais, dentre elas a direção, intensidade e persistência, as quais relacionam-se com a seleção e preferência do exercício, intensidade e vigor, persistência e continuidade.

    Dentro da psicologia, cada vez que um indivíduo se depara com uma situação especifica, ou recebe um determinado estímulo, automaticamente, ele ativa todas as respostas (agressão, disputa, desejo, etc) equivalentes àquela situação a qual se encontram suas lembranças, o que, por sua vez, direcionará o seu comportamento de ação, chamada neuro-associação (MACHADO; CAMPBELL; BARBOSA et. al., 2012). A resposta oferecida pelo ambiente será somada às respostas anteriores, modificando ou reforçando determinados valores (BARAM, 2010).

    A relação entre aprendizagem e motivação é uma via de mão dupla. Ao mesmo tempo que um indivíduo pode aprender em função de sua motivação, pode também motivar-se a partir da possibilidade de aprender mais, uma vez que a motivação é um fator essencial na construção da aprendizagem, pois atua nos processos de manutenção do comportamento, aumentando ou diminuindo sua intensidade e frequência. (AMORIM, 2010).

    No entanto, no decorrer da vida de uma pessoa, a importância dos fatores pessoais e situacionais, podem mudar, dependendo das necessidades e oportunidades atuais (SAMULSKI, 2009).

    Não se pode pensar em motivação sem lembrar do motivo, que é a base do processo motivacional. O motivo é a mola propulsora responsável pelo início e manutenção de qualquer atividade executada pelo ser humano (ISLER, 2002). Cada pessoa possui duas tendências motivacionais: a tendência de procurar sucesso – capacidade de vivenciar orgulho e satisfação na realização da tarefa; e a tendência de evitar fracasso – capacidade de experimentar vergonha, humilhação. O comportamento de uma pessoa é influenciado pela interação entre essas duas tendências motivacionais (SAMULSKI, 2009).

    Segundo Weinberg e Gould (2001), a motivação para a prática de atividade física depende da interação de fatores pessoais (necessidades, interesses, metas, personalidade) e situacionais (estilo de liderança do técnico, facilidades, tarefas atrativas, desafios, influencias sociais).

    A motivação pode ter origens internas e/ou externas. A motivação intrínseca (interna) está associada aos fatores pessoais, sensação de prazer interna sem nenhuma relação com elementos externos, evidenciada pela busca do prazer.

    Embora a motivação intrínseca seja a principal impulsionadora para a atividade física, Gouvea (1997), aponta ocasiões em que o maior incentivo pode ser externo, como reconhecimento e recompensas materiais, considerando que a motivação é o resultado da interação entre o efeito ambiental (a situação, o contexto no qual o atleta ou a pessoa está inserido) e os traços de personalidade que possui.

    A motivação extrínseca (externa) seria relativa aos fatores ambientais, influências de outras pessoas, elogios, reconhecimentos e recompensas externas que levariam indivíduos à prática de atividade esportiva, busca pelo reconhecimento social (WEINBERG e GOULD, 2001).

    Para Samulski (2006), a motivação é caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínseco). Esta se diferencia em técnicas de ativação e de estabelecimento de metas.

    No que diz respeito à manutenção e potencialização dos fatores emocionais motivacionais, um outro fator de extrema relevância é o estabelecimento de metas em qualquer atividade a ser desenvolvida, tais comportamentos fazem com que ocorra a renovação de interesses dentro da atividade e a vontade de desenvolver seu próprio potencial, como salientam Cruz e Viana apud Moreno, Dezan, Duarte et al. 2006, "saber estabelecer objetivos é uma competência que deve ser ensinada e aperfeiçoada pelos atletas". Porem, deve-se ter cuidado no desenvolvimento e na determinação destas metas, para que estas, não subestimem ou superestimem o potencial dos participantes das atividades propostas, fazendo com que tais atividades se tornem desmotivantes, por se tratar de metas fáceis e aquém de suas capacidades ou metas "impossíveis" de serem alcançadas, despertando sentimentos de impotência diante de tais situações. Portanto, o estabelecimento de metas deve ser atrativo, desafiador e realista, com caráter específico e controlável, tendo o professor/técnico um papel de grande importância no planejamento e estabelecimento destas, usando seu poder de persuasão verbal e deixando claro aos atletas que estes têm determinadas capacidades necessárias para vencer grandes obstáculos (MORENO, DEZAN, DUARTE et. al., 2006).

3.     Metodologia

    O trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa descritiva, que para Cervo e Bervian (2002) observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.

    Participaram da pesquisa 55 mulheres, com faixa etária entre 20 a 50 anos, que praticam atividades físicas de alta intensidade em salas de ginástica e musculação de duas academias de médio porte situadas no Setor Bueno em Goiânia- GO.

    Foi apresentada aos alunos a proposta da pesquisa e requerida à autorização da mesma. Foram respeitados os cuidados éticos de acordo com a resolução 196/98 do Conselho Nacional de Saúde (NOGUEIRA, MACEDO e GUEDES, 2010).

    Como instrumento para a coleta de dados utilizou-se um questionário contendo 15 perguntas fechadas de múltipla escolha, desenvolvido especificamente para este estudo, permitindo buscar informações referente à atividade física, com a finalidade de averiguar os possíveis motivos que levam as voluntárias buscarem exercícios físicos de alta intensidade.

    A aplicação deste questionário foi realizada em dia pré-agendado com as voluntárias, levando em consideração a disponibilidade das mesmas, bem como os horários das aulas para que tal procedimento não atrapalhasse sua rotina.

    Os dados coletados a partir do questionário foram catalogados, transformados em percentagem e apresentados na forma de gráficos, utilizando o programa da Microsoft Excel, versão 2010.

4.     Resultados e discussões

    Como mostra o primeiro gráfico, 73% da mulheres se consideram acima do peso ideal, sendo que apenas 2% abaixo do peso ideal. O fato é que a diferença entre o desejo relativo a uma forma corporal e a percepção do indivíduo gera uma insatisfação com o corpo (ALMEIDA, SANTOS, PASIAN et al., 2005).

Gráfico 1. Em relação ao eu peso

    O gráfico 2 mostra que 51% das mulheres praticam atividade física há mais de dois anos e 18% há apenas seis meses. Um dado interessante no comparativo entre os gráficos 1 e 2, é que no primeiro, a maioria das entrevistadas se consideram acima do peso, e no segundo a maioria pratica atividade física há mais de dois anos. Diante da insatisfação com o próprio corpo, ou melhor, com a imagem que tem dele, talvez seja um dos motivos principais que levem as pessoas a iniciar um programa de atividade física (DAMASCENO, LIMA, VIANNA et al. 2005).

Gráfico 2. Pratica o exercício

    O gráfico 3 mostra que 31% das mulheres que praticam atividade física preferem ginástica em academia e 27% musculação. Acompanhando a tendência mundial relacionada a atividades de alta intensidade e curta duração, hoje fica cada vez mais fácil encontrar aula de ginástica coletiva dentro das academias com este tipo de treino. Como exemplo, temos CXWORKXTM, BODYSTEPTM, BODYATTACKTM, Ciclismo Indoor, etc. De acordo com a ACSM’s Health & Fitness Journal, o treinamento de alta intensidade está em primeiro lugar entre as modalidades mais procuradas (THOMPSON, 2013).

    De acordo com Fleck e Kraemer (2006), o treinamento de força atualmente é uma das modalidades de atividade física mais praticadas pela população em geral. Crianças, jovens, adultos e idosos, de ambos os sexos, estão engajados em programas de treinamento de força com fins estéticos ou preventivos. O treinamento de força pode melhorar o desempenho motor, que por sua vez pode levar a um melhor desempenho em diversos jogos, esportes e atividade da vida diária.

Gráfico 3. Modalidade

    Percebe-se no gráfico 4, que 30% das participantes aderem a treinamento de alta intensidade, 15% intensidade moderada e 10% intensidade leve. Porém no gráfico 3, apenas 13% aderem a modalidade corrida e 14% pedal, sendo que recentemente, tem sido demonstrado que o sistema aeróbio responde surpreendentemente rápido a demanda energética ao início do exercício, tendo um importante papel também durante exercícios de alta intensidade (CAPUTO, OLIVEIRA, GRECO et al. 2006).

Gráfico 4. Intensidade

    Em relação a lesões ou restrições, o gráfico 5 mostra que 42% das mulheres entrevistadas, apresentam algum tipo de problema (gráfico 5), que pode ser causa natural por intensidade de atividade.

Gráfico 5. Lesão ou restrição

    É interessante perceber que em relação ao gráfico 4, 5 e 6, a maioria das mulheres treinam em alta intensidade, e uma quantidade significativa delas apresentam algum tipo de restrição ou lesão, sendo que essas treinam por mais de uma hora, como refere o gráfico 6. De acordo com Pastre, Filho, Monteiro et al. (2005), exercícios de alta intensidade e longa duração, tem maior possibilidade de gerar algum tipo de lesão. Independentemente disso, HIIT - high-intensity interval training, treinamento de alta intensidade, é a tendência que está motivando os indivíduos de todas as idades e níveis de aptidão para participar de treinamento para promover a aptidão física e condicionamento (Thompson, 2013).

Gráfico 6. Qual duração da atividade

    O gráfico 7 mostra que 20% das mulheres treinam todos os dias, o que pode relacionar a citação anterior e 31% cinco dias por semana. Uchida (2006), diz que é necessário que haja o respeito aos intervalos, pois eles proporcionarão a faixa média ideal de recrutamento para cada objetivo. Considera que a freqüência do treino depende da divisão da rotina de treinamento. Para iniciantes, três sessões semanais trabalhando o corpo inteiro geralmente são o mais indicado; sessões separadas por intervalo de 48 horas parecem ser adequadas para uma boa recuperação. No entanto, quando o número de sessões aumenta é necessário um planejamento mais detalhado para que haja uma recuperação, dividindo assim os músculos a serem trabalhados em dias diferentes (UCHIDA, 2006).

Gráfico 7. Frequência semanal de atividade física

    Apesar da maioria das mulheres entrevistadas praticarem atividade física em alta intensidade, boa frequência e por mais de uma hora de treino, elas ainda não atingiram seu objetivo, como mostra o gráfico 8. De acordo com Samulski (2009), no decorrer da vida de uma pessoa, a importância dos fatores pessoais e situacionais, podem mudar, dependendo das necessidades e oportunidades atuais. Assim como os objetivos a serem atingidos, podem variar.

Gráfico 8. Alcançou o objetivo

    Percebe-se no gráfico 9, que 24% das entrevistadas praticam atividade física por saúde, o que se confirma no gráfico 10, o porque se mantêm fazendo atividade física. Porém Damasceno, Lima, Vianna et al. (2005), acreditam que a mídia, a família e os amigos condicionam os indivíduos a se exercitar, a cuidar de seus corpos, direcionando-os a desejos, hábitos, cuidados e descontentamentos com a aparência visual do corpo. Já Guedes (2007), afirma que se tivermos de 30 a 45 min. disponíveis em 3 dias da semana para praticar atividade física e ter a orientação de um profissional qualificado, pode-se conseguir bons resultados quando o objetivo é condicionamento físico, emagrecimento, hipertrofia muscular, resistência física, entre outras, não sendo necessário treinar todos os dias.

    Os resultados dos gráficos anteriores contradizem o gráfico 9 referente a saúde, pois a maioria das alunas entrevistadas, treinam em alta intensidade por mais de uma hora. Mas em relação a estética, 20% praticam atividade física com esse objetivo, que confirma o que Damasceno, Lima, Vianna et al. (2005), em relação a insatisfação com o corpo ou imagem que se tem dele.

Gráfico 9. Motivos que levaram a praticar atividade física.

    Os resultados do trabalho apresentado por Chagas e Samulsk apud Samulsk (2009), corroboram os dados encontrados nesta pesquisa, quando dizem que os aspectos motivacionais que levam uma pessoa a prática de atividade física se referem a manter-se em boa forma, melhorar condicionamento físico, melhorar estado de saúde e qualidade de vida.

Gráfico 10. Por que se mantém fazendo atividade física

    Visto que muitas mulheres se importam com a estética, não se pode descartar que a maioria das mulheres entrevistadas, 91% acham a prática de atividade física muito importante, como mostra o gráfico 11. Em relação aos gráficos 9 e 10, se confirma ao mostrar que 24% dessas (a maioria), praticam atividade física e permanecem a praticar devido a saúde. Para Prati e Prati (2006), as atividades físicas desde que sejam controladas, planejadas e com objetivos claramente definidos (destinados à sua função), são importantes modificadoras de componentes estruturais e fisiológicos do corpo humano.

Gráfico 11. Importância da prática de exercícios físicos

    O gráfico 12, mostra que a 98% das participantes praticam atividade física por gostar e, deixaria de praticar atividade por problemas de saúde 30%, ou tempo disponível 20%, como mostra no gráfico 13. Isso mostra que as pessoas hoje estão dando mais valor a atividade física e afirma que a falta de tempo, para muitas pessoas, pode ser o vilão da história para o sedentarismo, se tornando uma das principais desculpas adotadas pelas pessoas para justificar a falta da prática de atividade física.

Gráfico 12. Gosta de praticar exercício físico

 

Gráfico 13. O que leva a desistir de praticar atividade física

5.     Conclusão

O presente estudo revela que a preocupação com a saúde e com a estética corporal tem levado cada vez mais pessoas à prática de diversas modalidades de atividade física, porém, a ginástica dentro da academia tem sido a mais procurada pelas mulheres.

A maioria das participantes prefere e pratica as atividades de alta intensidade e os principais fatores motivacionais apontados, tanto em relação aos motivos que levam a prática de atividade física, como ao fato de se manterem na mesma, foram a promoção de saúde, obter boa estética corporal e manter um bom condicionamento físico.

Observou-se também que a prática de atividade física pode ser tomada como uma ferramenta utilizada no alcance de objetivos relacionados a imagem corporal que cada um tem como ideal para si, uma vez que a maioria das mulheres Relatou que pratica atividade física por mais de 2 anos, no entanto, consideram que ainda não atingiram seus objetivos. Isto é, infere-se que estabelecer alvos a serem alcançados e traçar metas para atingi-los pode ser um fator motivacional.

Propõe-se então que em estudos futuros busque-se estabelecer uma correlação entre, tempo de prática de exercícios de alta intensidade, objetivos traçados ao longo desse tempo e se existe algum tipo de acompanhamento nutricional para o cumprimento destes objetivos.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 197 | Buenos Aires, Octubre de 2014
© 1997-2014 Derechos reservados