Análise descritiva dos sintomas de estresse pré-competitivo em tenistas juvenis e profissionais Análisis descriptivo de los síntomas de estrés pre-competitivo en tenistas juveniles y profesionales |
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*Graduado em Educação Física. Bolsista de Aperfeiçoamento Científico no grupo de pesquisa Corpo, Movimento e Saúde. Universidade Feevale **Doutor em Esporte e Rendimento Universidade de Cádiz/Espanha, Mestre em Ciências do Movimento Humano ESEF/UFRGS, Psicólogo do Esporte. Faculdade Sogipa, Fadergs ***Fisioterapeuta, Pós graduada em Acupuntura. Bolsista de Aperfeiçoamento Científico. Universidade Feevale ****Educadora Física. Mestranda em Diversidade e Inclusão Bolsista Fapergs. Universidade Feevale *****Educador Físico. Professor de ginástica para terceira idade do SESC Novo Hamburgo Bolsista de Aperfeiçoamento Científico. Universidade Feevale *****Pós Doutorado na Faculdade de Serviço Social da PUCRS. Doutora em Psicologia Especialista em Gerontologia Social. Professora titular da Universidade Feevale. Docente do Programa de Pós Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social |
Rafael Gressler* Marcio Geller Marques** Isabel Cristina dos Santos*** Greice Teresinha de Oliveira**** Daniel Alexandre Krause***** Geraldine Alves dos Santos****** (Brasil) |
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Resumo Conhecer os sintomas de estresse pré-competitivo, em atletas do tênis, se constitui em uma tarefa relevante, evidenciando-se, a importância de um trabalho multidisciplinar junto à área técnica, compreendendo que para um tenista, se desenvolver de forma positiva, deve levar em conta aspectos físicos, técnicos e psicológicos. O objetivo do presente estudo foi realizar uma análise descritiva dos sintomas de estresse pré-competitivo, em tenistas juvenis e profissionais. A amostra foi composta de 28 atletas do sexo masculino, sendo 14 do grupo juvenil e 14 do grupo profissional. O instrumento utilizado consistiu na Lista de Sintomas de “stress” Pré-Competitivo Infanto-Juvenil (LSSPCI), validado por De Rose Junior (2000). A análise dos dados foi realizada através do pacote estatístico SPSS v. 22.0. A pressão sofrida pelos jovens, tanto pela parte do treinador e colegas, quanto dos pais, contribui e muito para que esses sintomas de estresse e ansiedade estejam presentes. A importância do evento, a incerteza diante dos resultados da competição e a fase de desenvolvimento que se encontram estes atletas, provavelmente, tenham contribuído para que estes sintomas fossem identificados na pesquisa. Unitermos: Estresse. Pré-competição. Tênis.
Recepção: 27/08/2014 - Aceitação: 03/09/2014.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 197, Octubre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
O tênis, segundo Castro e colaboradores (2006) é um dos esportes mais cativantes que existem. Ele provoca emoções, envolve desafios e propicia experiências que motivam os atletas a praticá-lo cada vez mais. Considera-se que ao mesmo tempo em que este tipo de esporte exige do atleta, também desenvolve suas capacidades físicas e psicológicas que podem sendo úteis no cotidiano.
Este desporto, o tênis, pode ser praticado em qualquer nível, podendo ser divertido para praticantes amadores de fim de semana ou tendo um cunho competitivo para atletas amadores que gostam de disputar torneios. No caso da prática competitiva de alto rendimento, o tênis se torna uma modalidade ainda mais complexa, pois exige uma ótima preparação física, técnica, tática e psicológica, além do desenvolvimento das habilidades pessoais do tenista. Quando o atleta pertence a um grupo a sua responsabilidade pelo rendimento se dilui entre os outros membros. Mas quando o sujeito enfrenta sozinho uma situação a responsabilidade assumida é maior (GUILLÉN GARCÍA, 2006).
No que diz respeito às características psicológicas do atleta, destaca-se as habilidades mentais que são vitais e úteis para a performance do praticante. Entre as características psicológicas como atenção, concentração e motivação, percebemos o destaque da ansiedade pré-competitiva, que representa um dos importante sintomas do estresse psicossocial. Ela demonstra ser a variável de maior exigência no contexto do esporte, especialmente no de alto nível. Do ponto de vista das ciências do esporte, o estresse se define como uma “grande solicitação psíquica e/ou física, sentida como uma carga e que conduz a reações de defesas específicas para dominar a situação ameaçante” (GUILLÉN GARCÍA, 2006, p. 25). Como é reforçado por De Rose Júnior (2002) o estresse, dentro do ponto de vista físico e psíquico, de forma isolada, não é capaz de levar o atleta à fadiga ou à exaustão psíquica. Mas é importante consideras que o seu acúmulo pode ocasionar o esgotamento do atleta ou a diminuição de seu desempenho.
A competição esportiva nem sempre representa uma fonte de estresse para o atleta. Ainda segundo o autor as pesquisas nesta área têm demonstrado que para alguns atletas a competição esportiva pode representar uma forte ameaça ao seu bem estar físico, psicológico e social e, para outros, pode ter um caráter desafiador e motivador. Entre as alterações psicológicas mais visíveis nos atletas, sob o efeito dos agentes estressores, identificam-se a depressão, a euforia, a angústia e elevados níveis de ansiedade. (MARQUES et al., 2010). Dentre os fatores estressores encontram-se as preocupações com o desempenho das capacidades, tempo para o treino, insegurança em relação ao talento e experiências traumáticas fora do esporte. Inclui-se a importância do evento e a incerteza que cerca o resultado do evento, que são duas fontes situacionais importantes de estresse (WEINBERG; GOULD, 2008).
Existe uma série de fatores que levam o atleta à redução de seu rendimento, principalmente a cobrança excessiva por parte dos pais e dos técnicos. Porém, a maior pressão sentida pelos atletas é a auto cobrança, que leva o atleta ao maior nível de estresse. Como conseqüência pode ocorrer o abandono da prática esportiva e a perda de futuros atletas. Porém, para De Rose Junior (2002) o fator que apresenta o maior número de situações causadoras de estresse é a própria situação de jogo ou competição.
O estudo justifica-se levando em conta o que foi postulado por De Rose Jr. (2000) que, de uma forma geral, existem vários aspectos psicológicos, que podem influenciar os atletas em qualquer modalidade esportiva: como a motivação, ansiedade, estresse, atenção, concentração e agressividade. Para o autor, estes fatores apresentam-se isolados ou combinados entre si. A forma como o atleta vai lidar com estas situações, depende de seu nível de habilidade, preparação, tempo de prática, experiência, idade e sexo.
Conhecer os sintomas de estresse pré-competitivo, em atletas do tênis, se constitui em uma tarefa relevante, evidenciando-se, a importância de um trabalho multidisciplinar junto à área técnica, compreendendo que para um tenista, se desenvolver de forma positiva, deve levar em conta aspectos físicos, técnicos e psicológicos.
Baseado no exposto, o presente estudo tem como objetivo realizar uma análise descritiva dos sintomas de estresse pré-competitivo, em tenistas juvenis e profissionais.
Método
O presente estudo teve um delineamento descritivo transversal quantitativo. A amostra foi composta de 28 atletas do sexo masculino, sendo 14 do grupo juvenil e 14 do grupo profissional. O instrumento utilizado consistiu na Lista de Sintomas de “stress” Pré-Competitivo Infanto-Juvenil (LSSPCI), validado por De Rose Junior (2000), que foi desenvolvida com o objetivo principal de elaborar e validar um instrumento específico para determinação da freqüência de ocorrência de sintomas de “estresse” pré-competitivo em atletas a partir de 10 anos de idade e que competem em eventos oficiais de nível municipal, regional, estadual, nacional e internacional, composta por 31 questões, numa escala Likert de 1 a 5. 1 (nunca), 2 (poucas vezes), 3 (algumas vezes), 4 (muitas vezes) e 5 (sempre). A análise dos dados foi realizada através do pacote estatístico SPSS v. 22.0.
Apresentação e discussão dos resultados
Realizou-se um agrupamento em dois níveis de resposta da escala de medida do questionário: consideradas a ocorrência de sintomas nunca e poucas vezes (respostas 1) e considerados os sintomas que ocorrem com mais freqüência (respostas 4). As respostas no valor da escala Likert correspondente a algumas vezes (3) foram consideradas neutras (missings).
Tabela 1. Sintomas que ocorrem nunca ou poucas vezes no grupo juvenil e profissional
Na tabela 1, identificou-se que as questões menos valorizadas, referem-se aos sintomas somáticos, constituindo-se em uma reação corporal ou fisiológica sentidas pelos atletas. Questões como “fico aflito” e “meu coração bate mais rápido que o normal”, além de “suo bastante”, não tiveram valorização tão expressiva quanto às demais.
Tabela 2. Sintomas que ocorrem com mais freqüência no grupo juvenil e profissional
As questões mais valorizadas, representadas na tabela 2, são de sintomas cognitivos, e um sintoma corporal evidenciando qual é o pensamento dos atletas durante a pré-competição. Os itens “sinto-me mais responsável, “fico empolgado”, “não vejo a hora de competir” e “bebo muita água” identifica-se em ambas as categorias.
Conclusão
O estudo teve por objetivo verificar os sintomas mais freqüentes de estresse pré-competitivo, em atletas de tênis, das categorias juvenil e profissional. Identificou-se que estes sintomas estavam relacionados com o pensamento destes jovens. Ainda assim, constatou-se que os sintomas cognitivos estavam presentes em ambas as categorias.
A pressão sofrida pelos jovens, tanto pela parte do treinador e colegas, quanto dos pais, contribui e muito para que esses sintomas de estresse e ansiedade estejam presentes. A importância do evento, a incerteza diante dos resultados da competição e a fase de desenvolvimento que se encontram estes atletas, provavelmente, tenham contribuído para que estes sintomas fossem identificados na pesquisa.
Recomenda-se que novos estudos sejam realizados e assim, repensada a importância de um trabalho multidisciplinar, junto à área técnica, onde cada profissional, dentro de sua especialidade, mas trabalhando de forma conjunta, possa contribuir, para o desenvolvimento do tenista e obter os resultados almejados para o esporte.
Referências
CASTRO, Mara S.A.; ISHIZAKI, M.T. Tênis: Aprendizagem e treinamento. São Paulo, Ed. Phorte, 2006.
DE ROSE JR. D. et al. Sintomas de estresse pré-competitivo em jovens brasileiros. Revista de Psicologia do esporte, v.9, n12, p.143-157, 2000.
DE ROSE JR., D. A competição como fonte de estresse no esporte. Revista Brasileira Ciência e Movimento, v. 10, n. 4, Brasília, Out. 2002.
GUILLÉN GARCÍA, Félix. Problema Emergente en el Deporte Competitivo Infantil: El estrés de los jóvenes deportistas, Revista Kinesis, n. 31, Caracas. 2006.
MARQUES, R.S. et al. Os níveis de estresse pré-competitivo de atletas classificados segundo a tipologia dos esquemas de gênero. Revista Motriz, v. 16, n. 1, p.59-68, jan/mar.2010.
WEINBERG, R. S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício, 2ª edição, São Paulo, ArtMed, 2008.
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EFDeportes.com, Revista
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