Análise dos treinamentos físicos aplicados em idosos: revisão da produção científica Análisis de los entrenamientos físicos aplicados en personas mayores: una revisión de la producción científica Analysis of physical training applied in the elderly: a review of scientific production
	*Levantamento bibliográfico e escritor geral. Universidade São Judas Tadeu Laboratório do Movimento Humano. Bolsista CAPES **Pesquisa. Universidade São Judas Tadeu, Laboratório do Movimento Humano ***Pesquisa. Universidade São Judas Tadeu, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Psicologia ****Revisão da Metodologia. Universidade São Judas Tadeu Laboratório do Movimento Humano *****Levantamento bibliográfico. Universidade São Judas Tadeu Laboratório de percepção Corporal e Movimento ******Editor e Revisão geral. Universidade São Judas Tadeu Laboratório do Movimento Humano São Paulo - SP	Cesar Augustus Sousa Zocoler* ft.cesar_zocoler@hotmail.com Dr. Marcelo de Almeida Buriti** marceloburiti@hotmail.com Dra. Carla Witter*** prof.carlawitter@usjt.br Dr. Bruno Rodrigues**** prof.brodrigues@gmail.com Ms. Emy Suelen Pereira***** Dr. Erico Chagas Caperuto****** prof.erico@saojudas.br (Brasil)
	Resumo           Introdução: Com o processo de envelhecimento dos indivíduos ocorre um declínio as suas capacidades físicas, que resultam em modificações no equilíbrio, na velocidade e na capacidade de execução de movimentos, levando a distúrbios motores e funcionais culminando na incapacidade funcional e fenômeno paradigmático para o bem-estar daqueles que envelhece. Objetivo: desse trabalho foi estabelecer uma correlação entre a síndrome da fragilidade do idoso e os métodos de treinamento físico aplicados aos idosos relatados na literatura científica da área, publicados nas bases de dados Pubmed, de 2007 a 2012. Metolologia: A revisão sistemática da literatura foi realizada a partir de artigos publicados que pesquisaram e analisaram a aplicação dos treinamentos físicos em idosos. A base de dados consultada foi a Pubmed. Para a realização desta pesquisa foram utilizados os seguintes descritores: old, physical program, exercise training, estes descritores foram combinados entre si para a realização da pesquisa. Resultados: foram encontrados 5035 artigos, a partir deste resultado foram acrescentados os seguintes filtros: humanos (3763), clinical trial (776), acima de 65 anos (325), idioma inglês (307) e últimos cinco anos (123), artigos completos free full (36). Conclusões: que os métodos de treinamento físico propostos pelos estudos tem, em alguma instância, uma correlação direta e influência positiva sobre os elementos da síndrome da fragilidade do idoso.           Unitermos: Idoso fragilizado. Educação Física. Fisioterapia. Geriatria. Envelhecimento.   Abstract           Introduction: With the aging process, a decline in their physical abilities result in changes in balance, speed and ability to execute movements, leading to motor and functional disturbances culminating in functional disability and paradigmatic phenomenon occurs for good being those ages. Objective: this study was to establish a correlation between the frailty syndrome in the elderly and physical training methods applied to the elderly reported in the scientific literature in the field, published in the Pubmed database, from 2007 to 2012. Methodology: A systematic literature review was performed from published articles that researched and analyzed the application of physical training in the elderly. The data base was queried Pubmed: old, physical program, exercise training, these descriptors were combined for the research: For this research, the following descriptors were used. Results: 5035 articles were found from this result the following filters were added: humans (3763), clinical trial (776), over 65 (325), English (307) and five years (123), articles freefull complete (36). Conclusions: the physical training methods proposed by the studies have, in some instance, a direct correlation and positive influence on the elements of the frailty syndrome in the elderly.           Keywords: Frail elderly. Physical Education. Physiotherapy. Geriatrics. Aging.   Recepção: 16/07/2014 – Aceitação: 18/09/2014.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 197, Octubre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Um aumento da expectativa de vida da população acima de 60 anos de idade tem ocorrido em todo mundo, atualmente. Fato esse que leva a um aumento populacional, sobretudo de indivíduos do sexo feminino. Nesse sentido, no censo brasileiro de 2000, registrou-se 8,6% da população total, com 70 anos de idade, ou seja, uma grande quantidade de indivíduos idosos (1-2-3). Além disso, o último censo realizado, o crescimento da participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passou para 5,9% em 2000, chegando a 7,4% (4).

    Com o processo de envelhecimento dos indivíduos, ocorre um declínio nas suas capacidades físicas, que resultam em modificações no equilíbrio, na velocidade e na capacidade de execução de movimentos, levando a distúrbios motores e funcionais culminando na incapacidade funcional e fenômeno paradigmático para o bem-estar daqueles que envelhecem (5).

    O declínio da capacidade física das pessoas ao envelhecer, pode resultar no agravamento de sua mobilidade, instalar quadros mórbidos, patologias fisiológicas, sarcopenia, perda de massa muscular, diminuição da atividade física e a soma desses fatores podem causar quedas, levando ao que é chamado da síndrome da fragilidade (6).

    A síndrome da fragilidade pode ser identificada por perda de peso involuntária, devido a um processo patológico instalado no idoso ocasionando limitações funcionais e nas tarefas de atividade sociais da vida diária (7).

    A fragilidade pode ser originada de três maneiras totalmente distintas que são: dependência nas atividades da vida diária (AVDs) e nas atividades instrumentais da vida diária (AIVDs); vulnerabilidade aos estresses ambientais, às patologias e às quedas, e estados patológicos agudos e crônicos (8).

    Uma das prevenções para o declínio da capacidade física e para a síndrome da fragilidade é a pratica de atividade física. Essa prática vem se tornando cada vez mais difundida por ser uma estratégia simples, eficaz e econômica (9).

    Um estudo onde seu objetivo foi descrever a evolução da pesquisa epidemiológica em atividade física no Brasil, nos seus resultados foram incluídos 42 estudos, com o primeiro estudo citado publicado em 1990. Somente a partir do ano 2000, esse autor apresentou uma tendência de aumento na quantidade de publicações a respeito do tema. Em sua conclusão, o autor afirma que embora exista um crescimento na quantidade de estudos, esses apresentam limitações metodológicas que dificultam as comparações entre eles (10).

    Podemos perceber que existe uma preocupação nos diversos estudos sobre a prática de atividade física em diversas faixas etárias, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. Porém, destaca-se a importância de referir que os estudos não apresentam um consenso de qual a melhor atividade física para o individuo idoso (10-11).

    Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi estabelecer uma correlação entre a síndrome da fragilidade do idoso e os métodos de treinamento físico aplicados aos idosos relatados na literatura científica da área, publicados nas bases de dados PUBMED, de 2007 a 2012.

Metodologia

    A revisão sistemática da literatura foi realizada a partir de artigos publicados que pesquisaram e analisaram a aplicação dos treinamentos físicos em idosos. A base de dados consultada foi a Pubmed. Para a realização desta pesquisa foram utilizados os seguintes descritores: old, physical program, exercise training, estes descritores foram combinados entre si para a realização da pesquisa.

    Os critérios de inclusão utilizados para este estudo foram: artigos completos que se se encontram dentro do ano selecionado 2007 a 2012 e os critérios de exclusão foram que apresentassem associação com animais, cunho medicamentoso, projeto de estudo, programa alimentar, programa de reabilitação fisioterapêutica e estudos que não apresentassem programa de treinamento físico.

    Os artigos foram analisados em relação ás seguintes variáveis: tipo de estudo, duração do treino, intensidade do treinamento, freqüência semanal e tempo do estudo.

Resultados

    Na etapa inicial foram encontrados 5035 artigos, a partir deste resultado foram acrescentados os seguintes filtros: humanos (3763), clinical trial (776), acima de 65 anos (325), idioma inglês (307) e últimos cinco anos (123), artigos completos freefull (36), porém, foram descartado cinco artigos, pois se repetiram no mesmo descritor.

    Dos 36 artigos encontrados inicialmente, apenas 8 atenderam aos critérios pré-estabelecidos neste estudo conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1. Propostas de programa de treinamento físico em idoso

*Expe - Experimental *min - minuto *sem - semana *RM – Repetição Máxima

    Podemos perceber que 3 artigos não relatam a intensidade de treino, deixando o trabalho a desejar para futuras análises.

Discussão

    Tendo em vista que os estudos selecionados abrangem diversos tipos de proposta de treinamento, porem o número de sujeitos estudados também nos leva a crer na dificuldade do estudo e qual o objetivo do estudo.

    Dentre os principais objetivos desses estudos foram listados as seguintes abordagem: alongamento, qualidade de vida, risco de queda, resposta fisiológica da fibra muscular e gasto enérgico. Todos eles têm de alguma forma, uma relação com a síndrome da fragilidade.

    Lembrando que a síndrome da fragilidade já citada anteriormente pode ser identificada pela perda de peso involuntária, podendo ter envolvimento de múltiplas influencias fisiológicas, também levando muitas vezes a perda de qualidade de vida, principalmente em indivíduos idosos tem uma maior predisposição para instabilidade corporal levando a quedas, a morbidade, hospitalização e ate mortalidade (7).

    Os programas de atividades físicas são indicados para estes indivíduos idosos por ser uma intervenção não farmacológica com potencial para a melhora das funções físicas.

    A Atividade física vem apresentando um crescimento epidemiológico no Brasil demonstrado pelo estudo, onde teve como objetivo descrever a evolução da pesquisa epidemiológica em atividade física no Brasil, os pesquisadores realizaram uma revisão sistemática da leitura de bases de dados eletrônica, em periódicos nacionais não indexados, por busca de autores e contato com pesquisadores, seu resultados obtiveram 42 estudos entre 1990 a 2000 depois de aplicado os critérios de inclusão e exclusão, sua conclusão foi que embora o crescimento quantitativo da literatura em atividade física no Brasil, as dificuldades metodológicas limitam a comparação entre os estudos, levando a mesma dificuldade de elaborar uma padronização instrumento e assim não contribuindo para o avanço cientifico na área. (10-11)

    No entanto, quando observamos a metodologia empregada nos estudos percebemos que alguns têm um foco diferenciado quanto à aplicação dos métodos de treinamento.

    Os estudos tiveram uma ênfase no treinamento resistido, outros estudos utilizaram o alongamento, a caminhada e outros ainda relatam treinamento de equilíbrio e postural. (12-13-14-15-16-17-18)

    Porém todos os estudos utilizaram mais de uma modalidade de exercício para atingirem e responderem seus objetivos iniciais.

Tabela 2. Resultado de objetivos dos estudos como também suas conclusões

    Arantes et al 2009, realizou um estudo de revisão sistemática sobre literaturas da atuação do fisioterapeuta e efeitos em idosos com fragilidade, o levantamento foi realizado ate 2008, utilizando base de dados eletrônicas e banco de dissertações e teses de diversas universidades, foram analisados 461 artigos, entre os artigos foram enfocados a importância de exercícios de fortalecimento muscular, equilíbrio, coordenação, alongamento, tempo de reação, treinamento aeróbio e treino funcional (19).

    O que nos chamou mais a atenção em particular foi um estudo onde os autores realizaram um trabalho com atividade física em idosos entre 80 a 86 anos, aplicando como método de treinamento exercícios resistidos, utilizando uma carga de 70% 1 RM e duração do treino de 10 min sendo 2 vez por semana, obtendo como resultado de ganho de força da musculatura interna de coxa (17).

    Como também foi observado que nos estudos, o não relato da intensidade de treino, impossibilita uma melhor análise dos estudos (12-15-16-18).

    Quando relacionamos os objetivos descritos nos estudos com a síndrome da fragilidade, observamos que tais estudos descritos não fazem nenhuma menção por se tratar de uma perda involuntária de massa muscular devido a processo patológico instalado no idoso ocasionando limitações funcionais e nas tarefas de atividade sociais da vida diária patológica, porem a maioria dos estudos faz uma intima relação pela preocupação de se manter ou melhorar as AVDs e as AIVDs e quedas.

    Observamos ainda nos estudos, onde relatam em seus objetivos uma preocupação para minimizar o risco de queda dos idosos como uma proposta da melhora da marcha, desta forma podemos observar a ligação dos treinamentos propostos com a síndrome da fragilidade, porém em outros estudos os objetivos fazem referência à síndrome de fragilidade (12-15-16-18-20).

Conclusões

    Dessa forma, podemos concluir embora os resultados sejam dispersos e as metodologias e objetivos sejam variados, as conclusões dos estudos nos permitem agrupar as informações e concluir que os métodos de treinamento físico propostos pelos estudos têm, em alguma instância, uma correlação direta e influência positiva sobre os elementos da síndrome da fragilidade do idoso.

Referências

1. VERAS R. Envelhecimento populacional contemporânea; demanda, desafios e inovações. Rev. Saúde Pública.2009;43(3):548-54.

2. FREITAS JÚNIOR P,BARELAJA. Alterações no funcionamento do sistema de controle postural de idosos: uso da informação visual. Rev.Port. Cien Desp. 2006;6(1):94-105.

3. LINS, Raquel Guimarães; CORBUCCI, Paulo Roberto. A importância da motivação na prática de atividade física para idosos. Estação Cientifica online, maio 2007.

4. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Primeiros resultados definitivos do Censo 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1866&id_pagina=1. Acesso em: 13 set.2011.

5. DUARTE, Yeda Aparecida Oliveira Indicadores de fragilidade em pessoas idosas visando o estabelecimento de medidas preventivas. Boletim instituto de Saúde n. 47 abril, p 49-52, 2009.

6. Siqueira, F. V et al. Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Rev. Saúde Pública, v.41, n.5, p.749-756, 2007.

7. TRIBESS, S; JUNIOR; J.V.; OLIVEIRA, R. J; Atividade física como preditor da ausência de fragilidade em idosos. Rev assoc. Med. Bras. 2012; 58(3):341-347.

8. HOGAN, D. B; MACKNIGHT, C; BERGMAN. H. Models, definitions, and criteria of frailty. Aging Clin Exp Res, v.15, n. 3, p. 2-29, 2003.

9. GOBBI et al. Comportamento e Barreira: atividade física em idosos institucionalizados. Psic. Teor. e Pesq., Brasília, Out-Dez 2008, Vol. 24 n. 4, pp. 451-458.

10. HALLAL, et al. Evolução da pesquisa epidemiológica em atividade física no Brasil: revisão sistemática. Rev. Saúde Pública 2007; 42(3):453-460.

11. VRIES, N.M. et al. Effects of physical exercise therapy on mobility, physical fuctioning, physical Activity and quality of life in community-dwelling older adults with impaired mobility, physical disabilityand/ormulti-morbidity: A meta-analysis. Rev. Elsevier; 11 (1):136-149, Jan 2012.

12. NAGAMATSU et al. Functional neural correlates of reduced physiological falls risk. Behavioral and Brain Functions. 7: 37; 2011.

13. ALFIERI et al. Functional mobility and balance in community-dwelling elderly submitted to multisensory versus strength exercises. Clinical Interventions in Aging (5), 2010.

14. KIMURA et al The influence of short-term strength training on health-related quality of life and executive cognitive function. J. Phys. Anthropol. 29: 95-101, 2010.

15. LIU-AMBROSE et al. Changes in executive functions and self-efficacy are independently associated with improved usual gait speed in older women. BMC Geriatrics 10:25; 2010.

16. MORRISON et al. Balance training reduces falls risk in older individuals with type 2 diabetes. Diabetes care, 33(4) abr. 2010.

17. SLIVKA et al. Single muscle fibre adaptations to resistance training in old (>80 yr) men: evidence for limit skeletal muscle plasticity. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. July 295, (1): 273-280, 2008.

18. GALLON et al. The effects of stretching on the flexibility, muscle performance and functionality of institutionalized older women. Braz. J. Med. Biol. Res 44 (3), 2010.

19. ARANTES, et al. Atuação da fisioterapia na síndrome de fragilidade: revisão sistemática. Rev Bras. Fisioter 2009; 5 (13): 365-75.

20. THOMAS et al. Speed training with body weight unloading improves walking energy cost and maximal speed in 75 to 85 year old healthy women. J. Appl Physiol (103) nov. 2007.

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