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Análise das variáveis de treinamento resistido 

para portadores de condromalácia patelar

Análisis de las variables de entrenamiento resistido para portadores de condromalacia rotuliana

Analysis of variable resistance training for holders with chondromalacia patella

 

*Educador Físico e Fisioterapeuta. Pós Dr. em Psicologia

Doutor em Educação e Mestre em Saúde Pública

Coordenador e Professor Nível (Titular I) do curso de Educação Física

da FCC – Faculdade Católica do Ceará

**Graduado em Educação Física, FCC – Faculdade Católica do Ceará

***Educador Físico e Fisioterapeuta. Mestre em Gestão Desportiva e Educação

Coordenador e Professor Nível (Auxiliar II) do curso de Educação Física

da FAMETRO – Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza

e Professor Nível (parcial) da Faculdade Católica do Ceará

****Educador Físico. Mestre em Saúde Coletiva. Professor

Nível (Parcial) da Faculdade Católica do Ceará – FCC

Leandro Firmeza Felício*

leandrof.f@hotmail.com

Márcio Oliveira de Aragão**

marcioaragao@hotmail.com

Jurandir Fernandes Cavalcante***

jurafisio@hotmail.com

Demétrius Cavalcanti Brandão****

demetriuscb@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho objetiva esclarecer e orientar educadores físicos e estagiários a respeito dos benefícios de exercícios resistidos, como a musculação, na manutenção da qualidade de vida do portador de condromalácia patelar. Devido às grandes dúvidas que existem sobre a execução de exercícios de membros inferiores para portadores de condromalácia patelar, elaborou-se este artigo, no intuito de minimizá-las, auxiliando, assim, os profissionais e estagiários das academias. Este instrumento foi elaborado a partir de uma revisão bibliográfica e pesquisa de campo, com a intenção de trabalhar conteúdos existentes em diversas outras publicações e reuni-los aqui de maneira mais objetiva. Por se tratar de um estudo referente também a pesquisa de outros autores, as devidas referências serão dadas aos mesmos. Na intenção de confirmar e acrescentar novas informações, foi realizada uma pesquisa de campo com alunos portadores de condromalácia patelar grau um, realizando treinamento específico para fortalecimento muscular.

          Unitermos: Treinamento resistido. Condromalácia patelar.

 

Abstract

          This paper aims to clarify and guide physical educators and trainees about the benefits of resistance training exercises (weightlifting), in maintaining the quality of life of patients with chondromalacia patella. Because there are major doubts about performing exercises for patients with lower limb chondromalacia patella, we prepared this article in order to minimize them, helping thus practitioners and trainees of the academies. This instrument was developed from a literature review and field research with the intention of working existing content in several other publications and reunite them here more objectively. Because it is also a study about the research of other authors, appropriate references are given to them. In the intention to confirm and add new information, we conducted a field study with patients with chondromalacia patella, doing specific training for muscle strengthening.

          Keywords: Training resistance. Chondromalacia patella.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O artigo elaborado tem por objetivo estudar e avaliar o treinamento resistido (musculação), analisando o próprio treinamento prescrito pelo professor, levando-se em consideração a maneira mais viável de execução de exercícios para MMII e o progresso dos sujeitos escolhidos como objeto de estudo.

    O presente tema foi escolhido com o intuito de evidenciar a individualidade biológica e mostrar que o treinamento de musculação obtém seus resultados por meio de diversas outras variáveis, além do treinamento em si.

    Embora geralmente procurada com fins estéticos, a prática de atividade física (neste caso, musculação), possui diversos outros benefícios. A prática regular de atividade física sempre esteve ligada imagem de pessoas saudáveis. Antigamente, existiam duas ideias que tentavam explicar a associação entre o exercício e a saúde: a primeira defendia que alguns indivíduos apresentavam uma predisposição genética para a prática de exercício físico, boa saúde, vigor físico e disposição mental; a outra proposta dizia que a atividade física, na verdade, representava um estímulo ambiental responsável pela ausência de doenças, saúde mental e boa aptidão física. Hoje em dia sabe-se que os dois conceitos são importantes e se relacionam.

    A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se manifestam sob todos os aspectos do organismo. Do ponto de vista músculo-esquelético, auxilia na melhora da força e do tônus muscular e da flexibilidade, fortalecimento dos ossos e das articulações. No caso de crianças, pode ajudar no desenvolvimento das habilidades psicomotoras. Com relação à saúde física, observa-se perda de peso e da porcentagem de gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes, diminuição do colesterol total e aumento do HDL-colesterol (o "colesterol bom").

    Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de doenças, sendo importantes para a redução da mortalidade associada a elas.

    No campo da saúde mental, a prática regular de exercícios ajuda na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o estresse, auxiliando também na recuperação da auto-estima. Há redução de estresse e ansiedade contribuindo para o tratamento da depressão. E como se não bastasse isso, a atividade física é uma excelente forma de socialização!

    É importante salientar que quanto maior o gasto de energia em atividades físicas constantes, maiores serão os ganhos para a saúde, mas as maiores diferenças na incidência de doenças ocorrem entre os indivíduos sedentários e os pouco ativos. Entre os últimos e aqueles que se exercitam mais, a diferença não é tão grande. Conclui-se, portanto, que não é necessária a prática intensa de atividade física para que se obtenha seus benefícios para a saúde. Atividades que consomem mais energia podem ser realizadas por menos tempo e com menor frequência, enquanto aquelas com menor gasto devem ser realizadas por mais tempo e/ou mais frequentes.

Princípios científicos do treinamento desportivo

    Para que seja possível uma prescrição correta de treinamento, primeiramente, é preciso conhecer e entender os princípios do treinamento desportivo. De acordo com Dantas, 2003, são seis:

  • Princípio da individualidade biológica;

  • Princípio da adaptação;

  • Princípio da sobrecarga;

  • Princípio da continuidade;

  • Princípio da interdependência volume-intensidade;

  • Princípio da especificidade

    Estes princípios são o alicerce da educação física. Uma vez bem compreendidos permitem ao preparador a criação de seus próprios métodos e técnicas de treinamento, baseados em modos já existentes.

Princípio da individualidade biológica

    A associação do genótipo ao fenótipo produz pessoas totalmente diferentes entre si. Isso vale também para pessoas teoricamente iguais, como gêmeos univitelinos, que ao submeterem-se a diferentes experiências tornam-se em indivíduos completamente diferentes. Dantas (2003), descreve a seguinte relação, sendo o genótipo a carga genética transmitida ao indivíduo, determinando composição corporal, biotipo, altura máxima esperada, força máxima possível, aptidões físicas e intelectuais; e fenótipo, que corresponde a tudo que é acrescido ao indivíduo pelo meio externo, sendo responsável pelas habilidades desportivas, consumo máximo de oxigênio que um indivíduo apresenta, percentual observável real dos tipos de fibras musculares e potencialidades expressas, como altura do indivíduo e força máxima.

Dantas, 2003

Princípio da adaptação

    Antes de iniciar as considerações a respeito deste princípio, é necessário a compreensão do conceito de homeostase. Segundo Dantas (2003), homeostase é uma situação de equilíbrio mantida entre os sistemas formadores do organismo vivo, e o existente entre este e o meio ambiente.

    Todo estímulo externo causa mudanças no organismo, mudanças estas que provocarão uma resposta de importância diretamente proporcional a sua intensidade (DANTAS, 2003).

    Com o que foi dito até aqui a respeito do princípio da adaptação, é coerente concluir que cada estímulo do meio ambiente provoca mudanças no organismo. Este último após algum tempo acostuma-se a essa nova realidade e para que novas mudanças ocorram, são necessários novos estímulos. Este é o princípio da adaptação.

Princípio da sobrecarga

    Dantas (2003) afirma que após a aplicação de uma carga de trabalho, há uma recuperação do organismo, visando a restabelecer a homeostase. Um treinamento de alta intensidade provocará uma queda nas reservas energéticas do organismo.

    “O tempo necessário para a recuperação energética é proporcional à intensidade do trabalho realizado. Se a carga não for demasiadamente forte, o organismo será capaz de compensá-la, quase totalmente, com quatro horas de repouso, quando já se prepara para sofrer um novo desgaste, mais forte que o anterior” (DANTAS, 2003).

    Há, por parte do organismo, portanto, necessidade de uma evolução periódica por parte da sobrecarga sofrida, pois através da supercompensação (adaptação), o corpo vai adaptando-se, de tempos em tempos, às cargas impostas a ele. Por outro lado, se esta carga já adaptada é mantida ao invés de aumentada, a musculatura perde força gradativamente.

Princípio da interdependência volume-intensidade

    Conforme citado anteriormente, para que haja evolução nos objetivos do indivíduo, faz-se necessário um aumento das cargas de trabalho, que implicarão em uma melhora de desempenho. O princípio da interdependência volume-intensidade determina quando este aumento se fará por meio da intensidade e quando se fará por meio do volume. De acordo com (Dantas,2003), o jogo de variações do volume e da intensidade durante o trabalho, em determinado período de treinamento, é o que permitirá ao profissional de educação física levar o seu aluno ao melhor de sua forma física, saúde e desempenho.

Princípio da continuidade

    É consenso que um treinamento precisa ser constante para que o indivíduo consiga pelo menos manter os resultados adquiridos. Este princípio determina que o indivíduo deve ser submetido a constantes estímulos, ou seu corpo tenderá a voltar ao estado anterior, que ele reconhece como estado de normalidade.(FOSCHINI et al, 2012)

Princípio da especificidade

    Diz que o treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva. Ou seja, isso significa que o treinador deve enfatizar no treino do seu atleta as qualidades físicas intervenientes, sistema energético preponderante, segmento corporal e coordenações necessárias a fim de que ele atinja uma melhor performance. Deve-se treinar de forma específica para obter efeitos específicos. (FOSCHINI et al, 2012)

Cinesiologia do joelho

    A articulação do joelho propriamente dita, ou articulação tibiofemoral, é a maior articulação sinovial do corpo e é muito complexa, sendo classificada como articulação ginglimóide, em virtude de suas funções serem parecidas com as de uma dobradiça (Thompson; Floyd 2002), embora alguns autores a classifiquem como condilar (essa controvérsia se deve aos movimentos realizados por ela, que além de flexão e extensão, realiza pequenas rotações). A articulação patelofemoral é classificada como articulação artrodial, devido ao efeito deslizante da patela sobre os côndilos femorais (Carpenter, 2005). A articulação do joelho envolve três ossos: fêmur, tíbia e patela, maior osso sesamóide do corpo humano.

    A estabilidade funcional de articulação é resultado da restrição passiva dos ligamentos, da geometria articular, dos músculos ativos e das forças compressivas que empurram um osso contra outro. Os ligamentos propiciam estabilidade estática, enquanto as contrações dos músculos quadríceps e posteriores de coxa conferem estabilidade dinâmica à articulação do joelho. Sua estrutura permite a sustentação de enormes cargas, sendo a principal articulação responsável pela sustentação do peso, e também pela mobilidade necessária para as atividades de locomoção (CARPENTER, 2005).

    É uma articulação bastante irrigada por líquido sinovial. Normalmente ele é capaz de estender-se 180 graus, de forma que consegue ficar em linha reta, não sendo incomum alguns joelhos se hiperestenderem em dez graus ou mais. Quando está em extensão completa, consegue mover-se desta posição para aproximadamente 140 graus de flexão. Quando está flexionado em aproximadamente 30 graus, consegue rotacionar cerca de 30 graus internamente e 45 graus externamente (THOMPSON; FLOYD 2002).

A condromalácia patelar

    Segundo Alioto et al (apud MOREIRA, 2004), a condromalácia patelar é uma lesão da cartilagem da patela devido ao excesso de atrito entre a patela e a porção distal da articulação patelofemoral. É causada de acordo com os autores citados, pela falta de simetria de força muscular dos músculos vasto lateral e vasto medial sendo uma das principais causas de dores no joelho.

    Seu nome é derivado das palavras “condro”, cartilagem e “malácia”, mole. Sua progressão pode levar a complicações, como desenvolvimento de ulcerações, fissuras, osteoartrite e artroses. Desta maneira, o treinamento resistido (musculação), torna-se benéfico para portadores desta patologia, pois o fortalecimento da musculatura dos membros inferiores provoca uma relação de simbiose ósteomuscular onde haverá uma combinação de forças tangenciais eficientes para sustentação das forças que incidirão diretamente na articulação patelofemoral. O treinamento é benéfico, ainda, por auxiliar na correção da assimetria entre os vastos, uma vez que o educador físico deverá avaliar e prescrever exercícios de acordo com as necessidades de seu cliente. Porém, para tanto, é necessário maios esclarecimento sobre o tema, pois as divergências a respeito da maneira pela qual os exercícios devem ser executados ainda são constantes.

    Portanto este trabalho tem como objetivo realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o tema citado, tendo como objetivo investigar a importância dos exercícios físicos.

    Para Alioto et al (apud MALONE et al, 2000; Tria, 2002), exercícios de cadeia cinética fechada são mais indicados pois promovem maior integração entre músculo e articulação, agindo em conjunto com forças tangenciais que sustentam o peso e são medidas pela ação excêntrica da musculatura, provocando co-contração entre isquiotibiais e quadríceps, devido aos momentos de flexão do joelho que são provocados pela carga à tíbia através do pé. A contração do quadríceps compensa o momento de flexão do joelho e por fim a contração dos ísquios estabiliza o quadril. A assimetria entre os vastos provoca um desequilíbrio de tensão nos lados lateral e medial da patela durante os movimentos de flexão e extensão do joelho, provocando irritação tecidual e dor, criando a condição denominada condromalácia. Alioto et al (apud HALL 2000) afirma que, se o desequilíbrio não for muito acentuado, o fortalecimento muscular pode aliviar e até mesmo eliminar os sintomas. Para Machado (2005) e Amorim (2005), a atividade física contribui para a melhoria da função muscular, atuando tanto na prevenção como no tratamento de lesões articulares.

    “O treinamento em cadeia cinética fechada promove melhor co-contração muscular, podendo gerar um aumento na ativação dos mecanorreceptores da articulação, melhorando assim a propiocepção articular e consequentemente melhorando o mecanismo de controle neuromuscular coordenado, necessário para estabilidade muscular. Outra vantagem importante destes exercícios é a produção de movimentos funcionais do membro inferior por meio de contrações concêntricas e excêntricas dos músculos envolvidos nos movimentos das articulações do quadril, joelho e do tornozelo” (ALIOTO apud CABRAL, 2003)

    Seja ainda, no campo da prevenção de dores e lesões, o treinamento resistindo tem papel de grande importância. “(...). Por fim, o fortalecimento dos músculos que envolvem articulações ou regiões corporais que são mais propensas a lesões é a estratégia mais sensata a ser adotada quando o objetivo é a prevenção.” (TEIXEIRA; GUEDES Jr., 2010). Os músculos componentes do quadríceps, formam os estabilizadores ativos da patela. Particularmente, entram em ação as porções inferiores dos músculos vasto lateral e vasto medial, que formam pequenos grupos musculares com uma orientação oblíqua diferenciada de suas fibras, o vasto lateral oblíquo (VLO) e o vasto medial oblíquo (VMO) que através de forças ativas estes músculos estabilizam a patela nas regiões lateral e medial (MACHADO; AMORIN 2005 apud ELIAS & WHITE, 2004).

2.     Metodologia

    Estudo de caso de abordagem qualitativa, de cunho observacional, que tem como objetivo avaliar a melhoria da qualidade de vida dos portadores de condromalácia patelar através da utilização do treinamento resistido, aplicando exercícios específicos para fortalecimento dos músculos da articulação do joelho para determinar a melhor maneira de executá-los, visando qualidade de visa do aluno (diminuição de dor, entre outros).

  • Alunos de musculação. Será selecionado um individuo que será acompanhado de perto durante o semestre letivo.

    • Critério de inclusão: Alunos matriculados na academia que frequentem constantemente, que tenham a patologia e que aceitem participar da pesquisa.

    • Critério de exclusão: Alunos que não tenham a patologia ou que abandonem as aulas ou não aceitem participar da pesquisa.

3.     Resultados do estudo

    Foi realizado um estudo de caso de uma paciente de 51 anos, gênero feminino, branca, sedentária, portadora do condromalácia patelar no joelho direito. Anteriormente a aluna havia sofrido um período de crise que durou de setembro de 2012 a dezembro de 2012, quando recebeu alta médica e fisioterápica, para então ser encaminhada ao treinamento com objetivo de fortalecimento muscular dos músculos anteriores e posteriores de coxa, não só pela dor que sentia, mas também por haver limitação de movimento na perna direita (limitação ao realizar flexão e extensão de joelho).

    A aluna em questão iniciou os treinamentos com diversas limitações, além das já citadas anteriormente. Possuía baixo condicionamento físico e musculatura bastante frágil. O trabalho foi iniciado com um treino adaptativo que durou vinte sessões, trabalhando os principais grupos musculares, em uma frequência semanal de dois dias, sendo que ao final do período adaptativo passou-se para uma frequência de três dias semanais, que é mantida até hoje. Segue abaixo o depoimento da aluna com relação à seu progresso no treino:

    “Ainda no início dos exercícios sentia, dor. Os exercícios eram direcionados ao fortalecimento da musculatura e os alongamentos eram voltados a recuperar o movimento, de forma lenta, mas progressiva, até o limite da minha dor. Já na segunda semana de atividades, fui me sentindo melhor, no que diz respeito a dor, mas ela ainda estava presente. Após quatro semanas de treino, fui percebendo que a dor era mínima, e o professor começou a trabalhar mais a amplitude de movimento, para atenuar a limitação da minha perna.

    Na avaliação do dia 15/03/2013 pude constatar que me incomodava muito e quanto à limitação de amplitude de movimento da perna, posso dizer que já recuperei em torno de 70% da flexibilidade que tinha antes da crise”. 100% realizar um agachamento abaixo de 90º assim como uma adução completa do quadril sem haver dor e empecilho do movimento.

    A aluna foi submetida um treinamento resistido com amplitude dos movimentos reduzida, visando evitar o atrito que provoca desgaste da cartilagem da patela. Para tanto foi aferida a amplitude de movimento que não produzia crepitação, associada ao atrito, sendo que os movimentos foram realizados até o ponto onde o joelho não crepitava. Repetições entre foram feitas repetições que variavam de 10 a 15, priorizando exercícios multiarticulares, visando trabalhar maior quantidade de músculos ligados direta ou indiretamente à articulação do joelho.

    Até o presente momento, dia 06/05/2013, a aluna continua apresentando sinais de benefícios da realização de treinamento de musculação. Alega não sentir mais dores na articulação femurpatelar.

Considerações finais

    Este ainda é um trabalho em andamento, mas com os dados obtidos até aqui, pode-se afirmar que:

  • Exercícios Resistidos são realmente indispensáveis para quem tem condromalácia patelar;

  • A amplitude reduzida não anula o efeito do exercício, como muitos ainda alegam. Ela é apenas uma margem de segurança para preservar a patela já comprometida do aluno, não inviabilizando o fortalecimento muscular, tão importante nesta situação;

  • Exercícios multiarticulares mostram-se mais interessantes, pois não sobrecarregam um músculo em específico e fortalecem todo o complexo muscular responsável por aquela região, neste caso em especifico, o joelho;

Referências

  • ALIOTO, O. E.; PEREIRA, B. S. Avaliação do aumento de força muscular com uso de exercícios de cadeia cinética fechada e eletroestimulação em indivíduos portadores de condromalácia patelar utilizando a eletromiografia (EMG). XI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e VII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba.

  • CARPENTER, Carlos Sandro. Biomecânica. 1ª edição – Sprint. Rio de Janeiro-RJ, 2005.

  • DANTAS, Estélio H. M. A Prática da Preparação Física. 5ª edição – Shape. São Paulo-SP, 2003.

  • FLOYD, R.T., THOMPSON; Clem W. Manual de Cinesiologia Estrutural. 14ª edição – Manole. Barueri-SP, 2002.

  • GUEDES JR., Dilmar Pinto; TEIXEIRA, Cauê Vasquez La Scala. Musculação Perguntas e Respostas – As 50 dúvidas mais frequentes nas academias. 1ª Edição – Phorte editora. São Paulo-SP, 2010.

  • MACHADO, Fabio Alves; AMORIN, Álvaro Anderson. Condromalácia Patelar: aspectos estruturais, moleculares, morfológicos e biomecânicos. Revista de Educação Física, nº 130, abril. 2005.

  • PRESTES, Jonato; FOSCHINI, Denis; MARCHETTI, Paulo; CHARRO, Mario. Prescrição e Periodização do Treinamento de Força nas Academias. 2ª edição – Phorte editora. Barueri-SP, 2012.

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