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Prevalência nutricional em idosos praticante de musculação

Prevalencia nutricional en personas mayores que practican musculación

Nutritional prevalence in elderly women who practice weight training

 

*Instituto Brasileiro de Educação e Saúde – IBES

Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde – SESPA

Faculdade Ideal, Grupo de Estudos em Fisiologia, Saúde

e Treinamento Desportivo – GEFIST;

**Licenciatura Plena em Educação Física na Universidade de Brasília – UnB

Especialista em Musculação e Treinamento de Força

pela Universidade de Brasília - UnB

Rafael André de Araujo*

Rodrigo Alves França**

prof.rodrigofranca@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência nutricional em idosos praticante de musculação da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), da UCB/DF. A amostra foi constituída por 48 alunas do gênero feminino, com média de idade (68,03 ± 6,4 anos), com tempo de pratica (5,34 ± 2,8). Foram coletadas as medidas antropométricas, como massa corporal (kg) e estatura (cm). O índice de massa corporal (IMC) foi calculado pela relação massa corporal/estatura2. Para análise dos dados, foi utilizado teste t de Student para amostras independentes, com nível de significância de p≤0,05 com intervalo de confiança de 95%. Os resultados foram classificados de acordo com a tabela do IMC indicada pela OMS (2000). Normais: {pré: 16,66% (08); pós: 14,58% (07)}; Sobrepesos: {pré: 41,66% (20); e pós: 58,33% (28); e Obesos {Pré: 41,66% (20); pós: 27,18% (13)}. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as medidas realizadas no pré e pós teste. Com base nos resultados acima, pode-se observar que musculação contribuiu de forma significativa para vida dos idosos, haja vista que ao compararmos o IMC da primeira coleta com a da segunda todos os idosos diminuíram as massa corporal e IMC. Se avaliarmos os idosos que se encontravam na prevalência obesos, houve uma redução de 14,58%. Para a prevalência o sobrepeso houve aumento de 16%, idosos que passaram de obeso para sobrepeso, entretanto, 2,08% para da prevalência normal para sobrepeso.

          Unitermos: Prevalência nutricional. Idosos. Musculação.

 

Abstract

          The objective of this study was to evaluate the nutritional prevalence in elderly practitioner of weight training at the Universidade da Terceira Idade (UnATI), da Universidade Catolica de Brasília/DF. The sample was composed by 48 students of the feminine sort, mean age (68.03 ± 6.4 years), with a time of practice (5.34 ± 2.8). Anthropometric measures such as body mass (kg) and height (cm) were collected. The body mass index (BMI) was calculated by the ratio body/mass height2. For data analysis, the Student t test for independent samples was used, with a significance level of p ≤ 0.05 with a confidence interval of 95%. The results were classified according to the BMI table indicated by the WHO (2000). Normal: {pre: 16.66% (08), post: 14.58% (07)}; overweight: {pre: 41.66% (20) and post: 58.33% (28) and Obese {Pre: 41.66% (20), post: 27.18% (13)}. No statistically significant differences between measurements taken before and after testing were found. Based on the above results, it can be observed that weight training contributed significantly to the lives of elderly people, considering that when comparing the BMI of the first collection to the second all seniors reduced their body mass and BMI. If we evaluate the elderly who were obese in the prevalence, there was a decrease of 14.58%. For the prevalence of overweight there was increase of 16%, seniors who went from obese to overweight, however, 2.08% for the normal prevalence of overweight.

          Keywords: Nutritional prevalence. Weight training. Elderly.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O envelhecimento da população brasileira é um fenômeno relativamente recente, contudo, irreversível, diante do comportamento declinante da fecundidade e da mortalidade registrado nas últimas décadas (SILVESTRE et al., 1996; CARVALHO e GARCIA, 2003; PEREIRA et al., 2002). As modificações ocorridas no cenário demográfico, resultando em um aumento substancial do número de pessoas idosas, são acompanhadas por modificações no perfil epidemiológico e nutricional da população.

    No Brasil, a população da terceira idade vem aumentando com o passar dos anos, atualmente a expectativa de vida é de 67 anos, em 2025 poderá chegar aos 74 anos (PINTO et al., 2008) é o aumento da prevalência da obesidade começou a ser observado paralelamente à mudança econômica e epidemiológica ocorrida entre as décadas de 1960 e 1990. Devido a esse fato o Brasil já tem instituições preocupadas com essa população que procuram orientar esse grupo a envelhecer com qualidade de vida, pois muitas são as limitações decorrentes da idade (PINTO et al., 2008)

    Uma das causas deste fenômeno está relacionada ao aumento significativo na ingestão de gordura e açúcar e com a diminuição do consumo de fibras e carboidratos complexos nestas últimas décadas (PENA e BACALLAO, 2000). Em 2002 a OMS apontou a obesidade como uma epidemia, encontrando-se no topo de uma lista dos 10 riscos para a saúde humana (EBERWINY, 2002).

    Estudos prospectivos sugerem que a obesidade aumenta de forma significativa a morbi-mortalidade por outras doenças, tais como hipertensão arterial, dislipidemias, doença coronariana isquêmica, doença da vesícula biliar, doenças ósteo-articulares, diabetes mellitus não-insulino dependente ou tipo 2 e alguns tipos de câncer, sendo observada uma prevalência maior de obesidade nas mulheres, em relação aos homens, inclusive entre os idosos (WHO, 1998; BOUCHARD, 2003; HALPERM et al., 1998).

    Segundo Pereira, Souza, & Mazzuco (2005), os idosos que praticam musculação tem uma melhor qualidade de vida gerando um aumento da massa corporal metabolicamente ativa e uma melhora significativa da auto-estima (COSTA, 2004). Hoje devido à preocupação direcionada a esse grupo, muitos projetos são feitos principalmente relacionados a programas de exercícios físicos que de uma forma geral agem de forma preventiva no envelhecimento (PINTO et al., 2008). Portanto o objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência nutricional em idosos praticante de musculação da Universidade Aberta da Terceira Idade (UNATI), da Universidade católica de Brasília-DF.

Material e métodos

Características do estudo

    Este estudo caracterizou-se como descritivo do tipo diagnóstico, por observar, registrar, analisar os dados sem manipulá-los, foi desenvolvida no Programa Universidade Aberta da Terceira idade localizada na Universidade católica de Brasília-DF.

Amostra

    A amostra foi constituída por 48 voluntarias do gênero feminino, com média de idade de (68,03 ± 6,4 anos), recrutadas no UNATI-UCB, com média de tempo de prática de musculação (5,34 ± 2,8 anos).

Procedimentos experimentais

    Todos os voluntários assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido, mostrando-se de acordo com uso de seus dados para fins de pesquisa e que lhes garantia o total anonimato e sigilo quanto aos resultados individuais. Também lhes dava o direito de desistir da participação na pesquisa a qualquer instante, sem qualquer recriminação por parte dos pesquisadores, como exigem as normas éticas da Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde. E seguiram as seguintes recomendações antes dos testes: evitar o consumo de cafeína e álcool 24 horas, não realizar atividade física de intensidades alta e ou moderada nas ultimas 48 horas ou refeições de alto valor calórico, pelo menos 3 horas antes da realização do teste.

    Os dados foram coletados em dois momentos, no mês de fevereiro e junho de 2009. Foram coletadas as medidas antropométricas, massa corporal e estatura (PETROSKI, 2009). O índice de massa corporal (IMC) foi calculado pela relação massa corporal/estatura2 (ANJOS 1992). Para mensurar a massa corporal (MC) foi utilizada uma balança digital calibrada da marca Filizola. A estatura foi medida com um estadiômetro da marca Sanny.

Análise estatística

    Para análise dos dados, foi utilizado o teste t de Student para amostras independentes, com nível de significância de p≤0,05 com intervalo de confiança de 95%.

Resultados

    A tabela 1 apresenta as variáveis antropométricas da amostra pré e pós.

Discussão

    Para Costa (2004), os principais benefícios proporcionados pela musculação com fins estéticos é que a musculação auxilia na melhora da qualidade de vida (PEREIRA et al., 2005) dos praticantes gerando assim um aumento da massa corporal metabolicamente ativa e uma melhora significativa da auto-estima. Os benefícios da musculação vão muito além da estética, a prática da musculação ajuda na diminuição do estresse, aumenta a interação social, combate o sedentarismo, a aterosclerose, controla a hipertensão arterial, obesidade, diabetes mellitus, osteoporose entre outros (PINTO et al., 2008)

    A procura das mulheres por assistência à saúde, de forma sistemática e contínua ao longo da vida, tem sido sugerida como um dos fatores explicativos da maior longevidade feminina e responsável pela predominância das mulheres nos serviços de saúde (CHAIMOWICZ, 1998), aspecto observado entre os usuários. A freqüência mais elevada de idosas com idade entre 60 e 69 anos, consideradas idosas jovens, segundo a classificação adotada por Veras (1994), também é achado comum em outros estudos, com amostras provenientes de serviços de saúde ou de base populacional (PEREIRA et al., 2003; TAVARES e ANJOS, 1999; CABREIRA e JACOB FILHO, 2001; SANTOS, 1998).

    Tanto sobrepeso como a obesidade são problemas de saúde que vão além de fatores econômicos, sociais ou étnicos. Segundo OMS (1998) existem mais pessoas morrendo por doenças causadas pelo excesso de peso do que pela desnutrição. Durante a pesquisa observa-se que a prevalência de sobre peso e obesidade é maior entre as mulheres de 40 anos acima. Em relação à utilização do IMC e diagnóstico de sobrepeso e obesidade, a OMS reconhece que o método apresenta falha em distinguir gordura (massa gorda) de músculo (massa magra).

    Contudo, em geral, o IMC está correlacionado intimamente com medidas diretas da gordura corporal, sendo um forte predito de problemas de saúde associados à obesidade, como é o caso do diabetes mellitus. Corroborando com nosso estudo, em 1997, Gigante et al., investigando a prevalência de obesidade e fatores de risco associados em 1035 indivíduos, na faixa etária entre 20 e 69 anos, residentes em Pelotas-RS, verificaram que esta prevalência aumenta marcadamente com a idade, sendo cerca de quatro vezes mais elevada após os 40 anos, em relação ao grupo entre 20 e 29 anos, e duas vezes superior nas mulheres, em relação aos homens, a partir da quarta década de vida. Algumas enfermidades, potencializadas pelo excesso de peso corporal, assumem uma importância ainda maior entre os idosos, pois já apresentam freqüências aumentadas com a idade, em indivíduos idosos não-obesos (SAMPAIO e FIGUEIREDO, 2005; SANTOS e SICHIERI, 2005; CABRERA e JACOB FILHO, 2001).

    Outro ponto polêmico em idosos decorre da possibilidade de que o IMC pode não refletir adequadamente a adiposidade (BEDOGNI et al., 2001) Adicionalmente, a centralização da gordura corporal parece melhor predizer as complicações em idosos (VISSCHER et al., 2001). As mudanças relacionadas com o acúmulo da gordura visceral ou subcutânea associadas ao processo de envelhecimento podem ser afetadas tanto pela quantidade inicial de tecido adiposo como pelo aumento da massa corporal. Essas transformações ocorrem de forma diferente entre homens e mulheres e características genéticas são fatores predisponentes para a centralização (POUNDER et al., 1998).

    Wilson & Kannel (2000), destacam que a obesidade em idosos existiria um aumento na gordura corporal total e na adiposidade central que seria relacionado com o envelhecimento, ocorrendo até cerca dos 65 anos de idade. Em um estudo de Zamboni et al., (1997) analisando a distribuição de gordura em mulheres de diferentes grupos etários por meio de tomografia computadorizada, mostrou que o envelhecimento leva a redistribuição e internalização da gordura abdominal, principalmente entre as mulheres (WANG et al., 1994).

    O perfil nutricional dos idosos brasileiros, descrito a partir dos dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (1990), identificou uma prevalência geral de pré-obesidade (Índice de Massa Corporal – IMC ≥ 25Kg/m2) de 30,4%, em homens, e 50,2%, em mulheres. Nesse estudo, os valores encontrados foram superiores aos observados para a população adulta, na faixa de vinte a quarenta anos. A prevalência de obesidade (IMC ≥ 30Kg/m2) correspondeu a 5,7 % e 18,2% em homens e mulheres, respectivamente (TAVARES e ANJOS, 1999). Segundo Kissebah, Feedman & Peiris (1989) as mulheres apresentam um tecido adiposo, maior em relação aos homens para a mesma massa corporal. O tecido do homem é menos espesso do que nas mulheres e é mais uniformemente distribuído.

    Guimarães e Pires Neto (1998) identificaram que ocorre um aumento na porcentagem de gordura corporal a um nível de 15 a 20% por volta de 20 a 30 anos, na meia-idade (40-49 anos) eleva-se para 25 a 30%; na mulher é característico um percentual de gordura em torno de 20 a 25% na adolescência e idade adulta jovem, e após a menopausa ocorre um acúmulo no tecido adiposo no nível de 30 a 35.

Conclusão

    Com base nos resultados acima, pode-se observar que musculação contribuiu de forma significativa para vida dos idosos, haja vista que ao compararmos o IMC da primeira coleta com a da segunda todos os idosos diminuíram as massa corporal e IMC. Se avaliarmos os idosos obesos, houve uma redução de 7,73% na prevalência, já nos idosos que no primeiro corte encontrava-se com sobrepeso houve aumento de 16% nos idosos, passaram de obeso para sobrepeso.

Referencias bibliográficas

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