Implicações da Educação Física escolar como promotora de hábitos de atividades físicas Implicancias de la Educación Física escolar como promotora de hábitos de actividades físicas |
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Licenciado em Educação Física pela ULBRA, RS Especialista em Educação Física escolar pela Gama Filho, SP (Brasil) |
Everton Inácio Becker |
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Resumo A Educação Física tem um importante papel dentro da escola. Ela deve proporcionar aos alunos vivencias e aprendizagens significativas que possam ultrapassar os muros da escola e fazer parte do cotidiano dos alunos. Para Ferreira (2001), A escola sendo o local de promoção do conhecimento deve durante as aulas de Educação Física possibilitar que os alunos tenham um espaço e tempo adequado, favorecendo as mais diversas práticas para que estes, possam se identificar com alguma e esta fazer parte de sua vida. Assim levanta-se como problema de pesquisa: Qual a interveniência das aulas de educação física escolar na formação de praticantes de atividade física? Dessa forma, o presente estudo tem os seguintes objetivos específicos: 1) Analisar os motivos para a/não realização de atividade físicas dentro e fora do contexto escolar. 2) Perceber a/não consciência da importância de atividades físicas para a sua qualidade de vida. 3) Verificar a importância das aulas de Educação Física como promotora de aquisição de hábitos de atividades físicas. A pesquisa foi realizada com 88 estudantes da sétima e oitava série do ensino fundamental de oito anos, de uma escola Municipal de Novo Hamburgo/ RS. Um percentual de 66% responderam que realizavam algum tipo de atividade fora da escola. Entre elas: jogar futsal/ futebol (50%), andar de bicicleta (28%), jogar vôlei (22%), caminhar (19%), correr (14%) e dançar (12%). Sobre os aprendizados nas aulas de Educação Física citaram: esporte 54%, fazer atividade/ exercício físico (9%), coisas novas/várias coisas (9%), regras (8%), nada (7%). Cerca de 85% acreditam que os aprendizados foram importantes para a sua vida. Deste modo, verifica-se que as aulas de Educação Física contribuem para a aquisição de hábitos de atividades físicas, porém é necessário um maior enfoque naqueles que apresentam dificuldades, mostrando alternativas e possibilidades de modos de jogos, atividades, praticas diversas, para que os estudantes possam ter autonomia de decisão para realizar práticas que contribuam para a sua qualidade de vida. Unitermos: Educação Física escolar. Atividades físicas. Qualidade de vida.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A falta de atividade física, aliada a tecnologia e a correria do dia a dia, contribuem para o sedentarismo trazendo prejuízos a saúde. O aumento da gordura corporal, maior pré disposição a doenças como estresse, obesidade, diabetes e depressão são apenas algumas das consequências do sedentarismo.
A Educação Física tem um importante papel dentro da escola. Ela deve proporcionar aos alunos vivencias e aprendizagens significativas que possam ultrapassar os muros da escola e fazer parte do cotidiano dos alunos, bem como de seus familiares e da comunidade em geral. Para que as aulas tenham sentido estas, devem contemplar vivencias corporais, discussões, problematizações, sempre buscando ir de encontro a realidade do estudante (Guedes, 2002).
O ato de se movimentar é muito benéfico para a saúde dos indivíduos. Isso, pode se potencializar quando executado com orientação de um profissional e por vários períodos durante a semana. O sedentarismo está totalmente ligado a patologias como obesidades, diabetes, hipertensão, insônia e tantas outras. A escola sendo o local de promoção do conhecimento deve durante as aulas de Educação Física possibilitar que os alunos tenham um espaço e tempo adequado, favorecendo as mais diversas práticas para que estes, possam se identificar com alguma e esta fazer parte de sua vida (Ferreira, 2001).
Desta forma, a Educação Física escolar deve contribuir para formação de hábitos de vida saudáveis, ou seja, uma educação contra o sedentarismo e a favor do movimento, da convivência, do prazer e sociabilização. Fazendo dos alunos os protagonistas de suas histórias de vida saudável.
Assim levanta-se como problema de pesquisa: qual a interveniência das aulas de educação física escolar na formação de praticantes de atividade física?
O presente estudo tem os seguintes objetivos específicos: 1) Analisar os motivos para a/não realização de atividade físicas dentro e fora do contexto escolar. 2) Perceber a/não consciência da importância de atividades físicas para a sua qualidade de vida. 3) Verificar a importância das aulas de Educação Física como promotora de aquisição de hábitos de atividades físicas.
O interesse por esse assunto se torna relevante, uma vez que, a inovação tecnológica aliada aos bem de consumo duráveis, tornam a sociedade cada vez mais individualista e com pouca mobilidade. Segundo Costa et al. (2004), adolescentes que gastam muito tempo vendo televisão, jogando vídeo game ou no computador, estão mais propensos a desenvolver sobrepeso, até mesmo obesidade, fatores precipitantes de doenças como hipertensão e doenças cardiocirculatórias. É importante desenvolver o hábito de atividade física desde a infância. Estudos diagnosticaram que indivíduos ativos tendem a se manter ativos na fase adulta (COSTA et al., 2004), (TOIGO, 2007).
Assim, a Educação Física escolar deve ser a promotora de ações que levem os alunos a realizarem práticas corporais que sejam interessantes para os mesmos, e continuem a desenvolver no seu grupo de amigos, no bairro e no clube. Ela tem o dever de educar para a saúde, proporcionando momentos que sejam significativos aos alunos e contribuam para as suas escolhas de vida (FERREIRA, 2001).
Revisão de literatura
A Educação Física escolar carrega a responsabilidade do desenvolvimento dos estudantes tanto da cultura corporal, bem como de aspectos sociais, educacionais e relacionados a saúde. A cultura corporal está atrelada ao desenvolvimento de habilidades e condicionamentos, capazes de servirem de escolha adequada para as atividades de lazer, tais como os jogos, dança, ginástica e esportes (Guedes, 2002). Para Ferreira (2001), as aulas de Educação Física escolar devem criar nos estudantes o prazer pelo desporto e exercícios realizados, de forma a adotarem um estilo de vida saudável e ativo.
De acordo com Gaya e Marques (1999), a escola situa-se no centro das preocupações da educação voltada para a promoção da saúde. Isto se deve ao fato dos indivíduos irem a escola e frequentarem as aulas de Educação Física escolar, tornando-a um espaço privilegiado de intervenção junto aos estudantes.
Durante as aulas de Educação Física, os alunos não estão durante todo o tempo em movimento, já que é necessário, tempo para a chamada, organização da turma e explicação da atividade a ser realizada, restando pouco tempo para as atividades de intensidade moderada ou de alta intensidade. O tempo otimizado é necessário para a significativa aprendizagem dos alunos (Toigo, 2007).
Em contraponto, Ferreira (2001), aponta para uma mudança nos conteúdos nos anos finais do Ensino Fundamental. Para que os alunos adotem estilo de vida ativos e tenham autonomia para a prática, é indispensável que outros conteúdos sejam desenvolvidos. O que não anula a prática dos esportes normalmente desenvolvidos (futsal, vôlei, basquete e handebol). Complementa, afirmando que aprender conceitos básicos de fisiologia, anatomia, biomecânica e nutrição para que saibam realizar as suas práticas com maior eficiência e segurança.
Os benefícios da atividade física são diversos. Estimula a sociabilização, melhora do humor, aumento da auto estima e erradica os vícios (COSTA et al., 2004). Melhora da aptidão física, da performance, otimiza o crescimento (MATSUDO et al.,1998). Controle da massa corporal e redução de incidência de doenças crônico-degenerativas (TOIGO, 2007). Diminui o risco de distúrbios cardiovasculares, combate a obesidade, aumento da vascularização, melhora da eficiência cardíaca, fortalecimento de músculos, articulações e ossos e benefícios nas esferas psicológicas como na redução da ansiedade, depressão e estresse (FERREIRA, 2001).
Material e método
A pesquisa foi realizada com 88 estudantes da sétima e oitava série do ensino fundamental de oito anos, de uma escola Municipal de Novo Hamburgo/ RS. A amostra foi constituída por 45% do sexo masculino sendo, 13% com 12 anos, 53% com 13 anos, 25% com 14 anos, 8% com 15 anos e 3% com 16 anos. O sexo feminino foi composto por 55% sendo, 27% com 12 anos, 46% com 13 anos, 15% com 14 anos, 6% com 15 anos, 2% com 16 anos e 4% com 17 anos.
Os responsáveis pelos estudantes assinaram termo de consentimento antes da realização pesquisa. A coleta de dados foi realizada através de questionário contendo seis perguntas abertas. Antes da aplicação do questionário foram lidas as perguntas e tiradas as duvidas. Os dados foram analisados utilizando a ferramenta Excel (versão 2010).
Apresentação e análise dos resultados
A seguir serão apresentados os resultados da coleta de dados realizada com 88 estudantes da sétima e oitava série do ensino fundamental de oito anos, que responderam um questionário com seis questões.
A primeira questão perguntava sobre a realização de atividade física sem orientação de profissional fora da escola, 66% responderam que realizavam algum tipo de atividade, enquanto 34% afirmaram não realizar algum tipo de atividade física. Para Martins Junior (2000), a melhor maneira de conseguir que os alunos pratiquem exercícios físicos ao longo de suas vidas é fazer com que adquiram esse hábito na escola, quando ainda não sofreram influencia do sedentarismo da vida moderna. Darido (2004), verificou em sua pesquisa que (56,5%) realizavam algum tipo de atividade física, enquanto (23,2%) não realizavam. Uma diferença de cerca de 10% menos dos praticantes e diminuição dos que não realizam.
Gráfico 1. Atividades realizadas sem orientação de profissional
Conforme o gráfico 1, verifica-se que as atividades mais realizadas pelos estudantes são jogar futsal/ futebol (50%), andar de bicicleta (28%), jogar vôlei (22%), caminhar (19%), correr (14%) e dançar (12%). O fácil acesso e a contribuição da mídia favorecem para à pratica dos esportes. Segundo Barroso e Darido (2006), os esportes estão presentes em nosso cotidiano, através da transmissão de jogos, programas esportivos, jornais impressos, rádio, ou pelo contato em praças e clubes, onde pessoas realizam diversas modalidades. A influencia dos esportes nas atividades físicas dos alunos também foi constatada por Darido (2004), verificando que as atividades que tinham mais preferências pelos estudantes eram em 1º lugar Futebol, 3º andar de bicicleta, 5º Vôlei e 6º dança.
Gráfico 2. Motivos para a não realização de atividades físicas sem orientação de profissional
No gráfico 2, observa-se que os motivos mais relevantes para a não realização de atividades físicas são não querer/ não gostar (40%), falta de tempo (40%), não acha necessário (3%), perigoso (3%) e falta de lugar (3%). O fato de grande número de estudantes atribuir a não realização de atividades físicas a não gostar ou não querer, favorece a fazer atividades com menos gasto de energia, contribuindo para o sedentarismo.
A disponibilidade da tecnologia, o aumento da insegurança e a diminuição de espaços públicos de lazer para a realização livre de práticas corporais, levam crianças e adolescentes a procurarem outras formas de lazer como assistir tv, jogar vídeo game, ficar no computador contribuindo para o sedentarismo (TOIGO, 2007).
A segunda pergunta questionava se participavam das aulas de Educação Física com interesse, 78% respondeu que sim, 13% que não e 9% às vezes. Darido (2004), encontrou resultados similares em sua pesquisa com alunos de 7ª série na cidade de Rio Claro, quando perguntado se participavam das aulas de Educação Física. (86,2%) sempre participam, (13,1%) às vezes, (0,7%) nunca participavam.
Tabela 1. Motivo para participar com interesse das aulas de EFI
Gostar das aulas/ aulas interessantes |
29% |
Coisas importantes de aprender/ estimulam os músculos/ deixa o corpo em forma/ faz bem para a saúde |
25% |
Gosta das atividades |
20% |
Aulas diferentes/ movimentadas/ divertidas |
12% |
Gosta de esportes |
13% |
Ganhar nota |
3% |
Gosta da professora |
4% |
Analisando a tabela 1, sobre os motivos para gostar das aulas de Educação Física, observa-se os itens mais citados, gostar da aula/aulas interessante (29%), coisas importantes de aprender/estimulam os músculos/ deixa o corpo em forma faz bem para a saúde (25%), gosta das atividades (20%) e aulas diferentes (12%).
A participação das aulas ocorre pelo interesse intrínseco dos alunos, que acham as aulas interessantes e diferentes. Também destacam a importância de aprender assuntos da Educação Física para o cuidado com a saúde. As aulas devem contemplar a todos contribuindo para o desenvolvimento dos estudantes.
É imprescindível uma forma pedagógica que atribua uma maior qualidade para os alunos. Sempre priorizando e valorizando a participação de todos nas atividades, independentes das condições físicas e habilidades proporcionando a reflexão, por meio de um trabalho que evidencie aspectos conceituais e assim utilizando-as para uma melhora dos comportamentos e atitudes dos alunos (BARROSO e DARIDO, 2006).
Tabela 2. Motivo para não participar com interesse das aulas de EFI
Não gostar |
45% |
Vergonha/ acha difícil/ não tem jeito |
27% |
Sente dores/ não joga futebol |
18% |
Conforme a tabela 2, os motivos apontados são: não gostar (45%), vergonha/ acha difícil/não tem jeito (27%) e sente dores/ não joga futebol (18%). Os motivos não atendem as vontades dos alunos não os motivando para a realização das aulas.
Observa-se que os alunos mais engajados nas aulas de Educação Física são os mais habilidosos, estes valorizados pelos professores numa perspectiva esportiva, acabam afastando os que mais necessitam de estímulos para a atividade física. Assim muitos não participam das aulas e provavelmente não irão aderir a programas de atividades físicas (DARIDO, 2004).
Os motivos daqueles que participam às vezes das aulas com interesse são: Atividades que não gosta (50%), falta de motivação (25%), não gosta da professora (13%), às vezes não sabe o que está fazendo (13%). A diversificação das praticas corporais são importantes para a experimentação e variedade de opções para os momentos de tempo livre e lazer. O professor de Educação Física tem um papel importante nas escolhas dos hábitos saudáveis dos alunos.
Nessa perspectiva, para ser um professor motivador, é necessário mais do que incentivar os alunos com bom rendimento a participar de competições. É preciso orientar para uma melhor qualidade de vida por intermédio do movimento, do jogo, e de outras formas. Realmente contribuindo para a formação educacional e cultural dos alunos. Sendo assim, é necessário conhecimentos diversificados, a fim de manter um dialogo com os alunos, não só esportivo, mas cultural e social e essa aproximação favorecerá o seu papel de motivador (MARTINS JUNIOR, 2000).
Tabela 3. O que gosta nas aulas de EFI e o motivo
Futsal/ futebol |
40% |
Gostam, divertido, jogo bem, me identifico. |
Vôlei |
22% |
É o que sei jogar, gosto, jogo bem, jogo em equipe. |
Atletismo/ corrida com bastão |
15% |
Me identifico, gosto de correr. |
Das atividades |
9% |
Divertidas, interessantes. |
Basquete/ Handebol |
8% |
|
De tudo |
7% |
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Aula livre |
6% |
Fazer o que nos interessa |
Esportes |
6% |
|
Professora |
5% |
Divertida |
Brincadeiras/ desafios |
3% |
Divertidas, legais |
Coisas que não conhece |
2% |
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Nada/ quase nada |
2% |
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Aulas teóricas |
1% |
Não realizo com êxito as aulas praticas |
Quando colegas colaboram |
1% |
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A tabela 3, mostra o que os alunos gostam nas aulas de Educação Física e o porquê. Futsal/futebol (40%) gostam, é divertido, jogam bem e se identificam. Vôlei (22%) é o que sei jogar, gosto, jogo bem, é um jogo em equipe. Atletismo/corrida com bastão (15%) se identificam, gostam de correr. Aula livre (6%) fazer o que interessa. Basquete/Handebol (8%), de tudo (7%), esportes (6%), professora (5%).
As praticas corporais esportivas coletivas são as mais citadas pelos alunos. Estas refletem diretamente as atividades realizadas fora da escola nos momentos livres. Verificando a importância de possibilitar variedade de conhecimentos para que ultrapassem os muros da escola e façam parte do cotidiano dos alunos. Segundo Darido (2004), a Educação Física escolar deveria propiciar condições para que os alunos obtivessem autonomia em relação a pratica de atividades físicas. Encontrando prazer durante as aulas, é mais provável que deseje continuá-la, caracterizando uma relação de prazer.
Tabela 4. Não gosta nas aulas de EFI e motivo
Atletismo/ corrida/ saltos |
23% |
Difícil, cansa, dor nas pernas, não gosta de correr, não tem sentido, não levo jeito. |
Gosta de tudo |
18% |
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Aula na sala |
11% |
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Aulas teóricas |
9% |
Não sou de ficar copiando e sim de esportes |
Futsal |
7% |
Não gosta de correr, não joga bem |
Basquete |
7% |
Bola pesada |
Texto no quadro |
6% |
|
Professora |
6% |
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Handebol |
5% |
Não tenho jeito |
Alongamento |
2% |
|
Não gosta de nada |
2% |
|
Vôlei |
1% |
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Aula na quadra |
1% |
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Professora brava |
1% |
|
Não tem opinião dos alunos |
1% |
|
Na tabela 4, pode-se verificar o que os alunos não gostam nas aulas de Educação Física e os motivos. Atletismo/corrida/saltos (23%) difícil, cansa, dor nas pernas, não gosta de correr, não tem sentido, não leva jeito. Futsal (7%) não gosta de correr, não joga bem. Gosta de tudo (18%), aula na sala (11%), Basquete (7%), texto no quadro (6%), professora (6%), Handebol (5%). As aulas teóricas são de suma importância para o desenvolvimento dos conteúdos nas aulas de Educação físicas. As mesmas devem ser organizadas de forma que façam sentido aos alunos indo ao encontro ao assunto tratado. As mesmas não necessitam ser realizadas dentro da sala, com textos passados no quadro. Deve-se tomar cuidado e medir até que ponto as regras dos desportos, assim como outros assuntos teóricos são importante para o desenvolvimento dos discentes (FERREIRA, 2001).
O professor de Educação Física deve criar um ambiente favorável para a aprendizagem, implantando um protocolo, do favorecimento da cooperação entre os pares, da inclusão de todos, da organização do material e do ambiente. Assim haverá uma maior participação nas atividades físicas, recreativas e desportivas, desfavorecendo os momentos inativos durante as aulas (TOIGO, 2002).
Gráfico 3. O que aprendeu nas aulas de Educação Física
No gráfico 3, observa-se os aprendizados dos alunos nas aulas de Educação Física, esporte 54%, fazer atividade/ exercício físico (9%), coisas novas/várias coisas (9%), regras (8%), nada (7%), Alongamento (4%), alimentação (3%). Os aprendizados sobre esportes são mencionados por mais da metade dos alunos. Mais uma vez, tem-se o esporte como carro chefe nas respostas desta pesquisa. Correlacionando com a terceira pergunta, é perceptível que os alunos por terem experiências positivas gostem da mesma, e ainda desenvolvam fora do contexto escolar, bem como revela a primeira pergunta. Darido (2004), em sua pesquisa verificou maior porcentagem no aprendizado de esportes (72,7%) e (9%) para a opção nada, valor parecido com este estudo.
Ainda deve-se considerar a porcentagem significativa dos alunos que responderam não terem aprendido nada nas aulas. Como o contexto esportivo está tão presente na vida destes alunos, os conhecimentos adquiridos na escola não são novos, já que os meios de comunicação ou a vivencia possibilitaram esse aprendizado, e por este fazer significado não atribuem o mesmo para outros aprendizados. Assim levanta-se a questão: As aprendizagens esportivas são suficientes para tornar os alunos praticantes de atividades físicas na vida adulta?
Para Darido (2004), não aprender nada está relacionado a percepção dos alunos se tornar mais crítica ou há mesmo uma deficiência das escolas em lidar com os novos interesse do jovem, ou ambos.
Questionados se os aprendizados foram importantes para a sua vida, (85%) julgam que sim, (11%) não e (4%) acham que é um pouco importante.
Gráfico 4. Motivo para a aprendizagem ser importante
O gráfico 4, mostra os motivos para as aprendizens serem importante para a vida. Aprender/conhecer/jogar o esporte (42%), para a vida (36%), para o bem estar/saúde/bom para o corpo (16%). Os alunos que responderam que as aulas foram importante para a vida, não atribuiram muito valor aos novos conhecimentos. Escreveram que eram importantes para a vida, mas não atribuíram significado. Os que atribuiram, citaram os esportes com seu funcionamento e regras. Uma pequena fatia citou fatores relacionados, com saúde, bem estar, qualidade de vida. Uma Educação física voltada a saúde deve ir ao encontro de contribuir para o desenvolvimento saudável dos seus educandos.
Para Poletto (2001), a escola é o local para o desenvolvimento de estratégias de educação para a saúde. Assim a aula de Educação Física, deve assumir um papel privilegiado na promoção de habitos de vida fisicamente ativos. A escola, para muitos, se constitui na única oportunidade de acesso a praticas da cultura corporal.
Gráfico 5. Motivo para a aprendizagem não ser importante
O gráfico 5, aponta os motivos para as aprendizagens não serem importantes. Não gostou (50%), não é importante para a vida (33%), já sabia (17%). Para conseguir dar sentido ao hábito de realizar atividades físicas, o papel da Educação física é essencial e como agente desse processo o professor tem um papel importante de ensinar aos escolares a desenvolver hábitos sadios de atividades (GUEDES, 2002).
Gráfico 6. Aprendizados que foram adotados no cotidiano
No gráfico 6, observa-se o que o aluno aprendeu nas aulas de Educação Física e adotou no seu dia a dia. Nada (22%), fazer atividade física (14%), alimentação, (14%), futsal (13%), atletismo/correr (11%), alongamento (9%), jogar volei (8%). Destaca-se nesta pergunta a resposta nada para a questão que aborda o que foi adotado a partir das aprendizagens na escola.
A adoção de pratica de atividade física e os esportes (futsal, atletismo/correr, jogar vôlei), são aprendizados que contribuem para modelos de vida ativos, ou seja, são conteúdos que favorecem a realização fora da escola, podendo ser adotados também na vida. A pratica de esportes também deve ser considerada, mas necessita um valor maior além do simples jogar é essencial a formação de seres críticos e reflexivos. Para Barroso e Darido (2006) os esportes devem fazer parte da Educação Física escolar, já que é um fenômeno socialmente enraizado na sociedade. Mas necessita de condições que possam ser entendidos e refletidos sobre as suas várias possibilidades. Como a escola sofre influencias da sociedade , reciprocamente a escola tem a propriedade de intervir nesta sociedade
Considerações finais
A partir dos resultados dessa pesquisa, pode-se verificar que os estudantes realizam atividades físicas tanto fora da escola, bem como nas aulas de Educação Física. As atividades mais realizadas são as práticas esportivas, a preferência se dá pelas habilidades, fácil acesso aos mesmos, pela divulgação da mídia, bem como pelo acesso aos materiais. Os que não realizam, por não se identificarem ou não terem destreza para determinadas praticas, acabam adotando atividades com pouco gasto de energia.
Poucos alunos mostraram conhecimento sobre a importância da realização de atividades físicas. Apesar de afirmarem que os aprendizados a respeito de esporte, atividade/ exercício físico, regras, alongamento e alimentação foram importantes, não apresentaram uma consciência positiva a respeito dos benefícios, ou seja, do porque da realização das mesmas.
Sobre os aprendizados adotados no dia a dia, houve aproximadamente 50% de estudantes de associaram a sua vida realização de esportes e atividades/ exercícios físicos. Porém cerca de 25%, respondeu não adotar nada. A partir deste dado é necessário repensar as aulas de Educação Física e principalmente o significado aos conteúdos e conhecimentos, já que em sete anos de vivencia escolar os alunos não conseguem adotar nenhum conhecimento das aulas em sua vida, algo está errado.
Deste modo, verifica-se que as aulas de Educação Física contribuem para a aquisição de hábitos de atividades físicas, porém é necessário um maior enfoque naqueles que apresentam dificuldades, que não participam das aulas, que ficam sentados nos bancos ou escorados nos muros. Motivar os alunos e principalmente dar significado as aprendizagens, através de reflexões e discussões, mostrando alternativas e possibilidades de modos de jogos, atividades, praticas diversas, para que os estudantes possam ter autonomia de decisão para realizar práticas que contribuam para a sua qualidade de vida.
Referências bibliográficas
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