Dor, força muscular e mobilidade funcional em portadores de osteoartrose no joelho submetidos a exercícios terapêuticos Dolor, fuerza muscular y movilidad funcional en portadores de osteoartrosis en rodilla sometidos a ejercicios terapéuticos Pain, muscular strenght and functional mobility in knee osteoarthrosis under therapeutic exercises |
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* Fisioterapeuta graduada pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP**Fisioterapeuta do Programa da Saúde da família do Município de São Paulo Graduada pelo centro Universitário Adventista de São Paulo- UNASP ***Mestre em fisioterapia – UNIMEP, Doutor em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo- FMUSP, Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP |
Letícia Santos Costa Rezende* Ana Carla Camargo Ribeiro* Sthefanie Rampini** Fábio Marcon Alfieri*** (Brasil) |
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Resumo Introdução: A osteoartrose (OA) é uma doença reumática, degenerativa, crônica de caráter inflamatório que provoca a destruição da cartilagem articular e leva a uma incapacidade funcional progressiva. Objetivo: verificar a influência de um programa de exercícios terapêuticos sobre a dor, força muscular e mobilidade funcional em portadores de osteoartrose no joelho. Metodologia: Participaram do trabalho 21 voluntários submetidos a um programa de exercícios durante 12 sessões que consistiu em exercícios de alongamentos, fortalecimentos dos músculos da região do joelho e exercícios de propriocepção. A dor foi avaliada pela escala visual analógica (EVA), o nível de força de extensão do joelho pelo dinamômetro Backa-a®, e para avaliação da mobilidade funcional foi utilizado o teste Timed Up and Go. A análise estatística foi feita com o sistema computacional Graph Pad InStat utilizando o teste t de Student. Resultados: Ao avaliar a intensidade da dor, verificou-se que o escore da EVA passou de 6,80 ± 2,24 para 4,73 ± 2,59 (p=0,0003), a força muscular de extensão do joelho, passou de 42,63 ± 24,22 Kg para 64,26 ± 23,69 Kg (p=0,0004) e a mobilidade funcional passou de 9,02s ± 2,29 para 7,57s ± 1,4 (p=0,002) após o programa de intervenção. Os resultados permitem sugerir que os exercícios terapêuticos puderam interferir de forma positiva nas três variáveis analisadas, sendo então um recurso indicado para reduzir a sintomatologia de pacientes com osteoartrose no joelho.Unitermos: Osteoartrose. Exercícios terapêuticos. Dor. Força muscular. Mobilidade funcional.
Abstract Preface: Osteoarthritis is a degenerative, rheumatic and chronic disease with an inflammatory character, which causes the destruction of joint’s cartilage and takes to a progressive functional inability. Objective: Verify the influence of a programa of therapeutic exercises over the pain, muscular strength and functional mobility in porters of knee osteoarthritis. Methodology: 21 volunteers were submitted to the program of exercises therapeutic during 12 sessions that consisted in: lengthening exercises, enhancement (improvement) of muscles of the region of knees and of proprioception. The pain was evaluated by the visual analogical scale (EVA), the strength level of knee’s extension by the dynamometer Backa-a® and, for the evaluation of functional mobility, was used the test Timed UP and GO. The statistic analysis Graph Pad InSat using the t of Student. Results: Evaluating the intensity of pain, it was seen that the score EVA changed from 6,80 ± 2,24 to 4,73 ± 2,59 (p = 0,0003), the muscular strength knee’s extension went from 42,63 ± 24,22 Kg to 64,26 ± 23,69 Kg (p=0,004) and the functional mobility changed from 9,02s ± 2,29 to 7,57s ± 1,4 (p= 0,002) after the intervention program. The results allows us to suggest that classic physiotherapy can interview in a positive way in the three variant analyzed, what means it is an indicating recourse to diminish the symptoms of knee’s osteoarthritis. Keywords : Osteoarthritis. Physiotherapy. Pain. Muscular strength. Functional mobility.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A osteoartrose (OA) é uma doença reumática, degenerativa, crônica de caráter inflamatório que provoca a destruição da cartilagem articular e leva a uma incapacidade funcional progressiva. Surge a partir de um desequilíbrio entre a síntese e degradação da matriz cartilaginosa. Atinge principalmente as articulações sinoviais, levando a uma perda da elasticidade por desordem na rede de colágeno e por perda de fragmentos proteoglicanos para o líquido sinovial com acúmulo de água para os tecidos cartilaginosos. 1, 2, 3.
Inicialmente a articulação se torna edemaciada e progride com zonas de fibrilação, cistos, esclerose do osso subcondral e formação de osteófitos, além de uma progressiva alteração na congruência das superfícies articulares até uma completa exposição do osso subjacente. 3,4.
Por ser uma doença reumática possui uma etiologia multifatorial, podendo manifestar-se devido ao aumento da idade, predisposição genética, estresse mecânico, obesidade, sedentarismo e atividade física excessiva. Dentre os sintomas estão: rigidez articular, parestesias, diminuição da propriocepção, diminuição da amplitude de movimento e principalmente dor e fraqueza muscular. 3,4,5,6.
A dor está relacionada com a excitação dos receptores por ação química e mecânica. Instala-se de forma progressiva acarretando danos a articulação, impedindo a ação muscular que por sua vez leva a não utilização do membro lesado. Os efeitos secundários a dor são edema, distenção dos tecidos periarticulares (cápsulas e ligamentos), inibição da atividade muscular reflexa, atrofia dos músculos e fraqueza muscular. Esses fatores prejudicam a estabilidade articular e a funcionalidade o que gera uma diminuição da agilidade e mobilidade comprometendo a realização de atividades de vida diária (caminhar, abaixar, subir, descer escadas e rampas) e atividades profissionais. Estas características promovem piora na qualidade de vida gerando um ciclo vicioso. 3, 6,7.
A incidência da osteoartrose é muito elevada, representando cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de Reumatologia. Sua importância pode ser demonstrada através dos dados da Previdência Social no Brasil que mostram que esta doença é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho. Também é considerada a segunda doença pela quais os segurados recebem auxílio doença (7,5%), e a quarta em número de aposentadorias concedidas (6,2%). A maior incidência encontra-se em mulheres na idade adulta entre a quarta e quinta década no período da menopausa, com maior freqüência após a sexta década de vida.3, 4, 7,8.
O tratamento desses pacientes deve ser multiprofissional. O diagnóstico preciso e tratamento precoce podem minimizar os sintomas e auxiliar o retorno e a manutenção das atividades diárias. Dentre os tratamentos propostos encontra-se a terapia medicamentosa, cirurgia e a fisioterapia que com sua grande variedade de recursos e técnicas terapêuticas tem auxiliado a quebra do círculo vicioso da OA, contribuindo dessa forma, para melhora do quadro clínico funcional desses indivíduos. No entanto, apesar desta constatação prática, muitos dos seus recursos ainda não têm comprovação científica da sua eficácia. 1, 3, 6, 9,10.
O exercício físico é um recurso discutido entre autores. Segundo Baetzner9 o exercício físico extenuante aumenta a chance de doenças articulares degenerativas. Buckwalter11 relata que exercícios moderados alteram a composição das propriedades mecânicas da cartilagem e do osso subcondral. Para outros autores, causa uma série de lesões articulares agudas, dependendo da intensidade, preparo físico e quantidade 9, 11, 12, 13. Marques e Kondo1 citam que autores anteriores a 1980 encontraram diminuição da força muscular e consequentemente perda da capacidade funcional e diminuição da capacidade aeróbica. No entanto, sabe-se que o exercício físico de baixo impacto, regular e orientado, não traz conseqüências adversas ou aceleração do desenvolvimento de OA em indivíduos normais9. Autores como Bunning e Materson7 e Fisher14 relatam que a realização de exercícios terapêuticos melhora e mantém a força muscular, a mobilidade articular, a funcionalidade e diminuem a dor 1, 8, 14,15.
Este trabalho teve como objetivo verificar a influência de um programa de exercícios terapêuticos sobre a dor, força muscular e mobilidade funcional em portadores de osteoartrose no joelho.
Material e métodos
O presente trabalho é um ensaio clínico no qual 30 indivíduos portadores de osteoartrose (OA) no joelho, residentes na zona sul de São Paulo. Os voluntários foram recrutados da lista de espera por atendimento do setor de Ortopedia da Policlínica do Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do UNASP, e os indivíduos que concordaram em participar do trabalho foram devidamente informados acerca dos procedimentos da intervenção e assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Os critérios de inclusão foram: não estar realizando tratamento concomitante, possuir diagnóstico médico de OA no joelho, ter encaminhamento para a fisioterapia, não ter feito nenhum tipo de cirurgia no joelho. Os de não inclusão foram: estar usando órteses ou dispositivos para deambular. E os de exclusão: ter freqüência inferior a 9 sessões nas atividades propostas, apresentar alterações hemodinâmicas e não conseguir realizar as atividades propostas.
Os sujeitos do estudo foram submetidos a um programa de exercícios terapêuticos com duração de 12 sessões, sendo 2 sessões semanais, com duração de 60 minutos cada.
Dos trinta indivíduos portadores de osteoartrose no joelho, 6 (20%) indivíduos não foram aceitos já que destes 3 (50%) usavam algum dispositivo para deambular, 1(3,3%) era cadeirante, 1(3,3%) realizava tratamento concomitante e 1(3,3%) já havia feito cirurgia no joelho. Sendo assim foram incluídos no programa de exercícios 24 indivíduos. Destes 23 eram do sexo feminino (95%).
Para avaliar a influência do PFC, os sujeitos foram avaliados antes e após o tratamento, por um mesmo avaliador.
Para a avaliação da intensidade da dor utilizou-se a Escala Visual Analógica (EVA) que consiste de uma linha em forma linear, contendo 10 cm, onde o indivíduo marca com um traço, o local que melhor se identifica a sua dor, sendo que mais próximo ao inicio da linha significava ausência de dor e mais próximo ao final da linha, dor insuportável. Para análise do resultado foi utilizada uma régua que determina em cm a quantidade de dor, descrita pelo indivíduo.
O nível de força de extensão do joelho foi avaliado com a utilização do dinamômetro Backa-a®. Realizado com o indivíduo sobre a plataforma do aparelho, suas costas em contato com a parede, joelhos semi-fletidos, segurando com as mãos na barra de apoio do aparelho. Solicitava-se o movimento de extensão do joelho, sem fletir a coluna vertebral. Dessa forma o aparelho mensurava em kg o grau de força de extensão do joelho. O teste foi realizado três vezes foi considerado o maior valor obtido pelo o individuo.
Para avaliação da mobilidade funcional foi utilizado o teste “Timed Up and Go” (TUG). O qual necessita de uma cadeira, cronômetro, fita. O teste consistia em mensurar em segundos o tempo gasto pelo individuo para levantar da cadeira, andar três metros, voltar e sentar novamente na cadeira. O teste foi repetido três vezes, onde se colheu o menor tempo do indivíduo 16.
Cabe-se ressaltar que todos os testes foram realizados sem ajuda alguma aos indivíduos.
O programa de exercícios terapêuticos foi dividido em três fases (inicial, intermediária e avançada), por ter caráter progressivo e a princípio objetivar a adaptação do paciente as atividades propostas. A mudança de uma fase para a outra, foi de acordo com as semanas sendo que cada fase permaneceu por 2 semanas, 4 sessões.
A pressão arterial foi aferida no início e no final de cada sessão.
Fase inicial
As sessões começavam com uma série de alongamentos dos músculos quadríceps, isquiotibiais e tríceps sural, realizados em três repetições de 30 segundos cada. O número de repetições e o tempo dos alongamentos permaneceram sem alterações durante todo o tratamento.
Na seqüência do tratamento eram executados exercícios de fortalecimento para os mesmos músculos supracitados, onde o indivíduo ficava sentado, joelhos fletidos a 90° com tornozeleira na porção distal do membro inferior. Nesta fase a tornozeleira possuía carga de 1 a 2 ½ kg, os exercícios foram realizados em 3 séries de 10 repetições cada.
Em seguida os sujeitos realizavam exercícios proprioceptivos, durante cerca de 40 minutos através de circuitos, com:
Atividades recreativas: chute de bola ao gol, desvio lateral sobre barras e bambolês, desvio látero-lateral e ântero-posterior com o membro inferior sobre uma bola.
Atividades de vida diária: subir e descer rampas e escadas.
Exercícios em superfícies estáveis: treino de marcha nas barras paralelas.
Exercícios em superfícies instáveis: treino de marcha sobre colchonetes com obstáculos, treino de equilíbrio sobre a cama elástica e no balancim com apoio bipodal.
Por fim realizavam exercícios de contração isométrica para o quadríceps, no qual o sujeito ficava em decúbito dorsal, com uma almofada na fossa poplítea, fazendo uma pressão no sentido ântero-posterior, sendo 3 séries com 30 segundos cada. Este permaneceu durante todas as fases sem alterações.
Fase intermediária
Iniciava-se com os alongamentos já citados anteriormente e prosseguia com fortalecimento muscular com carga de 3 a 4 Kg. O tempo e a freqüência foram alterados para 3 séries de 15 repetições cada.
O nível de complexidade dos exercícios proprioceptivos era crescente a cada fase, porém as atividades recreativas, atividades de vida diária e os exercícios em superfícies estáveis permaneceram os mesmos em todas as fases. Já os de superfícies instáveis começaram a ser realizados com apoio unipodal.
Acrescentou-se nesta fase exercícios sobre o disco proprioceptivo no qual indivíduo deveria manter o disco equilibrado pelo maior tempo possível. Acrescentou-se também a prancha de equilíbrio, onde o sujeito em posição ortostática realizava descarga de peso no sentido ântero-posterior e látero-lateral.
Fase avançada
Esta fase consistia de alongamentos, fortalecimento muscular com carga de 5 a10 kg, com aparelho para musculação da marca Physicus – equipamento esportivo - para as cargas superiores a 5 kg, a freqüência dos exercícios passou a ser de 3 séries de 20 repetições cada.
Os exercícios proprioceptivos seguiram a mesma seqüência da fase intermediária com alteração somente nos exercícios de superfícies instáveis. Além da realização dos exercícios em apoio unipodal nesta fase solicitava-se a não utilização da visão para as atividades e os sujeitos foram desequilibrados pela terapeuta nas atividades na cama elástica, balancim, prancha de equilíbrio e disco proprioceptivo.
Os treinos de marcha em superfícies instáveis foram realizados na pista proprioceptiva que apresentava desnível de solo e diferentes texturas como areia, terra molhada, pedra, grama e solo cimentado. Foi solicitado aos sujeitos que não utilizassem calçados e meias para essas e demais atividades proprioceptivas de todo o programa.
Análise estatística
Os dados da Escala Visual Analógica (EVA), Timed UP and GO (TUG) e nível de força de extensão do joelho foram analisados pelo sistema computacional Graph Pad InStat utilizando o teste t de Student . Os dados foram considerados estatisticamente significantes quando p< 0,05.
Resultados
Dos 24 indivíduos que foram selecionados 1(4,16%) desistiu do tratamento, 1(4,16%) sofreu um acidente vascular encefálico, 1(4,16%) teve freqüência inferior a nove sessões, permanecendo 21 indivíduos.
Dor
Após as doze sessões de intervenção do programa de fisioterapia clássica. Pôde-se observar que a dor nos sujeitos com OA de joelho apresentou valores menores após o tratamento quando comparados com os valores obtidos antes do tratamento, passando de 6,80 ± 2,24 para 4,73 ± 2,59 (p=0, 0003).
Força muscular dos extensores do joelho
Os sujeitos tiveram um aumento no escore de força muscular de extensão de joelho passando de 42,63 ± 24,22 Kg para 64,26 ± 23,69Kg com p=0,0004.
Mobilidade funcional
Analisando os dados obtidos pelo teste TUG, verificou-se que na avaliação inicial os sujeitos gastaram 9,02s (± 2,29) passando para 7,57s (± 1,4) após a intervenção para (p=0, 002).
Discussão
A osteoartrose é uma doença degenerativa, crônica e progressiva que traz limitações funcionais e dor 1,2,3, porém os exercícios terapêuticos empregados neste estudo, mostraram ser importantes para a diminuição da dor, aumento da mobilidade e aumento da força muscular nos indivíduos com osteoartrose de joelho.
A dor é o principal sintoma da OA, trazendo consigo limitações funcionais, pois devido ao quadro álgico o indivíduo compensa não utilizando o membro comprometido, desencadeando uma diminuição da força muscular em todos os grupos musculares que envolvem a articulação osteoartrítica, ou seja, levando posteriormente a alterações articulares, periarticulares e disfunção progressiva3,6,10,17.
No presente estudo foi verificado que os exercícios terapêuticos foram capazes de melhorar a dor, isto ocorreu provavelmente devido à mobilização articular que leva a um aumento da lubrificação da articulação e aceleração do processo regenerativo, garantindo uma melhor hidratação e nutrição cartilaginosa3.
Este resultado está de acordo com Bunning e Materson7 os quais relatam que os exercícios terapêuticos para esses indivíduos diminuem a dor, pois melhoram a biomecânica. Staff e Maffuli19,20 acreditam que a atividade física influência o metabolismo e a resistência da articulação. Segundo Brandt21 e Fransen et. al22 somente os exercícios terapêuticos são capazes de diminuir a dor. Tais achados contrariam Silva et. al23 que demonstraram não haver melhora na dor utilizando somente a cinesioterapia.
Segundo Pai et al24 e Tan et al.25 os pacientes com OA de joelho tendem a reduzir a força muscular dos extensores de joelho, isto é exemplificado por Melo et al.26 que viram que a força muscular dos extensores de joelho de indivíduos com osteoartrose sofre redução de 50-60%.
A diminuição da força muscular gera incapacidades e um comprometimento físico que causa prejuízos nas atividades de vida diária e atividades de vida profissional. Devido à relação entre a diminuição da força e dor, que são as principais características desses indivíduos, ocorre um ciclo vicioso que conduz a um déficit na qualidade de vida1,7.
Sendo assim os resultados deste estudo foram benéficos, pois com a melhora da força os indivíduos passaram da posição sentada para a posição ortostática com mais facilidade e a fisioterapia mostrou que pode quebrar este ciclo vicioso por melhorar a dor e aumentar a força muscular. Isso pode ter sido devido ao aumento de carga progressiva durante todo o PFC 27. A atividade física moderada e orientada, de acordo com Coimbra et al.10 pode melhorar algumas alterações relacionadas à OA, diminuindo a incapacidade e melhorando o condicionamento físico. Desta forma, como salienta Greve et al28 , os exercícios são benéficos para o aumento da força muscular e melhora da dor. Já os exercícios com cargas excessivas comprometem a congruência articular, aumentam o edema, a dor e a fadiga, além de gerar instabilidade, mau alinhamento e degeneração articular29.
Como indivíduos com AO, apresentam fraqueza dos extensores de joelho, diminuição da propriocepção, equilíbrio e senso de posição30, os exercícios usados no presente estudo, especialmente os proprioceptivos, podem ter melhorado as aferências proprioceptivas, gerando melhor percepção articular e melhora do controle postural3; isto associado à melhora da força e diminuição da intensidade da dor pode refletir na melhora da mobilidade e função de indivíduos com AO31.
Sendo assim, os exercícios terapêuticos possuem papel importante na reabilitação desses indivíduos, pois auxilia tanto na redução de sintomas, como na melhora de execução de atividades de vida diária e melhora da funcionalidade, como na realização de tarefas como levantar de uma cadeira, ou cama, andar em terrenos irregulares, dentre outros.
Conclusão
O programa de exercícios terapêuticos promoveu uma diminuição da dor, aumentou a força muscular e a mobilidade funcional, contribuído para a melhora clinica e funcional dos indivíduos portadores de OA no joelho.
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