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Dengue: um problema de saúde uma realidade 

nos serviços de saúde e comunidade. Uma revisão

El dengue: un problema de salud, una realidad en los servicios de salud y comunidad. Una revisión

Dengue: a health issue a reality in the health and community service. A review

 

Enfermeiras graduadas pela Universidade Estadual

de Montes Claros, MG, Unimontes

(Brasil)

Juliana Pereira Alves

julianapereira066@gmail.com

Franciele Fagundes Fonseca

franciele.fagundes13@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: A dengue é uma infecção viral que afeta o ser humano, possuindo impacto importante na saúde pública e no mundo. Objetivo: Este estudo objetivou realizar uma revisão literária sobre a repercussão da dengue na comunidade e serviço de saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão literária, descritivo, sobre a dengue. Foi realizada uma busca nas principais bases eletrônicas de periódicos: Medline, Scielo; Lilacs, livros e outros documentos científicos publicados entre os anos de 2007 e 2013. Resultados e discussão: No Brasil, a época de infestação da dengue é mais comum no verão. A dengue é uma doença de notificação compulsória, todo caso suspeito e/ou confirmado, deve ser comunicado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica. Observa-se ser imprescindível melhorias na infraestrutura dos centros urbanos, identificação e adoção de estratégias sustentáveis. Além de promoção de aprendizagens significativas como método de educar, na perspectiva de desenvolver a autonomia individual, possibilitando a construção de redes de mudanças sociais no controle da dengue. Considerações finais: De acordo com a pesquisa realizada pode-se perceber a dimensão deste problema de saúde pública que afeta diretamente a comunidade e serviços de saúde. Por isso é necessário responsabilização do setor coletivo e individual, para prevenção e controle da dengue na adoção de políticas públicas de intervenção, educação em saúde, investimentos de recursos, novos estudos e sensibilização da comunidade.

          Unitermos: Dengue; Serviços de saúde; comunidade; enfermagem.

 

Abstract

          Introduction: Dengue is a viral infection that affects humans, having major impact on public health and the world. Objective: This study aimed to perform a literature review on the impact of dengue in the community and the health service. Methodology: This is a study of literary, descriptive review about Dengue. A search was conducted in the major electronic databases of journals: Medline, SciELO, Lilacs, books and other scientific papers published between 2007 and 2013. Results and discussion: In Brazil, the time of infestation of dengue is more common in summer. Dengue is a reportable disease, all suspected and / or confirmed cases should be reported to the Department of Epidemiological Surveillance. Observed to be essential infrastructure improvements in urban centers, identification and adoption of sustainable strategies. In addition to promoting meaningful learning as a method of educating, in view of developing individual autonomy , allowing the construction of networks of social changes in dengue control . Conclusion: According to the survey can realize the scope of this public health problem that directly affects the community and health services. So accountability of individual and collective sector for prevention and control of dengue in the adoption of public policy interventions, health education, resource investment, new studies and community outreach is needed.

          Keywords: Dengue. Health services. Community. Nursing.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Atualmente, a dengue é a mais importante arbovirose que afeta o ser humano, constituindo-se em um sério problema de saúde pública no mundo. Ocorre e dissemina- se especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor (BRASIL, 2009).

    A dengue é uma infecção viral transmitida pela fêmea dos mosquitos A. aegypti e A. albopictus que tem hábitos diurnos. O vírus da dengue é da família Flaviridae, arbovírus grupo B, sendo identificados 4 sorotipos (1, 2, 3 e 4). Com distribuição geográfica em mais de 100 países nos trópicos e subtrópicos incluindo América, sudeste da Ásia, oeste do Pacifico, África e leste do Mediterrâneo. No Brasil, desde 1986 vêm ocorrendo epidemias de dengue, com cerca de 3 milhões de casos (ARAGÃO et al., 2010).

    Estima-se que 2,5 bilhões de pessoas habitem em áreas de risco de dengue, em mais de 100 países endêmicos. Mais de 50 milhões de infecções ocorrem anualmente com 500.000 casos de dengue hemorrágica e 22.000 mortes, sobretudo entre crianças (OLIVEIRA, 2012).

    A apresentação clínica da dengue depende da idade e do estado imunológico do paciente, podendo se apresentar de forma assintomática como, dengue clássica, hemorrágica e até como choque (ARAGÃO et al., 2010).

    A densidade larvária de Aedes aegypti flutua de acordo com as variações climáticas sazonais, elevando-se nas estações de maior pluviosidade, em função do número de potenciais criadouros disponíveis, o que promove ao aumento da incidência de dengue (SOUZA et al., 2010) .

    No Brasil, tem sido observado um padrão sazonal para casos de dengue que coincide com o verão, devido à maior freqüência de chuvas e aumento da temperatura (PENNA et al., 2011).

    A identificação precoce dos casos de dengue e de vital importância para a tomada de decisões e implantação de medidas de maneira oportuna, visando principalmente evitar a ocorrência de óbitos (BRASIL, 2011).

    Com isso, o profissional enfermeiro tem o papel de facilitador no processo de orientar o indivíduo, família e comunidade através de inúmeras estratégias, dentre elas a educação em saúde, pois o estudo sobre a dengue um problema de saúde pública é um subsídio essencial em prol da saúde coletiva e ambiental.

    Este estudo objetivou realizar uma revisão literária sobre a repercussão da dengue na comunidade e serviço de saúde, tendo a finalidade de auxiliar em estratégias para o combate ao vetor e disseminação de conhecimento científico.

    Esse tema se justifica devido aos enormes problemas de saúde que tem ocorrido com a freqüência de casos de dengue, sendo necessário uma educação significativa, ou seja, mudanças de comportamento da população para o controle do vetor, através do profissional de saúde, sobretudo o enfermeiro.

Metodologia

    Trata-se de um estudo de revisão literária, descritivo sobre a dengue um problema de saúde nos serviços de saúde e comunidade. Para elaboração do estudo, buscaram-se publicações disponíveis nas principais bases eletrônicas de periódicos: Medline, Scielo; Lilacs, livros e outros documentos científicos que contemplavam o assunto proposto. Como critério de inclusão adotou-se artigos e sites científicos que apresentaram o assunto de acordo com os objetivos do trabalho; livros que continham o conteúdo sobre dengue; artigos em língua portuguesa ou traduzidos publicados preferencialmente entre 2007 e 2013.

    Os dados foram coletados no primeiro e segundo semestre de 2013, através de pesquisa feita via internet no site da BVS (Biblioteca Virtual de Saúde). Foram usadas como descritores nas pesquisas as seguintes palavras: Dengue, Serviço de saúde, comunidade e enfermagem. A etapa de análise foi realizar uma leitura reflexiva, procurando compreender os fenômenos do estudo para assim expor as interpretações da pesquisa.

Resultados e discussão

    Em 2002, foi implantado o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) orienta-se a partir de três fundamentos: a) construção do programa em caráter permanente; b) respeito aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), com a gestão e execução do programa realizada pelos municípios e integração com as ações básicas de saúde; c) gestão integrada dos vários componentes do programa (FIGUEIRÓ et al; 2010; Brasil, 2002).

    A precocidade no diagnóstico da doença e na detecção de sinais de alarme, que indicam evolução desfavorável; assim como a instituição de tratamento adequado, são fundamentais. Não há tratamento específico, ele é apenas sintomático e de suporte. Até o momento, não existe vacina disponível para prevenção da doença, sendo o controle do vetor a medida mais efetiva (DIAS et al .,2010).

    Por ser uma doença de notificação compulsória, todo caso suspeito e/ou confirmado, deve ser comunicado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica, o mais rapidamente possível. Esse serviço deverá informar, imediatamente, o fato à equipe de controle vetorial local para a adoção das medidas necessárias ao combate do vetor. Em situações epidêmicas, a coleta e o fluxo dos dados devem permitir o acompanhamento da curva epidêmica, com vistas ao desencadeamento e avaliação das medidas de controle. Os casos graves devem ser notificados e investigados imediatamente, preferencialmente, durante o período de internação (BRASIL, 2007).

    Um caso suspeito de dengue clássico e o de um paciente com doença febril aguda, com duração máxima de 7 dias, acompanhada de, pelo menos, dois dos seguintes sintomas: cefaléia, dor retro-orbital, mialgia, artralgia, prostração e exantema (PENNA et al., 2011).

    A infecção é mais grave quando a pessoa é outra vez infectada, mas por um sorotipo diferente, e isso acontece em 2-4% dos indivíduos. Ainda não está explicado de que forma a reinfecção com dengue ocasiona uma enfermidade mais grave e por que somente alguns pacientes adoecem gravemente (SINGHI; KISSOON; BANSAL, 2007).

    No Brasil, as informações sobre a dengue circulam mais no verão. Após o período de maior infestação do mosquito, o trabalho de controle de focos assume uma freqüência e cobertura menores, propagando a falsa idéia de que a dengue só ocorre naquela época do ano (SILVA ,et al., 2011).

    Em um estudo realizado por Reis, Andrade e Cunha publicado no ano de 2013, em Unidades Básicas de saúde na cidade de Dourados-MS, com profissionais enfermeiros, revelou, que os comportamentos da população relativos à prevenção da dengue apontam para a responsabilização do outro, seja um ente publico ou privado, individual ou coletivo. Generalizam-se os comportamentos, inclusive aqueles negativos, que contribuem para a ocorrência da doença, mesmo que estejam presentes em pequena parcela da população.

    Nesse contexto, o principal desafio para a prevenção e controle da dengue esta em manter a infestação pelo Aedes aegypti em níveis suficientemente baixos para evitar a transmissão da doença. Por isso, e fundamental um esforço conjunto de toda a sociedade, e não apenas do setor da saúde. Tornam-se indispensáveis melhorias na infraestrutura dos centros urbanos, a identificação e adoção de estratégias sustentáveis visando a mudança de hábitos e comportamento da população em relação à presença de criadouros do mosquito em residências e a efetiva integração dos componentes da prevenção da dengue: epidemiologia, entomologia, laboratório, educação e mobilização social (PENNA et al .,2011).

    Pois, a manutenção constante da higiene ambiental e fator preponderante para a prevenção de epidemias e diminuição dos riscos de transmissão da dengue. Observa-se que a transferência de responsabilidade ao outro, em casos de dengue, é uma realidade na saúde, mas um comportamento impróprio, para tratar questões de saúde (REIS;ANDRADE;CUNHA,2013).

    Tendo em vista que a participação popular no controle de dengue é fundamental e se constitui em um dos eixos de sustentabilidade de um efetivo programa de vigilância e controle; que o processo participativo não é espontâneo e requer uma intervenção que envolva diferentes atores em sua formulação e execução, dentre eles o poder público; cabe o pressuposto de que sua implantação deveria estar inserida nos planos municipais de saúde, especialmente em municípios com transmissão de dengue (FERREIRA; VERAS; SILVA, 2009).

    Para Corrêa, Barbosa e Filho (2013) a promoção de aprendizagens significativas é uma forma de educar, na perspectiva de desenvolver a autonomia individual em íntima coalizão com o coletivo, além de possibilitar a construção de redes de mudanças sociais, com a conseqüente expansão de sensibilização individual e coletiva no controle da dengue.Nesse sentido as equipes de saúde têm esse grande papel e responsabilização nos serviços de saúde, juntamente com a comunidade.

Considerações finais

    A literatura pesquisada, revelou-se que a dengue é um sério problema de saúde pública, na realidade de serviços de saúde e comunidade, sendo fundamental ações continuas de responsabilização, compartilhada entre setor público e sociedade, para prevenção e controle da dengue, de tal modo a equipe de saúde e sobretudo, o profissional da enfermagem tem essa grande função, de disseminar conhecimento em meio coletivo, contribuindo para mudanças significativas nos hábitos e comportamento da população principalmente, em relação a presença de criadouros do mosquito, tanto em ambientes domiciliares como públicos, para melhoria assim, da qualidade de vida da população em geral.

    Destaca-se a necessidade de mais estudos, atuais sobre programas de prevenção e controle da dengue não só em períodos de maior infestação do mosquito Aedes aegypti, mas freqüentemente.

Referências

  • ARAGAO, R. E. M. de et al. Neurite óptica bilateral após infecção viral por dengue: relato de casos. Arq. Bras. Oftalmol. vol.73, n.2, 2010.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de Gestão. Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Diretoria Técnica de Gestão. 4. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD). Brasília: FUNASA; 2002.

  • CORRÊA, C. L.; Barbosa, C.; Filho, A. S. Enxergar as Fragilidades para Desenvolver as potencialidades: A educação permanente orienta profissionais de saúde no atendimento da população na contingência do dengue. Rev. Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde. Rio de Janeiro, v.7, n.3, Set., 2013.

  • DIAS, L.B.A et al. Dengue: transmissão, aspectos clínicos, diagnóstico e tratamento. Medicina Ribeirão Preto. 2010.

  • FIGUEIRÓ, A. C. et al. Análise da lógica de intervenção do Programa Nacional de Controle da Dengue. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. vol.10 supl.1 Recife Nov. 2010.

  • FERREIRA, I.T.R.N.; VERAS, M. A.S. M.; SILVA, R. A. Participação da população no controle da dengue: uma análise da sensibilidade dos planos de saúde de municípios do Estado de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, 25(12): 2683-2694, dez, 2009.

  • SILVA, L. B. et al. Comunicação sazonal sobre a dengue em grupos socioeducativos na atenção primária à saúde. Rev Saúde Pública 2011; 45(6): 1160-7

  • SOUZA, S. S. de; SILVA I. G da. SILVA, H. H. G. da. Associação entre incidência de dengue, pluviosidade e densidade larvária de Aedes aegypti, no Estado de Goiás. Rev. Soc. Bras. Med. vol.43, n.2, 2010,

  • PENNA, G. O. Doenças dermatológicas de notificação compulsória no Brasil. Revista An Bras Dermatol. 2011; 86(5): 865-77.

  • OLIVEIRA, M.A. Condicionantes socioambientais urbanos associados à ocorrência de Dengue no município de Araraquara. Tese de doutorado Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública. São Paulo; s.n. 2012.

  • Reis, C. B.; Andrade, S. M O.; Cunha, R. V. Responsabilização do outro: discursos de enfermeiros da Estratégia Saúde da Família sobre ocorrência de dengue. Rev Bras Enferm. Brasília 2013 jan-fev; 66(1): 74-8.

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