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Nível de conhecimento de escolares do 9º ano do

ensino fundamental sobre estilo de vida saudável

Nivel de conocimiento de los escolares de 9º grado de escuela primaria sobre el estilo de vida saludable

 

*Profissional de Educação Física.

**Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Centro de Estudos e Pesquisas em Atividade Física e Saúde

(Brasil)

Rogério Oliveira Campos*

Joel Saraiva Ferreira**

falecomjoel@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O estudo teve como objetivo analisar o nível de conhecimento de escolares sobre estilo de vida saudável, pois na atualidade sabe-se que praticar regularmente atividade física e ter bons hábitos alimentares é uma alternativa para a prevenção de várias doenças. Para isso, foi feita uma pesquisa de campo, descritiva e com característica quantitativa, com o uso de um questionário elaborado especificamente para o presente estudo, o qual continha sete questões sobre estilo de vida dos escolares e os conhecimentos deles sobre o referido assunto. Os sujeitos da pesquisa foram três turmas de 9º ano do ensino fundamental, todos voluntários, com idade entre 13 e 14 anos, totalizando 83 entrevistados, sendo 37 meninos e 46 meninas, estudantes do período matutino de uma escola da rede municipal de ensino de Campo Grande-MS. Os resultados indicaram que a maior parte dos escolares é adepta da prática de atividades física e apenas uma minoria dos pesquisados não praticam em nenhum momento atividades físicas. Com isso, concluiu-se que a maior parte da população pesquisada tem bom nível de conhecimento sobre o assunto sobre os aspectos relacionados ao estilo de vida saudável.

          Unitermos: Vida saudável. Atividade física. Qualidade de vida. Escolares.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Guedes e Grondin (2002) dizem que nas últimas décadas tem se ressaltado a importância da aquisição e manutenção de hábitos saudáveis direcionados à melhoria da qualidade de vida e da saúde com a prática regular de atividades físicas, alimentação adequada, momentos de lazer e controle emocional entre outros.

    Por outro lado, a não prática de atividades físicas regularmente tem uma correlação muito próxima com a obesidade nos adolescentes, por vários motivos, um deles a tecnologia. Muitos jovens preferem deixar de lado algumas atividades como brincadeiras, jogos esportivos, para usufruir de jogos virtuais, como videogames e computadores, ou por eles serem pouco estimulados para a prática de atividades físicas e desconhecer os benefícios da mesma para a sua saúde e bem estar.

    A qualidade de vida é influenciada pelo estilo de vida de cada um, e um estilo de vida saudável inclui a atividade física regular, considerada um componente importante. São incluídos ainda bons hábitos alimentares, sono adequado, controle de peso e baixo consumo de álcool e de tabaco (SHARKEY, 2001).

    A busca por métodos alimentares saudáveis, atividades físicas regulares entre outros está cada vez mais presente na vida das pessoas, pois as pessoas estão se preocupando mais com sua saúde. E o que está evidente hoje nos meios de comunicação é exatamente isso, praticar atividades físicas regularmente, se alimentar com mais qualidade, fumar não faz bem à sua saúde, bebidas alcoólica em excesso são malefícios.

    A partir disso, a população em geral está mais consciente, buscando cada vez mais se adequar a um padrão de vida que tenha nele relacionado os itens citados anteriormente.

    De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde - OPAS (2003), o incentivo a prática de atividade física atua de maneira benéfica com as estratégias para melhorar os hábitos alimentares, auxilia no desencorajamento do uso de tabaco, álcool e outras drogas, reduz a violência, aprimora as capacidades funcionais e, além disso, promove a integração social.

    Pensando nisso o quanto antes tivermos essa conscientização melhor será para o futuro de nossas vidas, pois a pesquisa pretende evidenciar o real entendimento que os alunos têm sobre esse tema e mostrar algumas possibilidades de oportunizar esse conhecimento tanto nas aulas de educação física na escola, como no seu dia a dia.

    Acredita-se que quando uma criança ou adolescente é introduzido em meio a hábitos saudáveis ainda que muito novos, provavelmente tenha uma vida adulta da mesma forma, sendo assim tem que se ter a compressão de que a escola, nas aulas de educação física propriamente falando que é o melhor lugar para que esses indivíduos passem a aprender sobre vida saudável, qualidade de vida, atividade física.

    Para Guedes e Grondin (2002), existe uma relação entre os hábitos adquiridos na adolescência e a fase adulta, isto implica que um adolescente fisicamente ativo pode se transformar em um adulto com os mesmos hábitos, mantendo assim sua qualidade de vida.

    Sendo assim a alternativa e solução para que os índices de obesidade infantil diminuam, para que se tenham pessoas mais ativas fisicamente e saudáveis menos fumantes, é preciso à mobilização da sociedade, pois não basta um lado querer ajudar, todos tem que querer ser ajudados, e através desta pesquisa pretende mostrar o quanto é importante um estilo de vida saudável e dar algumas propostas para o tema ser inserido nas aulas de educação física escolar.

    Esta pesquisa teve por objeto de estudo o nível de conhecimento dos escolares sobre estilo de vida saudável, pois na atualidade sabe-se que praticar regularmente atividade física e ter bons hábitos alimentares é uma alternativa para a prevenção de várias doenças.

Materiais e métodos

    O estudo teve por objetivo analisar o nível de conhecimento dos escolares do 9º ano do ensino fundamental sobre estilo de vida saudável. Para isso foi usado o método quantitativo, com o qual se estudou um único grupo de alunos de uma escola da Rede Municipal de Ensino (REME) de Campo Grande- MS, sendo desenvolvido por meio de questionário que foi aplicado para analisar os reais entendimentos dos escolares em relação ao estilo de vida saudável.

    Os sujeitos da pesquisa foram três turmas de 9º ano, todos voluntários, com idade entre 13 e 14 anos, sendo meninas e meninos totalizando 83 entrevistados, 37 meninos e 46 meninas, estudantes do período matutino. A pesquisa foi realizada através de um questionário especifico para o presente estudo, que continha sete questões relacionadas a estilo de vida dos escolares e os conhecimentos que eles têm sobre o assunto. O instrumento de pesquisa (questionário) foi aplicado pelo próprio pesquisador, durante o período das aulas de educação física, no mês de abril de 2013.

    Em relação ao aspecto ético, houve autorização por parte da direção da escola para o desenvolvimento do presente estudo.

    Após a coleta dos dados, as informações foram armazenadas em uma planilha do programa Excel for Windows, o qual foi utilizado para a elaboração do material ilustrativo da pesquisa (gráficos). Na mesma planilha efetuou-se os cálculos dos valores percentuais de cada variável, para a apresentação em forma de tabela.

Apresentação e discussão dos resultados

    Após a tabulação, os dados foram organizados em tabelas e figuras para facilitar a apresentação das informações e, conseqüentemente, a discussão em relação aos resultados obtidos. Foram avaliados 83 escolares, sendo 37 do sexo masculino e 46 do sexo feminino e a faixa etária dos escolares variou de 13 a 14 anos de idade.

Figura 1. Distribuição de escolares em relação à prática de atividade física fora do ambiente escolar (n = 83)

    Analisa-se na figura 1 que a maior parte dos escolares é praticante de atividades físicas, pois dos 83 alunos, 34 praticam atividades físicas regularmente isso corresponde a mais de uma vez por semana; já 32 alunos também são praticantes de atividade física, porém com menos assiduidade nem sempre eles podem praticar e uma pequena parte do total dos pesquisados não praticam em nenhum momento atividades físicas visto que um dos motivos é não gostar da prática, às vezes por não ter local apropriado ou simplesmente por não ter companhia (tabela 2).

     A prática de atividade física proporciona resultados consideráveis de ganho de massa muscular, conseqüentemente diminuindo os níveis de gordura corporal, traz a muitas pessoas melhora no humor e diminuição do estresse, o risco de doenças diminui, pois as imunidades de um praticante de atividades físicas se mantêm em níveis altos e a disposição para o dia a dia também é melhorada (COLBERG, 2003). Dessa maneira, os alunos pesquisados estão seguindo, em sua maioria, um estilo de vida adequado do ponto de vista da saúde e atividade física.

Figura 2. Distribuição de escolares em relação ao tipo de atividade física praticada fora do ambiente escolar (n = 66)

    Dos sujeitos analisados a maior parte pratica atividade física fora do contexto escolar, um bom sinal, pois não se deve buscar atividade ou exercício físico somente nas aulas de educação física escolar. Por ser uma prática muito forte e popular no Brasil o futebol é esporte favorito e mais buscado entre os jovens e adolescentes.

    A figura 2 mostra que a maior parte dos entrevistados pratica futebol nos horários disponíveis ou fora da escola, tem crescido também a busca por academias de musculação, cada vez mais os jovens estão se inserindo nesse contexto, visto que é a segunda colocada na preferência dos entrevistados. Nota-se também a presença de algumas outras atividades como, caminhada, voleibol, basquetebol, natação e lutas em geral.

Tabela 1. Características das atividades físicas praticadas por escolares fora do ambiente escolar (n = 66)

    A tabela 1 apresenta a quantidade de vezes na semana em que os escolares praticam atividades físicas e o tempo de duração, 37,9% pratica de uma a duas vezes por semana, já os que praticam de três a quatro vezes por semana correspondem a 36,4% do total e de cinco vezes ou mais na semana 25,8% é adéquo da prática de atividades físicas. Quanto ao tempo de duração, a maior parte dos alunos pratica de trinta a sessenta minutos o que corresponde a 51,5%, entre os que praticam mais de uma hora por sessão estão 42,4% dos alunos, já os que praticam menos de trinta minutos por sessão soma um total de 6,1%.

    Uma vez que a prática de atividade física é caracterizada por qualquer movimento que tenha certo gasto energético, desde que esse gasto seja maior do que os índices em repouso, movimentos esses causados pelo sistema musculoesquelético e que também pode ser compreendido por qualquer esforço muscular, tais como erguer os braços, movimentar as pernas (CASPERSEN, 1985). Assim, ainda se tem certa dificuldade de compreensão em relação à atividade física, no contexto escolar se perguntado a respeito uma das respostas seria que atividade física está relacionada com o treinamento de certas modalidades, qualquer atividade que seja organizado e que tenha gasto calórico ou energético pode ser considerada atividade física.

Tabela 2. Distribuição de escolares em relação aos motivos relatados para não praticarem atividade física fora do ambiente escolar (n = 17)

    Os resultados da tabela 2 mostram porque os escolares não usufruem a prática de atividades físicas fora do contexto escolar. Vários motivos podem estar ligados a não prática, entre eles físico, psíquico ou mental.

    Estudos nos mostram que quanto mais cedo for à busca e a vivência da pratica de exercícios físicos melhor seremos quando chegarmos à fase adulta. Pois esse é um meio de prevenção a várias doenças tais como diabetes, osteoporose, má circulação, problemas renais, cardiorrespiratórios, alcoolismo, stress entre outras.

    De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde - OPAS (2003), o incentivo a prática de atividade física atua de maneira benéfica com as estratégias para melhorar os hábitos alimentares, auxilia no desencorajamento do uso de tabaco, álcool e outras drogas, reduz a violência, aprimora as capacidades funcionais e, além disso, promove a integração social.

    Dos motivos relatados no presente estudo, a grande maioria dos que não fazem atividade física regularmente (35,3%) não gosta de atividade física em geral; 29,4% não tem tempo para prática e a mesma porcentagem (29,4%) não tem lugar apropriado perto de suas residências; 5,9% não têm companhia ou amigos para a vivência da prática e dos entrevistados nenhuma porcentagem tem problema de saúde que o impossibilite de ser um praticante de atividades físicas.

    Apesar do número de não praticantes de atividades físicas ser pequeno, alguns itens devem ser esclarecidos, porque uma criança ou adolescente não gosta de praticar atividade física? Talvez por alguma infelicidade ainda muito pequena, uma desilusão criada por seus próprios familiares, se sentir inferior aos outros praticantes de determinada modalidade, enfim o que se sabe é que se estimulado desde seus anos inicias toda criança pode ser um praticante de atividades físicas, cada um com suas particularidades e especificidades, para se ter adultos ativos tem que se ter crianças estimuladas à pratica.

    Para Guedes e Grondin (2002), existe uma relação entre os hábitos adquiridos na adolescência e a fase adulta, isto implica que um adolescente fisicamente ativo pode se transformar em um adulto com os mesmos hábitos, mantendo assim sua qualidade de vida.

    Entre as alternativas do questionário estabelecido para os escolares colocado na tabela 2, está a não prática de atividade física por problemas de saúde, ou seja, quando se tem algum problema de saúde que o impede de realizar qualquer tipo de atividade física. É visto que essa alternativa não teve porcentagem o que diz que aqueles grupos de alunos que não praticam atividades não praticam por não terem vontade própria ou não praticam única e exclusivamente por eles mesmos não quererem.

    Foi analisado que a correlação entre atividade física e modalidade esportiva que é feita pelos escolares é muito grande, ainda é difícil mesmo para alunos do nono ano de entender o que pode ser ou não ser atividades físicas, visto que na que (?) quando perguntado (figura2) quais os tipos de atividades praticadas fora do contexto ou do horário escolar é respondido algumas modalidades esportivas tais trabalhadas nas aulas de educação física.

    No questionário estava a opção “outros” como alternativa para não prática de atividades físicas. Ali poderia ser descrito pessoalmente a opinião por não gostar de fazer exercícios físicos fora da escola, mas não houve nenhum aluno que marcou essa alternativa. Partindo desse ponto, pode se considerar que ainda falta informação e entendimento sobre hábitos saudáveis, qualidade de vida, atividade física, exercício físico, uma vez que o ponto importante não é ele somente saber o que é, a grande necessidade é saber para que é, esse ponto que ainda falta ser evidenciado nas aulas de educação física escolar.

Tabela 3. Percepção dos escolares sobre hábitos relacionados ao estilo de vida saudável (n = 83)

    Na tabela 3 as informações indicam que os escolares têm bom conhecimento, em sua maioria, sobre os hábitos que levam a um estilo de vida saudável. Esses hábitos podem ter aspectos positivos para a saúde, como o exercício físico e a alimentação, ou aspectos negativos para a saúde, como o tabagismo e o uso de bebidas alcoólicas.

    Um ponto da pesquisa mostra o quanto é preciso ainda ser debatido o assunto dentro das aulas de educação física escolar principalmente, pois se sabe através dos resultados da pesquisa que a grande maioria dos pesquisados tem o mínimo de noção para saber o que lhe faz bem o que lhe faz mal.

    Por outro lado uma pequena minoria desconhece alguns aspectos importantes, quando nas quatro alternativas se tem resposta “Nenhuma influência”, isso quer dizer que para eles boa alimentação, fumar, beber bebidas alcoólicas e praticar atividades físicas não tem nenhuma importância em suas vidas, tanto positivas quanto negativas. A partir disso se conclui que os escolares que colocaram essa resposta não tem talvez nenhum conhecimento sobre estilo de vida saudável, para esses tanto faz ser ativo ou não ser ativo fisicamente.

    Temos dois pontos extremos na tabela 3, uma maioria que atende o esperado, quando respondem que sabem e estão por dentro do assunto, e aqueles que por algum motivo ainda não sabem e respondem que isso não fará diferença em sua vida.

    Nota-se que ainda há alguns escolares que carecem orientações adequadas sobre os aspectos relacionados ao estilo de vida saudável. Mesmo através de tantas ações voltadas para o assunto, uma mídia que hoje deixa cada vez mais claro que sem exercício físico, alimentação saudável entre outros não se vive bem, a preocupação não deve ser com aqueles que sabem o quanto é bom, mas não fazem por vontade própria, o foco e talvez a grande preocupação tem que estar naqueles que sequer sabem para que serve um estilo de vida saudável, hábitos saudáveis, atividades físicas, etc.

Considerações finais

    Pode se concluir através da pesquisa que os escolares têm, em sua maioria, um bom conhecimento sobre estilo de vida saudável, incluindo prática de atividade física nesses hábitos saudáveis, mas possuem uma pequena dificuldade de se adequar as esses estilos, pois em muitas das vezes não dependem somente deles.

    A pesquisa mostra que a grande maioria dos pesquisados tem a mínima noção dos benefícios de um estilo de vida saudável, sabem que a prática de atividades físicas, uma boa alimentação, hábitos saudáveis lhe trará uma boa qualidade de vida. Por outro lado é visível a falta de conhecimento de alguns alunos, uma vez que para eles tanto faz beber ou não bebidas alcoólicas, fazer ou não o uso de tabaco, quando se diz que essa prática não tem nenhuma influência na vida da pessoa seja ela ruim ou boa, conclui se que pouco sabe ou que nada se sabe sobre o assunto.

    Pode se considerar que a pesquisa atingiu os objetivos esperados, sabendo que a maioria dos alunos sabe por que é bom e para que é bom hábitos saudáveis, partindo desse principio o quanto antes as pessoas tiverem esse olhar sobre estilo de vida saudável menos serão as doenças causadas por tabagismo, etilismo, má alimentação, falta de atividades físicas entre outros.

    A educação física escolar deve ter um olhar muito atento ao devido assunto, pois é na escola que os alunos devem aprender e levar esse conhecimento para dentro de suas casas. As aulas de educação física escolar têm que inserir na sua disciplina ações voltadas para estilo de vida saudável, é de grande relevância que os alunos aprendam e disseminem esse conhecimento. A opção de se inserir em um estilo de vida saudável é única e exclusivamente dos escolares, mas para isso acontecer não deve haver falta de conhecimento por parte deles sobre os fatores de risco e as conseqüências disso.

Referências

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