Cobertura vacinal sobre hepatite B entre graduandos em enfermagem Cobertura de vacunación sobre la hepatitis B en estudiantes de enfermería |
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*Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros, (UNIMONTES) MG, Brasil. Membro do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET – Saúde/Vigilância em Saúde da UNIMONTES. Montes Claros, Minas Gerais **Professora Mestre do Departamento de Enfermagem da UNIMONTES. Tutora do – PET – Saúde / Vigilância em Saúde da UNIMONTES. Montes Claros, Minas Gerais ***Professora Mestre do Departamento de Odontologia da UNIMONTES. Doutora pela Faculdade de Odontologia da UFMG. Tutora – PET – Saúde / Vigilância em Saúde da UNIMONTES. Montes Claros, Minas Gerais ****Professora Especialista em Saúde da Família pela UNIMONTES. Coordenadora do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET – Saúde / Vigilância em Saúde da UNIMONTES. Montes Claros, Minas Gerais *****Professora Mestre do Departamento de Enfermagem da UNIMONTES. Membro do Grupo de Pesquisa em Enfermagem da UNIMONTES. Montes Claros, Minas Gerais |
Ana Paula Rocha* Orlene Veloso Dias** Simone de Melo Costa*** Fabrícia Vieira de Matos**** Fernanda Marques da Costa***** (Brasil) |
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Resumo Os profissionais de saúde estão constantemente expostos ao risco de adquirir infecções transmitidas por patógenos veiculados pela via sanguínea, uma vez que em seu trabalho mantêm contato direto e freqüente com sangue e fluidos orgânicos. Os enfermeiros como os alunos da graduação em enfermagem estão potencialmente sujeitos a diferentes tipos de riscos por agentes, tais como: vírus, bactérias, fungos, protozoários e ectoparasitas. Dada a recente ampliação da cobertura vacinal que em 2013 será ampliada para os jovens com até 29 anos e, adultos com até 49 anos. A vacinação contra a hepatite B encontra-se praticamente universalizada, nesse sentido e de grande relevância a monitoração dos níveis de cobertura vacinal nos trabalhadores e estudantes da área da saúde. Dessa forma, o presente estudo objetivou investigar a cobertura vacinal sobre a hepatite B entre graduandos em enfermagem. Trata-se de uma reflexão teórica, construída a partir de uma revisão da literatura de artigos científicos pesquisados nas bases de dados Banco de Dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). À literatura estudada evidencia-se a exigência de reflexão acerca do ensino na graduação, sobretudo no referente ao auto cuidado dos estudantes e permite identificar alguns fatores que contribuem para a não adesão dos estudantes e profissionais de saúde. A vacinação contra hepatite B merece ser explorada em investigações, afim de, aumentar os níveis de adesão à vacinação e a segurança de profissionais e estudantes da área da saúde. Unitermos: Hepatite B. Enfermagem. Graduandos.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. Têm grande importância para a saúde pública pelo número de indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas. Sua distribuição é universal, e a magnitude varia de região para região, de acordo com os diferentes agentes etiológicos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
A hepatite B está entre as principais doenças infecciosas em todo o mundo, considerando um grave problema de saúde pública. Estima- se que cerca de dois bilhões de pessoas já se infectaram em algum momento da vida com o vírus da hepatite B (VHB) (ATTILIO et al., 2011). Na maioria dos casos, a hepatite B apresenta-se como assintomática ou com sinais e sintomas inespecíficos, como anorexia, náuseas, vômitos, inapetência e dores abdominais, dentre outros. A icterícia raramente está presente geralmente em 20% dos casos, o que dificulta bastante o diagnóstico. Em pessoas adultas infectadas com o vírus da hepatite B, 90% a 95% se curam; 5% a 10% permanecem com o vírus por mais de seis meses, evoluindo para a forma crônica da doença. O critério para considerar a doença como crônica é a sua persistência por seis meses ou mais (NASCIMENTO et al., 2012).
O período de incubação do VHB é de aproximadamente duas a seis semanas. Em adultos, cerca de 10% das pessoas que se infectam pelo VHB evoluem para doença hepática crônica. Esses indivíduos possuem um risco de 2% a 10% ao ano de desenvolver insuficiência hepática e cirrose e, desses, 2,4% ao ano evoluírem ainda para carcinoma hepatocelular. Estima-se que 53% dos casos de carcinoma hepatocelular no mundo estão relacionadas à infecção pelo VHB (MILANI et al., 2011).
Segundo dados do Ministério da Saúde no ano de 2009 no Brasil, pelo menos 15% da população tiveram contato com o VHB e 1% da população apresentou doença crônica relacionada a este vírus. Neste sentido, a hepatite B é uma doença potencialmente contagiosa mais passível de prevenção através de imunização, em que o indivíduo pode adquirir imunidade através de forma ativa, estimulando-se seu sistema de defesa, e através das vacinas (OLIVEIRA et al., 2011). A imunização por meio de vacinas é uma das medidas mais eficazes na redução da morbidade e da mortalidade por doenças imunopreveníveis e parte essencial dos programas de controle e prevenção de infecção para os profissionais de saúde. A proteção desses profissionais por meio da vacinação é parte importante no controle e prevenção de infecções para eles mesmos e para seus pacientes (OLIVEIRA et al., 2012).
A imunização é entendida como um modificador no curso das doenças, em virtude do acentuado decréscimo da morbidade e da mortalidade causadas pelas doenças infecciosas evitáveis por vacinação. Logo, esta se configura como o procedimento de melhor custo e efetividade com vistas à promoção e proteção da saúde dos indivíduos (OLIVEIRA et al., 2009).
A exposição ao sangue infectado é o principal meio de aquisição dos VHB e VHC, os profissionais e estudantes da saúde estão constantemente expostos ao risco de adquirir infecções transmitidas por patógenos veiculados pela via sanguínea, uma vez que em seu trabalho mantêm contato direto e freqüente com sangue e fluidos orgânicos (MALAGUTI-TOFFANO et al., 2012).
A transmissão do VHB se faz por via parenteral, e, sobretudo, pela via sexual, sendo considerada doença sexualmente transmissível. A transmissão vertical (materno infantil) também pode ocorrer (NASCIMENTO et al., 2012). Os acidentes ocupacionais envolvendo materiais biológicos e profissionais e ou estudantes da área da saúde vêm sendo foco crescente de pesquisas, uma vez que a exposição á patógenos veiculados pelo sangue pode levá-los a contrair infecções e á sérios agravos à saúde. Diversos patógenos podem ser transmitidos após contato com material biológico, sendo que os vírus de maiores relevância epidemiológica são os VHB, VHC e o HIV. Dentre esses vírus, o que possui mais eficiência na transmissão ocupacional é o VHB, que possui vacina para sua prevenção (MILANI et al., 2011).
Quanto aos profissionais da saúde, a equipe de enfermagem é uma das principais categorias sujeitas a exposições a material biológico. O número elevado de exposições relaciona-se com o fato de ser o maior grupo nos serviços de saúde e ter mais contato direto na assistência aos clientes, e o tipo e a freqüência de procedimentos realizados (OPAS, 2006).
A equipe de enfermagem está exposta a diversos riscos no contexto hospitalar de natureza física, química, ergonômica, biológica e de acidentes. Os principais são os biológicos, oferecendo condições de perigo e insalubridade para esses profissionais, por estarem em contato direto com sangue, fluídos corpóreos e materiais perfuro cortantes. Os alunos do curso de graduação em enfermagem têm como local de aulas práticas e estágios os mais diversos serviços de saúde, tais como hospitais, postos de saúde, ambulatórios, entre outros. Em todos esses serviços os alunos mantêm o contato com pessoas com os mais diversos tipos de doenças infectocontagiosas, sendo algumas evitáveis por imunizantes, colocando-os na condição de expostos ou de fontes de infecção (MARQUES; DEUS; CHAVES, 2013).
Desta maneira, tanto os enfermeiros, quanto os estudantes da graduação em enfermagem estão potencialmente sujeitos a diferentes tipos de riscos por agentes, tais como: vírus, bactérias, fungos, protozoários e ectoparasitas. Atrelado a estes fatores, estes profissionais são um contingente significativo da força de trabalho em saúde e precisam ter condições de trabalho e meios de imunização para garantir menores taxas de adoecimento e absenteísmo, sobretudo em relação às patologias para as quais a vacinação constitui a melhor forma de prevenção (OLIVEIRA et al., 2009).
Dada a recente ampliação da cobertura vacinal que em 2012, foi ampliada para os jovens com até 29 anos e, em 2013 será, ampliada até 49 anos. A vacinação contra a hepatite B encontra-se praticamente universalizada, uma vez que, é também recomendada para grupos priorizados com alto risco de exposição ou maior vulnerabilidade à transmissão, mesmo fora da faixa etária (BRASIL, 2012). Torna-se relevante a monitoração dos níveis de cobertura vacinal nos trabalhadores e estudantes da área da saúde, uma vez que a vacinação não tem atingido a cobertura ideal entre os profissionais da área da saúde, sendo a baixa adesão apontada como um dos principais motivos (MILANI et al., 2011).
2. Método
A familiaridade com a literatura contribui para o desenvolvimento ou refinamento das questões de investigação; a indicação de aspectos pouco pesquisados e de aspectos mais pesquisados em uma área de estudo; a determinação de falhas em outras pesquisas e da necessidade de replicação de um estudo anterior, em um cenário ou população distinta; a identificação de novas intervenções clínicas e de estruturas teóricas ou conceituais relevantes; o desenvolvimento de hipóteses a serem testadas e a visualização de métodos de coleta de dados. Nesse sentido, uma revisão da literatura pode proporcionar uma visão holística e avaliar o conhecimento atual sobre uma temática específica (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011).
Dessa maneira, optou-se pela revisão da literatura para o delineamento deste estudo, que se caracteriza como uma reflexão teórica. Primeiramente se delimitou o tema: Hepatite B e Enfermagem. E em seguida se formulou o tema específico: Situação vacinal contra hepatite B entre graduandos em enfermagem. Posteriormente, se fez a busca de material literário, formado por artigos científicos, nas bases de dados Banco de Dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO).
A etapa de busca de artigos nas bases de dados supracitadas ocorreu entre Dezembro de 2013 á Janeiro de 2014. Utilizaram-se os descritores: Hepatite B, enfermagem, estudantes, graduandos, situação vacinal. Após a busca fizeram-se a leitura exaustiva e a seleção dos artigos. Foram empregados como critérios de inclusão, na etapa de seleção dos artigos, a publicação entre os anos de 2006 á 2013 artigos científicos; artigos disponíveis na integra e no idioma português; a abordagem do tema em questão; conteúdo pertinente. Após a seleção, aplicaram-se neste estudo 19 artigos.
3. Resultados
No Brasil, a vacinação contra a hepatite B é recomendada universalmente para recém- nascidos, indivíduos com até 49 anos e pessoas com maior risco para adquirir a infecção dentre elas os trabalhadores de saúde. Essa vacina foi introduzida no calendário vacinal na década de 1990 (BRASIL, 2012).
Muitas vezes os fatores que interferem á não adesão à vacinação não é única e exclusivamente, relacionados ao indivíduo, mas influenciados pela estrutura organizacional oferecida pelas diferentes instituições. Assim, cada instituição deve realizar um levantamento dos motivos de não adesão por profissionais e estudantes a fim de implementar medidas efetivas e reduzir a vulnerabilidade desses indivíduos a hepatite B. (MILANI et al., 2011).
Pressupõe-se que as Instituições de Ensino Superior (IES), não têm atuado de forma efetiva na prevenção e no controle das doenças infecciosas, ignorando a não adesão dos estudantes à imunização e, conseqüentemente, a baixa cobertura vacinal na academia (SANTOS, 2006). De acordo com Milani et al (2011) é apontado na literatura que as IES tem papel primordial na prevenção e controle das doenças imunopreveníveis, uma vez que é durante a formação acadêmica que se fundamentam conceitos e é construído o conhecimento.
Antes do início de aulas práticas realizadas em ambiente hospitalar, os alunos recebem orientação de alguns professores para atualizarem o calendário de vacinação antes do contato com pacientes e entrada em redes de serviços de saúde. Entretanto observa-se que poucos alunos seguem as recomendações e que alguns professores não enalteciam a importância da adesão dessa prática como medida preventiva (MARQUES; DEUS; CHAVES, 2013). O momento propício para a vacinação dos estudantes da saúde é antes mesmo de concluir a graduação, mais especificamente antes de ingressar nos estágios, levando-se em conta que o treinando apresenta um risco ainda maior de contaminação que o profissional experiente, dada a inexperiência clínica e destreza manual (ARAÚJO; PAZ; GRIEP, 2006).
Em um estudo realizado Milani et al (2011) mostrou que, dentre os estudantes de enfermagem, a taxa de adesão as vacinas diminuiu com o aumento do ano de graduação, sendo 79,8% no segundo ano, 67,2% no terceiro e 56,0% no quarto ano de graduação em enfermagem.
O Programa Nacional de Imunização (PNI) determina que os profissionais de saúde, além das vacinas preconizadas para adultos, devem ser imunizados contra a hepatite B, influenza e varicela. O Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE) indica a vacinação para varicela apenas para os suscetíveis (BRASIL, 2006). Os estudantes da área de saúde também constituem grupo de risco, pois desde os primeiros períodos mantêm contato com pacientes por meio de aprendizado prático com aulas em ambiente hospitalar e nas unidades ambulatoriais onde o cuidado é prestado (ARENT; CUNHA; FREITAS, 2009).
Em um estudo feito por Marques, Deus e Chaves (2013) perceberam que apenas 53, 38% dos estudantes afirmaram conhecer as vacinas preconizadas pelo Ministério da Saúde para a categoria de profissionais da área de saúde, já os demais 46,62% afirmaram não conhecer e não opinaram.
Estudo realizado no Piauí, com o objetivo de avaliar a cobertura vacinal dos alunos de um Curso de Especialização em Saúde da Família, mostrou que 31,63% dos enfermeiros, 90,9% dos cirurgiões-dentistas e 69,2% dos médicos não tinham informação sobre quais as vacinas que o Programa Nacional de Imunização (PNI) preconiza para os profissionais de saúde, o que representa uma grande lacuna no conhecimento da equipe (ARAÚJO; PAZ; GRIEP, 2006).
Evidencia-se a exigência de reflexão acerca do ensino na graduação, sobretudo no referente ao auto cuidado. Assim logo no início do curso e durante o seu decorrer, é preciso enfatizar, como linguagem universal a todos os docentes e discentes, a necessidade do auto cuidado. Em muitos casos, preocupa-se tanto em transmitir conhecimentos científicos úteis na prática profissional, enfatizando o corpo humano, o paciente e suas necessidades como foco principal, mas se esquece de que o conhecimento do corpo humano e das necessidades do próximo, pressupõem o conhecimento de si próprio (OLIVEIRA et al., 2009).
De acordo com Cabrera, Merege (2011) nenhuma das 69 carteiras vacinais investigadas estavam de acordo com as vacinas sugeridas como obrigatórias aos alunos da graduação, assim como o são para os profissionais de saúde. Os estudantes necessitam ser estimulados inicialmente a aprenderem a cuidar de si, para então poderem cuidar do outro com qualidade tendo como um dos pilares da educação em saúde o próprio exemplo. Os profissionais de saúde influenciam direta ou indiretamente nas atitudes e práticas da população. Desse modo, o conhecimento e o prestígio a eles atribuídos podem ser usados para capacitar as pessoas na promoção da sua saúde e na prevenção de doenças (OLIVEIRA et al., 2009).
Em relação à categoria profissional, um estudo realizado por Dinelli et al (2009) apontou que apenas 53,9% dos enfermeiros que haviam sofrido acidentes percutâneos apresentavam imunidade vacinal para hepatite B.
A imunização contra a hepatite B é realizada em três doses, com intervalo de um mês entre a 1ª e a 2ª dose e de seis meses entre a 1ª e a 3ª dose (zero, um e seis meses). Algumas populações como imunocomprometidos, portadores de insuficiência renal em programas de hemodiálise e alguns bebês prematuros, devem fazer uso de esquemas especiais (NASCIMENTO et al., 2012). A eficácia da vacina é de 90% nos adultos e 95% nas crianças e adolescentes, porém existem pessoas que são hiporrespondedoras, o que torna necessário conhecer o status sorológico para que possa adotar medidas profiláticas, além de conferir ao profissional a segurança de não estar em risco (OLIVEIRA et al., 2011).
A pesquisa realizada por Marques, Deus e Chaves (2013) destacaram que quanto à vacinação da Hepatite B, 14 (66,66%) dos estudantes estavam imunizados, 6 (28,57%) apresentaram esquema vacinal atrasado e/ou incompleto e 1 (4,76%) não estavam vacinados. Em relação aos motivos indicados pelos estudantes que se encontravam com o cartão de vacinação atrasado ou incompleto, citaram como principal motivo, o esquecimento (60%), seguido de deficiência de informação e/ ou orientação (40%).
Em uma pesquisa realizada por Canbrera e Merege (2011) na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto no interior de São Paulo com alunos do curso de medicina e de enfermagem, ele destaca a inserção precoce dos discentes em redes de saúde e considera os alunos do curso de enfermagem mais expostos a doenças transmitidas por via fecal-oral e ressalta a importância desses alunos vacinarem o mais precoce possível, antes do contato com pacientes e redes de atenção a saúde. Considerando-se que todos os alunos da área de saúde são suscetíveis, grupo de risco à exposição a agentes biológicos, devem ser submetidos à rotina vacinal completa do trabalhador em saúde, preferencialmente com a inclusão da vacina contra hepatite A (CABRERA; MEREGE, 2011).
Apesar de não fornecer evidências científicas consideradas fortes, o presente estudo permitiu a identificação de fatores que contribuem para a não adesão dos estudantes e profissionais de saúde à vacinação contra hepatite B os quais merecem ser explorados e investigados, com outros delineamentos capazes de fornecer melhores subsídios para aumentar os níveis de adesão à vacinação e aumentar a segurança de profissionais e estudantes da área da saúde (MILANI, 2011).
4. Considerações finais
Por fim, ainda conforme se entende a adesão a medidas ou programas de controle de infecção só se concretiza quando há a compreensão das suas bases. Nesse caso, constitui educação um elemento fundamental neste processo e o ensino desta temática é, sobretudo, um compromisso ético, tanto das instituições de ensino, quanto dos educadores. Sugere-se se estabelecer, com urgência, uma política capaz de enfatizar devidamente a prevenção de doenças infecciosas passíveis de se contrair ocupacionalmente. Tais providências são essenciais, para os profissionais e estudantes da área de saúde. Este estudo constituiu um importante instrumento de reflexão e avaliação sobre uma prática que coloca o enfermeiro como principal articulador no ato de suprir as necessidades de saúde de uma comunidade. Segundo os resultados demonstraram, em determinados pontos os estudantes precisam se fortalecer no tocante a aspectos de prevenção por eles defendidos, mas não usufruídos (OLIVEIRA et al., 2009).
Através desse estudo torna-se evidente a vulnerabilidade aos riscos ocupacionais de contrair infecções por doenças imunopreveníveis entre os estudantes de enfermagem, em face da incompletude de seus esquemas vacinais. Percebe-se que as instituições de ensino superior devem atuar identificando a melhor forma de desenvolver ações junto aos estudantes, a fim de que os mesmos reconheçam a necessidade de manter sua vacinação em dia contribuindo para a prevenção de doenças e promoção da saúde, por meio de estratégias formais de acompanhamento e exigência da atualização vacinal dos alunos do curso de enfermagem em momentos estratégicos do curso assim como desenvolver campanhas de vacinação em parceria com as Unidades Básicas de Saúde.
Referências
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