Benefícios das aulas de Educação Física para os anos inicias, PIBID - Educação Física Beneficios de las clases de Educación Física en los años iniciales |
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Graduanda/o em Educação Física na Universidade Federal de Santa Maria Centro de Educação Física e Desportos, CEFD/UFSM (Brasil) |
Tamara Biasi Donadel Thiago Barcelos Fontoura Adon Marks Silva Colares |
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Resumo O presente trabalho propõe um estudo acerca dos benefícios das aulas de Educação Física para os anos iniciais através do PIBID/EDF da Universidade Federal de Santa Maria- RS. Tendo como base de pesquisa bibliografias referentes ao tema de interesse, demonstrando o quão consideramos importante a prática da Educação Física nesta fase da infância beneficiando a saúde física e mental da criança. Unitermos: Educação Física. Anos Iniciais. PIBID.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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1. Introdução
Em muitos estados a disciplina de educação física não é obrigatória na grade curricular nos anos iniciais, a realidade é que não se encontra uma justificativa clara do porque não tem educação física em algumas escolas. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional não existe uma definição evidente de que somente um professor de Educação Física possa ministrá-la, ficando assim a cargo de outros professores ou muitas vezes oculta.
De acordo com o RCNEI (REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL, 1998) a Educação Física escolar beneficia ao praticante à percepção do próprio corpo e suas alterações, ou seja, as alterações que ocorrem durante as práticas de exercícios são atividades que contribuem para o desenvolvimento motor e seu aprimoramento.
Neste sentido ressaltamos a importância do professor de Educação Física para a atividade física trazer ganhos ao indivíduo nesta idade, e é de suma importância que se conheça os estágios de desenvolvimento da criança para que possa direcionar atividades de acordo com sua faixa etária e suas capacidades, e ninguém melhor do que um professor de educação física capacitado para dirigir aulas que tragam benefícios para os alunos.
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência com o Subprojeto “Cultura Esportiva na Escola” através dos bolsistas inseridos na escola esta oportunizando aos alunos de anos iniciais de uma escola estadual de Santa Maria- RS a prática de Educação física, abrindo uma brecha para esta disciplina tão importante para o desenvolvimento mental e corporal das crianças.
1.1. Objetivos gerais e específicos
Discutir os benefícios das aulas de Educação Física para os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, relatar as experiências vividas na docência precoce a partir do PIBID/EDF e observar o comportamento social dos alunos nas aulas de Educação Física.
1.2. Justificativa
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (UNIVAP, 2000) a Educação Física hoje deve abarcar seus vários conhecimentos a respeito do corpo e do movimento dando a oportunidade ao aluno para desenvolver suas potencialidades.
O presente estudo justifica-se pelo fato que as experiências motoras adquiridas na infância podem ser levadas por toda a vida, e pelo fato com a preocupação na elaboração de aulas adequadas, para as series iniciais do ensino fundamental, dando ênfase nas atividades em grupo fazendo com que o aluno conheça a si mesmo através do desenvolvimento de suas potencialidades e habilidades físicas, psicológicas, sociais e cognitivas.
2. Revisão de literatura
De acordo com Oliveira (2005), entender a infância nos seus aspectos de construção social se deve ao fato da criança criar laços de relações sociais, uma preparação para a vida adulta. E qual papel da Educação Física neste contexto? Criar situações “lúdicas” com os temas de promoção de saúde, formação social e desenvolvimento integral utilizando seus conteúdos. Uma visão meio que inusitada, ate podendo ser chamada de idealista no mundo de hoje, onde há algum tempo as preocupações aumentaram em relação ao desenvolvimento cognitivo e social das crianças.
Para GOUVEIA et. al. (2007, p.10) “A verdadeira aprendizagem social, indiferente do processo social que a criança se encaixa, implica na participação direta do professor. Com planejamento eficiente e boa aplicabilidade do mesmo, considerando as diferenças de cada pessoa, qualquer processo social que desponte permite interação”.
Guiselini (1987 apud OLIVEIRA, 2005, p.8) “afirma que o programa de Educação Física para a pré-escola deve estar prioritariamente voltado para a estimulação das capacidades perceptivas e motoras”. O movimento seria o principal agente do desenvolvimento cognitivo e psicomotor, o aprendizado é dado pelo movimento.
Guimarães et al. (2001) desconsidera o fato da Educação Física Infantil ser exclusivamente desenvolvimentista, como se o simples fato da criança se movimentar fosse geradora de “saúde”, e onde fica as questões socioculturais, os valores, a cooperação e o respeito? Isto leva a crer que se a Educação Física for somente desenvolvimentista com práticas esportivas, recreacionistas ou lúdicas vai ocorrer uma fragmentação na formação da criança.
A criança não deve ser forçada a praticar Educação Física para mera promoção da saúde, ela deve estar motivada internamente para praticar uma atividade sem precisar de “prêmios”, onde correr, saltar, jogar deve ser parte do cotidiano dela, pois se ela não faz por prazer e passa a receber recompensas pela sua pratica ela automaticamente irá passar de jogadora para competidora (BERLEZE et al., 2002.). Assim não havendo emoção, prazer e cooperação na Educação Física Infantil, ela passara a ser uma mera competidora.
Além da questão básica da importância da Educação Física para o desenvolvimento motor e social da criança, evidenciamos a estimulação do desenvolvimento pelo fator meio ambiente, onde a pratica em local adequado leva a criança há um aprimoramento de suas habilidades (STABELINI NETO, 2004). No caso, um lugar amplo e cheio de diversidades seria o adequado para a criança se aventurar e explorar seus movimentos.
Levando em consideração que a linha desenvolvimentista promove a aquisição de habilidades básicas para as crianças nos anos iniciais, ela por esta óptica desconsidera a forma de infância de cada criança, sendo que nenhuma delas tem a mesma vivência (OLIVEIRA, 2005). Dentro da linha desenvolvimentista pode ser explorado a vivência de infância de cada criança, trazendo o contexto do movimento aprendido na rua para dentro da aula de Educação Física.
3. Metodologia
Nosso estudo consiste em relatar os benefícios da Educação Física nos anos inicias do ensino fundamental, a partir das observações feitas na docência precoce proporcionada pelo PIBID/EDF, com aulas ministradas para alunos do 1º, 2º, 3º, 4º e 5º ano do ensino fundamental de duas escolas de Santa Maria/RS, com aproximadamente 25 alunos em cada turma. Utilizando atividades recreativas e lúdicas buscando a transformação de atitudes dos alunos em aulas realizadas 2 vezes por semana, no período de três mês, pode–se perceber visualmente uma melhora no comportamento e nas relações sociais dos alunos de maneira geral. Foi observado a aceitação das aulas de Educação Física, o relacionamento aluno/aluno, aluno/professor, compreensão das atividades e cooperação entre os alunos nas atividades propostas em aula.
4. Resultados e discussões
No inicio das aulas os alunos apresentavam uma conduta de comportamento inadequado, as atividades eram realizadas de maneira desorganizada com os alunos não respeitando o real objetivo proposto pelos professores, ficando assim evidente a importância de planejarmos aulas baseadas em valores necessários para que o aluno transforme suas atitudes, melhorando assim seu comportamento.
No decorrer das aulas houve uma notável evolução das atitudes relacionadas aos valores entre os alunos e na compreensão das atividades propostas, tornando visíveis os benefícios de caráter social das aulas de Educação Física.
A relação entre os alunos e aluno-professor melhorou consideravelmente, conseguimos despertar em cada um a consciência de convívio social, construímos com os alunos valores como respeito mútuo e solidariedade. O ambiente em nossas aulas se tornou mais agradável, descontraído e alegre incentivando a colaboração e a participação de todos.
5. Conclusões
Levando em consideração que o aluno durante as aulas de Educação Física poderá ter maior conhecimento do seu próprio corpo e podendo assim, desenvolver melhor as suas potencialidades e relações sociais que se tornam fundamentais para o processo de aprendizagem escolar, conclui-se que é fundamental a aula de Educação Física nos anos iniciais sendo ela ministrada pelo profissional de Educação Física habilitado, trabalhando conteúdos específicos que possibilitem a socialização, para que as mesmas possam contribuir de forma relevante no processo de evolução dos alunos, dando ênfase em fatores como respeito, cooperação, afetividade, que são essenciais para o convívio em sociedade.
Referencial teórico
GOUVEIA, A. M.; SOUZA, C. J.; LIMA, N. R. Os Benefícios das aulas de Educação Física para a socialização dos alunos da escola D'Jaru-Uaru. 2007. 56 fls. Monografia (Graduação) – Departamento de Educação Física (UNIR). Área Social.
GUIMARÃES A. A; PELLINI F. C; ARAUJO J. S. R e MAZZINI J. M. Educação Física Escolar: Atitudes e Valores. Revista Motriz, Rio Claro, Vol. 7, n.1, pp. 17-22, 2001.
GUISELINI, M. A. Tarefas motoras para crianças em idade pré-escolar. 2. ed. São Paulo: CLR Balieiro, 1987.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - Brasília: MEC / SEF. v. 3. 1998.
OLIVEIRA, N. R. C. de . Concepção de infância na educação física brasileira: primeiras aproximações. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 26, p. 95-109, 2005.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS / SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL - Brasília / São José dos Campos: MEC/SEF/ UNIVAP. 2000.
STABELINI N., A; LEPRE, C; MASCARENHAS, L. P. G.; CAMPOS, W. De e NUNES, G. F. Relação entre fatores ambientais e habilidades motoras básicas em crianças de 6 e 7 anos. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – Ano 3, Número 3, p. 135-140, 2004.
VIEIRA, L.F.; KREBS, R.J.; BERLEZE, A. Motivos que levam crianças à prática de atividades motoras na escola. Revista da Educação Física, Maringá, v. 13, n.01, p. 99-107, 2002.
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