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Avaliação nas aulas de Educação Física no 

ensino médio em escolas públicas de Criciúma

La evaluación de Educación Física en el nivel medio en escuelas públicas de Criciuma

 

*Acadêmica do Curso de Licenciatura em Educação Física

da Universidade do Extremo Sul Catarinense -Unesc

**Professora do Curso de Licenciatura em Educação Física

da Universidade do Extremo Sul Catarinense, Unesc. Mestre em Educação

(Brasil)

Francieli Cardoso de Oliveira*

francieli_oliveira21@hotmail.com

Robinalva Borges Ferreira**

rfe@unesc.net

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo teve como objetivo geral analisar de que forma os professores avaliam os estudantes do ensino médio nas escolas públicas de Criciúma. As perguntas norteadoras foram verificar se o aluno tem conhecimento de como será avaliado na disciplina de Educação Física; identificar as maiores dificuldades para avaliar um aluno; verificar a importância de avaliar um aluno na aula de Educação Física; verificar se é realizada a autoavaliação aos estudantes. A presente pesquisa foi de campo, pois ela consiste em coletar dados de um meio e dos diversos aspectos que nos cercam. Tendo assim resultados significantes de que os alunos não sabem quando e como serão avaliados; os alunos ressaltam que não fazem autoavaliação, mas alguns dos seus professores afirmam que fazem; os professores em geral têm um conceito de que a avaliação serve para registrar notas, acompanhar o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, verificar se os objetivos estão sendo alcançados, verificar se os conteúdos e metodologia estão adequados e testar o conhecimento dos estudantes. E para apenas um professor, avalia para testar o conhecimento dos alunos. Sendo assim concluímos que a Avaliação na Educação Física não é apenas para ‘passar de ano’ e obter notas, ou seja, não deve ser percebidos como obstáculos, mas como possibilidades de construção do novo. Identificamos a necessidade de continuidade dos estudos acerca da avaliação nas aulas de Educação Física.

          Unitermos: Avaliação. Educação Física. Ensino médio. Processo. Ensino. Aprendizagem.

 

Abstract

          This study had as main objective to analyze how teachers assess high school students in public schools in Criciuma. The guiding questions were checking if the student is aware of how it will be evaluated in the discipline of Physical Education; identify the major difficulties in evaluating a student; verify the importance of assessing a student in Physical Education class; self-assessment to determine whether the student is performed. This research was in the field, as it is to collect data from a medium and the various aspects that surround us. Having significant results so that students do not know when and how they will be assessed; students who do not emphasize self-assessment, but some of their teachers say they do; teachers generally have a concept that evaluation serves to record notes, follow the development of teaching and learning, check whether the objectives are being achieved, check the contents and methodology are adequate and test students' knowledge. And for just a teacher, to test assesses students' knowledge. Thus we conclude that the Assessment in Physical Education is not just for 'passing grade' and get notes, ie, should not be perceived as obstacles, but as opportunities to build the new. We identified the need for continuing studies on the assessment in physical education classes.

          Unitermos: Evaluation. Physical Education. Secondary school. Process. Education. Learning.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Considerações iniciais

    A avaliação faz parte da rotina escolar, dentro ou fora da sala de aula ela tem o objetivo de produzir certas modificações, ou seja, cabe ao professor reconhecer as diferenças que há na capacidade de aprender de cada aluno, aqueles que aprendem de maneira mais lenta e outros de forma mais rápida. Reconhecendo estas diferenças vai ajudá-los a superar suas maiores dificuldades e avançar na sua aprendizagem.

    Segundo Haydt (2004), avaliar é julgar ou fazer uma apreciação sobre alguém ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores. Assim, a avaliação consiste na coleta de dados quantitativos e qualitativos e na interpretação desses dados com base em critérios previamente definidos.

    Sendo assim a avaliação na atualidade, assume um caráter muito mais amplo, com uma função diagnóstica e formativa, tendo como objetivo interpretar, orientar e cooperar com a prática educativa, por meio da verificação do que o professor conseguiu ensinar e do que aluno conseguiu aprender.

    A avaliação integra o processo ensino/aprendizagem, faz parte do processo educativo, compreendo como um elemento de fundamental importância no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.

    Segundo Libâneo (1994), a avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias.

    Ambos estão interligados, a prática avaliativa e educativa vão se constituir em um conjunto de ações que se completam ao final do processo ensino-aprendizagem.

    Apresentamos então o problema do estudo: De que forma os professores de Educação Física avaliam seus estudantes no ensino médio?

    O objetivo geral foi o seguinte: analisar de que forma os professores avaliam os estudantes do ensino médio nas escolas públicas de Criciúma. E tendo como objetivo específico: verificar se o aluno tem conhecimento de como será avaliado na disciplina de Educação Física; identificar as maiores dificuldades para avaliar um aluno; verificar a importância de avaliar um aluno na aula de Educação Física; verificar se é realizada a autoavaliação de estudantes e professores e verificar se o planejamento e a avaliação estão de acordo com o PPP da escola.

    Durante as realizações dos estágios curriculares obrigatórios, vivenciei as dificuldades dos Professores de Educação Física em avaliar seus alunos. Tendo em vista que cada Professor tem seu método avaliativo e cada aluno tem seu comportamento e atitudes totalmente diferentes, ou seja, o professor tem que analisar seus objetivos estabelecidos, o conteúdo, a metodologia, seu papel mediador, para poder avaliar o seu aluno.

    Justificando assim a presente pesquisa como necessária para possamos ter entendimento a realidade dos métodos avaliativos utilizados pelos professores para avaliar seus alunos, possibilitando um repensar da prática pedagógica. Tendo em vista que a avaliação deve ser um instrumento para estimular o interesse e motivar o aluno para maior esforço e aproveitamento, e não como um ato de tortura e castigo.

    As dificuldades enfrentadas pelos professores de Educação Física em avaliar o seu aluno diante de tanta falta de vontade de ser praticada a aula, ou seja, os alunos têm a opinião formada de que a Matéria de Educação Física não roda. Sendo assim o aluno deixa de fazer a aula proposta pelo Professor e acaba fazendo o que quer em aula, deixando este problema ainda mais agravante.

    Consta neste estudo alguns conceitos basilares, a metodologia, apresentação e análise dos dados e as referências.

Metodologia

    A presente pesquisa foi de campo, pois consiste em coletar dados de um meio e dos diversos aspectos que nos cercam.

    Segundo André (2005), a pesquisa pode levar a descobrir novos sentidos, expandir suas experiências ou confirmar o que já se sabia.

    A pesquisa se caracteriza do tipo descritivo, pois este estudo pretende conhecer situações e atitudes por meio de descrições detalhadas em processos e pessoas.

    Nesta pesquisa busca-se descrever a forma com que os professores trabalham a questão da avaliação na disciplina de Educação Física.

    Foi feito um questionário com Professores de Educação Física, em três escolas estaduais do município de Criciúma que tem ensino médio -EM-, as quais serão chamadas de escolas A, B e C para não citar seus nomes. Escolas foram escolhidas pelo fato de terem o maior número de alunos, e por já vivenciado nos estágios.

    Coletamos os dados por meio de um questionário que foi aplicado para três professores de Educação Física do EM de cada escola. Um questionário com 08 perguntas para os alunos líder da sala de aula do EM, totalizando nove alunos. Foi realizada uma entrevista semi-estruturadas com os três diretores de cada escola.

    O questionário com aluno objetivou saber qual o seu grau de entendimento sobre métodos avaliativos e qual é usado. Analisando em que nível os alunos se encontram em relação aos métodos avaliativos, ou seja, se o aluno está sendo informado sobre o método avaliativo que seu professor está praticando. Analisar os planos de aulas dos professores de Educação Física desta mesma escola, buscando um melhor entendimento sobre sua metodologia, assim identificar qual proposta mediadora este professor segue.

    Para analisarmos os dados da pesquisa, referentes às respostas dos questionários dos professores e gestores, para poder compreender quais os conteúdos trabalhados pelos professores de Educação Física das escolas municipais de Criciúma nos anos finais do Ensino Fundamental, utilizamos análise de conteúdo, que de acordo com Bardin (2006, p. 37) é:

    [...] Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

    A análise do conteúdo é um método empírico, mas nada pronto e acabado. Apesar das regras básicas a serem seguidas, cada analista ou arqueólogo, como diz a autora, baseado nos objetivos da pesquisa, organiza e reinventa as dimensões ou unidades de análise.

Apresentação e discussão dos resultados

    No sentido de alcançar os objetivos traçados, apresentaremos os resultados das entrevistas realizadas em nosso estudo, bem como a análise destas.

    Iniciaremos a apresentação dos resultados das perguntas do questionário aplicado aos três professores de educação física, sendo um de cada escola da rede estadual de ensino de Criciúma.

    Os três professores têm acima de trinta anos, sendo duas do sexo feminino e um masculino. Duas são efetivas na rede estadual, e trabalham há mais de dez anos, com quarenta horas semanais e um professor é ACT, e trabalha há dois anos na mesma escola tendo vinte horas semanais. Todos são formados na Unesc, possuem especialização e todas participam de atividades de formação continuada.

    Quando perguntamos se o professor possui planejamento anual e ele está de acordo com o PPP da escola, todos responderam que sim, possuem planejamento anual e estes estão de acordo com o PPP da escola.

    A pergunta dois se referia à forma que o professor organiza as aulas semanalmente. Todos os professores responderam que organizam de forma de variações de atividades esportivas, seguindo sempre o seu planejamento.

    Portanto, se a proposta é diagnosticar a posição do aluno em determinado momento em relação aos objetivos fixados, a avaliação serve como instrumento de revisão do planejamento, o que significa revisar os conteúdos, a metodologia e a prática do docente.

    A terceira pergunta se referia aos sistemas avaliativos (instrumentos, técnicas e critérios) que fazem parte do planejamento e do seu plano de aula. Assim todas as respostas foram afirmativas, pois os critérios de participação, respeito com os colegas e professor, capacidades de organização de atividades propostas fazem parte do planejamento de cada professor.

    Quando questionados de que forma os professores avaliam seus estudantes no ensino médio por meio de quais instrumentos avaliativos, a escola A e C obtiveram a resposta de que é pelo comportamento, uniforme, participação, trabalhos individuais e em grupo, avaliação escrita, avaliações práticas, e a autoavaliação. Já o outro professor da escola B, respondeu por assiduidade, uniforme, provas e respeito entre colegas e professores.

    Segundo Hoffmann (2000) a aprendizagem acontece em tempos diferentes para cada aluno, pois é um processo de natureza individual, o importante é apontar rumos do caminho e torná-lo tão sedutor a ponto de aguçar a curiosidade do aluno para o que ainda está por vir.

    Ou seja, avaliação deve ser organizada de forma que favorece a aprendizagem dos alunos, promovendo a evolução dos mesmos, mas acima de tudo respeitando o tempo de cada um.

    Segundo os Professores das escolas A, B e C os estudantes têm conhecimento de como serão avaliados na disciplina de Educação Física, pois, os professores da escola A e B responderam que é necessário os alunos terem esta informação. E o outro da escola C obteve a respostas de que é importante que saibam e estejam conscientes que tudo que fazem ou deixam de fazer esta sendo avaliado para o seu melhor aproveitamento.

    Perrenoud (1999) considera que a avaliação constitui um instrumento de análise do processo educativo, dos erros e dos acertos, objetivando subsidiar a "regulação das aprendizagens", isto é, o redirecionamento no sentido de suplantar as dificuldades educacionais.

    Professores descrevem também que utilizam a autoavaliação com os alunos, pois, o professor da escola A e B responderam que utilizam para que eles reflitam e se analisem. E o professor da escola C, respondeu que faz a autoavaliação para despertar uma concepção crítica de suas responsabilidades. Sendo que os professores da escola A, B e C, afirma que os estudantes são informados e sabem quando estão sendo avaliados, pois ressaltam que são avaliados diariamente.

    A avaliação deve ser, sempre que possível acompanhada e complementada pela autoavaliação. Se pretendermos que nossos alunos sejam ativos no processo de aprendizagem, eles devem tornar-se ativos também no processo de avaliação (Haydt 1988, p. 156).

    O questionamento feito aos professores foi para saber a finalidade da avaliação na sua disciplina. Professores da escola A, e C, responderam que avaliam para registrar notas, acompanhar o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, verificar se os objetivos estão sendo alcançados, verificar se os conteúdos e metodologia estão adequados e testar o conhecimento dos estudantes. E para o professor da escola B foi para apenas testar o conhecimento dos alunos.

    Apresentamos os resultados do questionário aplicado para nove estudantes líderes de uma turma da 1ª, 2ª e 3ª série do ensino médio, por escola. Dentre eles, três são do sexo masculino e seis do sexo feminino, com a idade entre 14 e 17 anos, sendo todos estudantes do período matutino.

    Perguntamos se o seu professor de educação física lhe dá acesso ao planejamento. Todos os alunos responderam que sim.

    Segundo Libâneo (1994), o planejamento tem uma grande importância, pois se trata de: “Um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social”

    Segundo o autor, o planejamento enquanto construção-transformação de representações é uma mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições objetivas e subjetivas tendo o desenvolvimento da ação no tempo.

    Quando perguntado se nos primeiros dias de aula o professor explica como os estudantes serão avaliados e seus critérios, oito estudantes afirmaram que sim, e um estudante se referiu que não, pois o professor não explica quando são avaliados e seus critérios. Tendo em vista que este estudante da escola C, esta discordando com a resposta do professor da escola, pois este professor afirma que informa seus alunos os seus critérios e como serão avaliados, pois é importante que saibam e estejam conscientes que tudo que fazem ou deixam de fazer esta sendo avaliado para o seu melhor rendimento.

    Segundo os alunos, diante do questionamento se o professor aplica a auto-avaliação, seis estudantes da escola A e B afirmaram que sim, já os outros três da escola C disseram que não, que Professor não aplica a autoavaliação. Então percebemos que esta afirmação dos alunos da escola C, não coincide com o a resposta do professor da mesma escola, pois ele afirma que “realiza a autoavaliação para despertar uma concepção crítica de suas responsabilidades.”

    Segundo Melchior, (1994, p. 122) “Autoavaliar-se é o ato de julgar seu próprio desempenho nas atividades propostas, é a análise do esforço despendido em relação ao que foi solicitado”.

    Ou seja, não podemos esquecer que o professor também deve se avaliar, sempre refletindo sobre o seu próprio trabalho, verificando seus procedimentos e, quando necessário, reestruturando sua prática.

    “A auto-avaliação do aluno deve servir como mais um subsídio para a auto-avaliação do professor. Também o professor deve comparar a sua percepção sobre si mesmo com a percepção que os outros têm dele. Ele pode pensar que está sendo muito claro em suas explicações. Mas o aluno é quem deve dizer se está entendendo ou não. Este confronto é necessário, inclusive para se constatar se os critérios considerados por ambos são os mesmos”. (Melchior, 1994, p.122).

    Quando questionados, de quais os critérios que o professor de educação física geralmente utiliza para avaliar, e fechar a nota destes estudantes, os alunos das escolas A e B disseram que é por comportamento e avaliação escrita, e outros da escola C, afirmam que é por meio de trabalhos e avaliação escrita.

    Sendo assim diante este questionamento podemos perceber que os alunos não sabem corretamente, como e quando estão sendo avaliados, pois os alunos da escola A e C disseram e discordaram com a afirmação dos professores de sua escola, pois estes avaliam seus alunos pelo comportamento uniforme, participação, trabalhos individuais e em grupo, avaliação escrita, avaliações práticas, e a autoavaliação. Já o outro professor da escola B, respondeu por assiduidade, uniforme, provas e respeito entre colegas e professores e seus alunos apenas têm o entendimento que são é avaliados pelo seu comportamento e a avaliação escrita.

    Para FREIRE, (1996, p. 47) “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou sua construção”.

    No questionamento final, para saber o entendimento dos estudantes, para que serve a avaliação, estudantes da escola B e C responderam que é para ter nota e passar de ano, e outros três alunos da escola A afirmam que é para saber o nível de conhecimento de cada aluno, para o professor poder ver as dificuldades.

    Por fim, nota-se que a avaliação continua sendo um instrumento de seleção, ou seja, apenas para ‘ter notas e passar de ‘ano’ como cita a maioria dos alunos, pois para Hoffmann (1993) considera que a avaliação do rendimento escolar deve ir além da simples medida, promoção e classificação do aluno, para ser entendida como uma busca de qualidade do ser, no seu máximo de potencialidade sem padronizações prévias.

    Apresentamos os resultados da entrevista com três diretores da escola A, B e C. Sendo que as três diretoras têm acima de trinta anos, são efetivas na rede estadual. Todas trabalham há mais de quatro anos, quarenta horas semanais. Diretora da escola A, trabalha há dez anos, Diretora da escola B dezesseis, e da escola C sete anos, sendo que todas trabalham há mais de quatro anos na mesma escola. Todas possuem especialização e participam de atividades de formação continuada.

    Perguntamos sobre a elaboração do planejamento anual da disciplina de Educação Física e relação com o PPP da escola. Todas as diretoras responderam que a elaboração do planejamento anual está de acordo com o PPP. A resposta vai ao encontro do que disseram os professores.

    Quando perguntado o que consta no PPP a respeito da avaliação (sistema avaliativo, média, prova final...). A diretora da escola A diz, ‘que a avaliação é presente em incontáveis aspectos da existência humana’ ou seja, ela esta presente no dia-a-dia do ser humano, pois a média e a prova final são apenas conseqüências da sua aprendizagem, e como consta no PPP da escola, todos os registros de avaliação, bem como de todo o processo ensino, servirão de orientação para o professor e de toda a comunidade escolar, na continuidade dos trabalhos, na compreensão do que estão a fazer no processo ou até mesmo para fundamentar alguma avaliação que possa ser contestada.

    Segundo a Diretora da escola B, apenas nos informou o que consta no seu PPP, não usou suas palavras, apenas nos deu em mãos o que constava no PPP, diante esta questão no PPP da escola diz que a prática das provas utilizadas implica em julgamento, em distinguir o certo do errado. O certo inclui, o errado exclui. Avaliação pressupõe acolhimento visando transformação. Ela integra, inclui. Os julgamentos podem surgir, mas para dar curso à ação e não para excluir.

    Diretora da escola C nos passou a seguinte fala que o sistema avaliativo, média e prova final, consta no PPP e é realizado o diagnóstico para tomar as decisões mais adequadas no que se refere à assimilação dos conteúdos e também do processo de constituição de si mesmo do sujeito em questão, uma vez que a avaliação tem também como objetivo auxiliar o educando em seu desenvolvimento pessoal.

    Perguntamos como eram organizados os registros de avaliação. Segundo as três diretoras responderam que o ano letivo é dividido em quatro bimestres, sendo as notas bimestrais expressas em diário de classe. Para obter média de aprovação nos estudos o aluno deverá dominar 70% dos conceitos propostos, ou seja; ter média final 7,0 ao final do ano letivo. A escola A, nos afirmou que a avaliação terá os registros de notas expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero) e a média bimestral deverá ser obtida através da média que é 7,0 (sete vírgula zero), o que consta no seu PPP. A diretora da escola B, não nos passou a informação apenas teve a fala de que é expressa em diários de classes. A diretora da escola C nos informou que os resultados de recuperação deverão ser incorporados às avaliações efetuadas durante o período letivo, constituindo-se em mais um componente do aproveitamento escolar, sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe, ou seja, no diário do professor.

    Segunda a Diretora ‘é importante realizar uma reflexão crítica com seus alunos, sobre aquilo que foi trabalhado. Isso pode ocorrer de diferentes formas, dentre elas: a escrita, o desenho, o debate e a expressão corporal’.

    Também perguntamos se a autoavaliação faz parte do sistema avaliativo, incluindo gestores, professores e estudantes. Os diretores não souberam informar sobre esta questão.

    Sendo assim é notável a fragilidade do processo avaliativo, deixam a desejar essa questão, pois, a autoavaliação é de muita importância no dia a dia dos gestores, professores e estudantes, pois a autoavaliação não deve ser considerada apenas como controle ou crítica, mas sim como uma classe mediadora de um processo de tomada de consciência, coletiva ou individual, que leva uma visão autocrítica a sua instituição e que (re) define seus caminhos com vistas à (trans) formação e melhora contínua da sua realidade.

    Quando levantado a pergunta sobre se é acompanhado o planejamento anual dos professores. As diretoras da escola A, B e C afirmam que acompanham todos os planejamentos anuais dos professores.

    Não obtivemos acesso aos planos, pois não temos em mãos e não sabemos como são estes planos bimestrais de cada professor, ou seja, não sabemos se é bimestral, anual ou em outro aspecto.

    Quando perguntado sobre os métodos avaliativos utilizados pelos professores de Educação Física no ensino médio a resposta obtida pelas Diretoras foi que cada professor utiliza a sua forma de avaliar, sendo que devem ocorrer três avaliações por bimestre.

    Segundo a Diretora da escola A, quando levantado a pergunta para que serve a avaliação na escola, obtivemos a resposta que todos os registros de avaliação, bem como de todo o processo ensino, serve de orientação para o professor e de toda a comunidade escolar, na continuidade dos trabalhos, na compreensão do que estão a fazer no processo ou até mesmo para fundamentar alguma avaliação que possa ser contestada.

    Diretora da escola B, diz que‘a avaliação da aprendizagem é como um ato amoroso, acolhedor, integrativo, inclusivo’. Diz que tem por base essa afirmação, pois usou estas palavras que já consta no seu PPP; acolher uma situação, para só então, ajuizar sua qualidade visando dar-lhe suporte de mudança, se for necessário. Ao acolher algo, reconhece-se como é, ou seja: se faz um diagnóstico. O ato diagnóstico visa aquilatar situações, coisas, atos, tomada de decisões para que se obtenha sucesso no que se pretende.

    Já a diretora da escola C, apenas nos informou que a avaliação tem como objetivo auxiliar o educando em seu desenvolvimento pessoal. Apenas nos passou esta informação.

    Finalizando com a pergunta se há dificuldades dos professores na avaliação; todas as diretoras escolas disseram que não percebem nenhuma dificuldade do professor avaliar seu aluno.

Considerações finais

    No final do estudo percebemos que os objetivos foram atingidos tendo em vista que:

  • Os alunos não têm total conhecimento de como serão avaliados na disciplina de Educação Física, pois os professores não informam seus critérios corretamente de que como serão avaliados, mas informam quando será feita a avaliação.

  • Tendo em vista que os professores deixam a desejar nesta questão, pois é importante que os alunos saibam e estejam conscientes de tudo que fazem ou deixam de fazer, sem haver a participação produtiva dos alunos durante as suas aulas, o aprendizado torna-se por ensaio um erro. Esta participação deve ser estimulada a partir do Professor para que o aluno saiba no que esta sendo avaliado para o seu melhor rendimento

  • Identificamos também que é realizada a autoavaliação dos estudantes em algumas das escolas, pois das escolas analisadas, apenas duas escolas os alunos foram de acordo com o professor. Diante deste questionamento, algumas respostas dos alunos não coincidiram com o a resposta do professor, pois o professor afirma que “realiza a autoavaliação para despertar uma concepção crítica de suas responsabilidades”, já os alunos dizem que não faz a autoavaliação.

  • Professores de Educação Física de duas escolas avaliam seus alunos para registrar notas, acompanhar o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, verificar se os objetivos estão sendo alcançados, verificar se os conteúdos e metodologia estão adequados e apenas um professor de uma escola avalia seus alunos para testar o conhecimento dos mesmos.

  • Sendo que no entendimento dos estudantes, a avaliação serve, para obter notas e passar de ano, e outros afirmam que é para saber o nível de conhecimento de cada aluno, para o professor poder ver as suas dificuldades.

  • Esta mera resposta, por sua vez, trás consigo um descompromisso dos alunos com a disciplina, pois a Avaliação na Educação Física não é apenas para ‘passar de ano’ e obter notas, ou seja, não deve ser percebidos como obstáculos, mas como possibilidades de construção do novo.

  • Desse modo, percebemos que é preciso que os alunos saibam e estejam conscientes de tudo que fazem ou deixam de fazer, ou seja, que eles saibam quando, aonde e porque estão sendo avaliados. Transformando a concepção dos alunos sobre a importância da avaliação na Educação Física. Portanto, as necessidades de se construir uma prática educativa inovadora, para uma construção de um novo.

  • Identificamos a necessidade da continuidade dos estudos referentes a avaliação na Educação Física escolar.

Referências

  • ALMEIDA, Maria Lúcia Pacheco de. Tipos de pesquisa. Como elaborar monografias. 4. ed. rev. eatual. Belém: Cejup, 1996. cap. 4, p. 101-110.

  • ANDRÉ, M. E. D. A. Estudo de Caso em Pesquisa e avaliação educacional. Brasília: Liber Livro Editora, 2005.

  • DEMO, Pedro. Avaliação sob o olhar propedêutico. Campinas: Papirus, 1996.

  • FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).

  • HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001

  • HAYDT, R. C. C. Curso de Didática Geral. 7. ed. São Paulo: Ática, 2002. (Série Educação).

  • HAYDT, R.C. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo: Ática. 2002.

  • HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação & Realidade, 2000.

  • LIBÂNEO, José Carlos. Didática. Cortez Editora: São Paulo, Coleção Magistério 2° Grau Série Formando Professor, 1994.

  • LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: Estudos e Proposições. São Paulo: Cortez, 2006.

  • MELCHIOR, Maria Celina. Avaliação Pedagógica: função e necessidade. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1994

  • PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens-entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

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