Treinamento resistido e sua eficácia para o emagrecimento El entrenamiento resistido y su eficacia para la reducción de peso |
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Discentes do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira, Unidade Goiânia, GO (Brasil) |
Douglas de Almeida Hugo de Almeida Mariana Brito Mellyna de Oliveira Natália da Costa |
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Resumo Os efeitos do treinamento aeróbio para a redução da gordura corporal são bastante conhecidos. Há alguns anos acreditava que este era o melhor método para emagrecer. Porém, existem outros métodos que são tão eficazes e até melhores que o treinamento aeróbio. Gentil (2005, p. 1), afirma que “uma das vantagens do treinamento resistido é que as atividades mais intensas produzem maiores gastos calóricos e elevações na taxa metabólica de repouso por tempo e magnitude proporcionais a intensidade da atividade”. Sendo assim, este estudo teve como objetivo analisar os benefícios do treinamento resistido para o emagrecimento. Pode-se concluir que a musculação é uma das melhores opções de treinamento em todos os aspectos, desde prevenção de patologias, ganho de massa muscular, tratamento de enfermidades, correção de desvios posturais e, principalmente, redução da gordura corporal. Unitermos: Treinamento resistido. Benefícios. Emagrecimento.
Abstract
The effects of aerobic training to reduce body fat are well known. A few
years ago believed that this was the best method to lose weight. However, there
are other methods that are as effective and even better than aerobic training.
Gentle (2005, p. 1), states that "one of the benefits of resistance
training is the most intense activities that produce larger increases in caloric
expenditure and resting metabolic rate by time and magnitude proportional to the
intensity of activity." Therefore, this study aimed to analyze the benefits
of resistance training for weight loss. It can be concluded that weight training
is one of the best options for training in all aspects from prevention of
pathologies, muscle mass gain, treatment of diseases, correcting postural
deviations, and especially reducing body fat.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 195, Agosto de 2014. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
A obesidade vem se tornando preocupação mundial, já que, sua prevalência vem aumentando de maneira alarmante em praticamente todos os países. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o sobrepeso e a obesidade afetam 41% dos homens e 40% das mulheres no Brasil (IBGE, 2004). São apontados como causas a diminuição da atividade física e o maior consumo de alimentos pobres em nutrientes e em fibras e de alta densidade energética. Os riscos mais importantes da obesidade são o desenvolvimento de outras doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e as doenças cardiovasculares, tendo como consequência maior risco de morte prematura ou redução da qualidade de vida do indivíduo (OPAS, 2003).
Os efeitos do treinamento aeróbio para a redução da gordura corporal são bastante conhecidos. Há alguns anos acreditava que este era o melhor método para emagrecer. Porém, existem outros métodos que são tão eficazes e até melhores que o treinamento aeróbio. Gentil (2005, p. 1), afirma que “uma das vantagens do treinamento resistido é que as atividades mais intensas produzem maiores gastos calóricos e elevações na taxa metabólica de repouso por tempo e magnitude proporcionais a intensidade da atividade”. Outro efeito positivo do treinamento com sobrecarga é que ele pode manter ou aumentar a massa muscular e melhorar composição corporal.
Através do treinamento resistido podem-se evidenciar os benefícios da sobrecarga para a queima de gordura, desmistificando mitos que relacionam a musculação apenas como método de hipertrofia. Muitos dados na literatura concordam que o aumento da intensidade dos exercícios é mais eficiente para otimizar o emagrecimento, o fato é que quanto maior a massa magra maior é a queima de caloria em repouso, esse é um dos principais fatores que contribui diretamente para o emagrecimento com a utilização da musculação.
Sendo assim, este estudo teve como objetivo analisar os benefícios do treinamento resistido para o emagrecimento.
Metodologia
O presente trabalho teve como aspecto metodológico uma pesquisa descritiva. Tal pesquisa caracteriza-se por observar, registrar, analisar e correlacionar variáveis sem manipulá-las, procurando descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características (CERVO e BERVIAN, 2002).
Desenvolvimento
Com avanços tecnológicos e facilidade de divulgação da mídia, a informação da necessidade de prática de atividade física tem chegado mais facilmente ao conhecimento da população, e este mesmo avanço tecnológico tem deixado à população mais parada em frente aos componentes tecnológicos, que tem ficado cada vez mais sentado e tem feito crescer assustadoramente os níveis de sedentarismo e obesidade no mundo.
Na esfera econômica, em consequência do sobrepeso e da obesidade e dos agravos à saúde, é gasto no Brasil cerca de 1,5 bilhões de reais por ano com internações hospitalares, consultas médicas e medicamentos. Desse valor, 600 milhões são provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e representa 12% do orçamento gasto com todas as outras doenças (DATASUS, 2006).
O objetivo principal do exercício de sobrecarga é desenvolver a capacidade de ativação do maior número possível de unidades motoras, ou seja, estimular e desenvolver a capacidade neuromuscular de recrutamento (BARBANTI, 2010). O treinamento de força inclui o uso regular de pesos livres, máquinas, peso corporal e outras formas de equipamento para melhorar a força, potência e resistência muscular (SIMÃO, 2004).
Existem diversos tipos de treinamento de força, dentre eles pode-se destacar os seguintes treinamentos, isométrico, dinâmico e o excêntrico.
O treinamento isométrico refere-se a uma ação muscular em que não ocorre mudança no comprimento do músculo (PLATONOV, 2004). Este tipo de treinamento de força é realizado normalmente contra um objeto imóvel. O treinamento isométrico também pode ser realizado pela contração de um grupo muscular fraco contra um grupo muscular forte (FLECK e KRAEMER, 2006).
O treinamento dinâmico de resistência invariável apresenta-se mais apropriado em relação à contração isotônica, em vista que a massa corporal ou a resistência deslocada é mantida constante (PLATONOV, 2004, FLECK e KRAEMER, 2006). Já o método dinâmico de resistência variável se desenvolve através de um braço de alavanca, engrenagem ou arranjo de polias, objetivando alterar a resistência em uma tentativa de acompanhar os aumentos e diminuições de força (curva de força) ao longo de toda a amplitude do movimento do exercício (FLECK e KRAEMER, 2006).
O treinamento de força excêntrico refere-se a uma ação muscular na qual o músculo se alonga de um modo controlado e pode ser executado numa diversidade muito grande de aparelhos para o desenvolvimento de força (FLECK e KRAEMER, 2006).
Souza (2012) comparou três metodologias diferentes de treinamento para verificar as alterações ocorridas na composição corporal, gordura e massa magra. Participaram da pesquisa 9 mulheres com idade variando entre 20 e 30 anos e que foram dividas em três grupos, corrida A, treinamento resistido B e caminhada C. Elas foram submetidas a avaliações antropométricas e metabólicas antes e após o término da pesquisa, que não levou em consideração a dieta das voluntárias. O protocolo para os grupos consistiu em três treinamentos semanais com a duração de 25 minutos. Para o grupo A, sendo realizada a corrida na esteira ergométrica em intensidade 10% abaixo do limiar anaeróbio sem intervalo. Já o grupo B realizou o trabalho com 4 exercícios para membros inferiores de caráter hipertrófico a 80% de 1 RM, com pausas de 1 minuto entre 4 séries de cada exercício. O grupo C realizou caminhada em esteira ergométrica com intensidade 30% abaixo do limiar anaeróbio sem intervalo, durante 8 semanas. Após as 8 semanas verificou-se uma diminuição no peso gordo para o grupo A, -3,43 kilos (Kg.), grupo B, -2,83 Kg e grupo C -1,48. E no ganho de massa magra grupo A, 1,73 Kg., grupo B, 3,36 e grupo C diferenciando dos outros grupos perdendo 0,4 em média comparando pré e pós-treino.
Pedroso, Simões, Bertato et al (2007) avaliaram os efeitos de um programa de treinamento de força na composição corporal e na capacidade física de mulheres com hipertensão arterial. Nove mulheres foram submetidas a um programa de treinamento de força durante oito semanas e, antes e após o programa, aos seguintes testes: 1) composição corporal (peso e percentual de gordura corporal); 2) capacidade aeróbica (teste de caminhada de 6 minutos); 3) força (testes de 10 repetições máximas); e 4)flexibilidade (teste de sentar e alcançar). Antes e depois de cada sessão de treinamento registrou-se o uso de medicação e foi aferida a pressão arterial. A análise estatística foi realizada por meio do Teste t para dados pareados, p < 0,05. Durante o programa, não ocorreram complicações clínicas. Com o treinamento de força, não houve alterações significantes no peso corporal, no teste de caminhada de 6 minutos, no teste de sentar e alcançar e no puxador de costas, mas houve uma significante diminuição do percentual de gordura corporal e aumento das cargas nos testes de 10 repetições máximas nos exercícios leg-press 45º e supino. Concluíram que o programa de atividade física proposto foi seguro e benéfico para mulheres com hipertensão arterial, sendo eficiente para aumentar a força muscular e diminuir o percentual de gordura das voluntárias.
Arruda, Assumpção, Urtado et al (2010) realizaram um estudo de revisão bibliográfica relacionando o treinamento de força com a redução corporal. Eles concluíram que o treinamento de força apresenta um importante papel na busca pelo emagrecimento, visto que promove a manutenção e/ou melhora da massa magra, aumentando assim o gasto energético em repouso.
Considerações finais
A musculação é uma das melhores opções de treinamento em todos os aspectos, desde prevenção de patologias, ganho de massa muscular, tratamento de enfermidades, correção de desvios posturais e, principalmente, redução da gordura corporal.
Referências
Arruda, D. P.; Assumpção, C. O.; Urtado, C. B.; et al.Relação entre treinamento de força e redução do peso corporal. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.4, n.24, p.605-609. Nov/Dez.2010.
BARBANTI, V. J. Treinamento esportivo: as capacidades motoras dos esportistas. Barueri.
CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.
DEPARTAMENTO DE INFORMAÇÃO E INFORMÁTICA DO SUS. (DATASUS). Informações de Saúde. Disponível: http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php. Acesso em 17 mar de 2014.
FLECK, S.T. e KRAEMER, W. J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre: Artmed, 2006.
GENTIL, P. Musculação-ponto de vista emagrecimento e musculação. Saúde e Movimento. Disponível em: http://www.saudeemmovimento.com.br. Acessado em 27 de fev.2013.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Índices de Preços. Pesquisa de Orçamentos Familiares. Brasília, 2002-2003.
OPAS. Organização Pan-Americana da Saúde. Doenças crônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília, DF; 2003.
Pedroso, M. A.; Simões, R. A.; Bertato, M. P.; et al. Efeitos do treinamento de força em mulheres com hipertensão arterial. Saúde Revista, Piracicaba, 9 (21): 27-32, 2007.
PLATONOV, V.N. Teoria geral do Treinamento desportivo olímpico. Porto Alegre: Artmed, 2004.
SIMÃO, R. Treinamento de Força na Saúde e Qualidade de Vida. São Paulo: Phorte, 2004
Souza, L. R. Treinamento resistido versus aeróbio: influência na composição corporal feminina 20-30 anos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 172, Septiembre de 2012. http://www.efdeportes.com/efd172/treinamento-resistido-versus-aerobio.htm
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