Prevalência de hipertensão
arterial Prevalencia de hipertensión arterial em personas mayores del município de Guidoval, MG Prevalence of hypertension in elderly in Guidoval, MG |
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*Graduada em Educação Física Bacharelado e Licenciatura Faculdade Governador Ozanam Coelho (FAGOC) **Enfermeira, especialista em Urgência e emergência (FACREDENTOR – RJ) Mestranda em Ciência da Nutrição (UFV – Viçosa/MG) ***Mestre em Aspectos Biodinâmicos do Movimento Humano - UFV/UFJF Professora do curso de Educação Física da FAGOC ****Doutor em Ciências Fisiológicas - Universidade Federal do Espírito Santo/UFES Mestre em Educação Física – Universidade Federal de Viçosa/UFV Graduado em Educação Física – Universidade Federal de Viçosa/UFV |
Michele Fernanda Coelho* France Araújo Coelho** Susana América Ferreira*** Miguel Araujo Carneiro-Júnior*** **** Sabrina Fontes Domingues*** **** (Brasil) |
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Resumo O aumento da população idosa mundial está associado ao desenvolvimento de várias doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas as doenças cardiovasculares, sendo a hipertensão arterial fator de risco para essas doenças cardiovasculares. Objetivos: Determinar a prevalência de hipertensão, assim como a distribuição dos níveis pressóricos segundo a utilização de anti-hipertensivo oral e a prevalência de níveis pressóricos segundo idade, em idosos praticantes de atividades físicas do município de Guidoval – MG. Métodos: Estudo quantitativo transversal realizado em 35 idosos praticantes de atividade física, com idade ente 60 e 95 (67,88 ± 7,58 anos), avaliou-se a pressão arterial antes da prática de atividade física. Resultados: A prevalência de hipertensão foi de 54%; segundo a utilização de medicamentos anti-hipertensivo oral 77,14% não eram usuários e 22,9% faziam uso regular, sendo que, mesmo aqueles idosos que utilizavam os medicamentos anti-hipertensivo oral apresentaram níveis pressóricos elevados no momento da coleta de dados e segundo a idade respectivamente: 60 a 69,9 (34%), de 70 a 79,9 (17%), 80 a 89,9 (0%) e de 90 a 100 (3%) anos. Conclusão: Dos idosos avaliados, 54% apresentaram níveis pressóricos elevados mesmo com o uso de medicamento anti-hipertensivo oral, fato preocupante indicando a necessidade de novas consultas médicas para possível reajuste quanto ao uso do tipo e quantidade de medicamento utilizado; com relação à idade, a amostra com idosos na sua maioria entre 60 a 69 anos apresentou maior prevalência de níveis pressóricos elevados nessa faixa etária. Unitermos: Hipertensão arterial. Idoso. Atividade física.
Abstract The increase in the elderly population is associated with the development of several chronic noncommunicable diseases, including cardiovascular diseases, and hypertension risk factor for these cardiovascular diseases. Objectives: To determine the prevalence of hypertension, as well as the distribution of blood pressure levels according to the use of oral antihypertensive and the prevalence of blood pressure by age in elderly individuals practicing physical activities of the municipality of Guidoval - MG. Methods: Cross-sectional quantitative study conducted in 35 subjects engaged in physical activity, with age being 60 and 95 (67.88 ± 7.58 years), we evaluated the blood pressure before physical activity. Results: The prevalence of hypertension was 54 %, depending on the use of oral antihypertensive drugs 77.14 % were non-users and 22.9 % were taking, and even those seniors who used the oral antihypertensive drugs had high blood pressure at the time of data collection and respectively according to age: from 60 to 69.9 (34%), 70 to 79.9 (17%), 80 to 89.9 (0%) and 90 to 100 (3%) years. Conclusion: Among elderly patients, 54 % had high blood pressure even with the use of oral anti -hypertensive, a worrisome indicating the need for further medical consultations for possible adjustment for the use of the type and amount of drug used, with respect to age the sample with seniors mostly between 60 and 69 years showed a higher prevalence of high blood pressure in this age group. Keywords: Hypertension. Elderly. Physical activity.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 195, Agosto de 2014. http://www.efdeportes.com |
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Introdução
A hipertensão arterial (HA), ou popularmente conhecida como pressão alta, caracteriza-se pela presença de níveis de pressão arterial (PA) elevados associados a alterações no metabolismo do organismo, nos hormônios e nas musculaturas cardíaca e vascular (III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, 1998).
De acordo com Ferreira et al. (2009), com o avanço da idade a HA torna-se mais freqüente principalmente no sexo feminino, devido a fatores hormonais como a menopausa, tendo maior incidência após os 60 anos. Estima-se que após essa idade cerca de 60% da população idosa do Brasil seja hipertensa. E de acordo a Organização Mundial da Saúde (2008), citado por Rego (2011), a HA é o principal fator de risco de morte entre as DCNT, é um importante problema de saúde pública, tem-se como hipertensa, cerca de 70% da população idosa, tendo maior predomínio as mulheres, na faixa etária de 60 aos 90 anos, demonstrando um aumento de 2009 para 2011 de 10% em 2 anos.
Com o aumento da expectativa de vida no mundo, observa-se também um aumento na ocorrência de certas doenças, principalmente as doenças cardiovasculares e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Acompanhando a tendência mundial, no Brasil as DCNT são a causa de 72% das mortes e 75% dos gastos com atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2011). Segundo o Ministério da Saúde (2008, citado por REGO, 2011) com o aumento na expectativa de vida, também aumenta as demandas nos setores de serviços de saúde especializados, que ainda se encontram em déficit para responder as necessidades da população.
Segundo o Ministério da Saúde (2006), havia no Brasil cerca de 17 milhões de portadores de HA, cerca de 35% da população com 40 anos ou mais e esse número é crescente; seu aparecimento está cada vez mais precoce e estima-se que cerca de 4% das crianças e adolescentes também sejam hipertensas.
Dados mais recentes da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) (2013) relatam que a HA é a doença que mata mais de 300 mil brasileiros por ano, 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada 2 minutos. As doenças cardiovasculares são responsáveis pela grande maioria de óbitos no Brasil, sendo a HA a principal entre elas. Atinge 30% da população adulta e mais de 50% da população idosa, o que mostra uma redução de 2008 até os dias atuais. Ela é responsável por 40% dos infartos, 80% dos acidentes vascular cerebral (AVC) e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
De acordo com a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010), o objetivo principal do tratamento da HA com medicamentos anti-hipertensivo orais (AHO) é a redução da morbidade e mortalidade. Dessa forma, os medicamentos AHO devem reduzir a pressão arterial, assim como os eventos cardiovasculares fatais e não-fatais.
A realização de atividade física regular tem como objetivo promover resultados desejáveis contribuindo para prevenir os efeitos negativos do envelhecimento sobre a capacidade funcional e a saúde do idoso, contribuindo para o seu bem-estar (SOUZA, 2013).
Segundo Pessuto e Carvalho (1998), o exercício físico ajuda na redução da obesidade e auxilia na prevenção de doenças coronárias, contribui na preservação da autonomia de pessoas idosas, melhorando o funcionamento de todo o corpo e das capacidades físicas em geral, reforçando o coração, músculos, pulmões, ossos e articulações.
A ACMS (American College of Sports Medicine, citado por MATSUDO, MATSUDO e NETO, 2001) recomenda que os idosos realizem atividade física de intensidade moderada (entre 30% do VO2 máx e o limiar anaeróbio), pelo menos 30 minutos por dia, se possível todos os dias da semana, de forma contínua e/ou acumulada.
Para controlar e/ou reduzir os índices de HA é indicado modificações no estilo de vida, para auxiliar no tratamento ou mesmo preveni-las. Mudanças de hábitos alimentares, controlarem o consumo de sal (sódio) em excesso, praticar atividade física regular, controlar o peso, não exceder o uso de álcool e evitar o tabagismo são alguns fatores de risco que devem ser abordados e controlados, sendo que, mesmo doses progressivas de medicamentos AHO podem não alcançar os níveis recomendados de PA (MOLINA et al., 2003).
A maioria dos fatores de risco encontra-se relacionados ao estilo de vida, como o nível de atividade física e alimentação, sendo que as pessoas sedentárias apresentam o dobro de risco para o desenvolvimento dessas doenças, quando comparadas a pessoas ativas, com a alimentação saudável e o nível de atividade física adequado; mais não são somente esses fatores de risco, pois a manutenção dos níveis pressóricos também esta relacionada a fatores genéticos (FERREIRA et al., 2009).
Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo determinar a prevalência de HA em idosos praticantes de atividade física do município de Guidoval-MG, assim como distribuição dos níveis pressóricos segundo a utilização de medicamentos AHO e a prevalência de níveis pressóricos segundo idade de acordo com Soares et al. (2009).
Métodos
O presente estudo possui caráter quantitativo transversal, com o objetivo de determinar a prevalência de HA em 35 idosos, com idades entre 60 e 95 anos praticantes de atividades físicas e participantes do projeto “Viver Mais Com Qualidade de Vida e Saúde” do município de Guidoval – MG.
O estudo foi realizado mediante a aceitação dos voluntários e assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Foi realizada também uma anamnese, para conhecimento sobre histórico de doenças e uso de medicamentos AHO.
Anamnese pressão arterial
Nome:_______________________________________________________
Data: ______/ _______ / ______ Sexo: F ( ) M ( )
Data de Nascimento: ______/ _______ / ______Idade : ______
Educação: ( ) analfabeta ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior
Ocupação: _______________________________________________________________
Anamnese
Histórico atual
Marque na frente da pergunta que você responde SIM, deixando as outras vazias
Marque em frente da pergunta que você responde sim deixando as outras vazias:
( ) Um médico já lhe disse que sua pressão arterial é muito alta ou baixa?
() Você sempre sente dor no coração ou no peito?
( ) Você se sentiu incomodado, muitas vezes, por uma dor no coração;
( ) Seu coração bate muitas vezes acelerado?
( ) Algumas vezes você já sentiu o coração falhar?
Comentários:
1- Relacione qualquer medicação prescrita que você esteja tomando agora
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2- A quanto tempo toma cada medicamento?
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Anamnese sobre exercício físico
A quanto tempo você participa do projeto?
_____ anos / _____ meses
Geralmente, qual sua frequência semanal na ginástica? ____ dias
Você costuma faltar vários dias seguidos? ( ) SIM ( ) NÃO
Nos dias em que faz a ginástica, você chega até o local de que maneira? Caso tiver mais de uma alternativa, anote quantas vezes por semana você a utiliza:
( ) caminhando ( ) de bicicleta ( ) de ônibus ( ) carro, moto
Número de vezes na semana que você vem:
___ caminhando___ de bicicleta ___ de ônibus ___ carro, moto
Você vem e volta da ginástica nestas mesmas condições?
( ) sim ( ) não
Se vem caminhando ou de bicicleta, quanto tempo gasta? _________________________________________________________
Os idosos praticam atividade física duas vezes por semana. De acordo com o programa de treinamento que é realizado, ao chegarem, há um alongamento de aproximadamente 10 minutos, logo após, exercícios aeróbicos de intensidade moderada, com duração em torno de 30 a 40 minutos por sessão. O projeto existe há 3 anos e 48,57% dos idosos participam desde o início; 25,71% a 2 anos; 8,57% a 1 ano; 8,57% a 11 meses e 8,57% a 6 meses.
A coleta de dados foi realizada no local da prática de atividade física supervisionada. Todos os procedimentos de coleta da PA seguiram as recomendações das normas da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010). Antes de começar a coleta de dados foram realizados os seguintes procedimentos: deixá-los em repouso por pelo menos 5 minutos em ambiente calmo sendo que os idosos foram instruídos a não conversar durante a medida. O paciente idoso permaneceu em posição sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado. O braço manteve-se na altura do coração, livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente flexionado.
Foi utilizado o monitor de PA automático, marca OMRON, do modelo HEM – 742INT, a aferição foi realizada, em triplicata, com intervalo de 1 minuto entre elas antes das sessões de atividade física, por uma acadêmica de Educação Física previamente treinada. A primeira aferição era realizada no braço direito, a segunda no braço esquerdo e a terceira realizada no braço que apresentou maior valor de PA, com o intuito de utilizar a média dos resultados obtidos para determinar a prevalência de HA nos idosos avaliado.
De acordo com a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2010), que considera como "pressão ótima" níveis menores que 120mmHg e 80mmHg; como "pressão normal" níveis menores que 130mmHg x 85mmHg; e como "pressão limítrofe" (pressão normal-alta, ou pré-hipertensão) os níveis de 130mmHg a 139mmHg para a PA sistólica e 85mmHg a 89mmHg para a PA diastólica.
A variável dependente foram os valores do nível sistólico e diastólico, a PA foi aferida durante 2 dias. Foram definidos como portadores de níveis pressóricos elevados os indivíduos que apresentaram pressão sistólica de 130mmHg a 139mmHg e de 85mmHg a 89mmHg para a diastólica (≥130x85mmHg), e os indivíduos sabidamente hipertensos que estivesse em uso regular de medicação AHO cujos níveis pressóricos estivessem elevados ou não no momento da coleta de dados.
Foi utilizado o pacote estatístico SPSS 15.0 (Chicago, IL) para a análise dos dados. Os dados contínuos foram apresentados como média ± desvio padrão (AIQ: P25 a P75), e os categóricos como número e porcentagem. Foram considerados significativos os testes que atingiram um erro alfa menor que 0,05 bicaudal. Para a análise das prevalências encontradas foi utilizado o teste Z para proporções e para a comparação das prevalências entre homens e mulheres foi utilizado o teste qui-quadrado.
Resultados
Foram avaliados 35 idosos sendo que os indivíduos do sexo masculino representam 17,14% e do sexo feminino 82,85%. A média de idade da amostra foi 67,89 ± 7,59 anos; com valores mínimo e máximo de 60 e 95 anos, respectivamente.
A prevalência de níveis pressóricos elevados na amostra estudada foi de 54%, sendo esta posteriormente estratificada segundo a utilização de AHO (Tabela 1), e segundo idade, por intervalos de classe de acordo com Soares et al. (2009) (Tabela 2), de acordo com as respostas da anamnese.
Tabela 1. Distribuição dos níveis pressóricos segundo a utilização de AHO em idosos de Guidoval-MG
AHO: Anti-hipertensivo oral; N: Número de idosos; %: Porcentagem; Teste de Qui-Quadrado.
Tabela 2. Prevalência de níveis pressóricos segundo idade em idosos de Guidoval-MG.
N: Número de idosos; %: Porcentagem
Teste de Qui-Quadrado
Discussão
A HA tem sido objeto de estudo e crescente preocupação em todo o mundo, não só na população idosa como também na população geral, tendo em vista o aumento da prevalência das DCNT como consequência das transições demográfica, epidemiológica e nutricional (RAMOS, VERAS e KALACHE, 1987).
O presente estudo foi composto por 35 idosos, sendo 17,14% do sexo masculino e 82,85% do sexo feminino, um número superior de mulheres, o que segundo Teixeira et al. (2006) que em seu estudo avaliou 220 pessoas, entre adultos e idosos, o número superior de mulheres deve-se a uma maior disponibilidade das mulheres de frequentarem locais de ginástica, uma vez que na sociedade predominam atividades relacionadas ao gênero, elas ficam mais disponíveis para cuidar da saúde.
Todavia estudos indicam uma maior prevalência de HA em mulheres do que em homens, isso ocorre devido a relação do processo de envelhecimento com outras doenças, como é o caso da menopausa nas mulheres, onde ocorre diminuição dos hormônios esteróides sugerindo um efeito cardioprotetor do estrogênio que, uma vez diminuído, aumenta a predisposição às doenças relacionadas ao sistema cardiovascular (OLIVEIRA, SOUZA e LIMA, 2006 citado por FERREIRA et al., 2009).
O presente estudo obteve prevalência de níveis pressóricos elevados igual a 54%, assim como Ferreira et al. (2009), em estudo semelhante, avaliou 39 idosas praticantes de atividade física, do município de Viçosa - MG, obtendo prevalência inicial de HA de 56,41%, antes do treinamento concorrente, sendo observado uma redução para 33,33% após o programa de treinamento.
No entanto, Longo et al. (2009) em estudo transversal, cujo objetivo era estimar a prevalência dos níveis pressóricos elevados e fatores associados em adultos praticantes de atividade física de Lages - SC, obteve prevalência igual a 37,7%, para a população em geral variando de 31,1% nos homens a 38,1% nas mulheres, onde mais uma vez prevalece um índice maior de HA entre as mulheres. As diferenças entre os resultados encontrados pelos autores podem ser justificadas devido ao tamanho da amostra.
Segundo a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2010) os medicamentos AHO tem como objetivo principal a redução da morbidade e mortalidade cardiovascular e dessa forma eles devem não só reduzir e controlar a PA, mais também evitar possíveis eventos cardiovasculares não-fatais e fatais. É muito importante saber a classe e o tipo do medicamento que deve ser utilizado em cada pessoa, horário e dosagem do medicamento e se os mesmos estão ideais para cada idoso hipertenso.
De acordo com a tabela 1 do presente estudo, os idosos que não utilizam medicamentos AHO e apresentaram níveis pressóricos elevados é representado por 48,57% da amostra e 28,57% apresentam níveis pressóricos normais, já os que utilizam AHO apresentaram 5,71% de níveis pressóricos elevados e 17,14% níveis pressóricos normais.
Há aspectos importantes na escolha dos medicamentos, sendo características importantes dos AHO: “ser eficaz por via oral; permitir a administração em menor número, com preferência em dose única; ser utilizado por um período mínimo de quatro semanas”, dentre outras. Explicando aos pacientes a ocorrência de possíveis efeitos adversos e modificações na terapêutica instituída e o tempo necessário para que o medicamento tenha o efeito desejado obtido (VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO, 2010).
A tabela 2 apresenta a prevalência de níveis pressóricos segundo idade, estratificada em intervalos de 10 em 10 anos semelhante ao presente estudo, Soares et al. (2009), no presente estudo foi analisada a amostra com idosos de 60 a 69,9 (34%), de 70 a 79,9 (17%), 80 a 89,9 (0%) e de 90 a 100 (3%) anos com PA elevada, totalizando uma prevalência de 54% dos níveis pressóricos elevados. E de 60 a 69,9 (32%), 70 a 79,9 (11%), 80 a 89,9 (3%) e de 90 a 100 (0%) anos, totalizando 46% com a PA normal.
Com o passar dos anos, resíduos como o cálcio, aderem-se aos vasos sanguíneos que se enrijecem, tornando-os mais estreitos, fazendo com que aumente a pressão do sangue no seu interior, principalmente no coração. A PA elevada prejudica não só o coração, como também os rins e principalmente o cérebro (VARELLA e SOARES, 2013).
Assim, com o aumento da idade a tendência da PA é aumentar progressivamente devido a fatores de envelhecimento, dessa forma existe uma correlação entre o envelhecimento e a complacência aórtica, pois há diminuição da elasticidade do tecido conjuntivo, o que determina o aumento da resistência vascular periférica, fazendo com que haja um significativo aumento da PA assim como Miranda et al. (2002) constatou em seu artigo de revisão.
Conclusão
Conclui-se que a prevalência de níveis pressóricos elevados em idosos de Guidoval – MG foi de 54%; com relação ao uso de medicamentos AHO, mesmo aqueles idosos que faziam uso regular destes medicamentos apresentaram níveis pressóricos elevados na hora da coleta de dados, fato preocupante indicando a necessidade de novos estudos que contemplem esta temática a fim de embasar políticas públicas direcionadas a este público. De acordo com a idade, a amostra com idosos na sua maioria de 60 a 69 anos demonstrou ter maior prevalência de níveis pressóricos elevados. Ressalta-se que este público representa a maioria dos idosos estudados, o que pode ter contribuído para tais resultados quando comparados ao menor número de idosos de faixas etárias superiores. Com os resultados obtidos, fazer um retorno aos idosos e aos professores do projeto, do que foi concluído através deles e assim, orientá-los a procurar novamente um médico para rever o uso de AHO, já com relação ao programa de atividade física realizado, se possível fazer alterações, com foco nas recomendações para hipertensos, principalmente quanto à parte aeróbica, pois a prática de atividade física regular deveria contribuir para redução e/ou controle da pressão arterial, o que de acordo com os resultados não está ocorrendo.
Referências bibliográficas
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