Os benefícios da psicomotricidade orientada por um profissional de Educação Física Los beneficios de la psicomotricidad orientada por un profesional de la Educación Física |
|||
Graduado em Licenciatura - Educação Física Graduando em Bacharelado - Educação Física Pós-graduado em Fisiologia do exercício Aplicada ao treinamento esportivopelo Centro Universitário de Anápolis - UniEvangélica |
Gisley da Silva Pimentel (Brasil) |
|
|
Resumo A psicomotricidade é uma ciência que se uni por vários pontos de vista diferentes, pois utiliza de várias outras ciências constituídas com o intuito de possibilitar ao indivíduo dominar o seu corpo de maneira fácil e que economize energia e mantenha um equilíbrio satisfatório. O presente estudo teve como objetivo apresentar as alterações psicomotoras por crianças submetidas a um programa psicomotor direcionado por um professor de Educação Física. Nas suas várias áreas: esquema corporal, coordenação motora global e fina, equilíbrio, lateralidade, orientação espacial. Na qual foi utilizado a bateria de teste de Oliveira (2008) que mede a potencialidade do comportamento da criança, sua aquisição, elaboração, integração e regulação, que foi analisado provas por provas das condutas motoras de base. A amostra foi composta por 30 crianças de ambos os sexos na faixa etária de 5 a 6 anos da turma de jardim II de uma escola pública de Anápolis. Os resultados no primeiro momento demonstraram que as crianças estavam com o perfil psicomotor bem inferior em todos os componentes, já no segundo momento depois da intervenção de um professor de Educação Física foram detectadas melhoras significativas. Unitermos: Psicomotricidade. Desenvolvimento motor. Professor de Educação Física.
|
|||
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 195, Agosto de 2014. http://www.efdeportes.com |
1 / 1
Introdução
Os Professores tem um papel fundamental no âmbito escolar, pois são eles nas salas de aula no pátio e na hora do recreio que identificam os vários comportamentos entre os alunos, como a interação entre si, a maneira como eles correm, pulam e se movimentam, quem participa de todos os jogos, são os Professores que através de uma simples observação pode notar em algumas crianças que são diferentes, com movimentos lentos e pesados, não consegue pegar corretamente o lápis, escrevem com tanta força que acaba rasgando o papel além de ter dificuldade de concentrar em determinada tarefa. Por isso os professores são a principal ferramenta neste processo porque ao identificar essas características nas crianças, eles planejam as atividades lúdicas, onde o popular brincar proporciona subsídios para o seu desenvolvimento. Fazendo com que as crianças liberem as suas imaginações criando um elo entre os aspectos psicomotores, cognitivos e sócio afetivos, que formam um indivíduo.
Objetivo geral
Indentificar as alterações psicomotoras por crianças submetidas a um programa psicomotor direcionado por um professor de Educação Física.
1. Psicomotricidade
A primeira vez que o termo psicomotricidade apareceu foi em meados dos anos de 1920 com Dupre, que desde 1909 já dizia para seus alunos sobre o desequelibrio motor definindo-o como “debilidade motriz” , ele percebeu que havia uma relação entre anomalias psicológicas e anomalias motrizes, essa descoberta levou-o a formular a palavra psicomotricidade que significa um entrelaçamento entre o movimento e o pensamento (OLIVEIRA 2002).
Apesar de este termo psicomotricidade ter aparecido a mais de um século com o discurso do médico Dupré, a sua história nasce com a história do corpo (COSTE 1989). “Etimologicamente teríamos psiquê: mente. Motricidade é a propriedade que possuem certas células nervosas de determinar a contração muscular” (MÚTSCHELE 1996, pág.32).
Silva e Borges (2008) afirmam que a psicomotricidade é uma ciência de suma importância no desenvolvimento da criança, pois ela é estimulada no intuito de formar uma unidade com outro componente, sabendo que por traz de cada movimento que a criança realiza existe uma forma dele interagir com o meio onde ele vive através das experiências é que os fazem descobrir o mundo. Já para Coste (1989) a psicomotricidade é uma ciência, que se cruza, para ser mais exato é uma técnica que encontra vários pontos de vista e que utiliza numerosas ciências constituídas.
1.2. Fatores psicomotores
1.2.1. Esquema corporal
Em 1911 o neurologista Henry Head lançou o conceito de esquema corporal, que a cada instante permitia ao indivíduo construir um modelo postural de se mesmo (ROSA NETO, 2002).
O esquema corporal é o conhecimento que um indivíduo tem do seu próprio corpo tais como os componentes ou partes, envolvidos nos movimentos corporais, posturas e atitudes além de aprender a controlá-lo e fazendo do corpo um instrumento de construção e ação se tornando um objeto concreto de sua comunicação (CORDEIRO; RIBEIRO, MORAIS 2008). Já Gomes (1995) afirma que a elaboração do esquema corporal aparece cada vez mais cedo e estará concluída quando a criança tiver quatro ou cinco anos
1.2.2. Lateralidade
O tema lateralidade surgiu a partir da abordagem sobre dominância cerebral feita por Paul Broca em 1865, onde foram descobertas muitas informações que contribuíram para o entendimento de acontecimento observável da neurologia relacionado com a dominância de um dos hemisférios cerebrais referente a fenômenos motores (ROCHA, 2008). Para Silva e Borges (2008) a lateralidade é a dominância de um indivíduo maior em um dos lados do corpo ao nível dos olhos, mãos e pés sendo que esse lado do corpo que ele domina tem mais força muscular, rapidez e precisão na hora de executar as atividades.
1.2.3. Coordenação motora global
Gallahue (2002) define coordenação motora como o movimento que recruta grandes grupos musculares utilizados na maioria das habilidades desenvolvidas por um indivíduo. Essa coordenação global ajuda diretamente no equilíbrio postural, dissociação dos movimentos e na realização de movimentos combinados como amarelinha, acertar a cesta de lixo com uma bola de papel, jogar boliche e muitos outros que precisam de grandes grupos musculares para executar essas atividades (NOGUEIRA; CARVALHO; PESSANHA 2007)
Gomes (1995) nos relata que a coordenação global tem uma vista a execução voluntaria mais ou menos complexas, que são movimentos que utilizam todas as partes do corpo cabeça, ombro, pés, quadril e tornozelos sendo este um fato que proporciona a participação de vários grupos musculares de forma simultânea.
1.2.4. Coordenação motora fina ou óculo-manual
Gallahue (2002) diz que a coordenação motora fina é evidenciada através da execução de movimentos de uma parte específica do corpo responsável por movimentos mais afinados Oliveira (2002) complementa dizendo que a coordenação motora fina está relacionada com a habilidade e a agilidade manual que consiste num processo de desenvolver diversas formas de pegar um objeto principalmente em um movimento combinado dos dedos das mãos constituindo um aspecto particular da coordenação global. Guardiã e Coelho (1993) afirmam que essa coordenação trabalha a nível das articulações do ombro, pulsos, mãos e dedos em movimentos que vão afinando progressivamente dos ombros para as pontas dos dedos caracterizando numa atividade preparatória para a escrita.
1.2.5. Equilíbrio
O equilíbrio para Rosa Neto (2002) é um segmento diferenciado, sendo a base mais importante da ação de um corpo. Para ele quanto mais imperfeito é o movimento deste corpo, mais e mais energia se gasta nesta luta diária para manter o equilíbrio que gera uma série de males corporais, mentais e espirituais aumentando assim o nível de estresse, ansiedade e angustia de um indivíduo. Para que o ser humano mantenha-se em pé Rosa Neto (2002) presume que o sistema motor do organismo humano assegura a manutenção do equilíbrio estático e dinâmico, numa luta constante contra as forças da gravidade, esse fato só é possível porque o tônus de manutenção postural que é um conjunto de reações de equilíbrio e de manutenção de atitude que são controlados pelos sistemas neuromusculares que recebem aferências proprioceptivas, labirínticas e visuais que informam o deslocamento do centro de gravidade onde serão geradas correções apropriadas que vão manter a estrutura estável
1.2.6. Estruturação espacial
Cordeiro, Ribeiro e Morais (2008) afirmam que a concepção espacial da criança é criada e expandida junto com o seu desenvolvimento e com o passar do tempo ela adquire elementos corporais aumentando seu campo de visão, ou seja, ela consegue obter movimentos que permitam ampliar sua mobilidade ou até obtém a sua movimentação independente acrescenta suas condições de conhecer o espaço que vive. Relatam-nos Nogueira, Carvalho e Pessanha (2007) que essa noção é uma importante habilidade psicomotora, porque serve para vários trabalhos que são realizados na sala de aula, entre eles a escrita, porque o indivíduo observa, compara e estabelece relações com as coisas que existe no espaço
1.2.7. Estruturação temporal
Alves (2007) apresenta uma informação, que a estruturação temporal é a capacidade que um indivíduo tem de estabelecer uma relação de ações a uma determinada medida de tempo, onde há uma seqüência de fatos e intervalos. Esta noção é desenvolvida com o amadurecimento das fases anteriores passado e presente mais tarde precisa de outra fase que vai dar o apoio ideal, o futuro
1.2.8. A psicomotricidade e a Educação Física
Deste os primórdios a Educação Física se preocupava em enfatizar a dimensão biofisiológica do corpo mais a partir da metade do século passado surge um outro ideal a psicomotricidade com uma visão de ciência e técnica onde homem é um ser essencialmente biológico e passa a ser considerado numa visão abrangente onde é inserido o processo social, histórico e cultural (MOLINARI; SENS, 2003). A Educação Física é uma área inserida na escola, cujo seus benefícios varia desde a compreensão corporal que acontece através de uma experimentação de vários tipos de atividades corporais, portanto a Educação Física escolar não desenvolve apenas a parte fisiológica nos seres humanos, mais sim um alto conceito corporal que melhora a auto-estima e o auto-conceito, que acontece através do movimento, para que possa alcançar pleno desenvolvimento do conhecimento do corpo como parte da cultura humana (PAIM; BONORINO, 2009).
É nas aulas de Educação Física do ensino infantil que a psicomotricidade é desenvolvida através de atividades que desenvolve o afetivo, cognitivo e psicomotor que constitui num fator de equilíbrio para as crianças promovendo uma integração de tudo que é total no ser humano em um rico espaço de aprendizagem e potencialidades que acontece a partir dá estimulação, que permite a criança superar os limites das relações com o seu mundo interno e externo (MANHÃES, SOUZA; SIQUEIRA 2009).
2. Metodologias
Esta pesquisa caracterizou-se como quantitativo, longitudinal, transversal e descritiva.
A população amostra da presente pesquisa foi composta por um número de 30 crianças sendo de ambos os sexos de uma escola de Educação Infantil de Anápolis-Goiás, com faixa etária de 4 e 5 anos de idade, foi retirada amostra com alunos de duas salas das turmas de jardins sendo 18 meninos e 12 meninas, a escolha dessas salas ocorreu por causa de serem as únicas salas das turmas de jardim que funcionava no período que foram feitas as intervenções para a realização desta pesquisa. Foi utilizado a bateria de testes da Gislene de Campos Oliveira (2008) com intuito de verificar o nível psicomotor das crianças, obtendo um resultado que verifica um perfil de desenvolvimento do grupo. Os testes foram aplicados na seguinte seqüência: 1º coordenação e equilíbrio que era divididos em três fases: a.1 coordenação global, a.2 Dissociação, a.3 Coordenação fina e óculo manual; B Equilíbrio, B.1 Equilíbrio estático, B2 Equilíbrio dinâmico; 2º Esquema corporal, A Desenho da figura humana, B Relaxamento, C Conhecimento das partes do corpo, 3º Lateralidade, A.1 dominância manual, A.2 dominância ocular, A.3 dominância pedal, B reconhecimento dos conceitos de direita e esquerda b.1 reconhecimento em si mesmo, b.2 reprodução de movimento de figuras esquematizadas, 4 Estruturação espacial, A1 orientação espacial no papel, A2 reprodução de instrumentos espaciais.
As crianças foram avaliadas em dois momentos, sendo utilizados seis anexos sendo o primeiro de recortar que avaliava Coordenação Dinâmica das mãos, o segundo avaliava a preensão do lápis, o terceiro anexo avaliava a reprodução de movimentos em figuras esquematizadas sendo que a criança executava dois movimentos, o quarto anexo foram duas figuras geométricas onde o avaliador apresentava a crianças por cinco segundos a figura e depois a criança tinha que desenhá-la numa folha em branco, o quinto anexo era também uma figura mais dessa vez a criança tinha os mesmo cinco segundos para ver a figura e logo depois o avaliador tampava a estrutura e a criança tinha que executar a coordenação espacial esquerda direita e montar uma estrutura idêntica a da figura com palitos de fósforo, o sexto anexo eram as folhas de registro dos resultados e dos apontamentos sobre a criança durante os testes que foram a avaliação psicomotora da bateria da Gislene de Campos Oliveira de 2008.
Esta pesquisa foi feita em dois momentos que foram o teste e o reteste, o reteste foi realizado quatro meses depois
As provas do teste foram realizadas no pátio da escola que é um lugar bem iluminado e arejado, no dia dos testes foi avisado a direção para não liberar as crianças para o pátio para não atrapalhar as provas que eram feitas individualmente com duração de 20, 30 ou 40 minutos dependendo do aluno.
Após os três dias de teste que começava das 10 às 11:40 da manhã foi feita a tabulação dos resultados que verificou o nível psicomotor das turmas, com os resultados em mãos foi aplicado um programa de reeducação psicomotora que foi aplicada por mim duas vezes por semana nos dias de terça e quinta com duração de 50 minutos onde foi executado atividades que desenvolvesse as habilidades motoras básicas dessas crianças como jogos e brincadeiras.
Esta pesquisa foi realizada em uma escola da rede pública de Anápolis, era um imóvel alugado que tinha uma estrutura muito pequena, sem um espaço adequado para realização das aulas, certas atividades importantes para desenvolver as habilidades motoras nessas crianças precisavam de espaço maior e materiais, fato que a escola não tinha.
A estatística utilizada para o estudo foi o teste “quiquadrado” não paramétrico do programa estatístico IBM SPSS 20, adotando um nível de significância de p<0,01
3. Resultados
A tabela 1 mostra os resultados referentes ao componente equilíbrio :onde houve melhoras significativas P<0,01 entre o 1º e 2º momento.
Tabela 1. Equilíbrio
Antes |
Depois |
|
Ideal |
67,5 |
82,50* |
Regular |
15,0 |
17,5 |
Insuficiente |
17,50 |
0 |
P<0,01
A tabela 2 nus mostram que os valores entre os dois momentos tiveram diferenças significativa P<0,01.
Tabela 2. Esquema corporal
Antes |
Depois |
|
Ideal |
44,3 |
55,6* |
Insuficiente |
64,5 |
35,5 |
P<0,01
A tabela 3 mostra os resultados quanto a lateralidade e nos mostra que os valores analisados entre o 1º e 2º momento teve resultado significante p>0,01 no 2º momento.
Tabela 3. Lateralidade
Antes |
Depois |
|
Ideal |
62,2 |
74,4* |
Regular |
25,0 |
9,7 |
Insuficiente |
9,4 |
13,0 |
P<0,01
A tabela 4 apresenta os resultados referentes a estruturação espacial onde os valores entre os dois momentos tiveram diferenças significativa P<0,01.
Tabela 4. Estruturação espacial
Antes |
Depois |
|
Ideal |
38,2 |
53,8* |
Regular |
29,4 |
18,4 |
Insuficiente |
32,3 |
27,6 |
P<0,01
A tabela 5 apresenta os resultados referente a coordenação motora, onde houve um grande progresso em relação ao 1º momento.
Tabela 5. Coordenação motora
Antes |
Depois |
|
Ideal |
28,6 |
38,6 |
Regular |
40,0 |
31,9 |
Insuficiente |
31,3 |
28,0 |
P<0,01
Considerações finais
Baseado nos resultados obtidos neste estudo ficou evidenciado que as aulas de psicomotricidade no ensino infantil aplicadas por um profissional de Educação Física duas vezes por semana de 50 minutos durante 3 meses e 23 dias promoveram melhoras significativas interferindo de forma direta na aprendizagem das crianças.
A partir das análises feitas sobre os dados pode ser observado que no segundo momento as crianças apresentaram uma melhora no seu perfil psicomotor. Conclui-se com este estudo que é de muita valia as aulas de psicomotricidade no ensino infantil orientada por um profissional de Educação Física. Este estudo Sugere novas pesquisas na área com um número maior de avaliados e professores de Educação Física atuando em vários pontos diferentes a fim de consolidar o crescimento dos conhecimentos psicomotores e implantar a psicomotricidade nas escolas.
Referência bibliográfica
OLIVEIRA, G.C. Psicomotricidade: Educação e reeducação num enfoque psicopedagogico. Petrópolis. 7ed. Vozes. 2002.
MUTSCHELE, M. S . Como desenvolver a psicomotricidade. 2ed. São Paulo. Edições Loyola. 1996
SILVA, A.B.; BORGES, P.F.B. A importância da psicomotricidade na educação infantil. Revista de pedagogia perspectivas em educação. N 3. Ano 1, 2008.
COSTE, J.C. A Psicomotricidade. 4 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan.1992.
ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre. Artmed. 2002.
CORDEIRO, C.A.C. RIBEIRO, C.M. MORAIS, F.C.C.M . Linguagens na educação infantil VI linguagem corporal. Cuiabá. Centro Amarica Ltda. 2008.
GOMES, V. M. A prática psicomotora na pré-escola. São Paulo. Ática S.A. 1995.
GALLAHUE, D.L. A classificação das habilidades de movimento: um caso para modelos multidimensionais. Revista da educação física. Vol.13. 2002.
MOLINARI, A.M.P.; SENS, S.M. A Educação Física e a sua relação com a psicomotricidade. Revista PEC. Vol, 3.n, 1. 2003.
Outros artigos em Portugués
Búsqueda personalizada
|
|
EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 195 | Buenos Aires,
Agosto de 2014 |