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A influência da mídia com a autoimagem de adolescentes

La influencia de los medios de comunicación en la autoimagen de los adolescentes

 

*Graduado em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade do Estado

da Bahia, UNEB, Campus IV. É membro do Grupo de Estudo, Pesquisa

e Extensão em Educação Física, Esporte e Lazer (GEFEL)

**Mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor

do Departamento de Ciências Humanas - Campus IV da Universidade do Estado

da Bahia. Líder do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Educação Especial

e Educação Física Adaptada (GEPEFA) e membro do Grupo de Estudo, Pesquisa

e Extensão em Educação Física, Esporte e Lazer (GEFEL)

Eduardo da Silva Junior*

dudaapc16@hotmail.com

Osni Oliveira Noberto da Silva**

osni_edfisica@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente artigo tem como objetivo discutir a influência da mídia na autoimagem corporal dos adolescentes, trazendo a discussão da mídia e como a mesma influencia os adolescentes através dos diferentes veículos, recursos e técnicas de informações como jornais, revistas, rádio, cinema, outdoor, página impressa, propaganda, balão inflável e anúncios em site da internet.

          Unitermos: Educação Física. Adolescentes. Imagem corporal.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 195, Agosto de 2014. http://www.efdeportes.com

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1.     Introdução

    Esse presente artigo é fruto de estudo realizado no curso de Licenciatura em Educação Física do Departamento de Ciências Humanas da Universidade do Estado da Bahia, Campus IV. As discussões desse artigo voltam-se para a influência da mídia e suas implicações com a autoimagem do adolescente. Essa revisão bibliográfica tem como público alvo adolescentes que através das imposições da mídia tem voltado uma grande atenção para o corpo fazendo do mesmo instrumento de culto.

    Segundo Suplicy et al. (1995) o corpo do adolescente é uma casa em edificação, boa parte dos cômodos estão prontos e outros ainda por terminar e essa edificação vai ser determinadas de formas variadas segundo a história de cada um, as experiências, perdas e conquistas.

    Desta forma, entende-se que a situação problema deste trabalho relaciona-se com a influência da mídia e suas implicações com a imagem corporal de adolescentes. Deste modo, entende-se que a relevância deste artigo trazer contribuições significativas diretamente para os adolescentes que terão acesso a esse material como fonte de conhecimento e informações perante a busca desesperada e às vezes desnecessária pela estética, cultuando o próprio corpo realizando até loucuras para se manter nos padrões midiáticos.

2.     Influência da mídia na autoimagem

    Por vivemos na era da informatização, somos diariamente bombardeados por milhares de imagens, expressões e sons produzidos pelas mídias. A mídia está em toda parte. Outdoor, rádio, jornal, videocassete, revista, TV aberta e por assinatura, internet, CD-ROM (BETTI, 1991 p.1). Segundo Betti (1991), ligado cada vez mais ao cotidiano, por meio do seu discurso apoiado em uma linguagem audiovisual que relaciona-se com os sons, as imagens e as palavras, os veículos de informações “mídia” nos conduzem a informações, ludibriam o nosso imaginário e arquitetam uma interpretação do mundo. Com isso, é preciso considerar que muitas dessas informações possuem apenas a forma do espetáculo e do entretenimento, longe de inquietações educativas formais, visando apenas interesses econômicos. O que as mídias propiciam, é um grande mosaico sem estrutura lógica aparente, combinado de informações incoerentes, em geral descontextualizadas e recebidas por cada ser, não instaurando, portanto um verdadeiro processo de comunicação.

    Além da falta do apoio social para lidar com as transformações adolescentes, os jovens deparam-se com os modelos de beleza e com a extrema valorização da aparência que está ligada aos veículos de comunicação. Como afirma Kehl (2001), a acuidade com que os veículos de comunicação informação atingem as culturas é mais intensa que a capacidade de entendimento das pessoas, fazendo com que o que se vê seja incorporado sem ser simbolizado.

    Nova tendência de redirecionamento da cultura corporal de movimento foi apontada como o “confundimento” ou “entrelaçamento” entre os modelos de estética corporal e o modelo do fitness (saúde/aptidão física), promovido pelas mídias (BETTI, 2004 p.2). Essas tendências podem leva a um questionamento da tradição da Educação Física. Nessas falas, as ginásticas e o exercício físico não são relacionados à saúde ou bem estar, mas sim se direcionam a um modelo estético de magreza corporal. Todavia, para o esculpimento desse corpo não basta mais somente o exercício a malhação, ginástica nem mesmo as restritivas dieta. Obriga também a intervenção cirúrgica lipoaspiração, cirurgia plástica, próteses de silicone. Na atualidade o mercado de comercio do corpo está em desenvolvimento. Novos ambientes e estratégias de oferecimento da musculação, dança, exercícios terapêuticos, artes marciais, aeróbica e outras condutas modificam o tradicional sistema de clubes. Essa não é apenas uma novidade no nível econômico e organizacional, mas representa alterações substantiva na cultura do corpo e do movimento contemporânea para Eicheberg (1995).

    As próprias especialidades das mídias traduzem-se em superficialidade. Como lembra (SANTAELLA 1996, p.36) a cultura das mídias é a cultura do efêmero, do breve, do descontínuo; é a cultura “dos eventos em oposições aos processos”. Somando-se a esses fatos a cultura das mídias caracteriza-se também pela influência mútua entre elas, e a mesma notícia passa de uma mídia a outra, admitindo análises mais aprofundadas nas revistas semanais e no jornalismo investigativo da TV por assinatura. A prevalência dos interesses econômicos, a lógica das mídias, em última instância, busca atender sempre aos interesses econômicos, entronando na nos programas televisivos os altos índices de audiência, e criando assim um círculo vicioso, os produtores imaginam que o telespectador que é visto como homogêneo quer, e só lhe oferecem isso, portanto, não podem imaginar se o público anseia outra coisa. Novidades constantemente aparecem, mas sempre sobre os mesmos temas e sob as mesmas formas.

    Diante do apresentado Betti (2001) discorda da colocação acima e afirma, que o valorizar da forma em relação ao conteúdo é um atributo marcante que a mídia televisiva impõe. Isso ocorre de um discurso televisivo de fazer uso privilegiado da linguagem audiovisual, fazendo analogia entre imagem, som e palavra. As ideias das mídias, em última instância, visam os interesses econômicos, em torno da televisão. Os índices de audiência vêm criando um círculo vicioso onde os produtores pressupõem o que o público quer assistir, ouvir e lhe oferecem apenas isso, portanto, não dando oportunidade de saber se deseja outra coisa.

    Em nossa sociedade, a uma grande supervalorização da imagem corporal, e esse culto ao corpo, que é vendido como objeto de consumo, onde, mais importante é ter medidas perfeitas, considerando-se o padrão de magreza para as meninas e o ganho de massa para os meninos como ideal. Assim, os adolescentes, que naturalmente estão mudando porque a fase os leva a mudar são colocados à frente de modelos midiáticos com uma grande impossibilidade de corresponder a estes veículos.

    Para Fisher (2000), as influências estão além de um simples local básico de lazer, tratando-se de um lugar altamente poderoso no que se diz respeito à produção e à circulação de uma série de valores, concepções, aspectos que se relacionam e com a prática cotidiana sobre quem nós somos, o que devemos fazer com o nosso corpo, entre outros. Para a mesma autora, os aparelhos televisivos, em especial, comungam diretamente na formação dos adolescentes, sugerindo, estimulando e delineando algumas formas de existência em grupos ou da semelhança consigo mesmo e com o outro.

    De acordo com Adams (1977), percebe-se que o mundo social, claramente, discrimina os indivíduos não atraentes, numa série de situações cotidianas importantes. Pessoas julgadas pelos padrões vigentes como atraentes são tratadas socialmente muito bem é como funciona como uma espécie de aceitação social, assim, indivíduos tidos como não atraentes, estão mais propícios a encontrar ambientes sociais com um modelo rejeitador e que desencorajam os a estarem em um convívio social igualitário.

    Segundo Serra & Santos (2003), os veículos midiáticos veiculam ou produzem notícias, reproduções e expectativas nos indivíduos com propagandas, informações e noticiário em que de um lado incitam ao consumo de produtos que direcionados ao emagrecimento. O corpo é um local de luta constante que abrange vários saberes, práticas e imaginário social.

    Para o Instituto de Nutrição Annes Dias (2004), refletindo com o exposto a referência ao corpo está diretamente ligado à imagem de domínio, beleza e mobilidade social, sendo alta e constante a insatisfação dos jovens com a própria aparência. O estilo de vida baseado nos avanços tecnológicos está colaborando para a redução dos níveis de atividade físicas laborais e de lazer, acontecimento ligado com o alto consumo de alimentos hipercalóricos, os padrões de beleza exigem perfis antropométricos cada vez mais magros.

    Na contemporaneidade, a sociedade tem sido qualificada por uma cultura que visa o estereótipo como uma forma de identidade. Por meio dos veículos de mídia, que conduz propagandas com imagens de corpos irreais, direcionando suas atenções principalmente para os adolescentes, começa a existir uma busca por uma figura aparentemente perfeita, o que induz as pessoas a se distanciarem cada vez mais do seu corpo real. Sob essa aparência, os adolescentes passam a acreditar que, para ser aceito no meio social, é preciso que a sua autoimagem corporal esteja de acordo com os padrões estabelecidos socialmente, que tende a produzir uma insatisfação com o seu corpo, além de ocasionar mudanças na percepção da imagem corporal. Para Andrade; Bosi, (2003); Conti; Frutuoso; Gambardella (2005). Diante do apresentado, torna-se presente a apreensão com o peso e a aparência. Bem provável que na mocidade ainda não exista aceitação da aparência física, o que, de acordo com Sisto e Martinelli (2004), pode ocasionar em baixa autoestima e comprometimento do autoconceito.

    A identificação se organiza através de identificações, inicialmente com os pais, professores e ídolos, mas depois com o "grupo de iguais" que se constitui sem um importante modelo de identificação (TIBA 1986, p.2). Pois, é em seu grupo social que o púbere compartilha seus anseios e desejos e troca experiências. Por falarem e perpetrarem coisas comuns, são reconhecidos por suas roupas, atitudes e dialetos utilizados. Na turma, os adolescentes são uniformemente originais.

    Segundo Maldonado (2003) a falta de respeito ao corpo feminino e a tentativa de reduzi-lo a objeto de consumo são flagrantes nos dias de hoje. Os veículos de informação e comunicação, em especial as revistas chamadas femininas repetem um padrão de beleza corporal à estrema exaustão, procurando de certa forma persuadir a mulher de que é fundamental iguala-se as modelo para serem aceita socialmente. Com isso é utilizada a descrição de fatores econômicos e sociais que entusiasmam este modelo corporal além das táticas utilizadas por dois veículos de mídia como: impressa, revistas.

    À despeito de tantos perigos que circundam as mídias no mundo na sociedade contemporâneo, a Educação Física na escola está na privilegiada posição de poder proporcionar aos estudantes a oportunidade de contrastar a vivência das práticas da cultura corporal de movimento, enquanto experimento verdadeiramente vivida Belbenoit (1976), com a experiência de visualizar, ler e ouvir enquanto consumidor das mídias.

    Para (BETTI 2002, p.1), E tudo isso adaptado às características de cada mídia, preservando a forma espetacular que atrai o leitor, o ouvinte, o telespectador.

3.     Implicações para a saúde dos adolescentes

    A influência da mídia na formação de novos hábitos alimentares; contribui para iludir e ludibriar a mente dos adolescentes que através de computadores, rádios e televisão copiam um estereótipo formado por esses veículos de informação para se tornarem ou se aproximarem daquele corpo bem esculpido e desenhado.

    A preocupação com a aparência referente à imagem corporal tem aumentado a cada dia na sociedade atual entre adolescentes por tentarem copiar e moldar o seu corpo aos conformes da coletividade contemporânea que idealiza de fato o corpo magro, esculpido e aparentemente perfeito. (KOSTANSKI et al, 2004, p. 1317-1325).

    Para Stice (2002), existem fontes que afirmam e dão suporte de que os veículos de informação “mídia’’ desenvolvem distúrbios da imagem corporal e alimentar de jovens. Análises têm colocado que modelos, atrizes e outros ícones femininos que estão em constante evidencia, vêm se tornando mais magras ao longo das décadas. Pessoas com distúrbios alimentares sentem-se sob pressão em demasia e exigências da mídia para serem magros e citam terem aprendido métodos não-saudáveis de controle de peso como exercícios físicos severos e rigorosas dietas.

    Somando-se ao supracitado muitos autores Baumann (2001); Esper, Neder (2004); Novaes (2003); Codo & Sene (1985), discutem a sociedade moderna como sociedade narcísica voltada para culto do corpo, traduz-se em uma egoísta adoração a si mesmo, estabelecendo esforços e controle pessoal para obter a imagem corporal ideal exigida pela mídia, transcorrendo em uma idéia de um modelo estético corporal, pois os que não os possui são tidos por desleixado, relaxado ou preguiçoso.

    Diante do apresentado Fontes (2011) afirma, que os resultados antes alcançados apenas por freqüentes idas às academias de ginásticas, não serão apenas necessárias para atender às anseios de transformações imediatas que se almejam para a reconstrução do próprio corpo. Entra em cena a medicina e os cirurgiões plásticos, assegurando alterações diante de uma simples passagem por mesas cirúrgicas, no qual se entra com um corpo e se sai com outro totalmente esculpido.

    Garrini (2007) afirma que, nesta cultura que classifica os indivíduos a partir de estrutura corporal, a gordura passa a ser classificada como uma doença, além de a aparência ser fator importante para o reconhecimento do indivíduo no meio social. O conceito de saúde, um construto sociocultural, já representou o sobrepeso como sinônimo de saúde, também o igualou com reconhecimento e respeitabilidade social, enquanto que a magreza corporal já foi sugestiva de sinais de pobreza, há alimentação, doença, decadência e diretamente ligado ao emblema de maldades e morte para Fontes (2011). Já Couto (2003) diz que, ao debater as redefinições de termos como “saudável” e “doente”, fala-se que no passado não tão distante a saúde era analisada em um estado de equilíbrio orgânico, e hoje a medicina não está levando o status de a cura, pelo contrário, fala-se em tendências, habilidades e probabilidade.

    O adolescente é ser de construção social contemporânea, que constitui a probabilidade da emergência de subjetividade de inovações de apontadores padrões identitários. Biologicamente é o período de maior rapidez do desenvolvimento do jovem, o que implica numa necessidade de grande aporte de calorias e de nutrientes segundo Gambardella (1999). Serra e Santos (2003) ressalta, que nem sempre nessa fase da vida dos adolescentes são acatadas as demandas que condizem essa faixa cronológica e social. Entende-se, entre nutricionistas e profissionais de saúde, que nessa fase, o acréscimo de calorias pode ser alcançadas pelo exagero de alimentos cheios de gorduras e açúcares, como no caso da prática diárias de lanches rápidos, levando os jovens ao sobrepeso, obesidade entre outras doenças. Com isso, pode haver uma redução do aporte de calorias, pois, o adolescente também é conduzido a se preocupar ou está muito aflito com sua autoimagem corporal e acaba cedendo à estética corporal moderna, que procura dar ênfase ao corpo esguio esbelto, que poderá ter como implicação o desenvolvimento de distúrbios alimentares, como: anorexia e bulimia nervosa.

    Segundo Serra e Santos (2003), os veículos de comunicação conduzem e produzem informações, representações e expectativas nas pessoas com propagandas, informações e noticiário em que de um lado incitam o consumo de produtos dietéticos e constantes práticas alimentares visando o emagrecimento e, de outro, excitam ao consumo de lanches rotineiros do tipo fast food. Não se trata de uma decisão ou ação das empresas midiáticas, elas agregam um contexto empresarial e um sistema de costumes em que há uma apertada relação entre uma suposta verdade biomédica e um anseio social e individual. O corpo é um campo de luta que invade diferentes conhecimentos práticos e do imaginário social.

    Os dados estatísticos provam como todos estes discursos influenciam a sociedade brasileira, sendo a fase da adolescência um foco de preocupação. Em relação ao número de cirurgias plásticas realizadas em 2004, o Brasil ficou somente atrás dos Estados Unidos. Das mais de 660 mil intervenções cirúrgicas, as mulheres foram responsáveis por 69% e 11% foram da faixa etária dos 14 aos 18 anos (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 2006). No ano de 2003, foram 621.342 procedimentos cirúrgicos. De 2002 a 2003, cresceu em 43% o número de adolescentes (menos de 18 anos) que se operam (SERRA & SANTOS 2003, p2).

    Os problemas em conseguir o almejado corpo pode refletir na iniciação sexual e afetiva dos jovens. Afirmações de pesquisa para Abdo (2004) assinalam, que as aspirações sexuais das adolescentes pode diminuir se as mesmas não estiver nas adequadas medidas próxima a perfeição, meninos e meninas podem querer ou não se permitirem conhecer a própria imagem corporal se não estiverem nos ajustes consideradas como ideais.

    Segundo Dutra et al (2004), o corpo se tornou mira de uma atenção redobrada, nos tempos atuais com o aumento de métodos que cuidam e gerenciam os corpos, através das dietas, dos treinos de musculação e cirurgias estéticas, tornando-se um condição primordial, aumentando cada vez mais entre os jovens a insatisfação com o próprio corpo, conseqüentemente aumenta também o consumo dos EAA (Esteróides Anabolizantes Andrógenos) ou anabolizantes. Vários são os motivos que conduzem os indivíduos a perpetuarem o uso de anabolizantes, isso é decorrente as implicações da mídia na busca de corpos perfeitos, a fantasia de conseguir resultados rápidos e facilitados, e a falta de responsabilidade com relação às atividades rotineiras. As pessoas que fazem o uso de esteróides anabolizantes de forma errada acredita que os EAA promovam sessões de atividade física intensas, devido a demorar do alcanço da fadiga, motivação e resistência aumentada, além de levá-los a tornarem-se agressivos e diminuir o tempo necessário para recuperação entre as sessões de exercícios.

    Diante do apresentado Dutra et al (2004) ressalta, que no Brasil a inquietação com os adolescentes que por serem imediatistas, querem obter ganho de massa corporal e músculos velozmente visualizando um corpo atlético em curto prazo, entregam-se a anabolizantes, muitas vezes esses produtos são recomendados por instrutores de musculação, atletas e praticantes, sem nenhum conhecimento adequado para tal postura. As alterações psicológicos de transtornos da autoimagem corporal se manifestavam com maior intensidade em mulheres que desejam ser magras, atualmente presenciou-se os distúrbios em homens com anseios de alcançarem um corpo mais forte e musculoso, totalmente diferentes das mulheres. Os consumidores de anabolizantes se encontram em uma média de idade entre 18 a 34 anos, sexo masculino, os quais querem ganhar uma estrutura corporal atlético a curto prazo.

    Segundo Santos e Nogueira (2009), entende-se que os veículos de informação “mídias” tem grande poder de influência. Não apenas na população mais velha, mas também sobre os jovens adolescentes. A televisão é uma grande alienadora e incentivadora de todo tipo de informação, atuando como formadora de opinião. Os constantes bombardeios de informações e imagens da mídia televisiva entre outras, induz uma rapidez do ingresso no mundo adulto por parte dos jovens que ainda não tem orientação, estrutura emocional e psíquica para isso. Observou-se nas tele programações ofertadas pela televisão: que a grande quantidade é composta por programas que visam padrões de conduta, quaisquer que sejam eles. Agregando ao apresentado pode-se citar o culto ao corpo, a valorização do que é belo, os corpos sarados e esculpidos que os jovens tem exibido de maneira insinuada, passando o sujeito a ser visto como objeto.

    Santos e Nogueira (2009) afirmam, que as novelas, seriados e filmes com conteúdo adultos grande parte das vezes são mostrados em horário inoportunos em que ainda há a presença de telespectadores inapropriados como pré-adolescentes e crianças. As crianças são as maiores prejudicadas pelo estímulo visual, pois visualizam cenas de insinuação e relacionamento sexual, sexo descartável, carícias e corpos nus, o que desperta a sua sexualidade de uma forma mais cedo do que a habitual. Isso não significa que o adolescente seja um sujeito passivo diante dessa situação, apenas absorvendo o conteúdo transmitido. Contudo não se pode negar que a probabilidade de uma leitura mais crítica e de alterações do conteúdo recebido não são facilitadas, analisando-se as grandes massas de informações transmitidas pela televisão. Além dos aparelhos televisivos, outros veículos de comunicação procurados pelos adolescentes, que são as revistas voltadas para o público jovem e as conversas entre amigas (os). A grande parte dos jovens não lê jornal ou buscam está informado com os noticiários. Dizem que não os acompanham por possuir conteúdos cheios de violência e “política”. Mas os mesmo entendem o grande valor de se manterem atualizados. Para eles as revistas e jornais são os veículos de informação mais produtivos, uma vez que trazem orientações acerca de saúde, comportamento e formação. O conceito de garotos e garotas sobre os veículos de mídia são, muitas vezes, contraditórios. Os adolescentes não acreditam em seu papel influenciador sobre o comportamento dos indivíduos, tendo a mídia apenas a função de informação.

    Segundo Santos e Nogueira (2009), reconhecem contudo que os meios de informação e comunicação são apropriados para influenciar o comportamento, mas que isso estar sujeito a cada pessoa e que é principalmente importante construir um pensamento crítico, como com relação às propagandas, que relatam os exemplos da vida diária. No entanto se pode falar sobre as iniciativas como a da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), organização não-governamental (ONG) brasiliense que vem seguindo a evolução do comportamento da mídia jovem e criando uma série de projetos direcionados para apoiar os profissionais de imprensa a realizar uma cobertura das questões referentes à infância e à adolescência a partir da visão dos direitos humanos. Somando-se ao apresentado foi determinado “Os Jovens e a Mídia”, o projeto é encontrado em jornais, revistas e programas de televisão direcionada para público adolescente, de forma sistemática. Os principais atributos desses veículos de informação, visam citar algumas temáticas mais freqüentes e que são analisados de relevância social: AIDS e DSTs, cultura, drogas, educação, família, formação profissional, gravidez, mídia, portadores de deficiência, projetos sociais, saúde, sexualidade e violência.

    Para finalizar, Codo (1985) conclui que como um exemplo da importância de se instruir-se pela experiência, o culto ao corpo atrapalha no comportamento dos adolescentes que fazem o uso de anfetaminas, anabolizantes, dietas que os mesmos encontram descritas em televisões, internet e revista, e assim alteram a compreensão do que seria preocupar-se com o corpo, colocando de lado questões da saúde para se preocupar com as questões da beleza e do relacionar o corpo como fonte de prazer, para se situarem no contexto social imediato.

Conclusões

    Diante do apresentado há uma percepção de que os adolescentes diante da sociedade contemporânea tem voltado totalmente suas atenções para cultuarem e idolatrarem o corpo numa visão “narcisista”, onde tornam-se seguidores de tendências no que é visto e apresentado pelos veículos de informação e comunicação “as mídias”, imergindo em um mundo onde o imediatismo de decisões se faz constantemente presente contribuído assim para distúrbios e transtornos biológicos, psicológico e alimentares. Por estarem em uma idade onde estão passando por constantes mudanças sejam elas físicas ou psicológicas os jovens tornam-se cada vez mais inseguros e deixam de buscar ajuda com familiares, começando a se isolar buscando ajuda em instrumentos de comunicação que deveriam instruí-los e ajudá-los, tem produzido um efeito contrário visado apenas a ludibriarão dos adolescentes através de aquisições de produtos desejando sanar seus problemas o mais rápido possível por serem imediatistas.

    Diante da revisão bibliográfica, podemos notar o quanto os adolescentes são seres que necessitam de uma atenção redobrada por parte de seus familiares, mestres ou responsáveis por constantemente serem atingidos pela “Mídia e suas implicações” que visa apenas a aquisição de poder e lucros sem se importar com seus consumidores que nesse caso são os adolescentes assíduos, imediatista e consumistas ao extremo sem se importarem com o que pode acontecer com seus próprios corpos. Nessa busca constante de imitar modelos que atrelam a magreza com beleza por parte das meninas as expondo a dietas altamente restritivas, e a corpos cada vez mais fortes e musculosos relacionando ao uso de anabolizantes por parte dos meninos, para se alcançar esse padrão às vezes irreal de estrutura corporal os mesmos fazem extremos sacrifícios.

    Contribuindo com que já foi exposto as preocupações com o corpo Codo (2002) traz um pensamento de livrá-los das mazelas e problemas sexualmente transmissíveis e do uso abusivo de drogas, esses problemas tem sido negligenciado por parte dos adolescentes, dos familiares, instituições escolares, instâncias governamentais e as redes de informação e comunicação, em uma sociedade que não costuma ter relação para com o que de fato importa, no qual os corpos nus nas redes midiáticas possui grande valor representativos de uma sociedade vazia e sem sentido.

    A partir da reflexão descrita acima, entendemos a despreocupação amplamente social relacionada aos adolescentes que na atualidade estão com todas as suas atenções voltadas para os veículos de mídia, instrumentos que por trás dos bastidores recebem altíssimo investimento por parte daqueles que deveriam voltar suas atenções para instruir, investir e incentivar a população principalmente há adolescente a terem hábitos de vida saudáveis, não tem tido importância com o futuro da nação os forçando a está sempre acompanhando esse capitalismo desenfreado.

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