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A efetividade do treino de corrida na redução
de massa corporal em adultos

La efectividad del entrenamiento de la carrera en la reducción de la masa corporal en adultos

 

Discentes do curso de Especialização em Fisiologia do Exercício

Centro de Formação Profissional - PROFIT/BA

(Brasil)

Caio Cezar Brito Santos

caiocezar1@hotmail.com

João de Souza Leal Neto

joao.sln@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo vem apresentar uma análise acerca da efetividade do treino de corrida aplicado com o intuito na redução da massa corporal de indivíduos adultos. Avaliações físicas específicas e periódicas são necessárias para identificar de maneira eficaz, se determinadas tipo de exercício possui efetividade e resultados satisfatórios para um treinamento que almeja buscar melhoria de desempenho dos atletas, especialmente a perda de massa corporal em indivíduos adultos. Avaliar o treino de corrida revela-se como essas avaliações são de extrema importância para análise do grau de condicionamento em que os atletas se encontram, por isso eles são e devem ser periodicamente realizados. Através da avaliação do treino de corrida e sua eficácia, podem-se preparar atividades específicas para cada atleta e em cada prova específica. Estudo de natureza bibliográfica, através de uma revisão sistemática descritiva e investigativa tem o objetivo de oferecer informações acerca da real efetividade da corrida objetivando redução de peso em homens adultos.

          Unitermos: Efetividade. Treino de corrida. Avaliações.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A corrida é um excelente esporte para manter ou perder peso. De acordo com as literaturas, o gasto calórico durante os treinos varia muito em função de idade, sexo, composição corporal, intensidade e duração do treino. Sabe-se que, em média, uma sessão de 30 minutos de corrida queima cerca de 300 calorias, mas questiona-se em algumas pesquisas se esta atividade possui alguma efetividade na redução de peso de um indivíduo adulto.

    Atualmente a prática de exercícios de corrida tem ocupado um espaço significativo dentro dos programas de atividade física voltada para saúde, bem como nos programas de condicionamento físico com o objetivo de melhorar os níveis de desempenho no atletismo de alto rendimento.

    Este artigo tem sua justificativa à medida que busca efetuar uma análise acerca da efetividade do treino de corrida aplicado a indivíduos adultos como forma de redução sistemática e satisfatória de peso nos mesmos. Apesar disso, algumas literaturas divergem quanto à real efetividade concreta dos exercícios de corrida na redução da massa corporal nestes indivíduos, ou seja, se ocorrem realmente efeitos positivos, e em caso afirmativo, quais seriam eles.

    Este estudo tem como objetivo avaliar a efetividade do treinamento de corrida na redução da massa corporal nos indivíduos adultos.

Metodologia

    Este artigo foi elaborado e estruturado num estudo de natureza bibliográfica, através de uma revisão sistemática descritiva e investigativa, utilizando os bancos de dados da Scielo e Bireme, no período de previamente estabelecido (2013) buscando bases teóricas fundamentadas em autores específicos, no intuito de oferecer informações acerca da real efetividade da corrida objetivando redução da massa corporal em homens adultos.

O treinamento de corrida e suas características

    O interesse na fisiologia do exercício da modalidade do treino de corrida tem aumentado nas últimas décadas (Salgado, 2006). As razões para isso, talvez, envolvam a publicação e divulgação de estudos científicos em número cada vez maior de revistas científicas especializadas. Como preconiza Guimarães (2004), outro aspecto que reforça esta afirmativa diz respeito ao crescimento do interesse acerca do treino de corrida como exercício associado à promoção da saúde, fato traduzido pelo grande número de pesquisas de cunho experimental e epidemiológico publicadas nas últimas décadas.

    Pode-se, ainda, destacar a redução dos custos do instrumental destinado à coleta e análise de dados, bem como a grande disseminação dos laboratórios de fisiologia do treino de corrida em universidades, entidades desportivas, centros de saúde e clínicas especializadas.

    As corridas de rua atualmente se tornaram uma verdadeira febre entre pessoas de diferentes idades e objetivos. Crianças, adolescentes, adultos e idosos que procuram o lazer, a qualidade de vida e a prevenção de doenças. Para Ortiz (2005), a prática da corrida proporciona diversos benefícios para seus praticantes, como controle e diminuição da pressão arterial, glicemia e colesterol; perda e manutenção de peso e gordura corporal; melhora estresse e promove relaxamento após a atividade. Além desses benefícios, o valor social é uma das causas principais de todo esse sucesso. A corrida aproxima as pessoas, o que faz o número de associados e grupos de corrida crescer a cada dia em todo país. Há o lado positivo desse crescimento abrupto de praticantes de corrida, no entanto, é preciso tomar alguns cuidados (MELLO, 2008).

Freqüência, intensidade e volume do treino e suas associações

    Com o intuito de melhorar a adesão aos programas de exercícios físicos para assim prevenir e controlar os problemas decorrentes do excesso de gordura corporal, Weineck (2001) faz referência a alguns estudos voltados a entender quais seriam o volume, a intensidade, a freqüência e o tipo de exercício ideal para responder a essas questões. Segundo o autor, vários estudos já comprovaram que tanto o treinamento intervalado quanto o treinamento contínuo produzem efeitos semelhantes capacidade aeróbica. Porém, os resultados encontrados referentes aos efeitos desses dois tipos de treinamento sobre a redução da porcentagem de gordura são divergentes entre alguns pesquisadores, devido a diferentes protocolos utilizados com populações diversas. Moreira (1996), para um bom controle do exercício físico aeróbio, há três fatores principais: intensidade, volume e freqüência do treinamento. A intensidade deve ser controlada conforme a modalidade esportiva praticada. Por exemplo, um exercício de baixa intensidade pode ser realizado por meio da caminhada, a corrida de longa duração é uma boa opção de atividade física de alta intensidade e um treino de intensidade intermediária pode ser realizado com atividades intervaladas, ou seja, são programados períodos para caminhada e corrida de curta duração no mesmo programa de exercícios. O volume do treino pode ser controlado pelo fator tempo, ou seja, são realizadas atividades contínuas intervalo por um período preestabelecido. Recomenda-se a prática diária de determinada atividade física durante 40 a 60 minutos. Deve-se observar a freqüência do treinamento. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a prática de exercícios físicos pelo menos três vezes por semana, de preferência em dias alternados, como segundas, quartas e sextas ou terças, quintas e sábados (WEINECK, 2001).

    Junior (2006), a relação Intensidade X volume, apesar de ser um conceito muito útil a qualquer pessoa ativa, acaba não sendo difundida ao grande público, dando margem a erros significativos e até perigosos no planejamento das atividades dos nossos esportistas.

    Entendendo a intensidade como velocidade e inclinação (altimetria) e o volume como tempo, distância e quantidade de treinos, fica mais fácil estabelecer um planejamento adequado. Este conceito pode e deve ser aplicado não só na corrida, mas sim em todas as atividades físicas, como a musculação por exemplo. Um bom treino é aquele que considera os dois aspectos (intensidade e volume) de forma proporcional, ou seja, uma corrida ou treino de musculação nunca devem ser intensos e volumosos ao mesmo tempo. Devemos sempre priorizar, de acordo com a proposta do treino, um dos dois aspectos.

Efetividade do treino de corrida na redução de peso

    Muitos estudos têm sido feitos voltados para contribuir no combate a prevenção e diminuição do número de pessoas com excesso de massa corporal, no qual o aumento do gasto calórico é fundamental. O treinamento de corrida pode ser um método de treinamento intermediário entre os exercícios com predominância aeróbia ou anaeróbia, que parece atender as pessoas com sobrepeso, especialmente os adultos (DÂMASO, 1996).

    Analisando sua efetividade na perda de peso em adultos, o treino de corrida pode ser um método mais intenso (com características mais anaeróbias) tendo uma maior presença do metabolismo aeróbio. Dantas (1998), contribuindo com um maior gasto calórico durante o exercício e na sua recuperação, através de um maior EPOC, totalizando em um maior gasto calórico durante as 24 horas do dia ao individuo.

    A corrida é um excelente esporte para manter ou perder peso. O gasto calórico durante os treinos varia muito em função de idade, sexo, composição corporal, intensidade e duração do treino. Para Barbanti (2004), no entanto, em média, uma sessão de 30 minutos de corrida queima cerca de 300 calorias, onde o resultado da perda de peso será bastante acelerado quando a corrida contar com um esquema alimentar inteligente.

    Ainda para Barbanti (2004), durante a corrida, o atleta descarrega sobre as articulações e ossos de duas a três vezes o peso do corpo, explica. E é nessa hora que um treinamento errado pode causar uma lesão ou até uma fratura. O planejamento nutricional de uma dieta adequada ao treino do indivíduo adulto sem aumentar a quantidade de calorias ingeridas deve também propiciar à atleta a energia necessária para realizar o treinamento.

    Nahas (2003) lista diversos benefícios à saúde dos praticantes, dentre os quais destacamos:

  1. Ao coração: a corrida exige que o coração aumente o fluxo de sangue para todo o corpo. As fibras do músculo se fortalecem e a cavidade aumenta. Desta forma o coração bombeia mais sangue com menos batidas, se tornando mais eficiente. Com o aumento da circulação sangüínea pelo corpo, cresce a entrada de oxigênio nos tecidos.

  2. Aos pulmões: correr faz com que o volume de ar inspirado seja maior, aumentando a sua capacidade de respiração.

  3. Aos ossos: estimula a formação de massa óssea, aumentando a densidade óssea evitando problemas como a osteoporose (muito comum entre mulheres adultas e na terceira idade).

  4. Para a pressão arterial, correr estimula a vasodilatação, o que reduz a resistência para a circulação de sangue. Uma maneira de diminuir a sua pressão é trabalhando a velocidade em terrenos planos.

  5. Ao cérebro, ajuda no aumento dos níveis de serotonina, neurotransmissor que regula o sono e o apetite. Em baixas quantidades, essa substância está associada ao surgimento de problemas como a depressão.

    No tocante ao nível de Colesterol, o treino de corrida diminui os níveis de LDL (colesterol ruim). Corredores de longa distância têm o nível mais alto de HDL (colesterol bom), encarregado de transportar os ácidos graxos no sangue e de evitar o seu depósito nas artérias. Já as articulações, correr torna a cartilagem das articulações mais espessa, o que protege melhor essas regiões tão frágeis do nosso corpo NAHAS (2003).

Conclusão

    O presente estudo de revisão sistemática permite-nos constatar que o treinamento de corrida de alta intensidade tem se mostrado mais eficaz no sentido de promover maior gasto calórico e efetiva redução de peso nos adultos, até mesmo em sessões isoladas de treino, o que pode contribuir mais decisivamente para a redução da massa corporal e para alterações esteticamente viáveis na composição corporal, além da vantagem de quebrar a monotonia de um trabalho aeróbico contínuo e, conseqüentemente, poder ser usado como uma boa estratégia para adesão a programas de exercícios físicos.

Referências bibliográficas

  • BARBANTI, V. J. et al. Relevância do conhecimento científico na prática do treinamento físico. Revista Paulista de Educação Física, v. 18, n. esp. ago. 2004.

  • DÂMASO, A. Nutrição e exercício na prevenção de doenças. Rio de Janeiro. Medsi. 1996.

  • DANTAS, E. H. M., GERALDES, A. R. Treinamento em circuito individualizado: uma forma fisiológica de trabalho com atletas de alto rendimento. Revista Treinamento Desportivo, v. 03, n. 03. 1998.

  • GUIMARÃES, Maurício de Arruda. Musculação: adultos, idosos, crianças e obesos. Rio de Janeiro, RJ. Editora Sprint. 2004, 178 p.

  • JUNIOR, A. A. Exercícios de alongamento: Anatomia e Fisiologia. Barueri: Manole, 2ª ed. 2006.

  • MELLO, B. S. Relação da corrida em atletas adultos e redução de peso. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 11, n. 01. 2008.

  • MOREIRA, S.B. Corrida, metas e mitos. O treinamento racional para corridas de longa distância, Rio de Janeiro - RJ, 1996.

  • NAHAS, M. V. Atividade Física, Saúde e qualidade de Vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 3ª ed. 2003.

  • ORTIZ, Tudor O. Importância e efetividade do treinamento de corrida: análise para o desenvolvimento máximo. São Paulo, SP. Phorte Editora. 2005.

  • WEINECK, J. Manual do treinamento esportivo. São Paulo: Manole, 2001.

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