Perfil sociodemográfico e satisfação de clientes de  academias de ginástica do município de Blumenau, SC Perfil sociodemográfico y satisfacción de clientes de gimnasios del municipio de Blumenau, SC
	*Bacharéis e Licenciados em Educação Física da Universidade Regional de Blumenau. FURB **Professora do Departamento de Educação Física e Desportos da Universidade Regional de Blumenau. FURB (Brasil)	Franciele Wippel Tarnowski* Eliakim Zelindro* eliakim.z@gmail.com Ana Claudia Oliveira Hopf** fran_wt@hotmail.com
	Resumo           O presente trabalho verificou o perfil sociodemográfico de clientes de academias de ginástica do município de Blumenau/SC e o nível de satisfação dos mesmos em relação aos serviços prestados. Participaram desta pesquisa 110 indivíduos freqüentadores de academias de ginástica da cidade de Blumenau/SC, 49% do gênero masculino e 51% feminino, com faixa etária entre 18 e 60 anos, que praticavam a modalidade de musculação no período noturno. Os resultados apontaram que, quanto ao gênero, houve uma distribuição semelhante entre feminino e masculino, a faixa etária predominante foi entre 21 e 30 anos, com prevalência do estado civil solteiro, apresentando o Ensino Superior como nível de escolaridade. A renda familiar na qual foi concentrada a amostra foi entre 2 e 5 salários mínimos, com uma assiduidade de 4 vezes ou mais durante a semana. Pode-se observar que os clientes estão em sua maioria satisfeitos com os serviços prestados.           Unitermos: Academias de ginástica. Perfil sociodemográfico. Adesão ao exercício físico.
	EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Os ambientes voltados para a prática de exercícios físicos orientados apresentam números com tendências de crescimento dentro de uma perspectiva de aumento populacional e demanda empreendedora. A busca por mais qualidade de vida e bem estar impulsionou o mercado fitness e pela terceira vez consecutiva, o Brasil classificou-se como o segundo no ranking mundial em número de academias, sendo que a estimativa é de que o mercado tenha movimentado mais de 2,3 bilhões de dólares no País, somente em 2012 (FITNESS BUSINESS, 2013).

    Conforme Pereira (1996), na década de 90 já era retratado o aumento significativo de pessoas que procuram as academias em busca da prática de exercício físico, tanto pelo o aspecto estético quanto por qualidade de vida. Tendo isso em vista, observa-se que a tendência de crescimento deste mercado continua, e com ele a necessidade da busca da diversificação de alternativas de ambientes, atendimento e diferentes modalidades ofertadas.

    A preocupação com a saúde e bem estar faz com que as pessoas busquem exercícios físicos através dos centros especializados, chamados de academias de ginástica (SABA, 2001). Os serviços oferecidos nestes locais tem como alvo atingir um padrão de saúde baseado em modelos corporais pré-determinados, a fim de incrementar o número de clientes

    Para Kotler; Armstrong (1998), quando um cliente busca uma academia de ginástica ou qualquer outro estabelecimento comercial, na verdade ele está em busca de serviços ou produtos que atendam os seus anseios, necessidades e desejos; que lhe tragam benefícios pessoais ou soluções para seus problemas. O cliente é uma peça fundamental para as empresas, portanto é estratégico sustentar conexão com a clientela e buscar sempre ampliá-la (SKOK; KOPHAMEL; RICHARDSON, 2001).

    Segundo o compêndio de Saba (2001), as academias de ginástica poderiam ser definidos como empresas que, com fim lucrativo, oferecem instalações e pessoal para promover o exercício físico de forma adequada, segura e ética, a fim de atender a vontade de seus clientes, elevando o nível de qualidade de vida pela prática de exercício físico. Porém, os centros especializados devem voltar seu empenho para que o praticante de exercício físico atinja um patamar de manutenção da prática física por tempo prolongado, se possível pela vida inteira.

    A prática de exercício físico só começa apresentar seus benefícios a partir do momento que é efetivada algumas vezes por semana de forma sistematizada; caso contrário se torna uma prática sazonal não melhorando a condição fisiológica e orgânica de seu praticante (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

    Gerson (2001) observa que, para o cliente que entra pela primeira vez numa academia, o atendimento oferecido é decisivo para sua conquista. Este atendimento inicial representa, num sentido figurado, o cartão de visitas do estabelecimento escolhido pelo cliente para concretizar seu projeto pessoal de melhorar sua qualidade de vida. Porém, só a conquista de novos clientes não é chave para o sucesso das academias, também é preciso que as academias capacitem seus profissionais, tenham bons aparelhos e disponibilizem horários flexíveis, assim conseguirão obter melhores resultados.

    A indústria do fitness é um exemplo de área empresarial que se modifica para acompanhar as transformações e exigências econômicas de um mercado cada vez mais competitivo. A clientela deste segmento está cada vez mais exigente, e existe uma variedade de academias sendo abertas, e/ou recriadas, para melhor atender o seu público alvo. Porém, a academia de ginástica que não apresenta condições favoráveis a um atendimento eficaz, equipamentos apropriados e seguros, profissionais qualificados e além disso, preço justo de acordo com a qualidade do serviço prestado, perde seu cliente para a concorrência. De acordo com De Paula (1999), a qualidade do serviço está relacionada com o resultado de como o cliente percebe e distingue o valor dos produtos e serviços. Cada organização tem um significado diferente para qualidade, mas é a definição do cliente que realmente interessa, sendo também o que vai repercutir na aderência ao exercício físico.

    Em função disto, estudos desenvolvidos para avaliar a satisfação dos clientes em relação ao atendimento prestado pelas empresas, identificam no cliente como fator principal de sua sobrevivência, estabelecendo que todos os elementos da empresa devem estar envolvidas com a compreensão dos desejos do cliente, para que se atinja a sua satisfação e consequentemente, para o alcance do sucesso da empresa.

    De acordo com Rojas; Nahas (2003), apesar do crescente número de academias de ginástica e das informações sobre a importância do exercício físico, um grande número de pessoas que inicia programas nesses locais desiste por diversos fatores. Os proprietários e profissionais que trabalham em academias já têm notado esta acentuada rotatividade dos clientes dentro das mesmas e suas distintas modalidades. A desistência é mais acentuada ao final do primeiro e do terceiro mês de participação nos programas; fator explicado pela sazonalidade da prática de exercício físico, ou seja, um comportamento que é observado em alguns períodos do ano. Este é um grande desafio que as academias de ginástica enfrentam.

    Os determinantes de aderência ao exercício físico são fatores que influenciam o comportamento de seus praticantes incentivando-o a se comprometer com a prática contínua da rotina programada do treinamento. King (1998 apud SABA, 2001); Gould; Weinberg (2000 apud Rojas; Nahas, 2003) citam os fatores que propiciam a aderência ao exercício físico que são divididos em três grupos: pessoais; ambientais e características do exercício físico.

    Os fatores pessoais estão relacionados à ocupação/profissão, nível educacional, gênero e histórico pessoal do praticante. As diferenças entre o gênero feminino e masculino são evidentes quando se trata da individualidade biológica dos seres e comportamento social. Mulheres adultas ainda apresentam dificuldades para frequentarem academias de ginástica por terem que conciliar responsabilidades como filhos, profissão e afazeres domésticos. Além disso, exercícios ainda são associados aos homens, pela agressividade e características competitivas nas técnicas desenvolvidas (ROBERTSON; MUTRIE, 1989 apud ANDREOTTI; OKUMA, 2003).

    A idade tem grande influência na propensão a diminuir a adesão ao exercício físico com o passar dos anos. As pessoas mais idosas, além da baixa atividade metabólica, se sentem incapazes de executar movimentos quando comparado a adultos jovens e escolhem exercícios com menores demandas energéticas (KING et al., 1992, apud ANDREOTTI; OKUMA, 2003).

    Quanto aos fatores ambientais relacionados à aderência ao exercício físico são citados a facilidade ao acesso ao local, reforço social, percepção do tempo disponível. O ambiente físico relacionado à presença de instalações adequadas e a viabilidade de acesso (custo, distância) são relevantes para que o indivíduo possa ter a atitude de ser fisicamente ativo, é comum que a falta destes elementos seja citada como barreira para a prática do exercício físico.

    A percepção das características do exercício físico é analisada como uma determinante para a sua manutenção. Neste aspecto, a percepção da intensidade do exercício, assim como as características do corpo técnico, recebe uma atenção importante. Para Saba (2001), os exercícios físicos de intensidade moderada a baixa possuem uma maior probabilidade de adesão do que programas com altas intensidades, assim como as mulheres parecem se adaptar melhor as atividades de intensidade moderada, enquanto os homens preferem as vigorosas. A variável intensidade do exercício deverá ser avaliada pelo profissional de Educação Física em relação ao objetivo do praticante, sendo um dado que deve ser considerado como um fator de possível desistência dos programas de treinamento.

    Portanto, aspectos pessoais do cliente, suas necessidades, objetivos frente ao exercício físico e sua avaliação das instalações e do corpo de funcionários, são pontos cruciais para uma maior retenção do cliente e aderência ao exercício físico. As necessidades dos frequentadores das academias de ginástica mudam constantemente e a aproximação do gestor ao cliente, proporciona uma coleta constante de informações sobre a qualidade do serviço prestado, como forma de replanejar caminhos para futuras mudanças e melhorias.

    Desta forma este estudo tem como objetivo identificar as características sociodemográficas e índice de satisfação da população que freqüentam as academias de ginástica, possibilitando que as estratégias de comunicação e promoção do serviço sejam conduzidas com maior abrangência, a fim de atrair e fidelizar o cliente que utiliza o espaço.

Materiais e métodos

Participantes

    Este estudo transversal foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Regional de Blumenau (FURB) sob Protocolo nº 182/2012, conforme as normas estabelecidas pela Resolução Nº45/2009 que regulamenta o TCC no Curso de Educação Física desta Instituição.

    A amostra do estudo foi composta por um total de 110 indivíduos por voluntariado, frequentadores de academias de ginástica da cidade de Blumenau/SC que praticam a modalidade de musculação no período noturno. Destes 49% do gênero masculino e 51% do feminino, com faixa etária variando entre 18 e 60 anos.

Instrumentos e procedimentos

    Para a coleta dos dados foi realizado um mapeamento das academias registradas como contribuintes por atividades de condicionamento físico conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), a partir de uma listagem fornecida pela Prefeitura Municipal de Blumenau/SC. Após, dividiu-se o mapa do município em quatro zonas geográficas (pontos colaterais). Em cada zona foi sorteado 25% do total das academias de ginástica conforme a quantidade localizada na distribuição das zonas geográficas. Posteriormente foi feito contato com a gerência das academias a fim de explicar o objetivo da pesquisa e solicitar a aplicação do instrumento da coleta de dados. Os dados das variáveis sociodemográficas foram coletadas por meio de questionários auto administrados, composto de perguntas abertas e fechadas, elaborado e testado pelos investigadores da presente pesquisa.

    Para proceder com o levantamento das informações, os pesquisadores informaram à amostra os objetivos da pesquisa, solicitando a leitura do Termo de Consentimento de Livre Esclarecido, a fim de esclarecer o objetivo do estudo e assinatura do mesmo para a concordância de sua participação.

Análise do dados

    A análise das respostas obtidas pelo Instrumento foi feita através do percentual e frequência das respostas.

Resultados e discussão

Variáveis sociodemográficas

    Mediante a análise dos dados, os resultados foram apresentados em percentuais e na sequência serão discutidos em relação à literatura pertinente à área.

    Na Tabela 1 é apresentada a distribuição da amostra em relação aos dados sociodemográficos.

Tabela 1. Dados sociodemográficos da amostra

    Analisando os dados verifica-se que a faixa etária predominante da amostra, (50,90%) foi entre 21 e 30 anos. Segundo Pereira (2009), após os 18 anos, a grande tarefa dos jovens é buscar de uma identidade própria, a prova da sua competência para si mesmo e para meio em que vive. Perto dos 30 anos, o indivíduo começa a se preocupar mais com ele mesmo, pois sua capacidade já foi provada. É o momento de questionamento em relação ao rumo de sua vida. É a fase em que o indivíduo alcança total maturidade motora e de maior expressão do desenvolvimento motor, bem como da sua conservação seja na motricidade utilitária, ou esportiva.

    Um estudo realizado em academias de ginástica em Campinas/SP, com objetivo de identificar o perfil de alunos de academias de ginástica, verificou predominância de 92.11% dos frequentadores na faixa etária entre 17 e 40 anos (LOLLO, 2004). Estes dados são semelhantes aos obtidos no presente estudo, nota-se que ao ser somada a faixa etária dos 18 aos 40 anos, ter-se-á aproximadamente 91% da amostra (Tabela 1). Esses dados mostram uma população jovem adulta como maior frequentadora de academias no período noturno, sendo visualizada uma menor adesão de pessoas de meia-idade e terceira idade neste período e dias em que os dados foram coletados.

    Como representado na Tabela 1 o estado civil mostrou-se uma variável relevante, visto que 57,27% dos entrevistados são solteiros. Em outros estudos realizados na cidade São Paulo por Saba (2001) foram verificados resultados semelhantes.

    Quanto à escolaridade, 35,44% dos entrevistados possuem Ensino Fundamental e Médio e 52,72% Ensino Superior. Dados de países da América do Norte e Europa mostram que grupos com maior instrução são, em média, de 1,5 a 3,1 vezes mais ativas do que pessoas com menor grau (STEPHENS; CASPERSEN, 1994, apud ANDREOTTI; OKUMA, 2003). Grupos com baixa renda (baixo “status” socioeconômico) podem ter uma inatividade reforçada por atividades relacionadas ao cotidiano, e serem relativamente desinformados sobre os benefícios do exercício físico.

    O fator econômico demonstrou não ser um limitante ao acesso às academias de ginástica, ao ser observado que 50% dos entrevistados indicaram sua renda financeira entre 2 e 5 salários mínimos e 25,45% dos frequentadores entre 5 e 10 salários mínimos. Valores de renda maiores também foram citados, porém por um menor número de frequentadores (Tabela 1). Neste sentido, Kotler; Keller (2006) afirmam que os clientes são menos sensíveis ao preço se a despesa for uma pequena parte da sua renda total.

    Cabe lembrar que as academias sorteadas como amostra possuem características diferenciadas em relação ao público. Sendo elas de bairros ou no centro da cidade, ofertam seus serviços com valores adequados à sua clientela; característica importante para a empresa que possui como meta a permanência do cliente e a adesão aos serviços prestados.

Gráfico 1. Distribuição da amostra em relação às áreas de atuação profissional

    O Gráfico 1 demonstra a atuação profissional dos frequentadores das academias, no qual é observado que a maioria (27%) trabalha na área de administração seguida pelo comércio (14%) e indústria (13%). Jornadas extensas de trabalho também são apontadas em estudos como fator que dificulta a continuidade na prática de musculação (PINHEIRO; SILVA; PETROSKI, 2010). Um estudo realizado em Bogotá, Colômbia, com adultos, identificou que a falta de tempo em decorrência do trabalho, foi percebido como a barreira que mais dificulta a permanência em programa de exercícios físicos (GÁMEZ; et al., 2000). Salve (2008) realizou uma investigação com 1350 acadêmicos de graduação de vários cursos da Universidade Estadual de Campinas, na faixa etária de 17 a 22 anos e identificou que, para os alunos sedentários, as principais barreiras para não adoção de um estilo de vida ativo foram: falta de tempo, extensa carga horária de estudo e não gostar de fazer atividade física.

Relação: adesão e satisfação aos serviços prestados

Tabela 2. Níveis de freqüência e tempo da prática de musculação

    Quanto à frequência semanal, foi constatado que a amostra vai 4 vezes ou mais (73,62%) a academia de ginástica para a prática de exercícios físicos, o que contradiz o estudo realizado na cidade de São Paulo-SP, no qual a maior parte dos frequentadores praticava no máximo 3 vezes por semana (SABA, 2001). Outro dado observado na Tabela 2 é o tempo de prática na musculação. Os maiores percentuais foram observados entre menos 6 meses e 3 anos (68,41%). Infere-se que as pessoas que já praticam exercício físico orientado a mais de 6 meses já criaram o hábito desta prática em sua rotina de vida e já perceberam os seus benefícios pelo fato de estarem realizando a manutenção de seu condicionamento físico, fato que não encontramos em freqüentadores que freqüentam a academia a menos de 6 meses.

    Estudos relatam um público significativo nas academias de ginástica que pratica exercícios físicos regularmente há mais de 10 anos (LOLLO, 2004). Os dados da Tabela 2 mostram que este tempo de prática foi pouco encontrada na amostra.

Tabela 3. Motivos para prática de musculação

    A saúde foi considerada o principal objetivo do programa de exercício por 37% das pessoas. Porém, se somarmos os três indicadores: estética, hipertrofia e emagrecimento (44,1%), observa-se que a melhoria da “composição corporal” é salientada em primeiro lugar. O estereótipo corporal pré-definido culturalmente estimula a busca da estética corporal.

    Cabe lembrar que, no questionário aplicado, esta era uma questão aberta, dessa forma, cada respondente poderia assinalar mais de um indicador. Furtado (2008) afirma que a primeira necessidade que o cliente procura em uma academia é a união entre saúde e estética, porém, a partir do momento em que o aluno passa a frequentar a academia, outra necessidade surge: o de convívio social, diversão e entretenimento. No estudo de Checa; Furlan; Figueira Júnior (2006), também ficou evidenciado que a melhora da auto-imagem/estética, é um grande motivador em relação à aderência a exercícios em academias, sendo que 83,33% dos indivíduos responderam ser importante a melhoria da estética

Tabela 4. Outras atividades físicas praticadas pela amostra

    A mídia, de certa forma, vem contribuindo para aumento na procura pelas academias de ginástica, uma vez que divulga constantemente corpos considerados modelos de beleza. Embora a maioria dos estudos apresente à estética como principal fator para adesão a uma atividade física, os motivos “melhorar e manter o estado de saúde” e “melhoria qualidade de vida” estão entre os mais citados pelos indivíduos para estarem praticando algum exercício físico, isso mostra a preocupação ou mesmo conscientização em relação à saúde, pois os benefícios da prática regular de atividade física já estão bem divulgados (ACSM, 1998 apud GODOY, 2002)

    Na Tabela 4 é apresentado o resultado quanto às modalidades desenvolvidas além da prática da musculação. Os esportes coletivos são os preferenciais (26,02%), tendo a maioria de seus praticantes do sexo masculino. Interessante observar que os esportes de contatos e coletivos preferidos foram futebol e lutas. Já o sexo feminino prefere atividades coreografadas como danças e ginásticas de academia. Silva et al. (1989), observaram que a musculação é mais procurada pelo sexo masculino e a ginástica aeróbica mais procurada pelo sexo feminino. A tabela 4 indica que há menos resistência por parte do sexo feminino com relação a pratica da musculação. Este dado também pode estar relacionado com a maior produção científica na área dos exercícios resistidos (conhecido comumente como musculação), que auxiliou a desmistificar a modalidade como sendo exclusiva para o sexo masculino, atletas de fisiculturismo e levantamento de peso. Os estudos mostram a musculação como uma modalidade que pode ser prescrita à diferentes populações, entre eles idosos, adolescentes, portadores de várias patologias com objetivo de fortalecimento muscular.

Quadro 1. Distribuição da amostra em relação à satisfação com os serviços prestados pela academia de ginástica

    No Quadro 1 é apresentado os percentuais de satisfação dos clientes em relação aos serviços prestados nas academias de ginástica. Observa-se que a maioria da amostra encontra-se muito satisfeita e satisfeita com os aspectos relacionados à administração e gestão, equipamentos, pessoal e estrutura física.

    Foi solicitado, aos usuários das academias de ginástica, sugestões em relação de melhorias dos serviços prestados por elas. Foram citadas 12 descrições relacionadas a melhorias na área de administração e gestão, como ampliação na forma de pagamento, contratação de recepcionistas, ampliação dos horários de funcionamento diversificação das modalidades e informações on-line para propiciar conhecimento dos horários, eventos e promoções do local. Para sugestões referentes aos equipamentos, houve 11 citações nas quais foram descritos aspectos referentes a pintura, ergonomia e maior quantidade de equipamentos. Na área pessoal foram 5 sugestões relacionadas à contratação de mais professores/ auxiliares de serviços gerais e mais atenção dos professores com os clientes.

    A área de estrutura física teve o maior número de citações (20) que mencionavam reformas nas salas, melhoria nos banheiros, bebedouros e estacionamentos, bem como a ampliação dos ambientes e mais limpeza nos locais.

    As academias de ginástica que queiram oferecer qualidade no serviço necessitam realizar pesquisas contínuas que forneçam aos profissionais de marketing subsídios úteis sobre a satisfação, expectativas e percepções do cliente em relação ao serviço (LOVELOCK; WRIGHT, 2005). Pois sem pesquisas de satisfação não há como identificar como o serviço está sendo prestado, impossibilitando a busca de progressos adequados e objetivos na qualidade do serviço prestado.

Conclusão

    Este estudo teve como objetivo investigar o perfil sociodemográfico de clientes de academias de ginástica do município de Blumenau/SC e o nível de satisfação dos mesmos em relação aos serviços prestados. Foi possível observar que, no período noturno, no qual os dados foram coletados, há um equilíbrio entre gêneros e predomínio de público adulto jovem, para o qual a saúde e a estética prevalecem como objetivos principais para a busca de exercício. O grau de escolaridade (Ensino Superior) pode ser um fator determinante para o conhecimento dos benefícios dos exercícios físicos orientados, fazendo com que estas pessoas busquem centros especializados. Infere-se que os objetivos almejados pelos clientes estão sendo alcançados devidos ao grau de satisfação apresentado pela amostra.

    De posse dessas informações, estratégias de marketing e gestão devem ser traçadas para promover maior adesão ao exercício físico, resultando uma maior clientela para as academias de ginástica do município de Blumenau/SC.

Referências

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