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Opinião dos profissionais de Psicologia do Esporte sobre os 

instrumentos de avaliação psicológica nesta área: um estudo-piloto

La opinión de los profesionales de la Psicología del Deporte sobre los instrumentos
de evaluación psicológica en esta área: un estudio piloto

 

*Programa de Pós Graduação em Psicologia

Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, São Paulo

**Faculdade de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Campinas, São Paulo

(Brasil)

Andressa Melina Becker da Silva*

Mariana Fonseca Cavalheiro**

Gisele Fernandes de Lima Foch*

Sônia Regina Fiorim Enumo*

andressa_becker@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A avaliação psicológica na área esportiva é um fator de inúmeras discussões, tendo em vista que muitos profissionais utilizam instrumentos validados apenas para a Psicologia Clínica, ou utilizam testes estrangeiros sem ao menos realizar adaptações culturais, verificar as evidências psicométricas de validade e a especificidade da modalidade esportiva que será avaliada. Com isso muitos profissionais não sabem o que fazer em uma avaliação psicológica esportiva, utilizando inclusive métodos psicofisiológicos. Assim, esse estudo teve como objetivos verificar as estratégias de avaliação em Psicologia do Esporte que são utilizadas neste meio, compreender quais as limitações dos instrumentos e as limitações dos profissionais na construção de novos métodos de avaliação em Psicologia do esporte. Foi realizada uma pesquisa virtual através de um questionário aplicado através do servidor Google Drive. Participaram 10 pesquisadores na área de Psicologia do Esporte, que atuam no Brasil. Lembrando que este teve um caráter de estudo piloto. Através dos relatos dos participantes percebe-se que os profissionais que trabalham com a Psicologia do Esporte percebem a falta de Instrumentos Validados para Língua Portuguesa e Fidedignos para poderem utilizar como Estratégias. Observa-se também que há uma falta de tempo e de conhecimento para a construção de novos Instrumentos voltados a essa área, porém, os indivíduos sentem-se motivados a fazer isto justamente pelo aprimoramento do conhecimento e poder ajudar a ciência.

          Unitermos: Avaliação psicológica. Psicologia do Esporte. Métodos de avaliação.

 

Resumen

          La evaluación psicológica en el deporte es un factor de considerable debate, teniendo en cuenta que muchos profesionales utilizan instrumentos validados sólo para la Psicología Clínica, o utilizan pruebas ajenas al campo sin al menos hacer adaptaciones culturales, verificar las pruebas psicométricas de validez y la especificidad de la modalidad deportiva que será evaluado. Además muchos profesionales no saben qué hacer en caso de una evaluación psicológica deportiva, incluyendo el uso de métodos psicofisiológicos. Así, este estudio tuvo como objetivo analizar las estrategias estudiadas en Psicología del Deporte que se utilizan en este medio, entender cuáles son las limitaciones de los instrumentos y las limitaciones de los profesionales en la construcción de nuevos métodos de evaluación en Psicología del Deporte. Fue realizada investigación virtual llevada a cabo a través de un cuestionario administrado por el servidor de Google Drive. Un total de 10 investigadores en el campo de la Psicología del Deporte que trabajan en Brasil participaran de este estudio. Recordando que este fue un tipo de un estudio piloto. A través de los informes de los participantes, los profesionales que trabajan con la Psicología del Deporte perciben la falta de instrumentos validados para el portugués y para su uso como estrategias confiables. También se observa que existe una falta de tiempo y conocimiento para construir nuevas herramientas destinadas a esta área, sin embargo, las personas se sienten motivadas a hacer esto sólo por la mejora de los conocimientos y poder colaborar con la ciencia.

          Palabras clave: Evaluación Psicológica. Psicología del Deporte. Métodos de evaluación.

 

Abstract

          Psychological assessment in sports is a factor of considerable discussion, given that many professionals utilize validated instruments just for Clinical Psychology, or utilize foreign tests without at least make cultural adaptations, verify the psychometric evidence of validity and specificity of the modality sports that will be evaluated. With that many professionals do not know what to do in a sports psychological evaluation, including using psychophysiological methods. Thus, this study aimed to analyze the strategies reviewed in Sport Psychology that are used in this area, understand what the limitations of the instruments and the limitations of the construction of new evaluation methods in Sport Psychology by the professionals. A virtual research was conducted through a questionnaire administered by Google Drive server. A total of 10 researchers in the field of Sport Psychology, working in Brazil were participating. Remembering that this was a pilot study. Through the reports of the participants perceived that professionals working with Sport Psychology perceive the lack of validated instruments for Portuguese and for their use as Trusted Strategies. It is also observed that there is a lack of time and knowledge to build new tools aimed at this area, however, individuals are motivated to do this just by enhancing the knowledge and power to help science.

          Keywords: Psychological assessment. Sport Psychology. Assessment methods.

 

          Apoio financeiro: Bolsa CAPES para doutorado para primeira autora e mestrado para terceira autora. Bolsa de produtividade em pesquisa em nível 1B CNPq/MCT para última autora.

 

          Agradecimentos: À professora Dra. Solange Weschler por proporcionar a idéia do artigo e acompanhar a construção do mesmo.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Em 2011 o Conselho Federal de Psicologia instituiu o “Ano da Avaliação Psicológica”, em que se discutiu o assunto, principalmente considerando as evidências de validade de instrumentos utilizados para avaliação psicológica. Na área esportiva muitos Instrumentos, dentre eles, questionários, inventários, entrevistas, são utilizados de forma indiscriminada, sem ser adaptado ao contexto esportivo, nem tão pouco, submetidos a testes de validade e fidedignidade para utilização em território nacional [Brasil] (CFP, 2011).

    Diferentemente de outras áreas da Psicologia nas quais foi desenvolvido e validado um grande número de instrumentos de avaliação, a área de esportes ainda carece de referencial e conhecimento específicos para investigação, e isso tem acarretado alguns problemas sérios. Um deles é a utilização de instrumentos advindos da avaliação em psicologia clínica ou da área educacional com finalidades específicas, como detecção de distúrbios emocionais, perfis psicopatológicos ou quantidade de inteligência. O outro é a importação de instrumentos de psicodiagnóstico esportivo desenvolvidos em outros países e aplicados sem adaptação à população brasileira, que apresenta condições físicas e culturais distintas. Diante disso, questões de ordem ética têm emergido para reflexão sobre o uso e abuso de resultados obtidos por meio de instrumentos de avaliação psicológica no esporte (Rubio, 2007).

    O Conselho Federal de Psicologia (CFP) (2010) tenta, por meio de resoluções, estabelecer uma lista de Instrumentos válidos e aprovados por ele. Há, portanto, requisitos obrigatórios para o instrumento de avaliação psicológica ser aprovado. Entre eles: 1) especificação do constructo que o instrumento em questão pretende avaliar; 2) caracterização fundamentada na literatura da área; 3) evidências empíricas de validade, de fidedignidade e das propriedades psicométricas dos itens e 4) apresentação de sistema de correção e interpretação. Logo, todo instrumento de avaliação psicológica, antes de ser editado, comercializado e utilizado, deve passar por um exame de suas qualidades psicométricas (CFP, 2010).

    Mas será que isso é o suficiente? Será que todos os instrumentos listados passaram por procedimentos estatísticos adequados e condizentes com a realidade esportiva? E será ainda que essas informações são repassadas à todos os profissionais da área, sejam eles da Psicologia ou da Educação Física? São avaliados pelo Conselho de Psicologia os instrumentos encaminhados para avaliação, ficando, à parte, vários outros instrumentos que não são submetidos a avaliação e que estão circulando pela população científica. Começa-se a questionar, a veracidade dos instrumentos utilizados em todo o país. Ao analisar a tabela disponível pelo Conselho Federal de Psicologia (2011), observa-se a inexistência de testes para o ambiente esportivo aprovados pelo mesmo. O único teste presente é a Escala de Humor de Brunel (BRUMS) e ainda assim, foi reprovado, não sendo ética a utilização do mesmo.

    Há outros dois agravantes: A validação para língua portuguesa e os diversos tipos de modalidades esportivas. Existem instrumentos validados para o português, porém, aplicado em Portugal, que traz diferentes aspectos culturais podendo não ser correspondente à realidade brasileira. E existem diversos tipos de modalidades esportivas, como coletivas e individuais, que exigem mais força ou mais concentração, em campo, em quadra, na rua, portanto, todos esses aspectos têm que ser levados em consideração antes da aplicação de qualquer instrumento. Diante disso, questões de ordem ética têm emergido, fazendo-se necessária uma ampla reflexão sobre o uso de instrumentos de avaliação psicológica no esporte (Cruz, 1997; Luccas, 2000).

    Pensando nisso, muitos pesquisadores e profissionais estão utilizando medidas Psicofisiológicas, pois são mensurações de fácil execução, não perpassa a subjetividade dos sujeitos avaliadores e avaliados, nem existem restrições aos educadores físicos e apresentam correlações positivas e significativas quando comparados com outros instrumentos (Questionários e Inventários). Inclui-se dentre essas medidas: biofeedback, cortisol, testosterona, lactato, pressão arterial, frequência cardíaca, entre outros. Por ser de fácil aplicação e ausente de subjetividades é muito bem aceito no meio científico e sua dimensão de publicação internacional é ampla. Esse pode ser um caminho futuro para as novas pesquisas, envolvendo Psicologia e Esporte, Psicologia e Fisiologia, Mente e Corpo, sem dicotomias, tendo-se a consciência da influência mútua que um exerce sobre o outro.

    Os Instrumentos de Avaliação Psicológica podem ser aplicados por outros profissionais, como é o caso de educadores físicos no caso de instrumentos voltados para a Psicologia do Esporte, porém, precisam ser corrigidos e interpretados por Psicólogos por envolverem constructos e conhecimentos específicos da área da Psicologia. Observando-se esses aspectos questionou-se qual seria a opinião dos profissionais sobre os métodos de Avaliação em Psicologia do Esporte e quais as limitações de cada um para construção de novas formas de avaliação? Acredita-se que existem poucas estratégias para avaliação em Psicologia do Esporte e que os profissionais não se comprometem a construir ou validar Instrumentos por falta de conhecimento na área de Psicometria. Assim, os objetivos deste estudo foram: Verificar as estratégias de avaliação em Psicologia do Esporte que são utilizadas neste meio, compreender quais as limitações dos instrumentos e as limitações dos profissionais na construção de novos métodos de avaliação em Psicologia do esporte.

Metodologia

Modelo de pesquisa

    Esta é uma pesquisa qualitativa e quantitativa, de ordem de estudo piloto.

Participantes

    Foram convidados 60 participantes, mas apenas 10 responderam o questionário nesta etapa inicial, constituída de estudo piloto (40% sexo feminino, 60% sexo masculino). Todos os participantes são pesquisadores ou colaboradores vinculados a grupos de Pesquisa cadastrados no CNPQ. Foram selecionados de maneira não probabilística por conveniência.

Instrumento

    Foi desenvolvido um questionário para realização deste estudo piloto. O questionário foi composto por cinco questões de múltipla escolha onde o indivíduo só poderia dar uma resposta, uma questão de múltipla escolha em que havia a possibilidade de o indivíduo assinalar mais do que uma resposta e nove questões discursivas. Deste total de quinze questões, nove eram para caracterização da amostra e seis discursivas diretamente relacionadas ao tema investigado. O questionário utilizado pode ser visualizado através do link: https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dElhUWMzRVlWd1ZSWEw2MlpyNS1OSkE6MQ#gid=0.

Procedimentos

    Primeiramente foi enviado um email informando os participantes que esse seria um estudo piloto e quais os objetivos e metodologias empregadas. Pediu-se que os sujeitos lessem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e que a confirmação dos mesmos por e-mail já seria sinal de anuência para participação no estudo.

    Após eles terem confirmado a participação na pesquisa foi encaminhado o link do questionário para que os mesmos pudessem responder as questões. Este questionário virtual foi previamente elaborado utilizando o Servidor “Google Docs”. Neste Servidor o pesquisador insere as questões de maneira on-line e envia o link do questionário para os participantes por email. O Servidor encaminha automaticamente um email para o pesquisador alertando que o questionário foi respondido e assim podem-se analisar os resultados.

Análise de dados

    Os dados foram analisados segundo a Análise de Discurso de Bardin. Quatro juízes participaram do estudo, para verificar a concordância de análise dos resultados. Empregou-se estatística descritiva (média, desvio-padrão e percentagem). Como havia poucos participantes optou-se pelo teste Não-Paramétrico de Correlação de Spearman, a um nível de significância de p<0,05.

Resultados

    A idade dos participantes variou de 24 a 64, sendo a média = 38,70 anos e dp = 13,09. Em relação ao nível de escolaridade, 10% especialização, 60% mestrado e 30% doutorado. Observando-se com que população estes entrevistados trabalham, 60% com esportistas x 40% com atividade física e condicionamento físico, 50% modalidades individuais x 50% modalidades coletivas, 70% trabalham com amadores x 30% trabalham com profissionais, 40% atendem adolescentes x 60% adultos x 0% crianças e idosos.

    Iniciou-se, então, a Análise de Conteúdo das frases, verificando cada questão separadamente e agrupando as respostas semelhantes. A primeira pergunta feita foi: “Você utiliza algum tipo de avaliação no ambiente e trabalho antes de intervenções na Psicologia do Esporte”. As respostas, já agrupadas são apresentadas na tabela 1. É importante ressaltar que os indivíduos poderiam apresentar mais do que uma resposta.

Tabela 1. Respostas e freqüências da pergunta 1 – “Você utiliza algum tipo de avaliação no ambiente e trabalho antes de intervenções na Psicologia do Esporte”

    Como houve muita diversidade de respostas agrupou-as em categorias, sendo elas: Sim, Não, Instrumentos Físicos, Instrumentos Psicológicos e Instrumentos de Qualidade de Vida. Dentro dos Instrumentos Físicos enquadra-se Biomecânica, Funcionalidade e Física e patológica. Já os Instrumentos Psicológicos eram constituídos de Depressão, Humor, Estresse e Cinesiofobia. Para a categoria qualidade de vida, foram agrupadas as respostas ambiente corporativo e qualidade de vida. A resposta no fim do ano foi descartada, sendo considerada outlier, pois não responde ao que foi perguntado. Com a análise estatística, percebeu-se que os juízes concordaram plenamente em relação às categorias, tendo em vista que a Correlação de Spearman = 1,00 e p= 0, 000.

    Os resultados do percentil das categorias foram: Instrumentos Físicos – 24,99 %, Instrumentos Psicológicos – 33,32%, Qualidade de Vida – 16,66%; Sim – 66,66% e Não – 16,66%. Comparando-se a primeira questão com a idade dos entrevistados, percebe-se que os entrevistados mais velhos utilizam algum tipo de estratégia no contexto da Psicologia do Esporte e que a utilização de Instrumentos Psicológicos é mais comum entre os entrevistados mais jovens, como apresentado na tabela 2:

Tabela 2. Comparação das categorias da questão 1 com a idade dos entrevistados

    Em relação ao gênero percebe-se que as mulheres utilizam mais estratégias que homens no âmbito da Psicologia do Esporte. Os resultados são apresentados na tabela abaixo, lembrando que cada participante poderia se enquadrar dentro de mais de uma categoria.

Tabela 3. Comparação das categorias da questão 1 com o gênero dos entrevistados

    A segunda questão enunciada “Em se tratando de avaliação emocional quais estratégias (instrumentos e técnicas) você utiliza?” obteve os seguintes resultados, conforme apresentado na Tabela 4.

Tabela 4. Respostas da questão 2 “Em se tratando de avaliação emocional quais estratégias (instrumentos e técnicas) você utiliza?”

    Como houve muita diversidade de respostas agrupou-as em categorias, sendo elas: Instrumentos, Técnicas e Nenhuma. A categoria Instrumentos foi constituída pelas seguintes respostas: Ansiedade, estresse, liderança, autoconfiança, humor, escala TAMPA de cinesiofobia, qualidade de vida, auto-eficácia, depressão, imaginação, dor, TEOSQ, Motivação, LSSPCI, Questionário de avaliação de pais e padrão alimentar. A categoria técnicas foi composta pelas respostas técnica de relaxamento e treinamento mental. A categoria nenhuma, só foi composta pela resposta nenhuma. Com a análise estatística, percebeu-se que os juízes concordaram plenamente em relação às categorias, tendo em vista que a Correlação de Spearman = 1,00 e p= 0, 000.

    Os resultados do percentil das categorias foram: Instrumentos – 149,92%, Técnicas – 99,99%, Nenhuma – 4,54%, lembrando-se que cada participante poderia escrever mais do que uma resposta.

    Comparando-se as categorias da questão 2 pela população com que cada respondente trabalha (amadores ou profissionais), percebe-se que a maioria das técnicas e dos instrumentos utilizados são aplicados em população com perfil amador quando comparado à profissionais, como é apresentado na Tabela 5:

Tabela 5. Comparação das categorias da questão 2 com o perfil da população que os entrevistados trabalham (amadores ou profissionais)

    Comparando-se as categorias da questão 2 pela população com que cada respondente trabalha (adultos ou adolescentes), percebe-se um equilíbrio de utilização entre técnicas e instrumentos e entre as populações, adultos e adolescentes, como é apresentado na Tabela 6 :

Tabela 6. Comparação das categorias da questão 2 com o perfil da população que os entrevistados trabalham (adultos ou adolescentes)

    Comparando-se as categorias da questão 2 pela população com que cada respondente trabalha (Atividade Física/Condicionamento Físico ou Esportes), percebe-se que para os instrumentos a maior utilização é em modalidades esportivas, sendo o oposto para a utilização da técnica onde em sua totalidade é utilizado na modalidade de atividade física e condicionamento físico, como é apresentado na Tabela 7.

Tabela 7. Comparação das categorias da questão 2 com o perfil da população que os entrevistados trabalham (Atividade Física/Condicionamento Físico ou Esportes)

    Por fim, comparando-se as categorias da questão 2 pela população com que cada respondente trabalha (modalidade individual ou coletiva), percebe-se que em relação as categorias há uma maior utilização pelas pessoas que trabalham com modalidades individuais, como é apresentado na Tabela 8.

Tabela 8. Comparação das categorias da questão 2 com o perfil da população que os entrevistados trabalham (Modalidade Individual ou Modalidade Coletiva)

    Já a questão 3, que era “Quais as dificuldades encontradas na hora de selecionar uma estratégia de avaliação na Psicologia do Esporte?” resultou nos seguintes apontamentos, apresentados na Tabela 9.

Tabela 9. Respostas da Questão 3 “Quais as dificuldades encontradas na hora de selecionar uma estratégia de avaliação na Psicologia do Esporte?”

    É importante ressaltar, que uma resposta foi excluída porque não condizia com a pergunta feita. Com a análise estatística, percebeu-se que os juízes concordaram plenamente em relação às categorias, tendo em vista que a Correlação de Spearman = 1,00 e p= 0, 000. Para a questão “Para você, quais os itens que uma estratégia precisa ter para ser considerada boa e você utilizá-la?”, as seguintes respostas foram dadas, conforme apresentado na Tabela 10.

Tabela 10. Resultados da questão 4 “Para você, quais os itens que uma estratégia precisa ter para ser considerada boa e você utilizá-la?”

    Pela verificação dos juízes, percebeu-se uma concordância em relação às categorias, tendo em vista que a Correlação de Spearman = 1,00 e p= 0, 000. A quinta questão, “Você acha que há escassez de instrumentos para avaliação em Psicologia do esporte?” obteve as seguintes respostas, conforme Tabela 11.

Tabela 11. Respostas da Questão 5 Você acha que há escassez de instrumentos para avaliação em Psicologia do esporte?”

    Interessante observarmos que não houve nenhuma resposta negativa a esta questão. Com a análise estatística, percebeu-se que os juízes concordaram plenamente em relação às categorias, tendo em vista que a Correlação de Spearman = 1,00 e p= 0, 000. E a sexta e última questão perguntava “Você já pensou em construir ou validar um instrumento para a Psicologia do esporte? O que lhe limita ou motiva?” teve as seguintes respostas, conforme apresentado na Tabela 12.

Tabela 12. Respostas da questão 6 Você já pensou em construir ou validar um instrumento para a Psicologia do esporte? O que lhe limita ou motiva?”

    Com a análise estatística, percebeu-se que os juízes concordaram plenamente em relação às categorias, tendo em vista que a Correlação de Spearman = 1,00 e p= 0, 000. Comparando-se a sexta questão com a idade dos entrevistados, percebe-se que a maior limitação é a falta de tempo e a maior motivação é aprender a fazer, como apresentado na Tabela 13.

Tabela 13. Comparação das categorias da questão 6 com a idade dos entrevistados

    Comparando-se a sexta questão com a formação dos entrevistados, percebe-se que as pessoas com grau educacional de mestrado são as que mais já pensaram em construir um instrumento de avaliação psicológica ou já o fizeram, além de exporem mais suas limitações e motivações para isso, como apresentado na Tabela 14.

Tabela 14. Comparação das categorias da questão 6 com o nível de escolaridade dos entrevistados

Conclusão

    Através dos relatos dos participantes percebe-se que os profissionais que trabalham com a Psicologia do Esporte percebem a falta de Instrumentos Validados para Língua Portuguesa e Fidedignos para poderem utilizar como Estratégias. Observa-se também que há uma falta de tempo e de conhecimento para a construção de novos Instrumentos voltados a essa área, porém, os indivíduos sentem-se motivados a fazer isto justamente pelo aprimoramento do conhecimento e poder ajudar a ciência.

    A principal limitação do estudo foi a utilização do Sistema Virtual. Há uma perda amostral muito grande devido a esse método de Coleta de Dados. Logicamente é mais fácil, pois evita deslocamentos, que muitas vezes são inviáveis, como esse estudo que será aplicado no Brasil todo. Porém, deve-se prever essa perda amostral antes do início do trabalho, aumentando-se a população para que a amostra não seja tão pequena. De qualquer maneira esse foi um estudo piloto, pretendendo-se melhorá-lo para a versão final. Porém, mesmo sendo um estudo piloto o mesmo já resultou em dados interessantes para serem refletidos, considerando que a temática vem sido discutida em decorrência das práticas que estão sendo adotadas e a repercussão dos aspectos psicológicos nessa Copa do Mundo em 2014.

Referências bibliográficas

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