Efeitos da maturação biológica sobre a potência aeróbia em jovens praticantes de treinamento sistematizado de futebol Efectos de la maduración biológica sobre la potencia aeróbica en juveniles que entrenan sistemáticamente fútbol Biological effects of maturation on the aerobic power in young practitioners training soccer systematized |
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*Licenciado e Bacharel em Educação Física – UNIGRAN Pós-graduado em Fisiologia do Exercício – Prescrição de exercícios – Universidade Gama Filho Pós-graduando em Futebol – Universidade Federal de Viçosa **Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício |
Carlos Magno Fernandes Filho* Dr. Francisco Navarro** (Brasil) |
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Resumo Introdução: a maturação se caracteriza por mudanças biológicas e físicas que determinam o processo de desenvolvimento dos indivíduos. Assim, a avaliação do nível maturacional deve ser essencial para a prescrição do treinamento de jovens atletas, Objetivo: avaliar os efeitos da maturação biológica sobre a potência aeróbia em jovens praticantes de treinamento sistematizado de futebol. Materiais e Métodos: a amostra foi composta por 13 jovens atletas do sexo masculino, entre 11 ± 0,8 e 14 anos de idade, separados conforme os estágios maturacionais propostos por Tanner. A potência aeróbia foi mensurada por meio da avaliação do VO2máx (ml/kg/min). A massa corporal e estatura foram avaliadas para o cálculo do IMC. Para evidenciar as possíveis diferenças entre o estágios maturacionais utilizou-se a análise de variância (ANOVA one way) com post-hoc de Tukey, com p<0,05. Resultados: foram encontradas diferenças estatisticamente significativas no VO2máx (ml/kg/min) dos estágios 2 e 3 para o estágio 5. Discussão: todavia, o tempo de treinamento e a economia de movimento podem ter contribuído para tal resultado e o VO2máx absoluto (L/min) pode identificar possíveis diferenças na potência aeróbia entre os estágios maturacionais. Conclusão: assim, a potência aeróbia se mantém estável durante todo o período púbere, já no período pós-púbere a potência aeróbia é significativamente superior quando comparada a indivíduos púberes. Unitermos: Maturação biológica. Potência aeróbia. Treinamento. Futebol.
Abstract Keywords: Biological maturation. Aerobic power. Training. Soccer.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A maturação se caracteriza por mudanças biológicas e físicas que determinam o processo de desenvolvimento dos indivíduos. Assim, ao se organizar os treinamentos de jovens atletas é essencial que se leve em consideração o nível de maturação de cada pessoa. Vários estudos controlam o desenvolvimento de crianças e adolescentes por meio da avaliação da maturação sexual, a qual é dividida em estágio 1 (pré púberes), estágios 2, 3 e 4 (púberes) e estágio 5 (pós- púberes) (Tanner, 1962).
As crianças e adolescentes podem apresentar estágios maturacionais diferentes tendo a mesma idade cronológica, ou seja, a velocidade de maturação pode, em alguns casos, ser mais acelerada (precoce) ou mais lenta (tardia) (Guedes & Guedes, 1997; Matsudo & Matsudo, 1991). Nesse contexto, o estágio de maturação em que se encontra o indivíduo pode favorecer os mais adiantados nesse processo de desenvolvimento, já que os melhores desempenhos são daqueles jovens com desenvolvimento precoce (Ré e Colaboradores, 2005; Malina; Bouchard, 2002; Weineck, 2000; Campos; Brum, 2004; Philippaerts e Colaboradores, 2006; Concil of Europe, 1988; Mirwald e Colaboradores, 2002).
Um dos componentes físicos que sofre modificações durante o período púbere é a potência aeróbia, pois está diretamente ligada ao tamanho corporal, idade cronológica e maturação biológica (Berkey e Colaboradores, 2000; Pinho; Petroski, 1997; Brum e Colaboradores, 2004; Armstrong e Colaboradores, 1999). Assim, sugere-se uma interação maturação composição corporal, já que as diferenças no VO2máx. podem ser explicadas pelas variações de composição corporal (Welsman; Armstrong, 1992). Analisando tal interação foi observado que em meninos mais desenvolvidos maturacionalmente o VO2pico era maior do que em meninos menos desenvolvidos, sendo a maior massa magra e maior concentração de hemoglobina os possíveis motivos para tais diferenças (Armstrong e Colaboradores, 1991).
Segundo Rowland (1990), Armstrong e Welsman (1994) e Malina, Bouchard e Bar-Or (2004) o crescimento dos sistemas (respiratório, circulatório, muscular) responsáveis pela captação, transporte e utilização do oxigênio podem explicar o aumento progressivo da potência aeróbia em meninos atletas e não atletas de 8 a 16 anos.
Os jovens, quando comparados a adultos, apresentam um resultado inferior quando o VO2máx. é expresso de forma absoluta (L/min) (Campos; Brum, 2004). Assim verifica-se um aumento no VO2máx. absoluto durante o período púbere (Seabra; Maia; Garganta, 2001; Stabelini Neto e Colaboradores, 2007). Já quando o VO2máx. é expresso de forma relativa a massa corporal (ml/kg/min) não foram apresentadas diferenças significativas entre os estágios maturacionais, ou seja, as diferenças no VO2máx. entre jovens podem ser explicadas pelos níveis de atividade física e não pela maturação biológica (Stabelini Neto, 2007).
Pesquisas analisando os efeitos da maturação biológica na performance de jovens atletas submetidos a treinamento sistematizado de futebol ainda são escassas. Este estudo nos mostra a importância dos profissionais envolvidos com jovens atletas estarem atualizados sobre o processo de desenvolvimento físico e biológico da criança e do adolescente para não cometerem erros quanto ao planejamento das atividades e também quanto a cobrança por rendimento nesses atletas. Deste modo, a avaliação da maturação biológica em jovens atletas deve ser periodicamente realizada para que não haja erros quanto a avaliação do nível de performance em que se encontra o jovem atleta e ao nível a que o mesmo pode alcançar.
Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo é avaliar os efeitos da maturação biológica sobre a potência aeróbia em jovens praticantes de treinamento sistematizado de futebol.
Materiais e métodos
A amostra deste estudo é composta de 13 atletas do sexo masculino, de 11 ± 0,8 a 14 anos de idade participantes de treinamento sistematizado em uma escola de futebol da cidade de Dourados/MS. Os sujeitos foram separados conforme os 5 estágios de maturação sexual propostos por Tanner (1962) da seguinte forma: estágio 1 (n= 0), estágio 2 (n= 4), estágio 3 (n= 4), estágio 4 (n= 3) e estágio 5 (n= 2). Os responsáveis legais pelos atletas autorizaram a participação dos mesmos na pesquisa por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Maturação sexual
Para avaliação da maturação sexual foi utilizado o método proposto por Tanner, onde os estágios maturacionais se dividem em 1 (pré púberes), 2, 3 e 4 (púberes) e 5 (pós púberes). O teste foi aplicado em forma de auto-avaliação da pilosidade pubiana por meio de desenhos, conforme sugerido por Martin e Colaboradores (2001), que identificaram uma satisfatória concordância deste método com a avaliação médica (r= 0,53).
Medidas antropométricas
A estatura foi avaliada fixando uma fita métrica escalonada em 0,1 cm numa parede. No momento da medida o avaliado estava descalço e em posição anatômica de costas para a parede, em apnéia inspiratória e com a cabeça posicionada no Plano de Frankfurt.
A massa corporal foi mensurada por meio de uma balança digital portátil, com resolução de 100 g. Os sujeitos estavam descalços e vestiam somente calção e camiseta, ficando em posição anatômica no momento da avaliação.
A fórmula: IMC = massa corporal/estatura2 foi utilizada para calcular o Índice de Massa Corporal.
Potência aeróbia
O teste indireto vai-vem de 20 metros proposto por Léger e colaboradores (1988) foi utilizado para a mensuração do VO2máx.
Este teste tem por objetivo percorrer uma distância de 20 metros entre duas linhas, acompanhando o ritmo sonoro que determina a velocidade de corrida. A velocidade inicial do teste é de 8,5 km/h, sendo que a cada minuto há um aumento de 0,5 km/h. O teste se encerra quando o indivíduo não conseguir acompanhar o ritmo sonoro proposto, sendo anotada a velocidade em que o indivíduo estava no último estágio anunciado pela gravação sonora.
Para estimativa do VO2máx aplicou-se a equação:
VO2máx (ml/kg/min) = 31,025 + 3,238X1 - 3,248X2 + 0,1536X1 X2
onde: X1 = velocidade máxima obtida no teste (km/h); X2 = idade (anos)
Tratamento estatístico
Inicialmente foi utilizada a análise descritiva dos dados (média e desvio padrão). Em seguida utilizou-se análise de variância (ANOVA one way) com post-hoc de Tukey para evidenciar as possíveis diferenças entre os estágios maturacionais. Utilizou-se o programa BioEstat versão 5.0 para a análise estatística dos dados.
Resultados
Tabela 1. Características antropométricas dos atletas conforme estágio maturacional
Tabela 2. Comparação do VO2máx para os atletas entre os diferentes estágios maturacionais
A tabela 1 apresenta os resultados descritivos (média e desvio padrão) para as variáveis idade, massa corporal, estatura e IMC de acordo com os estágios maturacionais encontrados na amostra.
Conforme os resultados apresentados na tabela 2, na comparação do VO2máx (ml/kg/min) entre os estágios maturacionais houveram diferenças estatisticamente significativas do estágio 2 para o estágio 5 (p = 0,02) e do estágio 3 para o estágio 5 (p = 0,03).
Discussão
Os resultados envolvendo a potência aeróbia e maturação sexual apresentam uma estabilização no VO2máx (ml/kg/min) durante os estágios 2, 3 e 4. Estes resultados corroboram com os encontrados por Léger e Colaboradores que afirmam que o VO2máx relativo se mantém estável durante o período pubertário.
Já os atletas do estágio 5 apresentaram diferenças estatisticamente significativas no VO2máx relativo quando comparados aos indivíduos dos estágios 2 e 3, indicando que os maiores níveis de potência aeróbia podem ser encontrados no final do processo maturacional. Tal fato se deve aos sistemas respiratório, circulatório e muscular estarem completamente desenvolvidos. Contudo, outros fatores podem ter contribuído para essa diferença, tais como, tempo de treinamento e economia de movimento que não foram controlados no presente estudo.
Mascarenhas e Colaboradores (2006), Stabelini Neto e Colaboradores (2007) estudaram indivíduos praticantes de atividades esportivas e encontraram uma estabilização do VO2máx relativo, podendo a prática de treinamento sistematizado estar relacionada com tal resultado devido os níveis de atividade física diminuírem com o avanço da idade, ocasionando uma diminuição da potência aeróbia. Sugerindo assim que, no presente estudo, os indivíduos do estágio 5 podem apresentar níveis elevados de atividade física se comparados com os atletas dos estágios 2 e 3.
Os resultados do VO2máx relativo de jovens atletas podem ser similares aos de adultos quando há diminuição nos níveis de atividade física por parte dos adolescentes. Em contrapartida, quando o VO2máx é expresso de forma absoluta (L/min) os adultos apresentam resultados superiores quando comparados a indivíduos jovens, apontando para um aumento da potência aeróbia entre os estágios maturacionais, independente do treinamento (Campos; Brum, 2004).
Nesse contexto, aumentam as chances de indivíduos adiantados maturacionalmente apresentarem melhores resultados de potência aeróbia quando o VO2máx é expresso de forma absoluta. Esta afirmativa corrobora as de vários estudos que resultaram em aumentos no VO2máx absoluto conforme o avanço dos estágios maturacionais (Seabra; Maia; Garganta, 2001; Janz; Mahoney, 1997; Mascarenhas e Colaboradores, 2006; Stabelini Neto e Colaboradores, 2007).
Assim, outra limitação do presente estudo foi a não mensuração do VO2máx absoluto dos jovens atletas, que pode contribuir para explicar os efeitos da maturação biológica sobre a potência aeróbia.
Conclusão
Concluí-se que durante o período púbere a maturação não exerce efeito sobre a potência aeróbia em jovens praticantes de treinamento sistematizado de futebol, mas no período pós-púbere a potência aeróbia dos jovens atletas foi significativamente superior a dos indivíduos púberes. Contudo, novas pesquisas analisando a potência aeróbia e maturação biológica são necessárias para facilitar e esclarecer o comportamento da potência aeróbia durante o processo maturacional.
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