efdeportes.com

O movimento como expressão corporal na Educação Infantil

El movimiento como expresión corporal en la Educación Inicial

 

*Acadêmico da Disciplina do Estágio Supervisionado: Pesquisa

da Prática Pedagógica do 4° período do Curso de Educação Física

Licenciatura da Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

**Professor Orientador da Disciplina do Estágio Supervisionado: Pesquisa

da Prática Pedagógica do 4° período do Curso de Educação Física

Licenciatura da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI

Alexsandro de Novais*

Jairo Elísio Melo**

Paulo Roberto Serpa*

paulorobertoserpa@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo objetiva verificar se é possível trabalhar o movimento como expressão corporal na educação infantil. A ideia é refletir sobre as manifestações corporais/movimento e verificá-lo como formas de expressão corporal, utilizando-se da metodologia desenvolvimentista. Sendo realizado através de pesquisa-ação, e esta, seguindo abordagem tipo qualitativa. Para tanto, participaram do estudo, 34 escolares com idade entre 02 a 06 anos, sendo 14 meninos e 20 meninas. Os alunos cursam a educação infantil do período integral, compreendendo duas turmas mistas, a primeira com crianças de 2 e 3 anos, e a segunda com crianças de 4, 5 e 6 anos, do Colégio de Aplicação Univali – CAU, localizado no Município de Itajaí/SC – Brasil. Os dados foram coletados por meio de 6 intervenções realizadas durante as aulas da disciplina Estágio Supervisionado: Pesquisa da Prática Pedagógica do curso de Educação Física - licenciatura. A razão que levou os pesquisadores a realizar o estudo, foi à importância de conhecer o movimento e a expressão corporal na educação infantil, bem como reconhecê-los como fazendo parte de um ambiente educativo. Estudos desta origem são pertinentes, tendo em vista a identificação e/ou caracterização deste nível escolar. Porém, pelo motivo de falta de maior tempo para pesquisa, recomenda-se a realização de outras relacionadas, que tenham mais tempo para desenvolver os conteúdos ministrados.

          Unitermos: Educação Física. Educação Infantil. Expressão Corporal. Movimento corporal.

 

Abstract

          This study aims to verify that it is possible to work the movement as corporal expression in early childhood education. The idea is to reflect on the bodily manifestations/movement and check it as forms of bodily expression, using the methodology development. Being conducted through action research, and this, following qualitative approach. To this end, participated in the study, school aged 34 02 to 06 years, with 14 boys and 20 girls. Students attend full-time infant education, comprising two mixed classes, the first with 2 and 3 year olds, and the second with 4 children, 5 and 6 years, the College of Application Univali-CAU, located in the city of Itajaí/SC-Brazil. The data were collected through 6 interventions made during the lessons of discipline supervised internship: research of the pedagogical practice of the course of physical education-degree. The reason that led researchers to conduct the study, was the importance of knowing the movement and body language in early childhood education, as well as recognizes them as being part of a learning environment. Studies of the origin are relevant, in view of the identification and/or characterization of this school level. However, by reason of lack of time to search, it is recommended to carry out other related, they have more time to develop the contents taught.

          Keywords: Physical Education. Early Childhood Education. Corporal Expression. Body movement.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

1.     Introdução

    Os ambientes educacionais de educação infantil são os locais onde as crianças começam a ter um maior contato com seus iguais, outras crianças. Esta possui variadas maneiras de jogar, brincar, falar, e dentre outras coisas principalmente de se movimentar. Por meio destas diferentes linguagens é que as crianças se expressam no seu meio social.

    A criança se expressa com seu corpo, através do movimento. O corpo possibilita a criança apreender e explorar o mundo, estabelecendo relações com os outros e com o meio, de forma a se descobrir. Assim, acredita-se que sejam necessárias práticas pedagógicas na educação infantil que beneficiem o espaço de expressão através de suas experiências com o movimento.

    Pensando nisso, este fundamenta a prática pedagógica dos investigadores, dois licenciandos em Educação Física, que tinham interesse em trabalhar o movimento como expressão corporal na educação infantil.

    Para as intervenções, utilizou-se da metodologia desenvolvimentista que procura trabalhar com as habilidades de movimento fundamentais, como a locomoção, manipulação e equilíbrio (GALLAHUE; DONNELLY, 2008).

1.1.     Objetivos do Estágio Supervisionado

1.1.1.     Objetivo Geral

I.     Incentivar o Movimento Corporal, para o desenvolvimento motor e das expressões corporais da criança.

1.1.2.     Objetivos Específicos

  1. Desenvolver habilidades corporais variadas;

  2. Agir coletivamente em prol do mesmo resultado.

  3. Reconhecer diferentes possibilidades de expressar animais;

  4. Projetar opiniões por meio de gestos;

  5. Representar sentimentos e emoções pelo uso da expressão.

  6. Expressar corporalmente suas experiências;

  7. Associar expressão corporal ao ritmo musical (brinquedos cantados);

  8. Estimular a percepção dos sons e as habilidades musicais.

1.2.     Justificativa

    Trabalhar com a expressão corporal é importante, pois ela é um meio de comunicação das crianças e, diferentemente das linguagens escrita e falada, já nasce com a pessoa, e esta evolui das situações vivenciadas pelas crianças em seu cotidiano. Esta implica numa produção do conhecimento do próprio corpo. Apresenta-se como um conteúdo de caráter formativo, que propicia a vivência de atividades de movimentos espontaneos.

    Vendo que atualmente os professores desgostam de crianças inquietas e assim tenta mantê-las imobilizadas, afetando algo tão natural como o movimento, pensa-se em retomar dentro do ambiente escolar, o sentido que o movimento é uma forma de comunicação natural, que se expressa não somente as emoções, mais também os sentimentos, as idéias e as percepções de mundo.

    É interessante trabalhá-lo, pois não é algo impossível de se realizar dentro de uma escola, por que ele esta nas pessoas, e por isso em todo o lugar, também, pelo fato de se encaixar diretamente com a educação infantil, faixa etária deste estágio.

    Autores como: Stokoe e Harf (1987); Spodek e Saracho (1998), entre outros, trazem em suas publicações conteúdos e atividades muito válidas para a pré-escola. Acredita-se que o tema se autojustifique, pois é um dos meios formadores da criança pequena, futuro integrante da sociedade. E espera-se com este, resultados positivos, e de inúmeras significâncias para as crianças.

2.     Fundamentação teórica

2.1.    A criança e a infância

    Primeiro o que é ser criança? Com toda certeza, não é ser um adulto em miniatura como se pensava há tempos atrás. Pensa-se que para época acreditar nisto era mais conveniente, pois as crianças morriam muito freqüentemente, sendo assim uma maneira de não dedicar tanto apresso a uma criatura que poderia morrer tão cedo.

    Porém, os tempos mudam a longevidade das crianças aumenta, as condições para criá-las também, e com elas um sentimento surge, assim como menciona Ariès:

    O primeiro sentimento da infância - caracterizado pela “paparicação”- surgiu no meio familiar, na companhia das criancinhas pequenas. O segundo, ao contrário, proveio da lei, raros até o século XVI, e de um maior número de moralistas no século XVII, preocupados com a disciplina e a racionalidade dos costumes. [...]

    No século XVIII, encontramos na família esses dois elementos antigos associados a um elemento novo: a preocupação com a higiene e a saúde física. (ARIÈS. 1981, p. 163, 164)

    Porém, apesar das crianças serem agora “percebidas”, ainda assim não havia uma transição da infância para fase adulta. Por volta dos cinco a sete anos de idade a criança era integrada a vida adulta, assim encurtando sua infância. (ARIÈS. 1981)

    Acredita-se que a infância é um período que contém características e necessidades singulares quando comparadas com outras faixas etárias. Podendo mudar com o meio, através: da mídia, da cultura e, do social.

    Ser criança com infância é: ter fome o tempo todo e não ter que trabalhar para se sustentar. Pode ser o bebê da mamãe e sempre ter um cafuné de quem te ama, assim adormecendo e sonhando com fadas e reinos encantados. É marcar seu crescimento na parede da cozinha e não ter a necessidade de ter maturidade para usar as roupas dos pais, para então se achar o dono do mundo, mesmo sendo totalmente dependente deles.

    Mal sabem os pequenos, que quando crescerem vão querer voltar a serem crianças novamente, mas o tempo não volta, é uma coisa que evolui até fim.

    Ser criança é comer guloseimas e estar sempre crescendo, até que não consiga mais roer as unhas dos pés. Também é ter os dentes de leite caindo e ficar banguela.

    E não só isso, é acreditar que existe um bicho papão de baixo de sua cama e que seus pais, seus heróis, vão lhe salvar. E é finalmente abandonar as fraldas, mas ainda urinar na cama e não ter vergonha de dizer aos seus pais seja de sangue ou criação que os ama de montão.

2.1.1.    Desenvolvimento motor

    O desenvolvimento ocorre nas seguintes fases: nascimento, primeira infância, segunda infância, adolescência, maturidade e velhice (BUENO, 1998).

    Em seu livro, Bueno seleciona alguns autores para relatar as fases do desenvolvimento das crianças, e dentre estes, destacamos Piaget, que logo “afirma que o desenvolvimento evolui a partir da influencia recíproca entre indivíduo e meio ambiente e que pelo movimento se processa a relação funcional entre corpo e mente” (BUENO, 1998, p. 28).

    Piaget também organizou os períodos de desenvolvimento, onde destes selecionamos os que condizem com as faixas etárias das crianças trabalhadas:

Sensório-motor – desenvolve-se na fase dos 0 aos 2 anos, ou seja, desde os primeiros reflexos até o início das representações mentais, em que inicialmente o bebê, pelo contato com os objetos do mundo externo, vai modificando a atividade do reflexo gradativamente. [...]

Pré-operacional – desenvolve-se dos 2 aos 7 anos, quando ocorre o início da linguagem expressiva compreensível, da representação e da função simbólica de forma mais incisiva. A criança reflete sobre suas ações, aliando-as à elaboração da linguagem e do pensamento, sem precisar necessariamente vivenciá-las naquele momento. (BUENO, 1998, p. 28)

    Após estes seguem os períodos de “operações concretas (7 aos 11) e operações formais (12 em diante)”.

2.1.2.    Expressão Corporal na Pré-Escola

Definições

    Para Stokoe e Harf “a expressão corporal é uma conduta espontânea pré-existente, tanto no sentido ontogenético como filogenético” (1987, p. 15), de modo que esta é entendida como sendo uma linguagem, onde através da mesma os seres humanos se expressam a partir de seu corpo, logo esta faz parte das linguagens expressivas, juntamente com a fala, o desenho e a escrita. (STOKOE; HARF. 1987).

Expressão

    [...]

    A importância que damos à expressão esta baseada na seguinte ideia: quanto mais meios de expressão o ser humano puder desenvolver, tanto maior será sua riqueza existencial. O indivíduo que só pode expressar sua vida através de uma única via (seja esta escrever, pintar, falar etc.), não realiza todas as suas potencialidades.

    Não queremos dizer com isso que o corpo seja o meio mais importante de expressão, mas sim que é uma via a mais, que tem a vantagem de ser o único instrumento de expressão utilizado pelo homem desde que nasce. (STOKOE; HARF. 1987, p. 20).

    Ou seja, desenvolver o movimento e assim a expressão corporal, vai enriquecer as possibilidades expressivas das crianças, de modo que irá favorecer mais um potencial de linguagem expressiva.

2.2.     O que os documentos oficiais dizem a respeito?

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil

    Segundo Brasil (2010), a educação infantil é tratada como o primeiro passo para a educação básica, sendo sua oferta realizada basicamente em creches e pré-escolas, onde estas podem ser estabelecimentos educacionais de origem ou de órgãos públicos, ou de órgãos privados, que tem por objetivo ensinar crianças de 0 a 5 anos, podendo ser no período matutino, vespertino ou ainda integral.

Criança:

    Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura. (2010, p. 12, grifo do autor).

    Ainda, o mesmo nos apresenta a Concepção da Educação Infantil:

Matrícula e faixa etária:

    É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula.

    As crianças que completam 6 anos após o dia 31 de março devem ser matriculadas na Educação Infantil.

    A freqüência na Educação Infantil não é pré-requisito para a matrícula no Ensino Fundamental.

    As vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas próximas às residências das crianças. (BRASIL. 2010, p. 15, grifo do autor)

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de mundo

    Para Brasil (1998), o movimento faz parte da vida da criança logo após sua chegada ao mundo, aonde ela vai se desenvolvendo. Vai adquirindo a capacidade de controlar o seu corpo, assim possibilitando uma interação com o meio em que se encontra. Logo, enquanto esta criança se movimenta, ela expõe seus sentimentos e emoções, de modo que esta interação vai com o tempo expandindo as suas possibilidades de gestos e posturas corporais.

    Também, segundo ele:

    As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar resultam das interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes culturas em diversas épocas da história. (BRASIL, 1998. p. 15)

    Brasil, pensando no movimento e sua idade prevista, subdividem o movimento das crianças de um a três anos e de quatro a seis, apresentando algumas características:

Crianças de um a três anos

    Logo que aprende a andar, a criança parece tão encantada com sua nova capacidade que se diverte em locomover-se de um lado para outro, sem uma finalidade específica. [...]

    A grande independência que andar propicia na exploração do espaço é acompanhada também por uma maior disponibilidade das mãos: a criança dessa idade é aquela que não para, mexe em tudo, explora, pesquisa. [...]

Crianças de quatro a seis anos

    Nessa faixa etária constata-se uma ampliação do repertório de gestos instrumentais, os quais contam com progressiva precisão. Atos que exigem coordenação de vários segmentos motores e o ajuste a objetos específicos, como recortar, colar, encaixar pequenas peças etc., sofisticam-se. (BRASIL, 1998. p. 22, 23, 24, grifo do autor).

Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica

    Para Brasil (2013, p. 36) a Educação Infantil:

    [...] tem por objetivo o desenvolvimento integral da criança até 5 (cinco) anos de idade, em seus aspectos físico, afetivo, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

    Para tanto, considera-se:

    que, para as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, independentemente das diferentes condições físicas, sensoriais, mentais, lingüísticas, étnico-raciais, socioeconômicas, de origem, religiosas, entre outras, no espaço escolar, as relações sociais e intersubjetivas requerem a atenção intensiva dos profissionais da educação, durante o tempo e o momento de desenvolvimento das atividades que lhes são peculiares: este é o tempo em que a curiosidade deve ser estimulada, a partir da brincadeira orientada pelos profissionais da educação. (BRASIL, 2013, p. 36)

2.3.     Educação Física Desenvolvimentista

    Pensou-se em trabalhar com a abordagem desenvolvimentista, por que esta procura trabalhar com as habilidades de movimento fundamentais, que são:

  • Locomoção: caminhar, correr, saltar, pular, escorregar, etc.

  • Manipulação: arremessar, chutar, impulsionar, rebater, pegar, etc.

  • Equilíbrio: flexionar o tronco, alongar, rotacionar, balançar, rolar, começar, parar, esquivar. (GALLAHUE; DONNELLY. 2008).

    Também, pelo fato desta basear-se no pensamento de que segundo Gallahue e Donnelly (2008), mesmo que o desenvolvimento motor da criança seja relacionado à sua idade, não depende desta. De modo que a apropriação pode ocorres de duas maneiras:

    Apropriação individual é o conceito chave da Educação Física Desenvolvimentista. Baseia-se na preposição central de que cada criança tem seu próprio timing e padrão de crescimento e desenvolvimento. Portanto, as atividades de movimento que as crianças executam em programas de Educação Física na abordagem desenvolvimentista corresponde ao seu nível de aprendizado da habilidade motora.

    [...]

    A Apropriação por faixa etária é importante no programa de Educação Física Desenvolvimentista, mas é secundária em relação à apropriação individual. O currículo desenvolvimentista não é baseado em idade cronológica ou no nível escolar, mas influenciado por ambos. O processo de desenvolvimento desloca-se do simples ao complexo e do geral ao específico, conforme os indivíduos esforçam-se para aumentar sua competência nos domínios motor, cognitivo e efetivo do comportamento humano. (GALLAHUE; DONNELLY. 2008, p. 12,13, grifo do autor)

3.     Metodologia de pesquisa

    Seguindo abordagem pesquisa-ação, que é “[...] um termo genérico para qualquer processo que siga um ciclo no qual se aprimora a prática pela oscilação sistemática entre agir no campo da prática e investigar a respeito dela” (TRIPP, 2005, p. 445, 456). Portanto, os pesquisadores primeiramente planejaram, depois implementaram (interviram), a seguir descrevendo e por fim avaliaram as suas práticas, para no correr das intervenções fossem melhorando suas práticas, compreendendo uma sequência de práxis.

    Esta abordagem do tipo qualitativa, que no entendimento dos pesquisadores a partir do livro: análise de dados qualitativos de Pereira (1999), a investigação qualitativa seria a representação de uma manifestação, seu comportamento e suas relações com outros eventos. De forma a se ocupar, a investigação de eventos. Ou seja, ela procura traçar o perfil das manifestações, de acordo com o comportamento dos participantes, assim investigando as relações sociais, culturais, individualidades, etc.

    Desta maneira os participantes do estudo foram os dois pesquisadores supervisionados pelo orientador, além de 34 escolares com idade entre 02 a 06 anos, sendo 14 meninos e 20 meninas, e também indiretamente as duas professoras de classe.

    Os alunos cursam a educação infantil do período integral, compreendendo duas turmas mistas, a primeira com crianças de 2 e 3 anos, e a segunda com crianças de 4, 5 e 6 anos, do Colégio de Aplicação Univali – CAU, localizado no Município de Itajaí/SC – Brasil.

    Utilizando-se como principal instrumento de pesquisa, às intervenções onde nelas foram utilizados a avaliação diagnóstica e a partir desta a formulação do plano de ensino, os planos de aula, compreendendo um plano para cada aula, contabilizando um total de 6 planos de aula. Também, os relatórios produzidos após cada intervenção, aonde estes vinham descrever as praticas pedagógicas dos licenciandos.

Materiais utilizados:

  • Na primeira intervenção – Alfabeto corporal - Cartaz com as letras a serem trabalhadas.

  • Na segunda intervenção – Ginástica natural - Recortes de animais, folhas de papel em branco, fita, caneta.

  • Na terceira intervenção - Ginástica natural – Dado animal, garrafas pet, tesoura sem ponta, EVA, cartolina.

  • Na quarta intervenção – Brincadeiras dramáticas - Recortes de alguns ambientes: hospital, mercado entre outros.

  • Na quinta intervenção - Brincadeiras dramáticas - Jaleco branco, lençol grande.

  • E na sexta intervenção – Brinquedos cantados - Aparelho de som e CD com música.

    Como toda pesquisa, para esta houve alguns procedimentos, onde num primeiro momento, para selecionar a escola, entrou-se em contato com a mesma, localizada em Itajaí, onde foi apresentado o tema a ser trabalhado e as intenções dos acadêmicos.

    Após este, foram assinados os termos de compromisso, compreendendo 3 vias, uma para a instituição de vinculo dos acadêmicos, outra para a escola onde foi realisada as intervenções, e um termo para os acadêmicos, cada um com o seu.

    A coleta dos dados foi realizada com as turmas de educação infantil, por meio das intervenções. Porém, iniciaram-se com uma visita, logo uma avaliação diagnóstica com as crianças, mais seis intervenções e uma devolutiva. Após cada intervenção eram realisados relatórios sobre a prática pedagógica dos acadêmicos, afim de ao final formar este artigo.

4.     Análises de Dados

Em relação aos objetivos que foram alcançados

    Pode-se perceber que o objetivo de Desenvolver habilidades corporais variadas, foi alcançado, pois havia diversas atividades que promoviam a Locomoção que compreende: caminhar, correr, saltar, etc. Manipulação que compreende: arremessar, chutar, pegar, etc. e Equilíbrio que compreende: flexionar o tronco, alongar, rotacionar, balançar, rolar, começar, parar, esquivar (podendo ser percebida nas intervenções de ginástica natural).

    Logo, o objetivo de Agir coletivamente em prol do mesmo resultado, também, pois havia brincadeiras que os incentivava a agir desta maneira. Como por exemplo, a formação de letras gigantes da intervenção de Alfabeto corporal, e em outras que aconteceram à brincadeira “pega corrente”.

    De mesma maneira, Reconhecer diferentes possibilidades de expressar animais, foi o grande sucesso das intervenções, onde os alunos mais se expressavam e discutiam em qual era a expressão de característica de cada animal. Podendo ser percebida na atividade do dado animal da intervenção de ginástica natural.

    Assim como, Projetar opiniões por meio de gestos, também foi alcançada, principalmente na intervenção 2 de brincadeiras dramáticas, podendo ser percebida na atividade de expressão de sentimentos e emoções, também, na atividade de interpretar a profissão dos pais.

    Logo, Representar sentimentos e emoções pelo uso da expressão, como o objetivo anterior, este foi alcançado na intervenção de brincadeiras dramáticas, percebida na atividade de expressão de sentimentos e emoções.

    E o objetivo, Expressar corporalmente suas experiências, percebeu-se o alcance desta, na intervenção 2 de brincadeiras dramáticas, onde houve a caracterização do personagem médico, onde nesta as crianças puderam expressar suas experiências.

    Também, Associar expressão corporal ao ritmo musical, este se tentou alcançar no plano de aula de brinquedos cantados, onde o mesmo não foi muito bem trabalhado por falta de conhecimento dos acadêmicos nesta área, por fim, talvez tenha sido alcançado pela insistência dos alunos em repetir a música “Tumbalacatumba”, caracterizada por muitas expressões, que os mesmos realisaram alegremente.

    Porém, o objetivo de Estimular a percepção dos sons e as habilidades musicais, pensa-se que não tenha sido alcançado, ou que nem mesmo tenha sido trabalhado.

    Também, no decorrer das intervenções observou-se que estes objetivos citados acima formam quase que totalmente alcançados, não somente pelas atividades em si, mas também, por uma tomada de atitude um pouco diferente dos professores durante o processo, a fim de se evitar a dispersão e falta de atenção dos alunos, e um desenvolvimento e desenvoltura profissional de maior qualidade.

5.     Considerações finais

    A importância do movimento como expressão no processo de desenvolvimento da criança pequena é um fator importante que pode guiar esta a uma qualidade de vida no futuro.

    Entendemos através da análise realizada anteriormente que as expressões e o movimento, não só podem, mas devem ser desenvolvidos dentro da educação infantil.

    Percebemos, durante as aulas, que ocorreu um processo evolutivo, principalmente de nossa parte. Ao longo das intervenções, tivemos dificuldades, com o fato de não sabermos como atuar com crianças pequenas, o que nos acrescentou inúmeras aprendizagens.

    Também, podemos perceber que á partir da análise dos dados coletados e pela fundamentação teórica, conseguimos atingir grande parte de nossos objetivos e responder o nosso problema. É possível trabalhar o movimento como expressão corporal na educação infantil?

    Também é acreditamos que sege interessante destacar a importância do brincar e do jogo na educação infantil, pois estas atividades são essenciais para o melhor desenvolvimento da criança.

    Por fim, entendemos que o conteúdo apresentado por meio deste é muito amplo, porém sua importância é inegável como fato ressaltante para o desenvolvimento infantil.

Referências

  • ARIÈS, P. História Social da Criança e da Família. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S/A, 1981.

  • BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 2010.

  • BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes e bases da educação nacional. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acessado em 23/08/2013.

  • BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acessado em 23/08/2013.

  • BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular para a Educação Infantil. V.1, Brasília: MEC/SEF, 1998.

  • BUENO, J. M. Psicomotricidade: Teoria & Prática. Ed. Lovise, 1998.

  • GALLAHUE, D.; DONNELLY, F. C. Educação Física Desenvolvimentista para Todas as Crianças. 4° ed. São Paulo: Phorte, 2008.

  • PEREIRA, J. C. R. Análise de Dados Qualitativos: Estratégia Metodológica para as Ciências da Saúde, Humanas e Sociais. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.

  • SPODEK, B.; SRACHO, O. N. Ensinando crianças de três a oito anos. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

  • STOKOE, P.; HARF, R. Expressão Corporal na Pré-Escola. 4° ed. São Paulo: Summus, 1987.

  • TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 194 | Buenos Aires, Julio de 2014  
© 1997-2014 Derechos reservados