História da Dança de Salão no Brasil: Maranhão do século XIX Historia de la Danza de Salón en Brasil: Maranhao en el siglo XIX |
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Mestre em Ciências Biológicas, UFPR Especialista em Educação, IBPEX Licenciada em Ciências Biológicas, UFPR |
Maristela Zamoner (Brasil) |
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Resumo No Maranhão do século XIX produziram-se periódicos que vêm sendo disponibilizados para consulta eletrônica pela Hemeroteca Digital Brasileira, oportunizando a busca de dados que, organizados, viabilizam a compreensão de seus significados históricos. O objetivo desta pesquisa foi analisar estes periódicos para reconhecer aspectos das Danças de Baile na sociedade maranhense do século XIX. Assim, viabilizou-se a reunião de informações desconhecidas na literatura atual sobre Dança de Salão, permitindo perceber que no Maranhão do século XIX, os costumes sociais incluíam a prática e o ensino das Danças de Baile. Haviam sociedades de dança que promoviam bailes, ensaios e aulas; colégios ofertavam aulas de dança na educação formal; professores ofereciam aulas particulares; produtos para dança eram anunciados nos periódicos; a dança figurava na literatura; peças teatrais com números de dança eram divulgadas e ainda foram identificados 15 nomes de professores de dança. A Valsa, a primeira Dança de Salão, a Quadrilha e a Polka, nesta ordem, foram as danças constatadas mais vezes entre as Danças de Baile do século XIX no Maranhão. Unitermos: Dança de Salão. Maranhão. História. Professores. Mestres. Ensino. Século XIX.
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EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/ |
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Introdução
A Dança de Salão, como parte das Danças de Baile, tem pleno florescimento no século XIX (Zamoner, 2013a). O estudo das Danças de Baile no Brasil do século XVIII e XIX tem ampliado o conhecimento sistematizado sobre a História da Dança de Salão no Brasil (Zamoner, 2013b, c, d, e; 2014a, b).
A literatura atual sobre a Dança de Salão no Maranhão não disponibiliza muitas informações sobre o século XIX e seus antecedentes. Raros são os relatos datados do século XVIII que permitem a percepção da prática de Danças de Baile nesta época no Maranhão, mas, um deles consta na “Gazeta de Lisboa” de 1786, abordando festejos pelo casamento dos infantes de Portugal e Espanha, no qual registra-se ser possível duvidar que se estivesse na América, de tanto bom gosto como o que havia na Corte (Zamoner, 2014a). Na Corte portuguesa desta época, por sua vez, a prática de Minuetos e Contradanças era bem conhecida (Zamith, 2011).
A identificação de nomes de professores de dança no decorrer da história é relevante porque, segundo Elmerich (1987), pode servir como um índice do quanto se dançava em certa localidade e tempo.
A disponibilização em formato digital de documentos produzidos no século XIX (jornais, revistas, livros e outros), favorece o conhecimento de sociedades das diferentes épocas e localidades em suas características peculiares que incluem, por exemplo o ensino e a prática das Danças de Baile. No Maranhão do século XIX produziram-se periódicos que vêm sendo disponibilizados para consulta eletrônica pela Hemeroteca Digital Brasileira. O objetivo desta pesquisa foi analisar estes periódicos para reconhecer aspectos das Danças de Baile na sociedade maranhense do século XIX.
Metodologia
Pesquisaram-se periódicos obtidos pela busca filtrada por “Maranhão”, produzidos no século XIX, no acervo de periódicos da Hemeroteca Digital Brasileira.
A metodologia seguiu o padrão utilizado por Zamoner (2014a):
Todos os periódicos elencados foram acessados procedendo-se a busca pelo unitermo “dança”. Registraram-se os totais de suas ocorrências e a natureza de cada uma delas.
Os periódicos obtidos foram tabelados adicionando dados do intervalo de anos em que foram produzidos, quantidades de ocorrências do unitermo “dança” e de professores neles identificados. Os nomes de professores foram tabelados separadamente, com o ano em que apareceram, periódico, e, quando identificado, o endereço em que as aulas foram ofertadas.
De forma complementar, para efeito de confronto de informações, foram consultados periódicos do século XIX produzidos em outras localidades brasileiras.
(...)
Consultas complementares a outras fontes de literatura e dados de libretos brasileiros e europeus foram procedidas para o reconhecimento de possíveis relações entre os dados obtidos e apresentações cênicas do século XIX.
Resultados
De forma compatível com o que foi relatado em Zamoner (2013, b, c, d, e; 2014 a, b):
Notou-se que parte dos exemplares consultados apresentaram condições de ilegibilidade e mutilações. Alguns estavam incompletos, faltando edições, ou danificados. O filtro de palavras foi eficiente, mas, apresentou algumas falhas, trazendo palavras semelhantes à buscada ou não identificando sua presença. Assim, esta metodologia admite falhas porque pode haver outras ocorrências do unitermo de busca além do que foi possível obter por este método. Entretanto, esta dificuldade não inviabilizou que o objetivo da pesquisa fosse atingido (Zamoner, 2014a).
Foram encontrados 161 periódicos do Maranhão produzidos no século XIX cobrindo o intervalo de tempo entre 1809 e 1900 (Anexo). Destes, 77 apontaram resultados positivos para a presença do unitermo de busca.
As buscas nos periódicos elencados no Anexo trouxeram 2.330 apontamentos do unitermo “dança”. Notou-se que 429 apontamentos corresponderam a palavras semelhantes ao unitermo de busca.
Vários apontamentos trouxeram como resultados o uso da palavra “dança”, referindo-se a doenças nomeadas, por exemplo, como “dança de S. Guido”, “dança de S. Guy”, “dança de S. Victor” e “dança de São Vito”.
Professores de Dança
O Quadro 01 apresenta os nomes de 15 professores de dança encontrados na pesquisa, nos termos em que foram publicados, seguindo-se o intervalo de anos em que suas publicações ocorreram ou foram citadas.
Quadro 01. Elenco dos nomes de professores encontrados na pesquisa e ano de ocorrência
Fonte: dados de todas as edições de 161 títulos de documentos produzidos no século XIX no Maranhão,
disponibilizados até novembro de 2013, como parte do acervo de periódicos da Hemeroteca Digital Brasileira.
Nota: Os nomes estão listados conforme foram publicados.
Vaz et al (2006) abordam um anúncio obtido em Viveiros (1954), que teria sido publicado no periódico “O Farol Maranhense” no ano de 1829, com o texto que segue:
Carlos Carmini, de nação italiana, recentemente chegado a esta cidade, faz saber aos ilustres habitantes da mesma que ensina tôda e qualquer dança, segundo o gosto moderno, tanto em sua casa (que ao presente é na rua da Palma, no. 10), como também pelas particulares para que seja chamado; prestando-se ao ensino das ditas danças, tanto a pessoas grandes como para meninos...
O mesmo anúncio é citado, sem transcrição integral, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, por Vaz (2009).
Procederam-se buscas ao nome “Carmini” nos bancos de dados que reúnem libretos e outros documentos históricos: http://www.internetculturale.it; http://polovea.sebina.it; http://catalogo.bnportugal.pt; http://trove.nla.gov.au; http://www.amadeusonline.net; http://openlibrary.org; http://www.worldcat.org; http://orlabs.oclc.org; http://www.bn.br. Não foram encontradas ocorrências deste nome em datas e atividades que permitissem cogitar a presença deste professor atuando como dançarino ou professor de dança na Europa, nem antes e nem após este anúncio.
Conforme esta pesquisa, o professor que anunciou aulas, ou foi citado como atuante nesta área, por um intervalo de tempo maior foi: “João Vieira Braga”, cujo nome foi constatado na atividade em um intervalo de 17 anos, entre 1862 e 1879. Seu nome foi verificado ainda entre os anos de 1881 e 1891. No intervalo compreendido entre 1881 e 1883 seu nome constou como diretor do “Club Terpsichore”. O nome do clube permite pensar que seja dedicado à dança, entretanto, cita-se, relacionado a ele, danças de pastores. Conforme se nota nos anúncios, o “Club Terpsichore” parece ter contado com um pequeno teatro e funcionava na residência do senhor João Vieira Braga. Foi observado seu nome ligado ainda a atividades de organização de outros clubes e participações oficiais. O periódico “A Pacotilha” do ano de 1891 traz uma nota sobre o falecimento de “João Vieira Braga”, datada de 9 de setembro de 1891.
Outro professor cujo nome foi constatado ligado a atividades de ensino de dança por muitos anos, foi “João Pereira dos Santos”, observado em um intervalo de 16 anos, entre 1867 e 1883. No ano anterior à sua primeira publicação como professor de dança, em 29 de agosto de 1866, seu nome foi registrado em uma nota como um sócio novo de uma firma da qual saía o senhor “José Joaquim da Silva Guimarães”. A nota foi assinada conjuntamente por “José Travassos da Roza” e “João Pereira dos Santos”. “O Paiz” datado de 23 de abril de 1879 registra, sob a assinatura “O escrivão Honorio Fernandes de Miranda” que “trastes” de “João Pereira dos Santos” serão penhorados em virtude de uma ação contra ele que fora movida por “João Valentim dos Santos”. Os “trastes” são elencados no texto e entre móveis e outros objetos é citado “1 pão de fitas para danças”. No ano de 1881 “João Pereira dos Santos” assina, como diretor, alguns anúncios sobre “partida” na “Sociedade Recreio da Juventude Maranhense”. No mesmo ano “A Pacotilha” publica seu nome como passageiro de um vapor que vai para o Ceará e o mesmo periódico publica em 1883, na coluna intitulada “OBITOS”: “João Pereira dos Santos, cearense, 36 annos, bexigas”. Porém o mesmo periódico na mesma coluna, no ano de 1885 publica: “João Pereira dos Santos, portuguez, 40 annos. Beri-beri”. Ainda no mesmo periódico, no ano de 1892 uma nota cita mais uma vez o mesmo nome como tendo falecido, porém, em Portugal. Desta forma, nota-se que existia mais de uma pessoa no Maranhão do século XIX com o mesmo nome, de modo que não é possível afirmar quais registros referem-se ao que fora mestre de dança e se este foi um único.
O nome de Carolina Wanimeil, é constatado no Maranhão em 1839, oferecendo aulas de dança no periódico “Chronica Maranhense”, de 11 de fevereiro:
ESCOLA DE DANÇA
Carolina Wanimeill propõe-se a ensinar toda a qualidade de Dança Franceza as Snr.as e Meninas: Quem pertender aproveitar-se, póde mandar o seu aviso a sua morada; rua do Sol, defronte das Snr.as Franzoens.
O nome desta dançarina e professora também foi constatado em periódicos pernambucanos, juntamente com o nome do “Sr. João Wanimeil”, entre os anos de 1842 e 1843, em anúncios de espetáculos, eventualmente, referenciados como “professores de dança”.
Em 3 de outubro do ano de 1842, no “Diario Novo” de Pernambuco lê-se:
THEATRO.
Tendo chegado no Vapor a esta cidade, o Snr. João Wanimeil, e sua Sra. Carolina Wanimeil, e tendo de dar seu primeiro espetaculo de – DANÇA, Quinta feira 6 do corrente, pedirão a mesma Peça – SEIS DEGRAOS DO CRIME – para o seu debute, trabalhando no intervalo estes dois artistas; por cuja cauza fica o expectaculo transferido para o referido dia.
No dia seguinte, 4 de outubro o mesmo periódico publica:
THEATRO.
Expectaculo extraordinario executado por Madame Carolina, e Juan Wanimeil Professores de Dança, Quinta-feira 6 do corrente. – Representar-se-ha a grande peça: OS SEIS DEGRAUS DO CRIME OU O NOVO JOGADOR. I. Degrau, A ociosidade – 2. O Jogo – 3. A Sedução – 4. O Roubo – 5. O Assassinato – 6. O Cadafalso.
O grande merito desta Peça, e o muito applauso que pela sua moral, recebeu do illustrado publico desta cidade, quando ha tres anos foi representada, resolveo a Direcção a apresenta-la em scena, na certeza de que muito agradará aos apaixonados dos bons Dramas.
O texto cita que há três anos a peça fora apresentada com sucesso, porém sem deixar claro se os intérpretes teriam sido Carolina e João Waneimeill, que há três anos tiveram seus nomes constatados oferecendo aulas no Maranhão.
Ainda em 1842 e início de 1843 são encontradas publicações sobre espetáculos de danças em intervalos ou finais de peças teatrais, executadas pelo casal Wanimeil em Pernambuco. Ao final de 1842, em Pernambuco, João Wanimeil é registrado como compositor de uma dança envolvendo vários dançarinos. Em 22 de agosto de 1843 o periódico “Diario Novo” de Pernambuco publica a seguinte nota: “João Wanimeil, subdito italiano, com sua senhora e filhos menores, retira-se para a Bahia”. Em 22 de setembro o mesmo jornal publica novamente o nome do casal em atuação teatral considerando ser “pela ultima vez”, e em 17 e 18 de novembro nova peça é anunciada com a participação do casal.
Sobre o professor Vicente Frago, cita Motta (2004), referenciando a fundação do “Collegio Nossa Senhora da Gloria” que teria ocorrido em 1844:
D. Martinha – seus filhos e filhas eram os responsáveis pelos ensinamentos oferecidos no colégio, juntamente com Vicente Frago, professor de Dança e Domingos Tribusi professor de Desenho, quando da sua fundação, mais tarde outros professores e professoras complementaram o quadro, sobretudo artistas e intelectuais.
Nas pastas de arquivos da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional constam anúncios do professor Luiz Cantarelli organizados no ano de 1854, porém, a observação na íntegra dos periódicos assim armazenados, revela que foram publicados em 1856 e apenas armazenados como se pertencessem ao ano de 1854. Este equivoco ocorreu com o periódico “Publicador Maranhense”, no qual Luiz Cantarelli publicou vários anúncios, o primeiro constatado nesta pesquisa em 14 de junho de 1856, informando que ministrava aulas particulares, em colégios e que abriria aulas de dança na casa de “Manoel Joaquim de Azevedo” que seria falecido. Segundo publica o professor nestes anúncios, quem teria cedido gratuitamente uma sala nesta casa, para realização de aulas de dança, fora o Snr. cavalheiro Ramonda. No mesmo ano de 1856 o Diário do Maranhão publica um anúncio sob o título “Attenção”, trazendo outras informações sobre o professor “Luiz Cantarelli”:
Luiz Cantarelli (artista da companhia lyrica italiana) aviza ao respeitavel publico, que acaba de chegar a esta cidade, e pretende aqui exercer a sua profissão de mestre de dança: ensinando a dansar tanto em Collegios como em cazas particulares, dansas antigas e modernas, afiançando que ensinará com toda a perfeição de sua arte a todas as pessoas que quiserem utilizar-se do seu prestimo. Quem o pretender dirija-se á livraria dos Srs. Rocha & Perdigão que ahi se dirá onde é a sua residência.
Como o professor declara-se “artista da companhia lyrica italiana”, procederam-se buscas ao nome “Cantarelli” nos bancos de dados que reúnem libretos e outros documentos históricos: http://www.internetculturale.it; http://polovea.sebina.it; http://catalogo.bnportugal.pt; http://trove.nla.gov.au; http://www.amadeusonline.net; http://openlibrary.org; http://www.worldcat.org; http://orlabs.oclc.org; http://www.bn.br. As ocorrências deste nome não se compatibilizam em datas e atividades com o que foi publicado por “Luiz Cantarelli” no Brasil em 1856. Entretanto, neste ano são constatados vários anúncios de espetáculos cênicos no “Theatro Nacional de S. Luiz”, da “Companhia Lyrica Italiana”, citando o nome “Cantarelli” na representação de personagem nomeado como “Normanno”, sem fazer referência a nenhum número de dança.
No mesmo ano de 1856, no dia 20 de agosto, outro anúncio intitulado “Attenção” é publicado no “Publicador Maranhense” sob a assinatura, desta vez, de “Luigi Cantarelli”, com o texto:
Os abaixo assignados artistas engajados na companhia lyrica declaram formalmente não serem os autores da correspondência inserida no Publicador Maranhense de hontem transcripta do jornal italiano o Trovatore.
Maranhão, 20 de agosto de 1856.
Giuseppe Ippolito.
Luigi Cantarelli.
A leitura da referida correspondência, datada de 19 de agosto de 1856, é publicada como uma tradução de um texto extraído do jornal italiano Trovatore. A correspondência é referida como “um trecho de uma carta escripta (segundo somos informados) por um artista da nossa companhia lyrica á redação da supradita folha” e tece diversas críticas, ao Brasil e ao Senhor Ramonda, referido como empresário do teatro. A correspondência inicia com a frase “Acho-me entre bárbaros, cujos costumes todos os dias mais me convencem da grande imprudência que commetti em abandonar a Europa”. Na seqüência do texto o artista acusa o Senhor Ramonda de, com muita destreza, ter enganado os artistas induzindo a aceitarem contratos. Segue queixando-se dos preços para lavar e engomar roupas, do calor que exige pelo menos três trocas de vestes ao dia e da má qualidade dos artistas locais. Refere-se a mortes dos integrantes da companhia desde a chegada à Pernambuco, após uma viajem de 46 dias desde a saída de Gênova, vitimados por febre amarela ou exagero no consumo de bebidas e alimentos, principalmente de frutas brasileiras como a “perigosa” manga.
A referência à professora “Sra D. Roza Fago” foi constatada no documento “Porto Livre”, datado de 1862, em uma nota sobre o seu falecimento:
OBITO – No dia 14 do corrente falleceo, e sepultou-se no cemiterio da Mizericordia, a Sra D, Roza Fago, de 80 annos de idade, e natural da Italia.
Muitas Maes, e até Avós, de familia com esta noticia se recordarão dos ledos dias de sua infancia, pois que a Sr. D. Rsa Fago foi aqui nesta capital a mestra de dança das meninas da mais alta sociedade de tempos já passados. Oremos hoje por sua alma.
Dança no ensino formal
Motta (2004) aborda a educação formal no Maranhão até o século XIX em um estudo concentrado no ensino da população feminina. A autora registra:
A escolarização na então Província do Maranhão, até o século XIX, se dá de forma lenta e tímida, resumindo-se em um Liceu, a Escola Normal, um Recolhimento, a Casa dos Educandos Artífices, o Seminário Eclesiástico e aulas de primeiras letras na Capital e nas oito Comarcas existentes.
Para a população feminina só contávamos com o Recolhimento de Nossa Senhora da Anunciação e Remédios, instalado em 5 de agosto de 1753 pelo jesuíta Padre Gabriel Malagrida vítima da Inquisição. A direção ficou a cargo das irmãs Ursulinas nos seus primórdios e posteriormente, das irmãs Dorotéias, até a sua extinção em 1879. Daí, as órfãs e carentes atendidas no Recolhimento passaram para o asilo de Santa Tereza, criado em 1854.
Desta forma as filhas da elite estudavam em suas residências com professores e professoras particulares ou com preceptoras; ou, então, iam para Portugal ou para a França completarem a sua educação. Todavia esse grupo era pouco significativo, contribuindo para que o analfabetismo feminino fosse alarmante. Tal fato inquietou uma senhora espanhola, que chegou na Província, expulsa de seu país, face às guerras napoleônicas. Aqui tornou-se esposa de João Antônio Garcia de Abranches, proprietário do periódico “O Censor Maranhense” (1820-1830). Esta inquietação fez com que ela, D. Martinha Abranches criasse a primeira escola para mulheres, em nosso meio, e que se tem notícia.
Nesta pesquisa, os nomes de instituições de educação formal encontrados, que ofereceram aulas de dança aos seus alunos como parte integrante da educação, podem ser observados no quadro 02.
Quadro 02. Colégios que funcionaram no século XIX ofertando aulas de dança no ensino formal no Maranhão, seguidos por ano de ocorrência
Fonte: dados de todas as edições de 161 títulos de documentos produzidos no século XIX no Maranhão,
disponibilizados até novembro de 2013, como parte do acervo de periódicos da Hemeroteca Digital Brasileira
Duas destas instituições apresentaram em seus anúncios de aulas de dança os nomes dos professores. O “Collégio de N. S. dos Remedios”, no ano de 1847 anunciou como professor de dança “Francisco de Salles Guimaraens e Cunha”, em 1852 o professor “João Jacinto Ribeiro” e no ano de 1856 o professor Luiz Cantarelli. O “Collégio Academico Lisboense”, no ano de 1875 anunciou como professor de dança “Sr. Zenoglio”.
Em 1843 o “Colégio N. S. dos Remédios” atendia meninos, que também recebiam aulas de dança duas vezes por semana entre as 9h e 11h, havendo a oportunidade destas aulas nas terças e sextas feiras à noite para outras pessoas (Vaz et al, 2006). Os mesmos autores citam que nestas aulas eram ensinadas danças estrangeiras e nacionais simples e dobradas.
Abrantes (2003) registra que a educação feminina no século XIX era muito criticada por intelectuais que consideravam a necessidade de preparar as jovens para serem mães. Segundo a autora, a primeira instituição de ensino particular para meninas, em São Luís, teria sido o Colégio Nossa Senhora da Glória, que fora criado por Dona Martinha Abranches no ano de 1844, tendo como sede o palacete da família na “Rua do Giz”, onde entre as várias disciplinas, ofertava a dança. Segundo Pacheco (1968), a localização inicial do Colégio foi na residência da família Abranches, em um sobrado à rua do Sol esquina com a rua do Ribeirão, no centro da cidade. Conforme Motta (2004), na década de 1850 o Colégio instalou-se na Rua do Giz, onde permaneceu até o seu encerramento. Vaz et al (2006) citam também que em 1844 foi fundado o primeiro colégio particular para meninas em São Luis, o “Collégio das Abranches”, nome pelo qual seria conhecido o “Collegio N. S. da Glória”. Os autores citam que a instituição ofertava aulas de dança e registram como fundadora “D. Marta (Martinha) Alonso Veado Alvarez de Castro Abranches”, que seria uma educadora nascida na Espanha, provavelmente, em 1800. Para Motta (2004) a fundadora, uma importante intelectual da época, veio ao Brasil com sua mãe, fugindo das guerras napoleônicas, onde teria perdido seu pai. Vaz et al (2006) citam ainda como fundadora a filha de D. Marta, “D. Amância Leonor de Castro Abranches”. Mencionam de forma complementar que “D. Emília Pinto Magalhães Branco”, mãe de Aluízio, Artur e Américo de Azevedo (escritores), era professora na instituição. Segundo Motta (2004) a fundadora falecera em 1855, mas, a instituição teria funcionado entre 1844 e 1886. Nesta pesquisa, o primeiro anúncio deste colégio citando aulas de dança foi constatado em 1854 e o último, em 1867.
“O Paiz” de 1883, revela um anúncio que oferta uma casa em Lisboa, com finalidades educativas incluindo dança, para moças:
Em casa de familia respeitavel, em Lisboa, recebem-se meninas para educar, ensinando-se-lhes: Portuguez (grammatica, chorographia, historia portugueza, calligraphia e contabilidade). Geographia e historia universal, francez, inglez, musica, piano, desenho e dança. Costura, marca, crochet, bordados, flores e prendas proprias do sexo.
Também se recebem meninos até oito anos.
Artigos, notas e outros textos
No decorrer da leitura dos textos apontados com a presença do unitermo de busca encontraram-se diversos conteúdos abordando aspectos reveladores da forma como a dança se inseria na sociedade maranhense do século XIX.
No documento intitulado “Argoa da Lei”, datado de 1825 um texto sobre instituições de ensino refere-se a dança como segue:
Mas, no caso de haver logar o plano do Collegio ou Siminario, eu sempre aconselhara aos seus directores que não se mettessem com mestres de dança, esgrima, e coizas desta ordem; porque a experiencia me tem mostrado que moços destinados ás lettras se desvairaõ de sobejo com a dança, principalmente em uma terra onde o ser dançarino é coiza que dá nome e uma certa celebridade. Isto não é reprovar inteiramente a dança, que serve para desenvolver os membros e dar mais agilidade ao corpo; é meramente mostrar que, como a passagem do bom uso da dança para o abuso della é mui facil, melhor e proscrevel-a no Collegio, e ao depois aprenda fora quem quizer.
O “Farol Maranhense” de 1828 traz um longo texto sobre educação e em determinado trecho lê-se:
(...) As Maranhenses dissemos, são no geral dotadas de talento, e com tudo as primeiras lições que recebem a maior parte são de dança, o modo de bem fazer um cumprimento ao entrar n’uma salla, e a mostrarem um desembaraço, que admira a qualquer pessoa, que aqui chega pela primeira vez!!! Porém quanto é desgostoso, á um estranho, que com gosto nota estas qualidades tão necessárias á civilidade, ver a conversação d’essas, que á primeira vista parecião ter recebido uma boa educação!! Sim, a conversação das Maranhenses é desgostoza, porque ellas naõ podem tratar d’aquilo, de que nunca ouviraõ fallar. Como podem ellas ellogiar uma obra moral, si jamais tiveraõ o cuidado de lha mostrarem. Como podem entender qualquer conversação seria, e instructiva, si nunca passarão de lêr a Cartilha do Padre Ignacio, e isso mesmo em quanto estão na escola?!! Depois que passaõ os quinze annos, só trataõ da costura, e do baile!!
Em 1852 o periódico “O Despertador” publica um texto sobre a dança e a saúde, como pode-se constatar:
Nada achamos mais justo; e por isso tencionamos hir bailar com as belas e amaveis Maranhenses, a custa destes Snrs., tanto mais que sempre ouvi dizer ao nosso Dr. Maya que a dança e as distracções curavão do nervoso e são meios hygienicos com que se dão ao corpo nervo e vigor (expressões do Sr. Sotero) para resistir as causas das enfermidades. Ora eu que acredito muito nos deagnosticos ou prognosticos do medico bemtevi quero me pôr bem com a senhora Hygiene para poder escapar dos dois terriveis flagelos que agora pezão sobre o pobre Brasil – a febre amarella e a guarda nacional novamente organisada.
Em 1863, no periódico “O Constitucional” publicou-se uma nota intitulada “Batuques” em que “um nosso assignante”, fazendo uso de algumas ironias e citando o chefe de polícia “Sr. Dez. Miguel Joaquim Ayres do Nascimento, pede providência à polícia quanto a prática de ‘batuques’ na ‘rua das Cajazeiras’ onde se age contra o ‘Reg. n. 120 de 31 de janeiro de 1842’”.
Em 1868 o periódico “Publicador Maranhense” publica um anúncio do “Collegio Perdigão” em que comentários sobre a dança são tecidos com o texto: “e quanto á dança convem notar; que supposto toda a gente dança; ou bem ou mal, contudo o dançar segundo os preceitos da arte é um dos signaes de apurada educação”.
A segunda edição do periódico “Almanak do Povo”, de 1868, traz um longo artigo que analisa diversas atividades físicas, incluindo a dança pelo trecho abaixo transcrito:
A dansa como hoje se usa geralmente, quasi sem movimentos do corpo, com excepção d’algumas (walsa, polka &) em sallas pouco espaçosas, com grande acumullação de gente, e por isso quentes, trocando-se as noites pelos dias, respirando-se um ar viciado pela poeira, pelos vapores da transpiração e effluvios d’essencias odoriferas, não é por certo o exercicio hygienico de que usavão os antigos para dar vigor ao corpo, praticado com arte, em tempo e lugares apropriados e salubres; mas, executado como deve ser, segundo as regras da arte, torna-se então salutar e conveniente, usado com moderação, por que dá ao corpo flexibilidade, força, graça e elegancia em todos os movimentos, impressiona agradavelmente o animo e os sentidos, e concorre para se estreitarem os laços da sociedade, pelo commercio dos individuos , e adquirem-se habitos e maneiras delicadas pelo exemplo que derem as pessoas mais autorisadas nisso.
O periódico “Diario do Maranhão” de 1875 traz uma nota sobre desordem relacionada a dança, especificando o problema como “bailes de pretos captivos d’envolta com livres”. O texto revela uma queixa afirmando haver algazarra, “palavrões deshonestos” até tarde da noite, continuando no dia seguinte. Ao final há uma cobrança de atitude por parte das autoridades. No ano seguinte o mesmo periódico publica outra nota intitulada “Dança dos caboclos” onde registra-se que cerca de 20 indivíduos caracterizados como índios saem às ruas de forma disciplinada, sendo acompanhados pelo povo enquanto exibem suas danças em casas particulares. O texto refere-se a este movimento de forma positiva, aprovando-o e ressaltando sua beleza e originalidade. No mesmo ano e periódico há uma nota sobre um espetáculo da companhia do “sr. Blas Otero”, incluindo números com palhaços e tecendo uma crítica a dança “chula”, por ser considerada indigna e “tocar ella a raia da imoralidade”.
No ano de 1880 o “Diario do Maranhão” registra outra nota intitulada “Dança e barulho”, na qual há queixa dos moradores das proximidades da rua da Alegria, afirmando que por várias noites há muito barulho e brigas durante e após as danças, solicitando a atitude policial. O periódico “O Paiz” publica em 1881 uma nota com o conteúdo que segue:
Informação inexacta.
Sr. redactor do «Paiz». – No Diario do Maranhão de hontem vem uma noticia sob a epigraphe – Dança e barulho – em que se diz que os moradores da proximidade da rua da Alegria queixam-se de immensas desordens, pancadas e repetidas brigas promovidas por pessoas que tomam parte na festa que se está celebrando em honra do Espirito Santo, em uma casa da referida rua. Tal informação, Sr. redactor, é inteiramente inexacta; ainda não se deu um só barulho na referida rua depois que se celebra a dita festa, e que elle fosse provocado pelos festeiros, como poderão attestar os moradores visinhos.
O promotor da festa por si só é uma garantia para a boa ordem e os seus convidados são pessoas pacatas e que se respeitão.
Naturalmente o despeito provocou a informação a que me refiro e que tão facilmente foi aceita.
Novamente sobre os batuques, “O Paiz”, datado de 1886, disponibiliza um documento intitulado “Codigo de posturas da camara municipal de S. Luiz Gonzaga” que também proíbe os batuques e dança de tambor, sujeitando os responsáveis à multa e prisão.
O periódico Pacotilha, de 1891 traz um texto de literatura intitulado “O minuete”, em que um dos personagens havia sido professor de dança. Em determinado trecho do texto lê-se:
-Explique-me, disse eu ao velho dançarino, o que era o minuete?
Elle estremeceu.
-O minuete é a rainha das danças, respondeu elle, é a dança das rainhas, percebe?
E começou em estylo pomposo, um longo elogio dithyrambico, de que eu não compreendi nada.
Quiz que me descrevesse os passos, todos os movimentos, todas as posições; embrulhava-se, exasperando-se da sua impotência, nervoso e desolado.
E de repente voltando-se para a sua antiga companheira, sempre silenciosa e grave:
-Elisa, queres, dize, queres?... serias muito amavel... queres que mostremos a este senhor o que era?
Ella voltou os seus olhos inquietos para todos os lados, depois levantou-se sem dizer uma palavra e veio collocar-se em frente delle.
Então vi uma cousa inolvidavel.
Ião e vinhão com gestos infantis, sorrião-se, balançavão-se, inclinavão-se, saltavão semelhantes a dous velhos manequins postos em movimento por um machinismo meio quebrado, construindo outr’ora por um operario muito habil, segundoo costume do seu tempo.
E olhava para elles, com o coração perturbado por sensações extraordinárias, com a alma commovida por indizivel melancolia. Parecia-me uma apparição lamentável e comica, a sombra antiquada de um seculo.
Tinha vontade de rir e necessidade de chorar.
Durante alguns segundos ficarão em frente um do outro, fazendo caretas espantosas, depois abraçarão-se chorando.
A primeira edição do periódico “Philomathia”, de 1896 apresenta um texto de literatura que narra aspectos relacionados a dança na época, no qual se percebe a visão vigente:
De facto, Dulce nunca havia dansado n’um salão como aquele; era sua estréa. Muitas vezes ensaiou os primeiros passos choreographicos como a ave ensaia o primeiro vôo, porem a dansa propriamente dita ella ignorava. Mas este censura teria razão se a dansa dos tempos hodiernos fosse a arte do gesto como a musica é a arte do ouvido; se conservasse a sua esthetica tão bem definida como a pintura e a poezia; então sim, Dulce não sabia dansar. A dansa que entre os antigos caracterizava as diversas impressões moraes, qualquer commettimento da vida, e que tinha o seu lado util como fosse o desenvolvimento dos musculos, hoje tem perdido todo o ideal artistico, perdido todas as formas do belo; a dansa consiste no praser que tem o homem de se ver nos braços da mulher e a mulher nos breços do homem. Ora, Dulce preenchia como nenhuma este ideal, logo sabia dansar.
Outros textos interessantes publicados ao final do século XIX entre os periódicos do Maranhão:
Uma rapariga gosta da dança, uma mulher gosta da walsa, do mesmo modo que uma ama o amor e outra ama o amante (Pacotilha, edição 174, 1888)
Aos 15 annos a dança é um prazer; aos 25 um pretexto; aos 40 uma fadiga (Pacotilha, edição 175, 1891)
Pelo que temos ouvido dos pregadores evangelicos e dos nossos confessores, o baile, a dança é um embeleco inventado por Asmodeu para laçar as almas, a que a Donzella-christã, não deve ir para não arriscar-se a perder o pudor.... (Gazeta Caxiense, edição 274, 1895)
Um curioso baile
O que não se faz nos Estados-Unidos não se faz em parte alguma.
Ultimamente, em New-York houve um baile de... surdos mudos, no qual reinou a mais franca alegria.
Os pares valsavam e polkavam a valer e nunca perderam o compasso.
Musica, não havia, mas o rithmo era transmitido ao soalho da sala por um bastão e isso era suficiente para que os surdos mudos se animassem e alegremente se entregassem ao prazer da dança.
(Pacotilha, edição 261, 1899).
Anúncios
Entre os anúncios de produtos envolvendo de alguma forma a dança, dois títulos de livro ofertados para venda foram observados durante a pesquisa, conforme Quadro 03:
Quadro 03 – Títulos de livros de dança ofertados em periódicos maranhenses do século XIX,
segundo título, ano de publicação do anúncio, autor e impressor referenciado no anúncio.
Fonte: dados de todas as edições de 161 títulos de documentos produzidos no século XIX no Maranhão,
disponibilizados até novembro de 2013, como parte do acervo de periódicos da Hemeroteca Digital Brasileira.
Constataram-se anúncios para venda de partituras musicais para dança. No ano de 1881 o periódico “A Pacotilha” publica o seguinte anúncio:
O sr. Fernando Pereira da Silva recebeu um bello sortimento de rebuçados-surprezas proprios para fazer o divertimento do Cotillon, dos quaes mandou-nos uma dúzia que agradecemos.
As surpresas são muito chiques e quem gostar da boa dansa deve aproveital-as em quanto não se esgota a venda.
Sociedades de dança
Encontraram-se referências a sociedades ou clubes que ofertavam aulas/ensaios de dança ou bailes. O quadro seguinte mostra a relação destas instituições.
Quadro 04. Sociedades e Clubes sobre os quais publicaram-se textos a respeito de
atividades de dança em periódicos maranhenses do século XIX e anos em que foram citados.
Fonte: dados de todas as edições de 161 títulos de documentos produzidos no século XIX no Maranhão,
disponibilizados até novembro de 2013, como parte do acervo de periódicos da Hemeroteca Digital Brasileira.
Em 1898 a Sociedade Democrata publica uma nota no periódico “O Piaga”, informando que seu nome mudaria para “Jeune Club”.
Espetáculos
Vários espetáculos teatrais contendo números de dança foram observados sendo anunciados nos periódicos estudados. Embora nem sempre o tipo de dança tivesse sido especificado, foi possível constatar: dança da serpentina (1897; 1898 – no “Chronophotographo”); Moulin Ruge (1898 – no “Chronophotographo”); Dança Japoneza (1898 – no “Chronophotographo”); dança de corda (1863, 1878); dança sobre pernas de pau (1844); dança do côco (1866); dança sobre bola (1881).
O “Publicador Maranhense” de 1846, registra a apresentação pela “Sociedade Dramatica” de um drama e uma dança intitulada “A Polka” no “Theatro Particular”.
No ano de 1900 consta, conforme o “Diario do Maranhão”, que teria havido uma tragédia com o ilusionista Balabrega, que há pouco tempo havia estado no Maranhão e trabalhava naquele momento na Paraíba. Quando preparava o reservatório de gás para proceder a iluminação da dança da serpentina, teria ocorrido uma explosão em que algumas pessoas foram feridas e o ilusionista e alguns partícipes, embora encaminhados ao hospital, acabaram falecendo no dia seguinte.
Não foi constatada coincidência entre nomes de professores que anunciaram aulas e dançarinos que se apresentaram em números de dança nos teatros.
Registros de bailes em teatros foram constatados em diferentes ocasiões, inclusive citando o que seria dançado:
BAILES
De Mascaras familiares
NOS SALÕES DO THEATRO
Sabbado 6 e segunda-feira 8 de março.
PROGRAMMA:
Primeiro baile.
1ª. PARTE.
1. – Symphonia, Dueto da opera Rigoletto.
2. Polk Boccacio, por W. Rab.
3. Quadrilha D. Juanita, por L. Rayol.
4. Walsa Mme. Angot, instrumentada por L. Souza.
5. Quadrilha Folia do Carnaval, por Faustino Rabello.
6. Polk, As Mulheres guerreiras, para banda, por L. Souza.
7. Quadrilha Mme. Angot, instrumentada por Leocadio Souza.
Intervallo.
2ª. PARTE
1. Symphonia, Cavatina da Opera Barbeiro de Sevilha, para banda, por L. Souza.
2. Walsa Boccacio, instrumentada por Straus.
3. Quadrilha Mme. PArchiduc, por E. Deranzak.
4. Polk Seus Olhos, por L. Souza instrumentada por E. J. Nazareth.
5. Quadrilha Boccacio, instrumentada por L. Souza.
6. Walsa Ie beau Danube bleu, por Strauss, preparada para banda, por E. J. Nazarth.
7. Quadrilha União Familiar, por Faustino Rabello.
Terminará pelo Grand Galop.
Segundo Baile
1ª.PARTE
1. Symphonia, Pot-pourri, La petite Mariée, preparada por J. Elias Cunha.
2. Polk Arlequim, por Tilliard.
3. Quadrilha Agnes Sorel, por ***
4. Walsa Ma Reine, por Coot Junior, instrumentada por E. J. Nazareth.
5. Quadrilha Delicias do Baile, por Faustino Rabello.
6. Polk O Grulha, por E. J. Nazareth.
7. Quadrilha Miscellanea do Grupo Lyrico, por L. Souza.
Intervallo
2ª. PARTE
1. Symphonica, Cançoneta Buvons sec, preparada por L. Souza.
2. Marzurk Saudades do Mestrinho, instrumentada por L. Souza.
3. Walsa Os homens de gelo, instrumentada por E. J. Nazareth.
4. Quadrilha Os encantos da dança, por Faustino Rabello.
5. Polk Kean, por J. E. da Cunha.
6. Quadrilha Réve d’amour, por ***
7. Walsa Sur la Place, por G. Tilliard.
8. Quadrilha O fim do baile, por Faustino Rabello.
Terminará por GRAND GALOP.
Preço dos bilhetes para os dois bailes:
Bilhetes para famílias. 5$000
Ditos para cavalheiros 3$000
Tanto estes, como os bilhetes de camarotes, notados, podem ser procurados no escriptorio do Diario do Maranhão, até o dia 4.
(Pacotilha, edição 174, ano 1888)
Bailes de mascaras
THEATRO
O ultimo baile do Theatro esteve mais concorrido que o primeiro. Mais animação na dança, maior número de mascarados, mais flores, menos entrudo, para não dizer nenhum, e completa ausencia da gente da policia, o que concorreo sem duvida, para a boa ordem que reinou. A luz, a luz, é que esteve pessima como sempre, graças a Companhia de Gaz
(Pacotilha, edição 53, ano 1892)
O periódico “O Globo”, em edição de 1852 relata sobre um evento cênico ocorrido no “Theatro de S. Carlos”, do qual a dança fez parte:
Deu-se tambem a bella danca. O orphão da aldeia. que não obstante ter ido tantas vezes á scena, foi sempre vista com prazer. A sr.a Monticelli foi vivamente aplaudida no passo a dous com o sr. Cappon, e vin cahir a seus pés grande numero de bouquets. como um justo tributo prestado ao seu distincto mérito artístico.
Em 1854 “O Globo” noticia uma peça teatral na qual há um personagem de nome Policarpo, mestre de dança, interpretado por Ribeiro.
No ano de 1856 o “Publicador Maranhense” publica o seguinte comunicado:
Publicação a pedido.
COMMUNICADO.
ANAÕ. – Ensaiado pelo muito habil compozitor de dança, o sr. José de Vecchy, que tantos applausos mereceu na noite do beneficio do Sr Ribeiro.
Apparecendo no Diario de Pernambuco de 5 do corrente o avizo acima, dando a paternidade da dança do Anão em caricato ao Sr. do Vecchy, não podemos deixar de sair ao prelo para dar um desmentido a assersão de semelhante avizo.
A dança do Anão não é invenção do Sr. de Vecchy, nem tão pouco a musica composição d’elle. A ideia do Anão, e por consequencia a sua invenção, é do nosso amigo o Sr. João Jacinto Ribeiro, que o representou em Lisboa, onde primeiramente foi vista.
Vindo o nosso amigo ao Rio de Janeiro, aqui ensaiou e fez o Anão n’uma representação do Sr. de Vecchy, e foi o mesmo que no seu beneficio em Pernambuco o ensaiou e o executou, já o tendo anteriormente ensaiado e representado em Maranhão.
Bem sabemos que a invenção do Anão pouca é para gloria do nosso amigo, cujo nome é aqui e em Lisbôa conhecido e bem reputado; mas, como reprovamos as usurpações, por isso saímos a declarar pelo prelo esta injusta apropriação, que se deduz da leitura do avizo acima, para dar o seu a seu dono.
A.
Muitos dos anúncios encontrados na pesquisa referiam-se a “dança de pastores”, comumente oferecida como uma apresentação de cunho cênico em residências particulares. São exemplos:
No sabbado 11 do corrente teve logar ante o presepio armado em casa do sr. M. D. Campello, à rua da Paz
(Diario do Maranhão, edição 1630, 1879)
Começou hontem a dança de pastores, em casa do sr. Joaquim Perdigão, á rua dos Afogados.
Agradou muito ás pessoas presentes a graça das interessantes pastorinhas, a melodia de seus cantos e o bom gosto com que está preparado o presepe. (Pacotilha, edição 327, 1884).
Haverá dança de pastores, hoje amanhã, sob a direcção da exm,a sr. a d. Albertina Eulalia Castello Branco, consorte do nosso amigo Francisco Castello Branco e Silva, em a casa do sr. Joaquim Silvestre de Souza e Silva a rua Grande.
As gentis pastorinhas acham-se muito bem ensaiadas, devido ao bom gosto e desvellos da nobre diretora.
(Pacotilha, edição 12, 1893).
PASTORES
A commissão encarregada de distribuir convites às pessoas que vão assistir a dança de pastores em casa do sr. Joaquim Silvestre Souza e Silva, faz sciente para conhecimento d’aqueles que ainda possam ter em seu poder cartões com datas anteriores ao dia 19 do corrente, que não serão validos senão os novamente dados para esse dia e que por signal serão differentes e deverão ser exhibidos ou apresentados à entrada.
(Pacotilha, edição 15, 1893).
Explendida a dança de pastores que tivemos o praser de assistir hontem em casa do sr. Moraes Rego, à rua Grande.
(Pacotilha, edição 306, 1896).
Domingo 14 do corrente, terminou a dança das gentis pastorinhas da casa de d. Maria Graça, á rua de S. Antonio.
(Pacotilha, edição 13, 1900).
Danças
As danças mais citadas foram, na respectiva ordem: Valsa, Quadrilha e Polka. Também ocorreram várias citações de Contradança, Mazurka e Shottish. Algumas vezes citaram-se: Minuete, Fandango, Caxuxa, Lundu, Lanceiros e Bolero. As menos citadas foram: Cancan, Chula, Redowa, Pas de quatre, Zamacueca, Veroviana, Miudinho e Tirana.
Em alguns casos foram constatadas citações específicas fazendo referência a determinadas danças:
Francisco Hilmar, inventor da polka, acaba de fallecer em Braga na idade de 80 annos.
Dizem que vai introduzir a sua dança no ouro mundo.
(Pacotilha, edição 220, 1881)
Quadrilha, dança de comprimentos e saudações em continuidade ao som da musica
(Pacotilha, edição 108, 1888)
Notas d’album:
<<Uma rapariga gosta da dança, uma mulher gosta da walsa, do mesmo modo que uma ama o amor e a outra ama o amante>>
(Pacotilha, edição 174, 1888)
O “Jornal do Comercio”, edição 134 de 1859 traz um texto intitulado “Lapsos de lápis” e em determinado trecho refere-se aos lanceiros:
E demais os lanceiros não é só uma dança da moda, essa quadrilha representa o pensamento dominante do presente seculo: a cortezia, a mezura, o joelho em terra!
Seja como for; o certo é que a nova quadrilha faz furor e que já tem conseguido nos bailes metade do tempo hypothecado a favor das antigas frencezas. E’ uma victoria que a Inglaterra ganha á França [...]
“O Globo” no ano de 1853 registra um texto breve sobre o Fandango:
É uma engraçada e voluptuosa dança hespanhola, a respeito da qual se encontra a seguinte anedota: Magoada a côrte de roma de vêr uma nação tão considerada por seus austeros costumes, e pela pureza de sua fé conservar uma dança tão libidinosa, decidio-se a prohibil-a sob pena de excomunhão. Reune-se para esse fim a inquisição; instaura-se o procésso; vai proferir-se a sentença; quando um dos juízes exclama que è uma vergonha e uma injustiça, condemnar á revelia, e propõe que o accusado se apresente ao tribunal: assim se faz, apparece um dansarino e uma dansarina, hespanhoes, com as suas competentes castanholas; ordenão-lhes que dansem o fandango, o que elles executão com a maior graça e voluptuosidade; os inquisidores riem a principio, depois batem o compasso com pès e mãos, e acabão por dançar também o fandango, que é unanimemente absolvido pelos austeros e imparciaes juizes. (Extrahido.)
Periódicos que compuseram a pesquisa e intervalos de publicações pesquisados - Maranhão.
Periódico |
Anos de publicação disponibilizados pela Hemeroteca Digital Brasileira |
|
1 |
A Agua Benta |
1849 |
2 |
A Alvorada |
1895 |
3 |
A Aurora : folha politica e commercial |
1849 |
4 |
A Brisa : jornal litterario, critico e recreiativo |
1872 |
5 |
A Chronica : jornal politico |
1853 |
6 |
A Cigarra |
1829-1830 |
7 |
A Coalição |
1862 a 1866 |
8 |
A Conciliação |
1856 |
9 |
A Cruzada : diario politico-religioso, litterario, commercial e noticioso |
1890 a 1892 |
10 |
A Epocha : periodico constitucional e politico |
1852 |
11 |
A Eschola |
1891 |
12 |
A Escola : jornal critico e litterario |
1878 a 1902 |
13 |
A Estrella da Tarde : periódico recreativo |
1857 |
14 |
A Estrella Maranhense : jornal instructivo, moral e recreativo |
1859 |
15 |
A Flecha |
1879 a 1880 |
16 |
A Ideia : orgao do Gremio Litterario Maranhense |
1893 |
17 |
A Imprensa |
1857 a 1862 |
18 |
A Malagueta Maranhense |
1844 a 1848 |
19 |
A Marmotinha : jornal joco-serio, litterario e recreativo |
1852 a 1853 |
20 |
A Mocidade : jornal litterario, critico e noticioso |
1875 a 1876 |
21 |
A Naçao |
1809 |
22 |
A Ordem : orgao do commercio e lavoura - Vianna/MA |
1882 |
23 |
A Pacotilha: hebdomadario critico e noticioso |
1880 a 1938 |
24 |
A Republica : jornal official do governo do Estado do Maranhão |
1889 a 1890 |
25 |
A Revista : folha politica e litteraria |
1843 a 1850 |
26 |
A Sentinella da Liberdade |
1849 |
27 |
A Voz do Bacanga |
1848 a 1854 |
28 |
Almanak Administrativo da Provincia do Maranhão |
1869 a 1875 |
29 |
Almanak Administrativo da Provincia do Maranhão |
1858 a 1868 |
30 |
Almanak do Povo |
1867 a 1868 |
31 |
Almanak Historico de Lembranças Brasileiras |
1862 a 1868 |
32 |
Annuario da Aug. e Resp. Loj. Cap. Estrella do Oriente |
1875 a 1879 |
33 |
Brado de Caxias : throno e liberdade - Caixias/MA |
1846 |
34 |
Carapuça Orgao de Todas as Classes |
1884 |
35 |
Chronica Maranhese |
1838 a 1841 |
36 |
Civilisação |
1881 a 1890 |
37 |
Clarim da Monarchia |
1861 a 1862 |
38 |
Commercio de Caxias |
1879 |
39 |
Constitucional |
1872 |
40 |
Correio D'annuncios e Semanario Commercial do Maranhão |
1845 a 1851 |
41 |
Correio Maranhense |
1842 |
42 |
Correio Semanal do Maranhão |
1834 |
43 |
Cruzeiro |
1884 a 1885 |
44 |
Defesa que apresenta ao publico o Coronel Isidoro J. Pereira |
1843 |
45 |
Diario do Maranhão |
1878 a 1882 |
46 |
Diário do Maranhão |
1855 a 1911 |
47 |
A situação: jornal politico |
1866-1870 |
48 |
A Uniao Postal: orgao Philatelico e noticioso |
1893 |
49 |
Echo da Juventude |
1864-1865 |
50 |
Echo do Norte |
1834-1836 |
51 |
Echo Liberal |
1884 |
52 |
Exposição Evangelica |
1865-1866 |
53 |
Farol Mranhense |
1827-1831 |
54 |
Gazeta Caxiense |
1893-1895 |
55 |
Gazeta de Noticias: dedicado aos interesses do commercio, lavoura e industria |
1883 |
56 |
Gazeta Extraordinaria do Governo da Provincia do Maranhão |
1823 |
57 |
Jornal Caxiense |
1846 |
58 |
Jornal da Lavoura: órgão especial da lavoura do Maranhão |
1875-1876 |
59 |
Jornal de Caxias |
1895-1900 |
60 |
Jornal Timon |
1852-1858 |
61 |
Jornal do Comercio |
1858 |
62 |
Jornal Maranhense |
1841 |
63 |
Minerva: folha politica, litteraria e commercial |
1828-1829 |
64 |
Monitor |
1870-1871 |
65 |
Movimento Medico |
1876 |
66 |
Museo Maranhense |
1842 |
67 |
O Abelhudo: folha dos curiosos |
1898-1899 |
68 |
O Abolicionista |
1885 |
69 |
O Amigo do Homem |
1827 |
70 |
O Archivo: jornal scientifico e litterario |
1846 |
71 |
O Argos |
1897 |
72 |
O Argos da Lei |
1825 |
73 |
O Argos Maranhense: periódico liberal |
1851-1852 |
74 |
O Arre e Irra |
1846 |
75 |
O Artista |
1862-1869 |
76 |
O Artista Caxiense |
1891 |
77 |
O Bemtevi Caxiense |
1849 |
78 |
O Bemtevi Maranhense |
1847 |
79 |
O Brado Maranhense |
1846 |
80 |
O Brasileiro |
1830-1832 |
81 |
O Cacete |
1846 |
82 |
O Censor |
1825-1830 |
83 |
O Christianismo: semanario religioso |
1854-1855 |
84 |
A chrysalida |
1884 |
85 |
O Commercio |
1861 |
86 |
O Commercio de Caxias |
1877 |
87 |
O Conciliador: jornal politico, litterario e commercial |
1853 |
88 |
O Conciliador do Maranhão |
1821-1823 |
89 |
O Conservador: Folha politica e industrial |
1858-1862 |
90 |
O Constitucional: folha politica, litteraria e commercial |
1851-1857 |
91 |
O Correio Caxiense |
1854 |
92 |
O Democrata |
1878-1900 |
93 |
O Despertador: jornal politico e litterario |
1852-1854 |
94 |
O Despertador Constitucional |
1828 |
95 |
O Despertador Maranhense |
1839 |
96 |
O Domingo |
1872-1874 |
97 |
O Echo: jornal critico e noticioso |
1886 |
98 |
O Echo Caxiense |
1851 |
99 |
O Echo da Verdade |
1860 |
100 |
O Ensaio |
1890 |
101 |
O Estandarte |
1853-1856 |
102 |
O Estudante: jornal litterario e critico |
1870 |
103 |
O Farol: folha politica e commercial |
1850 |
104 |
O Globo |
1852-1890 |
105 |
O Guajajara |
1840 |
106 |
O Homem do Povo |
1847 |
107 |
O Imparcial |
1899 |
108 |
O Investigador Constitucional |
1836 |
109 |
O Investigador Maranhense |
1836 |
110 |
O Jardim das Maranhenses |
1861-1862 |
111 |
O Jardim das Maranhenses |
1861-1862 |
112 |
O Jardim das Maranhenses |
1861-1862 |
113 |
O Jornal dos Annuncios |
1831 |
114 |
O Legalista |
1840 |
115 |
O Liberal |
1870-1887 |
116 |
O Luzia |
1849 |
117 |
O Malho |
1880-1881 |
118 |
O Militar |
1839 |
119 |
O Monarchista |
1841 |
120 |
O Nacional |
1890 |
121 |
O Novo Brazil: orgao republicano |
1888-1889 |
122 |
O Novo Pharol |
1852 |
123 |
O Observador |
1847-1861 |
124 |
O Observador: órgão dos interesses públicos |
1882 |
125 |
O Operário |
1892-1894 |
126 |
O Paiz: jornal catholico, litterario, commercial e noticioso |
1863-1889 |
127 |
O Pensador: orgao dos interesses da sociedade moderna |
1880-1881 |
128 |
O Piaga: Periodico Litterario, Commercial e Noticioso |
1898-1899 |
129 |
O Poraque |
1829 |
130 |
O Porto-franco |
1849 |
131 |
O Porvir: orgao da classe estudantal |
1895 |
132 |
O Progresso: jornal politico, litterario e commercial |
1847-1853 |
133 |
O Publicador Official |
1831-1841 |
134 |
O Publicola Brasileiro |
1834 |
135 |
O Pugnador: periodico dedicado a defesa da politica conservadora |
1859 |
136 |
O Ramalhete: jornal litterario recreativo |
1863-1894 |
137 |
O Recreio dos Maranhenses |
1839 |
138 |
O Rondante Politico |
1832 |
139 |
O Salvador da Liberdade |
1849 |
140 |
O Seculo: periodico litterario, crítico e recreativo |
1858-1861 |
141 |
O Semanario Official |
1830-1831 |
142 |
O Sorriso: periodico critico, litterario e recreativo |
1885 |
143 |
O Telegrapho |
1876-1887 |
144 |
O Tempo |
1880-1881 |
145 |
O Tigre de Caxias |
1846 |
146 |
O Timbyra |
1849 |
147 |
O Tribuno |
1881-1885 |
148 |
O Unitario |
1846 |
149 |
O Universal |
1852 |
150 |
O Verdadeiro Patriota |
1848 |
151 |
O Volcão |
1849 |
152 |
Ordem e Progresso: jornal politico conservador |
1860-1862 |
153 |
Philomathia: revista artistica, scientifica e philosophica |
1895-1896 |
154 |
Porto Livre: jornal politico, commercial e noticioso |
1861-1865 |
155 |
Publicador Maranhense: folha official, politica, litteraria e commercial |
1842-1885 |
156 |
Relatorios dos Presidentes dos Estados Brasileiros: Primeira Republica |
1890-1900 |
157 |
Revista de Instrucção e Educação |
1877-1878 |
158 |
Revista Juvenil: jornal litterario, critico e noticioso |
1876-1877 |
159 |
Semanario Maranhense |
1867-1868 |
160 |
Supplemento ao Dissidente |
1843 |
161 |
Vinte e Oito de Julho |
1870-1892 |
Fonte: Acervo de periódicos da Hemeroteca Digital Brasileira registrados como produzidos no Maranhão do século XIX
Conclusões
Esta pesquisa permitiu a reunião de informações desconhecidas da literatura atual sobre Dança de Salão que permitem perceber, no Maranhão do século XIX, costumes sociais incluindo a prática e o ensino das Danças de Baile já com a Dança de Salão. A Valsa, a primeira Dança de Salão, Quadrilha e a Polka, foram as danças constatadas mais vezes entre as Danças de Baile do século XIX no Maranhão.
A pesquisa mostra uma sociedade maranhense já intensamente permeada pela prática e pelo ensino das Danças de Baile no século XIX. Haviam sociedades de dança que promoviam bailes, ensaios e aulas; colégios ofertavam aulas de dança na educação formal; professores ofereciam aulas particulares; produtos para dança eram anunciados nos periódicos; a dança figurava na literatura; peças teatrais com números de dança eram divulgadas e ainda foram identificados 15 nomes de professores de dança.
A pesquisa sobre as Danças de Baile do século XIX demanda aprofundamentos em documentos produzidos nas épocas estudadas.
Referências bibliográficas citadas
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Julio de 2014 |