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Ginástica como método de inclusão nas aulas de Educação Física

La gimnasia como método de inclusión en las clases de Educación Física

 

*Discentes do Curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira

** Orientadora. Docente do Curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira

Gestão da Área de Desporto e Reabilitação e Biomédica

Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO

Alessandro Almeida Machado*

Kelsen Klayton Ataídes Silva*

Simone Porfirio Teixeira*

Samanta Garcia**

gyn.alessandro@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A ginástica vem abarcar uma infinidade de práticas corporais, com ou sem material, tendo em comum a “arte de exercitar o corpo”. Deve ser problematizado nas aulas de educação física, tanto no ambiente formal como no informal, possibilitando o desenvolvimento com grupos mistos com desempenho de habilidades. Contudo, o presente trabalho de revisão bibliográfica tem como objetivo o resgate desta tão importante ferramenta educacional, desenvolvendo assim uma proposta da aplicação da ginástica dentro do contexto das aulas de educação física, contribuindo desta forma para o fortalecimento da afetividade e da socialização entre alunos de uma forma geral, tendo como norteadora, a prática da inclusão.

          Unitermos: Educação Física. Ginástica. Inclusão.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A ginástica é um termo amplo que pode abarcar uma infinidade de práticas corporais, que incluem desde as atividades físicas, com ou sem material, praticadas informalmente, sem sistematização, até os exercícios físicos, praticados regularmente e de forma sistemática, com controle de intensidade, duração, e intervalo, como a caminhada, as corridas e a musculação. Todas as ginásticas têm em comum a “arte de exercitar o corpo”.

    A ginástica é, portanto, um conhecimento identificador da área da Educação Física, devendo ser problematizado no currículo tanto na sua fase inicial de educação infantil quanto na sua fase final de ensino médio, além, também no ambiente informal. Ela possibilita o desenvolvimento de trabalhos com grupos mistos, homogêneos ou heterogêneos, em termos de desempenho e habilidades.

    O estudo e a vivência da ginástica envolvem o conhecimento sobre as diversas formas de exercitar e conhecer o próprio corpo. Por isso, consideramos a ginástica uma prática cultural, legítima de ser problematizada e vivenciada nas aulas de Educação Física.

    Sendo assim, este é um estudo de revisão bibliográfica e tem como objetivo mostrar diversos caminhos que o profissional de Educação Física poderá tomar para que o eixo temático da ginástica seja resgatado dentro do contexto das aulas de Educação Física.

2.     Referencial teórico

2.1.     Ginástica

    A denominação Ginástica remonta de épocas anteriores ao século passado. Sua origem etimológica vem do grego: gymnastiké - "Arte ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade" (grifo meu) e gímnós - "nu, despido" (Ferreira, 1986, p. 850). Em suas primeiras sistematizações na sociedade ocidental européia, o termo Ginástica englobava uma enorme gama de práticas corporais, tais como: jogos populares e da nobreza, acrobacias, saltos, corridas, exercícios militares de preparação para a guerra, esgrima, equitação, danças e canto (Soares, 1998, p.20).

    A Ginástica entendida por Ramos (1982:15) como a prática do exercício físico "vem da Pré-história, afirma-se na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamenta-se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade Contemporânea".

    Ayoub (2003) nos diz que a ginástica nas aulas de Educação Física escolar está praticamente extinta, devido a uma série de fatores que dificultam o desenvolvimento desta, entre os quais a ausência de conhecimento do professor sobre esse tema. Sendo assim, é necessário buscar saídas para reverter esse processo, já que, como parte integrante do conjunto de conteúdos, caracteriza-se como um conhecimento de importância indiscutível e que não pode ser simplesmente abandonado na instituição escolar

    Assim em uma proposta de ginástica que garantiria o acesso à cultura corporal de movimentos se faz necessária nas escola.

    Bertoline et al (2005) ressaltam que devido as suas características principais, a ginástica geral (ginástica para todos), apresenta-se como sendo a ideal para o trabalho com a ginástica na escola. Esta tem como características: a fusão de todos os fundamentos dos mais variados tipos de ginásticas, do teatro, da dança, da capoeira, dos elementos circenses e de outros elementos da cultura corporal, com ou sem utilização de materiais. Pode se dar a partir dos saberes inscritos na cultura popular, nos saberes filosóficos, nos saberes artísticos e também nos saberes científicos. Além do mais, deve permitir a participação de todos e o respeito aos limites individuais e coletivos.

    A Ginástica Geral é uma atividade gímnica (relativa à Ginástica), proposta, orientada e difundida pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). Está condicionada aos fundamentos da Ginástica, podendo ser considerada como um fenômeno cultural, por apresentar características de cada povo, respeitando suas tradições. (Souza, 1997).

    A GG pode proporcionar além do divertimento e da satisfação provocada pela própria atividade o desenvolvimento da criatividade, da ludicidade e da participação, a apreensão dos alunos das inúmeras interpretações da ginástica, a busca de novos significados e possibilidades de expressão gímnica (AYOUB, 2003)

2.2.     Inclusão

    A perspectiva biomédica também influenciou os modelos educativos na escola e reforçou o diagnóstico, bem como as características patológicas com um caráter determinista e irreversível, aspectos que contribuíram para o isolamento e para a tentativa de padronização dos grupos classe de uma escola (PADILHA, 2001).

    Padilha (2001) explica que tal conhecimento acaba por entravar o processo de inclusão escolar de crianças com necessidades especiais, cujas repercussões vão desde o ingresso da criança na escola até os conceitos antigos acerca da avaliação e da aprendizagem que seguem o diagnóstico biomédico. A autora avalia que mudanças conceituais, atitudinais e procedimentais para reverter o modelo cultural não são fáceis, nem mesmo rápidas, mas pelo contrário, é um processo lento que requer a qualificação e reestruturação do pensamento dos atores sociais.

    O problema da inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais na educação física é antigo e configura-se desde sua origem quando esteve ligado às questões políticas vigentes em cada período da história. Bracht e Cols (2003) explica que a educação física no Brasil esteve voltada para formar indivíduos “fortes” e “saudáveis”, fatores indispensáveis no processo de desenvolvimento do país no final do século XIX e início do século XX. Santin (2001) ressalta que a educação física está a serviço dos corpos saudáveis, é deles, portanto, o espaço permitido para a prática da educação física.

    Mesmo as perspectivas atuais acerca do fenômeno da inclusão na educação física demonstram fragilidade de proposições para essa finalidade. Sinalizam francamente que há elementos mais voltados para essa questão, porém ainda debilitados em uma ação que se caracteriza por apresentar experimentos nessa área (PCN, 1998; DUARTE, 2003; FRUG, 2004).

3.     Metodologia

    Este estudo se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica, destinada a esclarecer conceitos e idéias quando delimitamos o enfoque principal, a saber: Ginástica e inclusão. No embasamento teórico utilizamos para busca, os termos: Ginástica e Inclusão. Em artigos científicos publicados em revistas eletrônicas e sites de buscas: EFDeportes.com; Google Acadêmico, Revista Movimento, além de obras clássicas da área.

4.     Considerações finais

    O referencial teórico do ensino da ginástica é repleto de exemplos de experiências com o intuito de indicar formas de trabalho, além de apresentar uma base científica mostrando que a ginástica serviu de via de acesso para inclusão social durante as aulas de educação física. Entre os conhecimentos que integram a educação física encontra-se o eixo temático da ginástica, que quando desenvolvida durante as aulas de educação física escolar essa prática propicia condições de aprendizado e ampliação motora a partir do mundo de movimento. Isto promove uma autonomia por meio de uma ação reflexiva e significativa em estreita relação com o cotidiano.

    A ginástica como forma de inclusão deve ser trabalhada para melhorar a qualidade de vida de todos os envolvidos, sejam elas crianças, adolescentes, adultos, idosos, tendo ou não limitações. O Profissional de Educação Física deve conhecer seus clientes, tendo noção de seus limites e descobrindo as possibilidades dos alunos, tendo como objetivo o desenvolvimento desses nos aspectos cognitivo, afetivo-social e motor.

    Resende (2008) enfatiza que a importância da Educação Física para o processo de formação global do homem vêm travando uma luta histórica que, até a década de setenta, se dava no sentido de introduzir e fazer cumprir de fato a obrigatoriedade dessa atividade no âmbito escolar.

    Lorenzini (2008) enfatiza que no Renascimento, a atividade corporal passou a ser uma parte importante da Educação, para um dado segmento social, com programas de exercícios de equitação, corridas, saltos, esgrima, jogos com bolas, os quais eram praticados pêlos alunos, todos os dias ao ar livre e sem limite de tempo. Este período retomou os ideais clássicos da antigüidade ressignificando a ginástica, a qual passou a ser compreendida como exercícios físicos em geral tais como corridas, lançamentos saltos, lutas, denominados de exercícios atléticos ou desportos. O período renascentista foi caracterizado como sendo uma sociedade de transição entre o Feudalismo e o moderno Capitalismo marcado por tentativas de organização comunitária, destacando-se o Humanismo na concepção de dignidade e valor de vida humana na terra. Favoreceu as trocas de mercadorias em feiras, com destaque para festas de rua, as quais marcaram o início da decadência do auge da escravidão no sentido da servidão do servo.

    Diante desse estudo de revisão literária representou para o grupo uma oportunidade de aprofundamento dos conhecimentos da ginástica dentro das aulas de educação física, proporcionando uma visão crítica com relação à formação do profissional de educação física, mostrando uma nova perspectiva que o mesmo possa ter com relação do conteúdo ginástica em suas aulas, sendo a ginástica um instrumento de desenvolvimento psicomotor, afetivo e cognitivo, proporcionando um prazer para os alunos por ser uma atividade que promove uma interação e gera estímulos para seus praticantes trazendo uma alegria motivando o aluno a uma criatividade tornando esta atividade prazerosa. As experiências com ginástica mostraram que para a execução não necessitamos de materiais específicos, embora é exigido um conhecimento por parte dos profissionais que lidam com esse conteúdo dentro da educação física na escola, criando novos recursos, para que se possa atender da melhor maneira possível às necessidades especiais de todos os alunos.

Referências

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