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Avaliação física de idosas ativas participantes da

FINATI, Faculdade Integrada da Terceira Idade

Evaluación física de mujeres mayores activas participantes de FINATI, Facultad Integrada de la Tercera Edad

 

*Aluna da graduação Faculdade AGES

**Prof. Orientadora. Doutoranda na Faculdade de Motricidade Humana, Lisboa

(Brasil)

Josefa Edilza Nascimento dos Reis*

Marlene de Carvalho*

Ana Carla dos Santos*

Queila Bispo Andrade*

Priscila Ellen Pinto Marconcin**

pri_edf@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Com o aumento do envelhecimento humano, crescem as preocupações para manter a longevidade atrelada com a qualidade de vida e o bem estar. É fundamental para a pessoa que envelhece saber cuidar-se, ter uma preocupação para com a sua saúde, pois dessa forma, teria um envelhecimento mais saudável. Com isso, programas que ofertam atividade física sistematizada para pessoas idosas têm crescido substancialmente no cenário nacional. A prática de atividade física traz inúmeros benefícios para quem envelhece, contudo é preciso o acompanhamento de um profissional para que esta tenha melhores resultados. Assim, é fundamental o acompanhamento através da avaliação física periódica, para que se possa identificar o grupo em que se trabalha, delimitar seus objetivos e acompanhar seus ganhos. Dessa forma, o objetivo deste estudo é avaliar a funcionalidade de idosas que freqüentam o programa FINATI (Faculdade Integrada da Terceira Idade), por meio da bateria de testes Senior Fitness Test, proposta por Rikli e Jones (2011). A bateria é composta por 7 testes, sendo que na presente pesquisa foram realizados 6 testes: alcançar nas costas, sentar e alcançar, flexão de antebraço, levantar e sentar, ir e vir e caminhada de 6 minutos. A metodologia da pesquisa foca-se em um estudo de caráter quantitativo, descritivo, com a análise das médias e desvio padrão dos respectivos testes. A amostra constituiu-se de 35 idosas, todas do sexo feminino, com idades entre 60 e 78 anos e média 66,36 anos. O resultado do estudo referente ao teste alcançar nas costas, que avalia a flexibilidade dos membros superiores, foi de -8,81 ± 7,91, sendo considerado na média, outros dois testes também apresentaram valores dentro da média esperada para o grupo, são eles, sentar e alcançar com 0,18 ± 7,84 e caminhada de 6 minutos, com 520,19 ± 51,88, que avaliam, respectivamente, flexibilidade de membros inferiores e resistência aeróbica. Para dois testes o grupo apresentou valores acima da média, flexão de antebraço (20,11 ± 2,73) e levantar e sentar (15,33 ± 1,89), ambos avaliam a força, o primeiro de membros superiores e o segundo de membros inferiores. E apenas em um teste, ir e vir, que avalia a agilidade as idosas apresentaram valores inferiores a média esperada (5,65 ±0,76). Com isso, é possível concluir que a prática de atividade física sistematizada tem-se mostrado eficiente para melhorar a funcionalidade das idosas, sendo assim, considerada uma prática que visa à melhoria na saúde dos indivíduos.

          Unitermos: Envelhecimento. Atividade física. Avaliação física.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Em pleno século XXI, ainda nos deparamos com o preconceito da sociedade em relação aos idosos. Em um mundo cada vez mais produtivo a perda gradativa da funcionalidade vem se tornando um pesadelo para a população idosa, grupo esse que vem crescendo muito tanto no nosso país como no mundo. Segundo dados do IBGE (Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística) a população idosa no Brasil com 60 anos ou mais chega a 11,3 % da população e com 65 anos ou mais a 7,8%, mostrando que a sociedade precisa se preparar para proporcionar uma melhor qualidade de vida a estes idosos, tanto na saúde física, como também social e psicológica.

    A prática de atividade física é um fator primordial para a melhoria da saúde de qualquer pessoa e assim também dos idosos. Sendo que, em muitos casos a população idosa não tem um conhecimento aprofundado da importância da prática diária de exercício físico ou espaço adequado e orientação para a prática de tal.

    Nesse sentido, pode se dizer ainda que a prática constante de exercício físico ajuda a diminuir as degenerações físicas das idosas que começam a aparecer naturalmente no decorrer da idade e melhora a coordenação motora bem como a funcionalidade das atividades diárias tornando-as mais autônomas.

    Em meio aos benefícios da prática de exercício físico é notório perceber a importância que ela trás para a vida do sujeito. Entretanto, a falta da prática ocasiona várias patologias tais como: Colesterol, diabetes, hipertensão, obesidade entre outros. Desta maneira percebe-se que “[...] os efeitos benéficos do exercício físico sobre a hipertensão arterial, a resistência a insulina, o diabetes, a dislipidemia e a obesidade.” (GUIMARÃES, CIOLAC; 2004).

    É importante lembrar que, além dos benefícios que os exercícios físicos trazem para a saúde das idosas, nota-se ainda as vantagens que o mesmo oferece para o lazer dessa população. Tendo em vista que as políticas públicas de lazer para as idosas não tem um investimento voltado para a prática de tal. Assim pode se dizer que “o lazer é valorizado pela população, ainda que isso não seja verbalizado por uma série de motivos. Tem importância na vida e na qualidade de vida das pessoas.” (MARCELLINO,2008 p.25).

    A conscientização por uma prática de atividade regular orientada por um profissional de Educação Física é de extrema importância para se envelhecer com qualidade, visto que os efeitos benéficos são notórios, pois quando se proporciona qualidade de vida às pessoas, minimiza-se significativamente o aparecimento de problemas físicos, sociais e psicológicos gerados pelo processo de envelhecimento.

    Além de todos os benefícios do exercício físico para a saúde física das idosas, outro fator de grande relevância é que esta prática ajuda no relacionamento delas com a sociedade por se sentirem mais úteis, independentes ou pelo menos terem a sua autonomia, de tomar decisões nas coisas práticas do dia-a-dia refletindo no relacionamento afetivo e social, não só de parentes e do cônjuge, mas também dos amigos que já têm e os conquistados com a prática de exercício físico principalmente se esta consegue ser praticada ao ar livre, se houver a disponibilidade de políticas públicas para tal.

    A prática do exercício físico tem que ser objetivada por algum motivo, seja ele qual for, vai depender de quem o pratique. Logo então, nota-se a importância de um acompanhamento adequado por uma profissional qualificado, para assim então ajudar adequadamente a pessoa à qual esteja fazendo determinado exercício a alcançar seu objetivo. Não esquecendo que para dar garantia de um bom desenvolvimento da prática dos exercícios, além de ter o acompanhamento de um profissional na área, torna-se necessária a execução de uma avaliação física. Esta é uma maneira que o individuo tem de saber depois de ter sido avaliado, suas condições para a prática dos exercícios, suas limitações e potencialidades, bem como, a avaliação feita periodicamente consegue quantificar os ganhos promovidos pela atividade, serve assim como parâmetro para o planejamento das aulas.

    Sempre ao iniciar qualquer seqüência de exercício físico, é necessário que se faça uma avaliação física, pois além de ser um acompanhamento para o professor sobre a evolução do indivíduo é um incentivo para que o idoso possa ver e compreender suas melhoras físicas em termos reais.

    Dentre muitas baterias de teste que podem ser utilizadas, a escolhida para avaliação física das participantes da FINATI foi a bateria Sênior Fitness Test proposta por RIKLI E JONES (1997), por ser uma bateria validada, já aplicada, com um baixo custo para sua aplicabilidade e se encaixam com os objetivos propostos para este estudo, que é uma avaliação funcional em idosos. A bateria Sênior Fitness Test é composta por teste de força, agilidade, equilíbrio, resistência e flexibilidade; nos quais avalia a capacidade funcional dos idosos e sua autonomia. Segundo MARINS, GIANNICHI (2003), um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau de certas qualidades ou condições que formam a base para a tomada de decisões. Na realidade, na nossa vida diária nós estamos constantemente testando ou coletando informações, ou seja, mesmo sem saber estamos constantemente testando nossa capacidade de realizar as atividades diárias.

    Os testes da bateria citada são compostos pela seguinte seqüência: Alcançar nas costas, que tem o objetivo de avaliar a flexibilidade dos membros superiores; Sentar e alcançar que tem por objetivo avaliar a flexibilidade dos membros inferiores; Flexão de antebraço que avalia a força e a resistência dos membros superiores; levantar e sentar que avalia a força e resistência dos membros inferiores; ir e vim que avalia a mobilidade física, velocidade, agilidade e equilíbrio dinâmico e por fim a marcha de 6 minutos que tem por objetivo avaliar a resistência aeróbica.

    Partindo do pressuposto de que a avaliação física é de extrema importância para qualquer prática de exercício físico, tanto para idosos quanto para pessoas de qualquer faixa etária, o papel do educador físico se faz necessário para a realização desta avaliação, pois ele é o profissional habilitado e capacitado para tal.

    “Os objetivos das medidas e avaliação nem sempre são claramente entendidos. Algumas vezes há um engano como, por exemplo, pensar que a avaliação é o ato final do julgamento, em vez de ser um meio para se observar o progresso. Ela é o processo que pode servir para muitos objetivos [...]” (MARINS, GIANNICHI, 2003, Pg.22)

    Portanto, a avaliação não é o ato final de um objetivo a ser alcançado, mas um caminho para se observar se os objetivos estão sendo alcançados e o progresso que o indivíduo está alcançando, ou seja, avaliação é um ato norteador tanto para o educador físico quanto para seu aluno/cliente.

    Sendo assim, o objetivo do presente artigo é analisar a funcionalidade das idosas participantes da FINATI através da bateria de testes “Sênior Fitness Test”.

Metodologia

    O presente estudo constitui uma análise qualitativa descritiva. A amostra foi constituída de 35 idosas, todas do sexo feminino, residentes na cidade de Paripiranga- Bahia e participantes da Faculdade Integrada da Terceira Idade-FINATI, que se enquadra na categoria de projeto de extensão universitária da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – AGES, situada na cidade de Paripiranga, nordeste do estado da Bahia.

    Os critérios para a participação no estudo foram: Serem participantes assíduos da FINATI, e, portanto praticantes regulares de exercício físico, serem idosas com idade igual ou superior a 60 anos, terem participado da bateria de teste da Sênior fitness test, realizado no dia --- de março de 2013, na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais - AGES.

    Atenderam aos critérios 35 idosos que constituíram a amostra do estudo.

    Na tabela abaixo segue as características da amostra.

Tabela 1. Descrição da amostra do estudo 1.

Fonte: Elaboração das autoras, 2013

    Como mostrado na tabela acima foram avaliadas 35 idosas com idade entre 60 e 78 anos ± 9,15. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS em 2012) é considerado idoso o indivíduo com 65 anos ou mais para países desenvolvidos e com 60 anos ou mais para países em desenvolvimento. O instrumento para coleta dos dados foi a bateria Senior Fitness Test proposta pelas autoras Rikli e Jones (2001), composta pelos seguintes testes: levantar e sentar na cadeira, flexão de antebraço, sentar e alcançar, caminhar 2,44 metros e voltar a sentar e caminhada de 6 minutos.

    Os dados do estudo foram analisados com o auxílio do programa de computador Microsoft Office Excel 2007, com a análise estatística descritiva básica, apresentando valores de média, desvio padrão e valores máximos e mínimos de cada componente analisado.

Análise e discussão dos dados

    Os resultados do presente estudo, serão apresentados na tabela abaixo:

    Para o teste alcançar nas costas, as idosas obtiveram média de -6,25±9,05, sendo este valor considerado na média adequada para a faixa etária da população investigada. O teste mensura a flexibilidade do hemisfério superior, tal valência física é fundamental para a manutenção da autonomia de pessoas idosas, pois está diretamente associada a tarefas simples da vida diária. Spirduso (2004) afirma que as modificações relacionadas com o envelhecimento sobre o sistema musculoesquelético constituem uma fonte de preocupação para os idosos. Portanto, é fundamental que essas pessoas mantenham-se ativas pelo maior tempo possível. Já no estudo feito por Poss. mostram que a flexibilidade muscular e a densidade mineral óssea também podem apresentar-se diminuídas devido ao processo de envelhecimento biológico e/ou fatores a ele associados, como por exemplo, piores condições de vida, má alimentação e falta de atividade física (POSS, 1992). Dessa maneira se percebe uma melhora no padrão corporal das idosas , sendo que a pratica ajuda na flexibilidade das mesmas comprovado nos testes.

    No teste de flexão de antebraço, as idosas obtiveram uma média de 15,83 4,174, sendo este resultado considerado acima da média para o grupo em estudo, esse teste avalia a força dos membros superiores. Foi realizado ainda o teste levantar e sentar, nesse a média obtida foi de 14,33 3,125, o mesmo, também avalia a força, mas dessa vez dos membros inferiores tendo em vista que o resultado alcançado é considerado acima da média para as idosas. Fleck e Kraemer (1999) relatam que, a força é uma das mais importantes valência física. A fraqueza dos músculos pode avançar até que uma pessoa idosa não possa realizar mais as atividades comuns da vida diária, tais como tarefas domésticas de levantar-se de uma cadeira, varrer o chão ou jogar o lixo fora. “[...] A redução mais intensa de força ocorre nos músculos flexores do antebraço e nos músculos que mantém o corpo ereto.”(SIMÃO, BAIA, TROTTA). Logo, é importante manter a força conforme envelhecemos, porque ela é vital para a saúde, para a capacidade funcional e para a vida independente. Pois sabe- se que, “a perda da força e da massa muscular predispõe os idosos a uma limitação funcional, sendo este um fator predisponente para muitos dos processos patológicos associados ao aumento da mobilidade e mortalidade.” (CARVALHO et al, 2004)

    Para o teste de caminhada de 6 minutos, que avalia a capacidade aeróbica das idosas, elas ficaram dentro da média para esta idade, sendo os resultados 520, 19 ± 51,88, concluindo-se que os exercícios físicos que elas realizam melhoram consideravelmente esta valência física tão importante para a vida delas , para que as mesmas possam realizar tarefas do dia-a-dia sem maiores dificuldades.

    O único teste em que elas ficaram abaixo da média esperada para a idade delas foi o teste de ir e vir, que avalia a agilidade dos membros inferiores, ficando com um resultado de 5,65 ± 0,76, segundo FERREIRA, GOBBI (2003) a agilidade pode ser observada nos segmentos corporais isoladamente, ou no corpo como um todo. Ambas são fundamentais para a manutenção da qualidade de vida dos indivíduos na terceira idade. Ainda faz-se necessário trabalhos que melhorem estes resultados, tendo em vista que para a idade delas, elas se mantiveram na média em grande maioria dos testes pode –se concluir que o trabalho realizado com estas idosas na FINATI tem dado grande resultado e que os exercícios físicos sistematizados melhoram as capacidades físicas delas de forma substancial, intervindo na qualidade de vida das mesmas .

Conclusão

    Neste sentido, conclui-se que a velhice é um fato inevitável presente na vida de todas as pessoas tendo em vista que para se obter uma velhice bem sucedida é necessário que o individuo conviva de maneira ativa, ou seja, pessoas que possam viver com autonomia para exercer suas próprias atividades diárias, sendo que para isso, faz-se necessário a pratica constante e sistematizada de exercícios físicos que ajudem na melhoria da saúde, física e mental.

    Para tanto, é fundamental a presença de profissionais capacitados para que se tenha um controle dos objetivos necessários para o individuo. Pois não basta fazer exercícios por fazer, tem que ter objetivos específicos, para que se almeje os resultados adequados para cada pessoa. Com a sistematização de exercícios e acompanhamento de um bom profissional, o individuo aumenta a sua expectativa de vida, melhorando ativamente sua saúde física e mental.

Referências

  • CARVALHO, J. et al. Força Muscular em Idosos I- Será o treino generalizado suficientemente intenso para promover o aumento da força muscular em idosas de ambos os sexos? Revista portuguesa de ciências do desporto, 2004 vol. 4 nº 1 [51-57].

  • CIOLAC, E. M.; GUIMARÃES, G. V. Exercício Físico e Síndrome Metabólica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, 2004.

  • FERREIRA, M.S.; GOBBI, S. Agilidade geral e agilidade de membros superiores em mulheres de terceira Idade treinadas e não treinadas. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. 2003.

  • FLECK, S.J.; FRAEMER, W.J. Fundamentos do Treino de Força Muscular. Artmed. 2° edição. 1999.

  • MARCELLINO, Nelson C. Políticas públicas de lazer. Campinas, SP: Editora alínea, 2008.

  • MARINS, João C. B.; GIANNICHI, R. S. Avaliação e prescrição de atividade física: Guia prático – 3. Ed. – Rio de Janeiro: Shape, 2003.

  • POSS, R. (1992). Natural factors that affect the shape and strength of the aging human femur. Clinical Orthopaedics, 274, 194-201.

  • RIKLI, R. E.; JONES, C. J. Assessing physical performance in independent older adults: issues and guidelines. Journal of Aging and Physical activity, 5: 244-261, 1997.

  • SPIRDUSO, Wannen Wyrick. Dimensões físicas do envelhecimento. Barueri, SP : Manole, 2005.

  • SIMÃO, Roberto; BAIA, Sérgio; TROTTA, Marcos. Treinamento de Força Para Idosos. [s. l.: s. ed.] [s.d.].

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