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Atividade multicomponente na capacidade funcional de idosos

Actividad multicomponente en la capacidad funcional de las personas mayores

Multicomponent activity in functional capacity of elderly

 

*Educadora Física e Fisioterapeuta 
Mestranda Saúde Coletiva - Unesp Botucatu (Bolsista Capes)

Docente Faculdade Anhanguera Bauru

Equipe School Health Brasil

Fábio Alan Diniz de Castro

Maira Cury Monteiro*

mairacm@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Durante o processo do envelhecimento mudanças fisiológicas ocorrem no organismo e contribuem para declínio de funções e o estilo de vida que o indivíduo leva acelera ou diminui esse processo. Com tal declínio, os idosos tem um grande impacto na capacidade funcional, o que afeta a realização das atividades de vida diária (AVD). Uma das principais formas de evitar, minimizar e/ou reverter muitos dos declínios físicos, psicológicos e sociais que freqüentemente acompanham o avanço da idade, é a atividade física, mostrando evidências de que a atividade física é diretamente proporcional às melhoras nas condições de saúde, como o controle do estresse, obesidade, diabetes, doenças coronarianas e principalmente na aptidão funcional do idoso. Contudo, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da prática multicomponente de exercício físico sob a aptidão funcional de idosos. A amostra será composta por 30 idosos do Programa Terceira Idade oferecida pelo SESC – Serviço Social do Comercio da cidade de Bauru S/P, sendo adotados os seguintes critérios de inclusão: idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos sem complicações cardiológicas ou metabólicas que os impeçam a realização de atividades físicas. Divididos em 2 grupos: GRUPO ATIVO- Multicomponente com pratica > 6 meses- Unicomponente com pratica > que 6 meses. GRUPO SEDENTÁRIO - Não praticantes de exercícios. Os participantes deverão inicialmente responder uma anamnese seguido da avaliação de aptidão funcional por meio da bateria de teste da AAHPERD.

          Unitermos: Capacidade funcional. Prática multicomponente. Envelhecimento.

 

Abstract

          During the aging process, physiological changes occur in the body that contributes to various functions should decline and the lifestyle that the individual takes or decreases accelerates this process. With such a decline, the elderly have a great impact on functional capacity, which affects the performance of activities of daily living (ADLs). One of the main ways to avoid, minimize and / or reverse many of the declines in physical, psychological and social factors that often accompany advancing age, is physical activity, showing ample evidence that physical activity is directly proportional to improvements in health such as stress management, obesity, diabetes, coronary heart disease and especially in the functional ability of the elderly. However, the aim of this work is to evaluate the effect of the practice multicomponent exercise on functional fitness in older adults. The sample comprised 30 elderly Elderly Program offered by SESC - Social Service of Commerce of the city of Bauru S/P, and adopted the following inclusion criteria: aged 60 years, of both sexes without cardiac complications or metabolic disorders that impede the realization of physical activities. Divided into 2 groups: GROUP ASSETS - Multicomponent practice with > 6 months - Unicomponente with practice > than 6 months. Sedentary group - Not exercisers. Participants must first answer a history of fitness assessment followed by functional test battery of AAHPERD.

          Keywords: Functional capacity. Multicomponent exercise. Elderly.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 19 - Nº 194 - Julio de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Todos organismos apresentam três fases na vida, crescimento e desenvolvimento, fase reprodutiva e por fim a senescência ou envelhecimento (HOFFMAN, 2002) Na primeira, o organismo sofre modificações de maturação que o tornará apto para a fase reprodutiva, já a segunda é quando o organismo se reproduz garantindo a perpetuação da espécie e a terceira se caracteriza pela diminuição progressiva da capacidade funcional e outras alterações que podem comprometer a realização das atividades cotidianas.

    O aumento da população idosa no Brasil está diretamente relacionado aos avanços da medicina e às melhorias nas condições gerais de vida. Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2000), o envelhecimento populacional é um fenômeno natural, irreversível e mundial. A população idosa brasileira tem crescido de forma rápida e em termos proporcionais. Atualmente existe no Brasil, aproximadamente, 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, o que representa pelo menos 10% da população brasileira. Segundo projeções estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), no período de 1950 a 2025, o grupo de idosos no país deverá ter aumentado em quinze vezes, enquanto a população total em cinco. Assim, o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao contingente de idosos alcançando, em 2025, cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade.

    Com o avanço da idade, o organismo humano passa por um processo natural de envelhecimento que gera alterações sensoriais, funcionais e estruturais, essas alterações, nos domínios biopsicossociais põe em risco a qualidade de vida do idoso, por limitar a sua capacidade para realizar com vigor as suas atividades de vida diárias (AVDs) e colocar em maior vulnerabilidade a sua saúde (WEINECK, 2005).

    Fator importante que acompanha o avançar da idade é a perda de massa muscular o que pode levar à fragilidade, qualidade de vida comprometida, perda de autonomia e independência (JANSSEN et al., 2002).

    Estudos realizado por Nakamura et al. (2006), demonstram os benefícios da quantidade de prática de exercícios físicos regulares da aptidão funcional ocasionados pelos efeitos da freqüência de exercícios físicos na aptidão funcional de três grupos distintos de mulheres idosas, submetidas a um programa de12 semanas de exercícios físicos, foram avaliados e comparados, demonstrando haver melhoras significativas. Houve melhoras no peso corporal, na coordenação, na aptidão cardiorrespiratória, na gordura corporal, na resistência muscular e no equilíbrio dinâmico no grupo que realizava exercícios três vezes por semana, quando comparado aos grupos que os realizavam apenas uma ou duas vezes.

    Silva et al. (2006) ressalta que uma das principais formas de evitar, minimizar e/ou reverter muitos dos declínios físicos, psicológicos e sociais que freqüentemente acompanham a idade avançada é a atividade física principalmente com orientação de profissional especializado, mostrando amplas evidências de que a atividade física está constantemente associada com melhoras significativas nas condições de saúde, e principalmente na aptidão funcional do idoso.

    O envelhecimento ativo está diretamente relacionado à prevenção e ao controle das doenças crônico-degenerativas, proporcionando assim um prolongamento de uma boa aptidão funcional aos idosos. Stewart (2005) aponta que a atividade física regular contribui para a adoção de um estilo de vida saudável e independente para indivíduos mais velhos, com melhorias na capacidade funcional e qualidade de vida.

    Têm-se observado que a maioria dos estudos atualmente relatam os benefícios do exercício físico de endurance ou o resistido sobre determinada capacidade ou agravo de saúde. No entanto, ainda há uma carência de estudos que compreendam vários outros componentes de treinamento como equilíbrio, coordenação e agilidade (MILLER, WOLFE, 2008).

    O American College of Sports Medicine recomenda um programa de exercício multicomponente, que é definido como um programa completo, que inclui resistência, força, coordenação, equilíbrio e exercícios de flexibilidade para manter a forma física. As recomendações atuais têm reconhecido que a combinação de atividade aeróbica, treino de força e exercícios de flexibilidade são importantes para manter a função física em adultos mais velhos (GREIWE 2001).

    Exercícios multicomponentes (ME) têm sido propostos como uma interessante alternativa de formação para os exercícios mais tradicionais, particularmente devido ao potencial de ME para afetar o desempenho funcional, medidas de resultados quando usado com idoso (CRESS et al., 2006) o exercício multicomponente têm o potencial para impactar uma variedade de medidas de desempenho funcional (ZAGO et al., 2000).

    Fujita et al. (2007) determina que a atividade física regular incluindo, força, flexibilidade, equilíbrio e exercícios de resistência, aumentaria a taxa basal de síntese protéica muscular, resposta anabólica do músculo à alimentação, aumento de massa muscular, força e resistência, através do efeito de um programa de treinamento físico multicomponente em obesos e idosos, fornecendo evidência de que um programa de treinamento físico multicomponente nesses indivíduos adultos, idosos e obesos tem efeitos benéficos sobre o metabolismo de proteína muscular e sua função física.

    Assim, a atividade física regular é fortemente recomendada por várias organizações por causa de seus efeitos terapêuticos e proteção contra doenças em idosos. Embora haja uma forte evidência de que a atividade física regular está associada com melhorias na capacidade funcional de idosos, são necessárias mais informação sobre a eficácia de diferentes tipos de programa de exercícios.

Objetivo

  • Comparar as influências dos diferentes tipos de exercícios, unicomponente e multicomponente, na capacidade funcional de idosos.

Procedimentos metodológicos

Tipos de estudo

    Estudo transversal e com abordagem quantitativa.

Amostra

    A casuística será composta por 30 idosos do Programa Terceira Idade oferecida pelo SESC – Serviço Social do Comercio da cidade de Bauru S/P, sendo adotados os seguintes critérios de inclusão: com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos sem complicações cardiológicas ou metabólicas que os impeçam a realização de atividades físicas.

    Os participantes serão divididos em 3 grupos:

1.     Grupo ativo

1.A.     Grupo Ativo Multicomponente (GMULT): idosos que participam há pelo menos seis meses do programa, com atividade física generalizadas (ginástica multifuncional, yoga, Pilates, hidroginástica, natação, alongamento, ginástica, esporte adaptados e outros), três vezes ou mais por semana, com duração de 50 minutos por sessão.

1.B.     Grupo Ativo Unicomponente (GUNI): idosos que praticam somente uma atividade, com duração maior que 6 meses, três vezes ou mais por semana, com duração de 50 minutos por sessão.

2.     Grupo não ativo

    Grupo sedentário (GS): idosos que participam do programa, não praticantes de atividade física regulares e supervisionadas, além das atividades da vida diária.

Procedimentos e avaliações

    Todos que concordarem em participar da pesquisa, serão informados de todos os procedimentos e terão que ler e assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a utilização dos dados das avaliações e dos questionários para fins científicos, no qual será assegurado o sigilo e preservação da identidade de cada participante.

    O presente estudo será submetido para apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Faculdade Anhanguera de Bauru.

Questionários

    Antes de iniciar o programa os participantes deverão responder um formulário, com uma anamnese, solicitando informações básicas (nome, data de nascimento, telefone e outros), histórico de doenças e medicamentos e nível de atividade física, seguido de uma avaliação de capacidade funciona, realizada pelo pesquisador previamente treinado e qualificado.

Protocolos de avaliação

    A avaliação da aptidão funcional geral dos participantes será realizada através da bateria de testes para idosos da American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD), uma bateria de testes específica para medir a aptidão funcional geral em idosos. Como a aptidão funcional geral está diretamente ligada às atividades cotidianas dos indivíduos, seria coerente a opção por testes que simulem tais atividades, pois melhores resultados em cada teste representariam um melhor desempenho funcional nas atividades diárias relacionadas com aquele teste. Assim, a escolha pela bateria de testes da AAHPERD, deu-se justamente por serem desenvolvidos a partir das atividades cotidianas realizadas pelos idosos (MATSUDO, 2010), além de ser a mais antiga bateria de testes utilizada para avaliar aptidão funcional dos idosos, não requerendo gastos significativos, possui fácil aplicação e montagem, não requer grandes espaços, já passou por processo de validação e já existem valores normativos para adultos e idosos brasileiros (BENEDETTI et al., 2007; ZAGO, 2002; ZAGO; GOBBI, 2003). A bateria apresenta testes motores que avaliam os seguintes componentes da aptidão funcional:

a.     Teste de coordenação: Este teste baseia-se na coordenação neuromuscular de mãos e braços (Figura 1) em que o participante deve inverter a base de apoio de algumas latas de refrigerante colocando-a em posições específicas no menor tempo possível; Uma fita adesiva com 76,2 cm de comprimento será fixada sobre uma mesa, sobre ela devem ser feitas 6 marcas com 12,7 cm equidistantes entre si, com a primeira e última marca a 6,5 cm distantes das extremidades da fita. Sobre cada uma das marcas, é fixado perpendicularmente à fita, outro pedaço de fita adesiva com 7,6 cm de comprimento. O participante irá senta-se de frente para a mesa e usa sua mão dominante para realização do teste. Uma lata de refrigerante 1 é colocada na posição 1, uma lata 2 na posição 3, e uma lata 3 na posição 5 (se a mão dominante for a direita). Com o polegar para cima, a mão direita é colocada na lata 1, o cotovelo estará flexionado em um ângulo de 100 a 120 graus. Ao sinal do avaliador, o participante, virando a lata, inverterá sua base de apoio de forma que a lata 1 seja colocada na posição 2, a lata 2 na posição 4, e a lata 3 na posição 6, sem intervalo de tempo, o participante agora com o polegar para baixo, apanha a lata 1 e inverterá sua base, a recolocando na posição 1, a lata 2 na posição 3 e a lata 3 na posição 5, desta maneira completando um circuito. Uma tentativa equivale a realização do circuito duas vezes. Cada participante realizará duas tentativas de prática e outras duas para análise, sendo considerada a tentativa de menor tempo como resultado final;

Figura 1. Ilustração gráfica do teste de coordenação

b.     Teste de flexibilidade (Figura 2): Será fixada no solo uma fita adesiva de 50 cm de comprimento com duas marcas equidistantes 15 cm de seu centro. Perpendicularmente a fita adesiva será fixada a uma fita métrica ao centro na medida de 63,5 cm de comprimento. Descalço, o participante se sentará ao solo próximo ao ponto zero da trena, com as pernas estendidas (sob o auxílio do avaliador para evitar a flexão dos joelhos), os pés afastados 30 cm entre si, os calcanhares centrados nas marcas da fita adesiva e os artelhos apontados para cima. Os participantes, com as mãos uma sobre a outra, deslizarão vagarosamente sobre a fita métrica, permanecendo na posição final por dois segundos. Serão realizadas duas tentativas para prática e duas para avaliação, o melhor resultado é o escore final;

Figura 2. Montagem do teste de flexibilidade de alcançar sentado

c.     Teste de resistência aeróbia geral: Será orientado ao participante percorrer caminhando o mais rápido possível, sem correr, uma distância de 804,67 metros. Sendo realizada uma única tentativa, o tempo é cronometrado em minutos e segundos, quanto menor o tempo, melhor o resultado. Dores no peito, dispnéia, formigamento de braços e mãos, tonturas são relatadas e o teste é interrompido imediatamente;

d.     Teste de resistência de força: Esse teste consiste na extensão e flexão do cotovelo. O participante será posicionado sentado em uma cadeira sem apoio, a mão não dominante é apoiada sobre a coxa enquanto o braço dominante é relaxado e estendido ao longo do corpo. O avaliador, com uma das mãos envolverá o bíceps do participante, colocando um peso (1,8 kg para mulheres e 3,6 kg para homens) na mão dominante do avaliado. O participante realizará uma flexão até que toque a mão do avaliador, seguida de extensão do cotovelo. Alcançando sucesso na tentativa o peso é colocado sobre o solo pelo avaliador, será concedido um minuto de descanso ao participante, logo depois o peso é novamente colocado na mão dominante do avaliado onde será solicitado a realizar o maior numero de repetições possíveis, com flexões e extensões de cotovelo, em um tempo de 30 segundos;

e.     Teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (Figura 3): O participante estará sentado em uma cadeira, ao comando de “pronto” e “já” do avaliador, irá levantar-se e circundará um cone localizado à direita a 1,5 metros para traz e 1,8 metros para o lado da cadeira, retornando o mais rápido possível à posição sentada na cadeira. Imediatamente, o participante levantará os pés do chão (para garantir a finalização do movimento) iniciando o mesmo movimento do lado oposto, completando um ciclo. Uma tentativa equivale a dois ciclos. Serão realizadas duas tentativas e o resultado final é o menor tempo na realização entre as duas tentativas.

Figura 3. Representação esquemática do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico

Análise estatística dos dados

    A análise dos dados foi feita através da analise descritiva dos dados em média e desvio padrão para caracterização da amostra e para a comparação entre as capacidades físicas foi aplicado o tratamento estatístico de test t de Student para amostras independentes, sendo considerada significância estatística p<0,05.

Resultados

    No final a amostra foi constituída por 68 idosos, com idade 60 anos e a máxima 70 anos. A Tabela 1 indica dados de caracterização antropométrica dos idosos como IMC, CC, CQ e RCQ. Os gráficos de 1 a 5 mostram os resultados dos cinco testes de aptidão funcional de cada grupo e a soma desses valores representa o Índice de Aptidão Funcional Geral representada no gráfico 6 denominada como IAFG.

Tabela 1. Valores médios e desvio padrão das variáveis antropométricas.

Legenda: IMC: Índice de massa corporal, CC, circunferência de cintura, CQ: circunferência de quadril, RCQ: relação cintura/quadril.

 

Tabela 2. Análise comparativa entre os grupos e as diversas variáveis analisadas

Legenda: *diferença significativa em relação ao grupo controle, **diferença significativa em relação ao grupo unicomponente.

Discusão

    Tendo como objetivo a avaliação da capacidade funcional de idosos praticantes de diferentes tipos de atividade física, este estudo vem demonstrar a influência da prática de exercícios físicos unicomponente e multicomponente para a realização das atividades de vida diária.

    Conforme a tabela 1, podemos analisar que ambos os grupos avaliados encontram-se com índice de massa corporal acima do peso, portanto, apresentam semelhança nas características relacionadas à massa corporal. Porém, este índice não leva em conta a composição desta massa, podendo um grupo ou outro, apresentar mais ou menos massa gordurosa.

    A circunferência de cintura e a relação cintura quadril, são parâmetros relacionados à doenças crônicas não transmissíveis e principalmente a obesidade e doença coroniana (PITANGA, 2011). O GMULT apresentou menores valores em ambos os parâmetros quando relacionados as médias com o GUNI, porém os sedentários apresentaram pequena diferença nos valores em circunferência de cintura e relação cintura/ quadril comparados com o grupo multicomponente. Valores que demonstrando a não eficiências dos grupos praticantes de exercicios físicos para a diminuião de peso, e melhoria na classificação de composicao corporal.

    Com base neste achado, fica evidente a necessidade de adotar medidas mais eficientes na caracterização do exercicio proposto, para que se tenha controle e diminuição do sobrepeso em idosos, já que o excesso de peso é recorrente na população idosa, gerando a predominância do desvio nutricional sobre a eutrofia (ALTERMANN et al., 2011)

    A analise da tabela 2 demonstra de forma geral que os exercícios propostos para o grupo multicomponente não foi eficaz para superar o unicmponente e nem mesmo os sedentários, quanto às avaliações de coordenação motora, resistência aeróbia e agilidade. Apresentou superioridade aos sedentários na avaliação de flexibilidade, porém não ultrapassando o GUNI. Destacou-se somente na avaliação de resistência de força ultrapassando significativamente os grupos de sedentários e unicomponente.

    Os resultados divergiram da hipótese inicial do estudo, que supunha melhores valores para a execução das atividades de vida diária para o grupo que realiza maior número de atividades. Tal achado pode ser relacionado a falta controle do volume e da intensidade de treinamento para ambos os grupos ativos, e ainda a ausência de especificação das atividades escolhidas pelos participantes unicomponentes, podendo a atividade escolhida por eles serem diferentes e desenvolverem habilidades específicas. Portanto sugerimos novos estudos que apresentem maior controle das atividades físicas adotadas para cada grupo avaliado.

Conclusão

    A atividade multicomponente não foi eficiente para trazer importantes respostas às atividades de vida diária de idosos. Necessitando maior controle na prescrição de exercícios multi e unicomponentes para que se obtenha melhora geral nas AVDs e composição corporal de idosos.

Referências

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